INFLAÇÃO
Conceituação
A inflação nada mais é do que uma elevação contínua de todos os preços, motivada pelo
excesso de crescimento dos meios de pagamento, em relação ao crescimento dos bens e
serviços à disposição do público.
Onde:
P = nível geral de preços;
Q = quantidade de bens e serviços disponíveis;
MP = meios de pagamento.
MP
P = ---------Q
a) se os meios de pagamento, ou seja, numerador da fórmula, crescerem em
proporção maior do que o crescimento da quantidade de bens e serviços
(denominador da fórmula), teremos uma alta geral de preços e,
conseqüentemente, perda do valor da moeda, ou seja, uma inflação;
b) quando, pelo contrário, os meios de pagamento crescerem menos que
proporcionalmente ao crescimento dos bens e serviços disponíveis , ou mesmo
diminuírem, teremos uma baixa geral de preços e um aumento do valor da
moeda, ou seja, uma deflação. Normalmente a deflação provoca recessão
econômica e desemprego em massa;
c) se, finalmente os meios de pagamento e a quantidade de bens e serviços
variarem na mesma proporção, ou permanecerem inalterados, não haverá
aumento geral de preços permanecendo, portanto, estável o valor da moeda.
Tipos de Inflação
Moderada: a que apresenta taxas anuais inferiores a 10%.
Galopante: é aquela que se inicia com taxas superiores a 10% ao ano e vai rapidamente
subindo a cada ano, atingindo taxas de três dígitos (200, 300, 500% ao ano).
Hiperinflação: já é um caso extremo, no qual as taxas variam de 1000% ao ano para
cima.
Causas da inflação
- déficits orçamentários
O poder público, como sabemos, deve fazer face a grandes despesas.
Em determinados momentos, essas despesas aumentam em tal proporção que os
dirigentes do país são obrigados a tomar providências urgentes para obter
recursos para enfrentá-las.
As vendas de títulos do públicos seria uma solução, mas devido a situação a
população perde confiança no governo, em contrapartida não adquire tais títulos.
Se o governo não quiser adotar uma política de rígida compressão de despesas,
terá somente duas soluções: aumentar os impostos ou emitir. É grande a tentação
de dar preferência a esta última, uma vez que um aumento de impostos
provocará grande celeuma, enquanto um aumento de emissão não será notado
pela grande maioria da população.
- expansão do crédito
A expansão do crédito vem aumentar o potencial monetário disponível, em
virtude da multiplicação dos meios de pagamento por parte do sistema bancário.
Quando o crédito for empregado na produção, poderá haver um aumento desta,
permitindo contrabalançar o aumento na procura de bens e serviços.
Mas, agora vem o problema: para o crédito poder ser utilizado na produção
adicional de bens, há necessidade da existência de fatores de produção
disponível (capital, matérias-primas, mão-de-obra, energia motriz, know-how).
Ora, estes fatores não existem em quantidade ilimitada e o total de produção de
bens e serviços não poderá superar a capacidade dos fatores de que dispõe o
país. Assim, quando já estão todos empregados e a tecnologia utilizada não
permitir seu melhor aproveitamento, qualquer aumento de crédito irá fazer com
que os empreendedores passem a disputar esses fatores de produção, mediante
uma remuneração mais elevada.
- projetos com longo prazo de maturação
Determinados projetos, tais como construção de usinas de energia, fabricas de
equipamentos pesado, construção de represas, requerem vários anos de espera
antes que passem a produzir resultados.
Durante esse período intermediário, portanto, aumenta a procura de fatores de
produção necessários ao andamento desses projetos o que se traduz em aumento
de rendimentos para os fornecedores desses fatores.
Teremos assim, um aumento da procura de bens e serviços sem que tenha havido
um aumento na sua oferta, provocando uma elevação nos preços.
- superávits no balanço de pagamentos
Quando ocorre um excesso de oferta de divisas, o governo poderá ver-se
obrigado – dependendo da magnitude desse excesso – emitir, a fim de pagar os
portadores dessas divisas (mais exportações que importações)
- aumentos salariais
Os aumentos salariais, quando concedidos de maneira indiscriminada, são ao
mesmo tempo conseqüência da inflação e causa de seu desenvolvimento,
porquanto aumento de preços, os quais, por sua vez, irão provocar novos
aumentos de salários, formando-se assim, um círculo vicioso.
- guerras
Por ocasião dos movimentos armados, as indústrias que produziam bens para o
consumo da população passam a produzir material bélico. Grande parte da mãode-obra é convocada para as forças armadas. Desse modo, há abundância de
empregos e, sendo a mão-de-obra escassa, os salários aumentam (a não ser que
haja um rígido controle por parte do governo)
Os Males da Inflação
O principal mal da inflação consiste justamente no fato de que os preços não sobem
nem igual nem simultaneamente para todos os produtos e para todas as classes. Os
preços dos bens de consumo vital, por exemplo, sobem mais rapidamente. Há mais: a
inflação atinge de modo diferente as várias classes; as que mais perdem são as
possuidoras de rendimentos fixos, tais como os proprietários que percebem aluguéis
congelados, os portadores de títulos da dívida pública, etc. A seguir vêm os que
percebem salários, os quais tem o seu poder aquisitivo cada vez mais baixo. O nível
geral de salário sobe, mas sempre depois de haver subido o nível geral dos preços,
criando, em conseqüência, uma situação de inferioridade para os que vivem de
ordenados.
Medidas antiinflacionárias
A expansão do crédito terá de ser contida. Deverão ser elevados os percentuais de
depósitos obrigatórios que os bancos são obrigados a manter congelados junto ao Banco
Central. Deverá haver recusa de créditos para projetos de longo prazo de maturação,
salvos casos muito especiais. As vendas a prestação deverão ser contidas, mediante a
exigência de uma maior entrada inicial e diminuição do número de prestações.
A produção, porém, não pode ultrapassar a capacidade dos fatores de produção. Assim
sendo e a não ser que haja um grande aperfeiçoamento nas técnicas produtivas, a
produção nacional só poderá aumentar, em média, de 5% a 7% ao ano, quando muito.
Ora, se expandirmos o crédito em 20% ou 30% ao ano em termos reais, iremos acentuar
ainda mais o desequilíbrio entre a procura e a oferta de bens e serviços.
Essa produção somente poderá aumentar satisfatoriamente mediante o emprego de
novos fatores de produção ou de novas técnicas produtivas. Nesse sentido far-se-á
necessária a aplicação, por parte do governo, de uma política de atração de novos
capitais.
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