1-3 / UFPE - CCB - DEPARTAMENTO DE BIOFÍSICA E RADIOBIOLOGIA BIOMATEMATICA PARA FARMÁCIA (BR252) – ATIVIDADE DE GREVE – PROF. CONSONI - 1S 20012 EXEMPLOS COM SOLUÇÕES COMENTADAS SÔBRE DERIVADAS DE FUNÇÕES CONSIDERAREMOS TRÊS EXEMPLOS COM SOLUÇÕES COMENTADAS DE DERIVADAS DE FUNÇÕES INSTRUÇÕES IMPORTANTES FAÇA TODOS OS CÁLCULOS EXPLICITAMENTE ( E SEMPRE JUSTIFIQUE O SEU RACIOCÍNIO. MUITAS VEZES O PRÓPRIO CALCULO JÁ CONSTITUI A JUSTIFICATIVA E DAÍ DISPENSA AS PALAVRAS ). APRESENTE OS RESULTADOS, QUANDO FOR O CASO, EM TABELAS CONSTRUÍDAS DE ACORDO COM AS NORMAS DA ABNT. NÃO SE ESQUEÇA DAS UNIDADES. ATENÇAÕ PARA O Nº DE CASAS DECIMAIS SOLICITADO, TANTO NOS CÁLCULOS QUANTO NAS RESPOSTAS. EXEMPLO COM SOLUÇÃO COMENTADA Nº1 (REF.1 / P.180) UMA CIDADE X É ATINGIDA POR UMA MOLÉSTIA EPIDÊMICA. OS SETORES DE SAÚDE CALCULAM QUE O NÚMERO DE PESSOAS ATINGIDAS PELA MOLÉSTIA DEPOIS DE UM TEMPO t (MEDIDO EM DIAS A PARTIR DO PRIMEIRO DIA DA EPIDEMIA) É , APROXIMADAMENTE , DADO POR: y = f(t) = 64 . t – ( t3 / 3 ) . OBS. EQUAÇÃO ESCRITA NUMA SÓ LINHA (a) QUAL É A TAXA DE VARIAÇÃO MÉDIA DE y COM RELAÇÃO A t CALCULADA PARA O INTERVALO DESDE t = 2 ATÉ t = 4 (DIAS)? (b) QUAL É A TAXA DE VARIAÇÃO INSTANTÂNEA DE y COM RELAÇÃO A t CALCULADA PARA t = 2 (DIAS)? (c ) QUANTAS PESSOAS SERÃO ATINGIDAS PELA EPIDEMIA NO 5º DIA? (d) EM QUE INSTANTE O NÚMERO DE PESSOAS INFECTADAS É MÁXIMO? E QUAL O VALOR DESSE MÁXIMO? SOLUÇÃO (ATENÇÃO: LER ANTES “INSTRUÇÕES IMPORTANTES”) (a) A TAXA DE VARIAÇÃO MÉDIA DE y COM RELAÇÃO A t , DENOTADA POR y / t , PODE SER OBTIDA CALCULANDO-SE PRIMEIRO TANTO y COMO t E DEPOIS FAZENDO-SE O QUOCIENTE DE y POR t. PARA ESSE CÁLCULO SERÁ PRECISO UTILIZAR AS DEFINIÇÕES DE y E t DADAS ABAIXO: y = f(tFINAL) – f(tINICIAL) t = tFINAL - tINICIAL PARA O CASO PRESENTE: y = f(4) – f(2) = (64 . 4 – (43/3) ) – (64 . 2 – (23/3) ) = 234,66667 – 125,33333 = 109,33334 t = 4 – 2 = 2 DAÍ: TAXA MÉDIA = y / t = 109,33334 / 2 = 54,66667 (Nº DE PESSOAS / DIA) OBS. MANTENHA ESSE RESULTADO FRACIONÁRIO (b) MATEMATICAMENTE ISSO EQUIVALE A SOLICITAR O CÁLCULO DE lim ( y / t ) (PARA t = 2) t 0 ESSE LIMITE PODE SER OBTIDO DE VÁRIAS MANEIRAS. UMA DELAS É NUMERICAMENTE COMO FOI FEITO NA TABELA ABAIXO. t 4,00000 3,00000 2,50000 2,25000 2,12500 2,06250 2,03125 2,01563 2,00781 2,00391 2,00196 2,00098 2,00049 2,00024 y=f(t)=64 t - t3/3 234,66667 183,00000 154,79167 140,20313 132,80143 129,07544 127,20637 126,27064 125,80181 125,56790 125,45093 125,39213 125,36273 125,34773 t 2,00000 1,00000 0,50000 0,25000 0,12500 0,06250 0,03125 0,01563 0,00781 0,00391 0,00196 0,00098 0,00049 0,00024 y = f(t+t) - f(t) 109,33333 57,66667 29,45833 14,86979 7,46810 3,74211 1,87304 0,93731 0,46848 0,23457 0,11759 0,05880 0,02940 0,01440 y / t 54,66667 57,66667 58,91667 59,47917 59,74479 59,8737 59,93717 59,96866 59,98436 59,99217 59,99608 59,99804 59,99902 59,99952 OBSERVE QUE QUANDO t TENDE A ZERO (EM SÍMBOLOS: t 0) , tFINAL TENDE A tINICIAL . NESTE EXEMPLO, t 2 ( LEMBRE-SE: t = tFINAL - tINICIAL = t – 2 ) DA TABELA AO LADO, CONCLUI-SE (NUMERICAMENTE) QUE y / t 60 (VER COLUNA 5) QUANDO t 0 (VER COLUNA 3). LOGO: lim ( y / t ) = 60 t 0 NA VERDADE ESSA “DEMONSTRAÇÃO” NUMÉRICA NÃO É RIGOROSA E EM OUTROS CASOS PODE LEVAR A RESULTADOS ERRADOS. NO CASO PRESENTE ELA FUNCIONOU RAZOAVELMENTE BEM, MAS O PRINCIPAL OBJETIVO AQUÍ É REVELAR, DE MODO CLARO, O ESPÍRITO POR TRÁS DESSE CÁLCULO DE LIMITE. NEM SEMPRE ESSE LIMITE EXISTE: HÁ FUNÇÕES y = f(x) PARA AS QUAIS ELE DIVERGE: lim ( y / x ) QUANDO x 0. O ITEM (b) PEDE O CÁLCULO DA TAXA DE VARIAÇÃO INSTANTÂNEA 2-3 / (ISTO É, TAXA DE VARIAÇÃO NO INSTANTE t = 2 DIAS) PORQUE A VARIÁVEL INDEPENDENTE É O TEMPO. EM OUTRAS APLICAÇÕES A VARIÁVEL INDEPENDENTE NÃO É O TEMPO E AÍ É PREFERÍVEL CHAMAR DE TAXA DE VARIAÇÃO NUM DETERMINADO PONTO ESPECIFICADO DA VARIÁVEL INDEPENDENTE. A NOTAÇÃO GERAL É A SEGUINTE: y = f(x) lim (y / x) COM x = x - x0 x = PONTO FINAL E xo = PONTO INICIAL x xo O PONTO INICIAL xo É MANTIDO FIXO DURANTE O CÁLCULO DESSE LIMITE MAS PODERÁ SER MODIFICADO PARA UM OUTRO VALOR EM OUTRO CÁLCULO DESSE MESMO TIPO DE LIMITE. POR EXEMPLO, NO PRESENTE EXEMPLO, PODER-SE-IA TER SOLICITADO A TAXA DE VARIAÇÃO INSTANTÂNEA DE y COM RELAÇÃO A t PARA t = 2,5 3 5,7 8 20 ETC (DIAS). O PROCEDIMENTO NUMÉRICO SERIA ANÁLOGO. TAMBÉM É PRECISO ASSINALAR O MODO PARTICULAR COM QUE SE FÊZ t 2 (COLUNA 1 DA TABELA) E UTILIZANDO-SE APENAS VALORES SUPERIORES DE t = 2 (ISTO É, t 2; MAS PODERIA SER t 2 ) GRÁFICO DA FUNÇÃO y = f(t) = 64 . t – ( t3 / 3 ) A PARTE DO GRÁFICO DE y = f(t) QUE ESTÁ NO TERCEIRO QUADRANTE SÓ TEM INTERESSE SOB O PONTO DE VISTA MATEMÁTICO APENAS. A PARTE QUE ESTÁ NO PRIMEIRO QUADRANTE É QUE TEM INTERPRETAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA. TRATA-SE DE UM MODÊLO MATEMÁTICO. y (nº de pessoas atingidas) 400 300 200 100 0 -100 -14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 10 12 14 -200 -300 -400 t (dia) y (nº de pessoas atingidas) 400 300 INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DA TAXA MÉDIA A TAXA DE VARIAÇÃO MÉDIA NO INTERVALO DE t = 2 ATÉ t = 4 , COMO VISTO NA FIGURA, CORRESPONDE AO VALOR DA INCLINAÇÃO DA RETA SECANTE QUE PASSA PELAS COORDENADAS (2, f(2)) E (4, f(4)) SENDO f(2) = 125,33333 E f(4) = 234,66667. INCLINAÇÃO = y / t ( dia – 1 ) y t NOTE QUE A INCLINAÇÃO NÃO IGUAL À TANGENTE DE POIS INCLINAÇÃO PODE TER UNIDADE E tan NÃO! 200 100 0 -100 -14 -12 -10 -8 -6 -4 -2 0 2 4 6 8 -200 -300 -400 t (dia) 10 12 14 INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DA TAXA INSTANTÂNEA A TAXA DE VARIAÇÃO INSTANTÂNEA EM t = 2 COMO VISTO NA FIGURA, CORRESPONDE AO VALOR DA INCLINAÇÃO DA RETA TANGENTE QUE PASSA PELAS COORDENADAS (2, f(2)). A INCLINAÇÃO DA RETA TANGENTE NÃO É NECESSARIAMENTE IGUAL À DA RETA SECANTE. ISTO ACONTECERÁ APENAS SE O GRÁFICO DA FUNÇÃO FÔR UMA LINHA RETA. UMA OUTRA POSSIBILIDADE DE CALCULAR A TAXA DE VARIAÇÃO INSTANTÂNEA É ATRAVÉS DO CÁLCULO DA DERIVADA . COMO SE SABE DA TEORIA, A DERIVADA DE UMA FUNÇAO EM UM DETERMINADO PONTO DÁ ESSA TAXA. LEMBRE-SE QUE , DADA UMA FUNÇÃO CONTÍNUA y = f(x) : dy/dx |x=xo = lim ( y / x ) x 0 NESSE CASO SERÁ PRECISO UTILIZAR AS PROPRIEDADES DA DERIVADA BEM COMO USAR UMA TABELA COM AS DERIVADAS DAS PRINCIPAIS FUNÇÕES DE UMA VARIÁVEL, FUNÇÕES ESSAS REPRESENTADAS SIMBOLICAMENTE POR y = f(x) . PARA O CASO PRESENTE TEMOS: dy/dt = (d/dt) y = (d/dt) [ 64 . t – ( t3 / 3 ) ] = (d/dt) [ 64 . t ] – (d/dt) [ t3 / 3 ] dy/dt = 64 – t2 dy/dt | t =2 = 64 – (22) = 64 – 4 = 60 DAÍ, A RAZÃO (TAXA) DA EXPANSÃO DA EPIDEMIA EM t = 2 É 60 dia-1 OBS. 60 PESSOAS INFECTADAS POR DIA PROPRIEDADES DA DERIVADAS [k f(x)]´= k [f(x)]´ k = cte [f(x) g(x)]´= [f(x)]´ [g(x)]´ [f(x) . g(x)]´= [f(x)]´. g(x) + f(x) . [g(x)]´ [f(x) / g(x)]´= { [f(x)]´. g(x) - f(x) . [g(x)]´ } / g2(x) REGRA DE CADEIA: y = f(u) E u = g(x) y´x = y´u . u´x g(x) 0 MINI - TABELA DE DERIVADAS y = f(x) dy/dx = df(x) / dx xm m xm-1 kx e k ek x sen (k x) k cós (k x) cos (k x) (-) k sen (k x) 3-3 / (c) CONSIDERE A FIGURA ABAIXO. 1º 0 2º 1 3º 2 4º 3 5º 4 5 t(dia) O 5º DIA CORRESPENDE À VARIAÇÃO DE t DE 4 PARA 5. DAÍ: f(5) –f(4) 43 (d) SE dy/dt = 0 PARA t = T ENTÃO T É UM PONTO DE MÁXIMO OU DE MÍNIMO OU DE INFLEXÃO. NESSE EXEMPLO: dy/dt = 64 – T2 = 0 LEVA A T = 64 = 8. APENAS T = + 8 TEM SIGNIFICADO. EXAMINANDO O GRÁFICO DE f(t) VERSUS t VERIFICA-SE QUE SE TRATA DE UM PONTO DE MÁXIMO. E f(T=8) = 64 . (8) – (8)3 / 3 = 341,33333 EXEMPLO COM SOLUÇÃO COMENTADA Nº2 (REF.1 / P.183) O RAIO DE UMA CIRCUNFERÊNCIA CRESCE À RAZÃO (TAXA) DE 21 cm/s. QUAL A TAXA DE CRESCIMENTO DO COMPRIMENTO DA CIRCUNFERÊNCIA EM RELAÇÃO AO TEMPO? SOLUÇÃO (ATENÇÃO: LER ANTES “INSTRUÇÕES IMPORTANTES”) SEJAM R = RAIO DA CIRCUNFERÊNCIA t = TEMPO L = COMPRIMENTO DA CIRCUNFERÊNCIA DA GEOMETRIA PLANA SABE-SE QUE L = 2 R . A TAXA DE CRESCIMENTO DE R EM RELAÇÃO A t É dR/dt = 21 cm/s (VER ENUNCIADO) PEDE-SE dL/dt . A REGRA DE CADEIA FORNECE dL/dt = (dL/dR) (dR/dt) . DAÍ: dL/dt = (2 ) (21) = 42 cm/s EXEMPLO COM SOLUÇÃO COMENTADA Nº3 (REF.2 / P.175) CINQÜENTA ANIMAIS AMEAÇADOS DE EXTINÇÃO SÃO COLOCADOS EM UMA RESERVA. DECORRIDOS t ANOS A POPULAÇÃO N DESSES ANIMAIS É ESTIMADA POR t2 + 6 t + 30 N(t) = 50 = 50 [ ( t2 + 6 t + 30 ) / ( t2 + 30 ) ] OBS. A 2ª EXPRESSÃO OCUPA APENAS UMA LINHA 2 t + 30 EM QUE INSTANTE ESSA POPULAÇÃO ANIMAL ATINGE SEU MÁXIMO? QUANTO ELE VALE? SOLUÇÃO (ATENÇÃO: LER ANTES “INSTRUÇÕES IMPORTANTES”) COM f(t) = t2 + 6 t + 30 E g(t) = t2 + 30 TEM-SE N(t) = 50 [ f(t) / g(t) ] . DAÍ N´(t) = 50 { [ f´(t) g(t) – f(t) g´(t) ] / (g(t))2 } NOTE QUE N´(t) NÃO É IGUAL A 50 [ f´(t) / g´(t) ] OBS. COMPARE: log (a . b) = log a + log b E NÃO log (a . b) = log a . log b FAZENDO AS DERIVADAS: f´(t) = 2 t + 6 E g´(t) = 2 t . ASSIM: N´(t) = 50 { [ (2 t + 6) (t2 + 30) – (t2 + 6 t + 30) (2 t) ] } / (t2 + 30)2 DESENVOLVENDO OS PRODUTOS NO NUMERADOR E REUNINDO OS TERMOS SEMELHANTES RESULTA: N´(t) = 50 . [ ( - 6 t2 + 180) / (t2 + 30)2 ] PARA ENCONTRAR O PONTO DE MÁXIMO: N´(t) = 0 . ISSO IMPLICA QUE SÓ O NUMERADOR DESSA FRAÇÃO POLINOMIAL DEVE SE ANULAR. PORTANTO, - 6 t2 + 180 = 0 30 + 30 = 5,47723 (COM 05 CASAS DECIMAIS) N(5,47723) = 50 (92,86335 / 60) = 77,38613 77 ANIMAIS APROXIMADAMENTE. OUTRO MÉTODO: PODER-SE-IA ESCREVER N(t) COMO N(t) = 50 (t2 + 6 t + 30) (t2 + 30)-1 . DENOTANDO AGORA f(t) = t2 + 6 t + 30 E g(t) = (t2 + 30)-1 TER-SE-IA: N(t) = 50 f(t) g(t) . DAÍ: N´(t) = 50 [ f´(t) g(t) + f(t) g´(t) ] . É PRECISO CALCULAR g´(t) DA SEGUINTE MANEIRA: y = f1(u) = u-1 COM u = f2(t) = t2 + 30 ASSIM: dy/dt = (dy/du) (du/dt) = (-1 u-2 ) (2 t) = - 2 t (t2 + 30)-2 DAÍ: N´(t) = 50 [ (2 t + 6) (t2 + 30)-1 + ( t2 + 6 t + 30 ) ( - 2 t (t2 + 30)-2 ) ] = 50 . [ ( - 6 t2 + 180) / (t2 + 30)2 ] REFERÊNCIAS Nº1 CÁLCULO A D. M. FLEMMING – M. B. GONÇALVES PEARSON – PRENTICE HALL (2006) Nº2 CÁLCULO PARA CIÊNCIAS MÉDICAS E BIOLÓGICAS A.F.A.AGUIAR – A.F.S.XAVIER – J.E.M.RODRIGUES ED. HARBRA (1988)