Flexibilidade Uma boa espreguiçada de manhã é tudo que o nosso corpo pede! O simples ato de espreguiçar nada mais é do que a necessidade natural do corpo fazer alongamento. Até os animais fazem isso. O alongamento , e a valência física da flexibilidade, passou a ser melhor estudado a partir dos anos 40 e de lá para cá muita discussão tem gerado.Entretanto, os benefícios e a aplicabilidade do alongamento são indiscutíveis e vão desde a preocupação com a qualidade de vida até os treinamentos mais complexos do esporte. Com relação a qualidade de vida existe consenso, mas no treinamento esportivo e na musculação existem correntes divergentes. Cada um que estuda, escreve um livro ou defende uma tese sobre flexibilidade tenta dar um nome e uma qualificação diferente que acaba na mesma. “ Flexibilidade é a amplitude máxima de um movimento em uma ou várias articulações combinada” . Não dá para fugir disso. O sujeito saudável precisa ter condicionamento aeróbio, força e flexibilidade. O alongamento nada mais é do que um exercício destinado a desenvolver a flexibilidade e para isso, ao longo do tempo, foram desenvolvidos vários métodos, cada um com a sua aplicabilidade. A olhos vistos, já se sabe que nem todo mundo tem a mesma flexibilidade. Isso depende, segundo Johns e Wright ( 1982) citado por Walace Monteiro, de fatores ósseos, musculares, tendinosos, da cápsula articular, da gordura e da pele. Dentre esses fatores limitantes, a cápsula articular contribui com 47% e os músculos com 41%. Entretanto, o fator genético talvez seja o mais decisivo e não é difícil percebemos isso na vida e no esporte. Determinadas atividades esportivas, de dança entre outras, tais como a Ginástica Olimpíca, o balé e a dança rítmica exigem um grau bastante alto de flexibilidade geralmente nato. É a Ginástica Olimpíca que deixa o praticante flexível ou quem já tem mais facilidade opta naturalmente pela atividade ? 1/7 Flexibilidade A flexibilidade também está associada ao sexo, a idade, a lateralidade corporal, a hora do dia e aquecimento. Não é difícil perceber que as mulheres e as crianças são normalmente mais flexíveis. O destro costuma ter o lado direito melhor do que o esquerdo. De manhã além de bater aquela preguiça, a gente fica mesmo meio “durão”. Depois, as articulações vão ficando , por assim dizer, mais soltas. Quem pratica qualquer atividade física já comprovou que depois de um aquecimento, mesmo os mais simples, as articulações ficam mais flexíveis por causa do aumento da oferta de sangue e do liquido sinovial, um lubrificante das articulações. O alongamento, quando executado de maneira correta, não deve gerar dores musculares, oxigenando a musculatura eliminando as toxinas possibilitando resposta motora mais rápida. A redução das tensões musculares, próprias do estresse, é outro benefício acusado pelas pessoas que participam de uma simples aula de alongamento. Os movimentos, normalmente bloqueados, pela atividade laboral ou por um treinamento esportivo mais intenso ficam liberados. Como toda atividade física o alongamento exige orientação, regularidade e bom senso do aluno para não tentar ultrapassar os limites genéticos. Dor, a gente entende ser um sinal de alarme e portanto não deve ser desprezada. Algumas pessoas têm articulações mais flexíveis que outras independente de treinamento contínuo ou não. Não tente imitá-las e use o seu bom senso. ALONGAMENTO E FLEXIBILIDADE É importante relembrar que a flexibilidade, embora não seja uma qualidade física de importância prioritária dentro da performace, se comparada com a força,a velocidade ou a resistência, está sempre presente em quase todos os desportos. Por isso causa surpresa se constatar que talvez ela seja a capacidade física menos estudada. Este fato pode fazer com que seu treinamento seja mais influenciado por crenças e costumes do que por conhecimentos científicos. ( Dantas, 1999,p.162) O alongamento e a flexibilidade são parceiros dentro do desenvolvimento da preparação física. São unificados, dependentes, mas com finalidades diferenciadas. O ser humano já nasce com determinado grau de flexibilidade, e com o passar dos anos, 2/7 Flexibilidade principalmente quando na puberdade, tende, gradativamente, a vir a perder estas amplitudes durante as outras fases de sua vida. Um bom trabalho de alongamento desde a infância ajuda a manter esta flexibilidade durante as outras fases da vida, levando-se em conta a sua individualidade como ser, tanto no seu fenótipo(características ou carga genética) quanto no seu genótipo(características absorvidas do meio). Cada pessoa tem determinada flexibilidade, ou seja, determinados segmentos do corpo tendem a ter uma amplitude menor ou maior com relação à outro. A flexibilidade, mesmo quando trabalhada, não se desenvolve de forma uniforme por todas as articulações do corpo. Pode ocorrer na infância que determinados grupos musculares venham a apresentar um encurtamento ou enfraquecimento, enquanto outros apresentam um arco maior de amplitude, necessitando de treinamentos compensatórios específicos. Há de se ressaltar também as necessidades de cada desporto, que exige este ou aquele nível de flexibilidade para determinado segmento do corpo, por exemplo, os músculos da parte anterior do corpo e o grande dorsal, quando da execução do movimento de ataque. Por isso, deve-se observar o desenvolvimento dessa flexibilidade específica, pois sua maior ou menor articularidade incide determinantemente na performance do atleta, na capacitação e coordenação dos gestos motores corretos. O desenvolvimento da flexibilidade ( de acordo com uma modalidade esportiva) tem efeitos positivos sobre fatores físicos do desenvolvimento esportivo( exemplo: força, velocidade), assim como sobre a técnica esportiva.( Weineck, 1999 p.471) A flexibilidade e o alongamento têm conceitos e atuações diferenciadas. A flexibilidade trabalha e desenvolve o limite máximo da amplitude articular, por ser executada com maior intensidade visando ao aumento do arco articular. Por sua vez, o alongamento trabalha a elasticidade muscular, sem forçar as articulações, atingindo somente músculos e ligamentos. MÉTODOS DE FLEXIBILIDADE Existem várias formas diferentes e programas de treinamento para atingir o objetivo da flexibilidade, realizado através do alongamento, adotado por diversos pesquisadores e autores. 3/7 Flexibilidade De acordo com as necessidades deverá aplicar-se a melhor técnica que atinja seus objetivos na melhora da performance do atleta. ALONGAMENTO ESTÁTICO É aquele em que o indivíduo parte da posição inicial, chega à posição final da amplitude articular, realiza a manutenção do movimento por alguns segundos nesta posição, e retoma à posição inicial. Oferece pouco risco de lesões. ( Ver Weineck, 1999, pp . 478 a 483 / Achour Júnior, 1998, pp . 99 a 101.) ALONGAMENTO PASSIVO Consiste na realização de um alcance maior da amplitude articular, desenvolvida através do auxílio de forças externas, como aparelhos ou companheiro. Deve ser executado lentamente. ( Ver Weineck, 1999 p. 478/Achour Júnior, 1998, pp. 101 a 106) ALONGAMENTO ATIVO É realizado através de movimentos rítmicos de balanço, que podem vir a contribuir no aquecimento específico de algumas modalidades esportivas ( voleibol, por exemplo). Deve-se ter o cuidado de não forçar demasiadamente o movimento. ( Ver Weineck, 1999,pp. 477 e 478/Achour Júnior, 1998,pp. 106 a 109) FAIXAS ETÁRIAS E FLEXIBILIDADE A aplicação das habilidades necessárias para o desenvolvimento do voleibol nas crianças normalmente começa ainda na infância. Nesta faixa etária, ela ainda encontra-se em pleno desenvolvimento orgânico e neuromuscular, sendo também nesta fase que são adquiridos os melhores índices da flexibilidade. Deve-se ter o cuidado para que a aplicação de exercícios de flexibilidade e alongamento nesta faixa etária seja realizada em caráter geral. Se 4/7 Flexibilidade estes forem atletas, recomenda-se que sejam executados treinamentos que visem ao desenvolvimento geral e específico. Os especialistas de uma forma geral apontam que a flexibilidade diminui com a idade, mas essa característica é mais ou menos acentuada com a falta de treinamento, especialmente depois dos 30 ou 40 anos de idade. Bailarinos e capoeiristas por exemplo, mantém uma boa flexibilidade, mesmo com idades mais avançadas. Basta estar treinando. O processo de envelhecimento pode ser retardado com a prática de alongamentos. CARACTERISTICAS DA FLEXIBILIDADE Povão e Atletas – É bem verdade que não podemos comparar a flexibilidade das pessoas comuns com a dos atletas pelo simples fato da necessidade do uso diário do corpo. Um atleta precisa de mais amplitude articular para executar tarefas esportivas de acordo com a complexidade dos movimentos exigidos na modalidade. As pessoas comuns têm mais ou menos flexibilidade dependendo também das tarefas funcionais do tipo andar, correr para atravessar ruas, ir ao mercado, subir escadas, amarrar os sapatos, pegar objetos num lugar alto e etc. A Genética – É evidente, como já citamos, que as pessoas com mais flexibilidade natural têm mais facilidade de aprendizado e ou aperfeiçoamento de gestos motores desportivos. Não é difícil depararmos com pessoas que mesmo sedentárias conservam uma facilidade impressionante de , por exemplo, flexionar o tronco e alcançar os pés sem flexionar os joelhos. Em qualquer época, essas mesmas pessoas ao retornar ao treinamento terão mais facilidade. Meninos e Meninas – Sabe-se que as mulheres são geneticamente mais flexíveis do que os homens até por questões hormonais, diferença normalmente mantida por toda a vida. Entretanto, essa diferença só é notada a partir dos seis ou sete anos de idade. Até então meninos e meninas têm flexibilidade semelhante. Gestantes – As gestantes são ainda mais flexíveis em virtude do hormônio relaxina estar sendo liberado nessa fase com objetivo de preparar todo o corpo para o parto deixando as articulações e ligamentos mais frouxos. Entrentanto, isso exige um certo cuidado na prática de exercícios físicos porque, da mesma forma que favorece execução de certos movimentos de alongamento, essa facilidade pode favorecer às contusões por excesso de amplitude e confiança. 5/7 Flexibilidade Profilaxia de Lesões – Esse é um ponto de discussão principalmente de uns anos para cá. Se por um lado, sem entrar em detalhes científicos, por anos a fio autores consagrados defendem que o alongamento pode prevenir as lesões, alguns novos autores alegam não existir provas registradas. Pelo sim, pelo não, a experiência tem mostrado que atletas adeptos ao alongamento e com mais flexibilidade se machucam menos. Não obstante a isso, a recuperação de lesões. Necessariamente passa por sessões de alongamento. Percebemos a importância de um alongamento bem executado e orientado por profissional capacitado para orientar melhor seus alunos para a prática das atividades físicas BIBLIOGRAFIA - ACHOUR, Júnior Abadallah. Bases para exercícios de alongamento relacionados com a saúde e o desenvolvimento alético. Midiograf, londrina,1996. -ACHOUR, Jr Abdallah, Flexibilidade – teoria e prática. 1ª Ed., Atividade Física & Saúde, Londrina, 1998. - Site COPACABANA RUNNERS – Corrida e Saúde WWW.copacabanarunners.net 6/7 Flexibilidade 7/7