MACRO I AS CONTAS NACIONAIS PROFESSOR: CLAUDIO MONTEIRO CONSIDERA CAPÍTULO 8 O RESTO DO MUNDO O RESTO DO MUNDO Resto do Mundo: agrupamento que reúne todos os setores institucionais nãoresidentes As relações econômicas e financeiras da economia nacional com o Resto do Mundo são, portanto, relações entre os setores institucionais residentes e os nãoresidentes. O RESTO DO MUNDO As relações da economia nacional com o Resto do Mundo têm como principal característica a complementaridade. Obtenção de bens e serviços e fatores de produção de que não dispõem. A existência doméstica condicionada a ser competitiva internacionalmente. AS TRANSAÇÕES COM O RESTO DO MUNDO Importações de bens e serviços a importação pela economia nacional de bens e serviços produzidos pelo Resto do Mundo reflete suas necessidades em termos de: • fatores de produção, notadamente insumos e equipamentos não disponíveis internamente; • de bens duráveis e não duráveis, , em busca da diversificação do consumo das famílias residentes; e, • de uma série de serviços, todos necessários ao pleno funcionamento da economia doméstica. Geram um fluxo de receitas pagas ao Resto do Mundo ou um fluxo de obrigações financeiras, quando financiadas por não-residentes. AS TRANSAÇÕES COM O RESTO DO MUNDO Exportações de bens e serviços Com a receita obtida com as exportações de bens e serviços, ou com financiamento, será possível realizar as importações, já que estas devem ser pagas, necessariamente, com moedas que tenham aceitação internacional. As exportações, diferentemente, das importações, não estão sob o controle da economia nacional, dependem da demanda do Resto do Mundo. AS TRANSAÇÕES COM O RESTO DO MUNDO pagamentos (ou, vice-versa, recebimentos) por parte de residentes a não-residentes, de rendimentos de fatores de produção de propriedade dos não-residentes. • Nesta categoria estão classificados todos os rendimentos de propriedade, tais como: lucros, juros, aluguéis, salários. transferências unilaterais doações de bens e serviços de residentes para não residentes da economia nacional para o Resto do Mundo (ou vice-versa) • geralmente em espécie, visando socorrer nações amigas; • e remessas de recursos monetários líquidos de não residentes para residentes da economia nacional (ou vice-versa). • Não criam nenhuma contrapartida prévia ou futura. AS TRANSAÇÕES COM O RESTO DO MUNDO Fluxo de capitais entradas de capitais na economia nacional, vinda do Resto do Mundo e as saídas de capitais da economia nacional para o Resto do Mundo. Este fluxo de capitais pode ser de duas espécies: • capitais de risco - investimentos diretos (ou re-investimentos) de empresas não-residentes, na forma de unidades produtivas ou parte delas. capital propriamente dito, novas tecnologias de produto e de produção alteram o regime de propriedade de fatores na economia nacional geram obrigação de pagamentos de rendimentos desses fatores além da sua eventual repatriação. Colateralmente, não-residentes, através do controle das decisões econômicas de suas unidades operando na economia nacional, passam a responder por parte das decisões econômicas da economia nacional. AS TRANSAÇÕES COM O RESTO DO MUNDO Fluxo de capitais • capitais de empréstimos - são aportes de capitais concedidos a residentes, por parte de não-residentes. não alteram, diretamente, o regime de propriedade interna de fatores. geram com o Resto do Mundo obrigações financeiras futuras, na forma de pagamentos de juros e amortização. a dívida externa de uma nação constitui-se de empréstimos não amortizados. O BALANÇO DE PAGAMENTOS O registro dessas transações é feito numa peça contábil que se intitula Balanço de Pagamentos a confecção é de responsabilidade do Banco Central. Os registros contábeis no balanço de pagamentos são feitos dentro do princípio das partidas dobradas, em dois grupos de contas: • as contas operacionais e • as de caixa. • A um débito em uma delas, corresponde necessariamente um crédito na outra. O BALANÇO DE PAGAMENTOS As contas operacionais As contas operacionais registram os fatos geradores do recebimento ou da transferência de recursos do exterior, tais como, as importações e as exportações de bens e serviços, as remunerações de fatores de produção, os investimentos, os empréstimos, etc. As transações das contas operacionais, para as contas nacionais, são operações de bens e serviços (exportações e importações), ou operações de apropriação de rendas entre residentes As contas de caixa as contas de caixa registram o movimento dos meios de pagamento internacionais, tais como, ouro monetário, direitos especiais de saque, etc.. as transações registradas nas contas de caixa são, na classificação das contas nacionais, operações financeiras e, como tais, registradas nas contas financeiras A ESTRUTURA DO BP O Balanço de Pagamentos divide as transações entre a economia nacional e o Resto do Mundo em dois grandes grupos: as transações correntes - registram as movimentações de mercadorias (bens) e serviços, incluindo aquelas transações que se referem à remuneração de serviços de fatores de produção , tais como salários, juros, dividendos, e as transferências unilaterais os movimentos de capital – pode ser: autônomos ou compensatórios • Os movimentos de capitais autônomos registram as transferências de moeda, títulos de crédito e de investimentos • Os capitais compensatórios por sua vez fazem parte das contas de caixa, que são ditas abaixo da linha, ou seja, do resultado do balanço. as transações correntes junto com os movimentos de capitais autônomos, são transações das contas operacionais, enquanto as referentes aos movimentos de capitais compensatórios, são transações contabilizadas nas contas de caixa. os movimentos de capital compensatórios são as contrapartidas das transações correntes e dos movimentos de capitais autônomos, levando a concluir que o saldo do balanço de pagamentos será sempre idêntico à soma dos capitais compensatórios. A ESTRUTURA DO BP Figura 8.1 Estrutura Geral do Balanço de Pagamentos ___________________________________________________________________________________________ Pagamentos Recebimentos ao Resto do Resto do Mundo do Mundo ___________________________________________________________________________________________ I) Balança Comercial Exportações de Mercadorias (fob) Importações de Mercadorias (fob) II) Balança de Serviços Viagens Transporte Comunicações Seguros Serviços Governamentais Outros Serviços (aluguéis de filmes cinematográficos, corretagens e comissões, royalties e licenças, direitos autorais) III) Balança de Rendas Rendas de Capitais (lucros, dividendos, juros) Salários e Ordenados IV) Transferências Unilaterais --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------V) Saldo do Balanço de Pagamentos em Conta Corrente (I+II+III+IV) --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- A ESTRUTURA DO BP __________________________________________________________________________________________ Pagamentos Recebimentos ao Resto do Resto do Mundo do Mundo ___________________________________________________________________________________________ VI) Movimento de Capitais Autônomos Investimentos Diretos Reinvestimentos Empréstimos e Financiamentos Amortizações Capitais de Curto Prazo Outros Capitais Autônomos VII) Erros e Omissões ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------VIII) Saldo Total do Balanço de Pagamentos (V+VI+VII) --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------IX) Movimento de Capitais Compensatórios Reservas Internacionais Haveres a Curto Prazo no Exterior Ouro Monetário Direitos Especiais de Saque Reservas no FMI Empréstimos de Regularização Atrasados ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------