Insper Instituto de Ensino e Pesquisa Certificate in Financial Management – CFM Rafael Martins Prado de Oliveira AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. São Paulo 2013 1 Rafael Martins Prado de Oliveira AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A TCC apresentado ao curso CFM, como requisito parcial para a obtenção do Grau de Especialista em Gestão de Finanças do Insper Instituto de Ensino e Pesquisa. Orientador: Prof Sandro Manteiga São Paulo 2013 AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 2 Resumo OLIVEIRA, Rafael M P. Avaliação do valor de mercado da empresa Redecard S.A. São Paulo, 2013. 26p. TCC – Certificate in Financial Management. CFM Insper Instituto de Ensino e Pesquisa. Neste trabalho é apresentada uma avaliação sobre a empresa Redecard S.A com objetivo de concluir se o preço de R$ 35,00 pela ação da companhia, oferecido pelo grupo Itaú, é compatível com as melhores técnicas para avaliação de empresas. Com base em suas demonstrações financeiras e expectativas de crescimento do mercado foi possível observar que o valor oferecido pelo grupo Itaú está em linha com o valor atual calculado da Redecard S.A. Palavras-chave: Redecard, OPA, Avalição de Empresas, Valor de Mercado, RDCD3. AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 3 Sumário 1. Introdução ................................................................................................................... 4 1.1 Objetivo do processo de avaliação ........................................................................... 4 1.2 Descrição resumida do objeto de análise ................................................................. 4 1.3 Resumo das premissas a serem adotadas ................................................................. 5 2. Fundamentação Teórica ............................................................................................. 5 2.1 Abordagem intrínseca .............................................................................................. 5 2.2 Abordagem relativa ou por múltiplos ...................................................................... 7 3. Descrição do objeto de avaliação ............................................................................... 8 3.1 Histórico da empresa ............................................................................................... 8 3.2 Estruturas organizacionais existentes ...................................................................... 10 3.3 Perspectivas futuras ................................................................................................. 12 3.4 Análise Setorial ....................................................................................................... 14 3.5 Análise de Riscos ..................................................................................................... 15 3.6 Resultados Esperados .............................................................................................. 16 4. Premissas da Avaliação ............................................................................................. 16 4.1 Expectativas para a geração de caixa ...................................................................... 16 4.2 Projeções econômicas ............................................................................................. 17 4.3 Projeções do negócio ............................................................................................... 18 4.4 Custo de Capital ....................................................................................................... 18 5. Estimativa do Valor por Fluxo de Caixa Descontado ............................................... 20 5.1 Valor do período de projeção .................................................................................. 21 5.2 Valor da perpetuidade ............................................................................................. 23 6. Analise de Sensibilidade .......................................................................................... 23 7. Conclusão ................................................................................................................. 24 8. Referências ................................................................................................................ 25 AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 4 1. INTRODUÇÃO 1.1 Objetivo do processo de avaliação Conforme edital registrado na CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o Banco Itaú Unibanco anunciou seu interesse em realizar uma OPA (Oferta Pública de Aquisição) para os acionistas da empresa Redecard S.A listada no Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). De acordo com o edital, o banco já é controlador da Redecard e pretende fechar o capital da empresa ofertando o valor de R$ 35,00 por ação aos demais acionistas. O objetivo desse trabalho é avaliar se o valor oferecido pelo banco converge com os resultados obtidos por meio das técnicas de avaliação de empresas. As informações resultantes desse estudo podem ser usadas pelos diversos stakeholders de ambas as empresas para avaliar a viabilidade do negócio. Também pode ser usado como referência a demais situações de OPA. 1.2 Descrição resumida do objeto de análise A empresa Redecard S.A., inscrita sob o CNPJ 01.425.787/0001-04, é uma sociedade por ações de capital aberto, com sede no munícipio de Barueri, estado de São Paulo. As principais atividades da empresa são: (i) credenciar pessoas físicas e jurídicas, prestadoras de serviços ou fornecedoras de bens para utilizar cartões de crédito e débito como meio de pagamento; (ii) fornecer os equipamentos eletrônicos que permitam que essas transações ocorram com uso de cartões e (iii) realizar o processamento das operações entre os portadores de cartões, os estabelecimentos comerciais, os bancos emissores e as bandeiras. Constituída em 02 de setembro de 1996, a companhia registrou sua abertura de capital em 11 de julho de 2007. Negociada por meio do código “RDCD3”, seu valor de mercado, conforme divulgado pela BM&F Bovespa, é de cerca de R$ 22,2 bilhões com R$ 11,1 bilhões de ações em circulação (em agosto/2012). AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 5 1.3 Resumo das premissas a serem adotadas O trabalho terá como premissa a não ocorrência de eventos que mudem significativamente o atual mercado de meios de pagamentos, como introdução de novos players, tecnologias ou dinâmicas de negócios que possam comprometer o processo de avaliação da empresa. Também tem como base que não ocorrerão alterações drásticas nas condições políticoeconômicas no Brasil e no mundo. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Para avaliar se o preço oferecido pelo Itaú pela compra das ações da Redecard está em linha com as melhores práticas de avaliação de empresas, serão utilizadas duas técnicas: avaliação por fluxo de caixa descontado (FCD) e por múltiplos de mercado. Damodaran (2007) propõe o uso desses métodos, respectivamente chamados pelo autor como abordagem intrínseca e relativa, como forma de calcular o valor de uma empresa. 2.1 Abordagem intrínseca Segundo Damodaran (2007), essa abordagem tem como base a técnica usual nas empresas para avaliação de projetos, ou seja, dado um projeto, qual é a estimativa futura de fluxo de caixa e, trazido a valor presente, verifica-se se a receita futura justifica o investimento atual. Para avaliar empresas, a mecânica é bastante similar. É preciso estimar o fluxo de caixa futuro. Uma estimativa adequada para projetar fluxos de caixa observa: (i) a capacidade de geração de receita futura da empresa com base nos ativos já existentes, (ii) se a atividade da empresa está relacionada com alguma variável que influencie seu faturamento futuro, como por exemplo o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) e (iii) quanto tempo a partir da data atual a taxa de crescimento anual da empresa se estabiliza, tornando-se praticamente constante. Onde: N (anos), r (taxa de desconto) e PL (fluxo de caixa) AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 6 Ao aplicar a técnica, Damodaran (2007) expõe que é necessário ter em mente se o fluxo de caixa considerado é aquele do ponto de vista do acionista ou se deve contemplar demais credores. O que ocorre na prática em uma empresa é que, após apurado o lucro operacional, os credores, como bancos, serão prioritariamente pagos, pois a empresa possui uma dívida cujo não cumprimento pode acarretar em um estresse financeiro e a um possível pedido de falência. Já os acionistas, via de regra, são os últimos a receber parte do fluxo de caixa por meio dos dividendos. Portanto, há uma diferença nos cálculos para refletir uma ou outra situação. Abaixo, são apresentadas as diferenças de cálculo entre o Fluxo de Caixa Livre para o Acionista ou na sigla em inglês FCFE (Free Cash Flow to Equity) e o Fluxo de Caixa Livre para a Empresa ou na sigla em inglês FCFF (Free Cash Flow to Firm). Tabela 1: Diferenças entre o FCFE e o FCFF Endividamentos Desconto do fluxo de caixa FCFE FCFF Considera Não considera Por meio do custo de capital do Por meio do custo de capital da acionista (Ke), comumente empresa calculado pelo custo calculado pelo modelo CAPM do credor (Kd) e do acionista (Capital Asset Pricing Model) (Ke), com base na técnica do WACC (Weighted Average Cost of Capital) Perpetuidade Distribuição de dividendos Geração de caixa da empresa cresce a uma taxa constante cresce a uma taxa constante (Valor Terminal) Expressão matemática Como apresentada na tabela, a taxa de desconto do fluxo de caixa futuro muda em função da visão acionista ou empresa. No primeiro caso, a taxa de desconto é comumente calculada pelo CAPM, enquanto na segunda é utilizado o WACC. Para estimar qual o custo de capital do acionista (Ke), William Sharpe sugeriu o modelo CAPM. Para o cálculo, o modelo observa qual é a taxa livre de risco (geralmente associada à taxa dos papéis do tesouro norte-americano), o retorno exigido de mercado (usualmente AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 7 calculado com base em índices de bolsa de valores com carteira de ações bastante diversificada, como por exemplo, o da Bolsa de Valores de Nova Iorque – NYSE) e o beta da empresa (relação entre o comportamento da ação da empresa e do índice da bolsa de valores; ações com beta maior que 1 indicam que o valor da ação da empresa oscila mais que o índice geral da bolsa, sendo de maior risco, ações com beta menor que 1, situação oposta, representa empresas com menor risco comparado com o mercado em geral e empresas com beta igual a 1 possuem comportamento similar ao mercado). A fórmula do CAPM é apresentada abaixo: Já o WACC é a taxa de desconto a ser utilizada no cálculo do valor presente da empresa por meio do Fluxo de Caixa Livre para Empresa ou FCFF (abreviação em inglês). A fórmula do WACC é apresentada abaixo: WACC = %e × Ke + %d × Kd × (1-T) Onde: %e = percentual de capital próprio Ke = custo de capital próprio %d = percentual de dívida Kd = custo da dívida T = alíquota do imposto de renda Portanto, na abordagem intrínseca, realizando a projeção de caixa futuro da empresa e aplicando a taxa de desconto, seja o CAPM no caso do FCFE ou o WACC no caso do FCFF, é possível calcular uma estimativa do valor da empresa. 2.2 Abordagem relativa ou por múltiplos Nessa abordagem, Damodaran (2007) sugere observar como o mercado precifica ativos similares e utilizar tais parâmetros como base para calcular o valor de uma determinada empresa. Os principais múltiplos, ou seja, parâmetros, que são utilizados nessa abordagem são: AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 8 a. Índice preço / lucro b. Índice preço / valor contábil c. Índice preço / vendas d. Índice preço / fluxos de caixa Os múltiplos podem ser usados para compor uma abordagem intrínseca, ou seja, após o cálculo do valor da empresa, comparar se os indicadores apresentados são compatíveis com os múltiplos de mercado. Outra forma é assumir que uma empresa deve apresentar os mesmos múltiplos de mercado, contudo definir quais empresas devem compor o grupo que será usado para cálculo dos múltiplos, em alguns setores, pode ser muito subjetiva, comprometendo os resultados da avaliação. Neste trabalho os múltiplos não serão utilizados, visto que a Redecard faz parte de um setor bastante específico e com poucos concorrentes, tendo apenas um com capital aberto em bolsa que é a Cielo. 3. DESCRIÇÃO DO OBJETO DA AVALIAÇÃO Nesse tópico, será apresentado em maior profundidade o histórico, estrutura, perspectivas futuras e análise setorial da Redecard. A principal fonte de informações é o portal de relacionamento com investidores da empresa, onde foram obtidos os dados sobre histórico e informações do negócio e setoriais da companhia. 3.1 Histórico da empresa O mercado de cartões é composto por vários players, sendo os principais papéis o de emissor, credenciador e bandeira. Para ficar mais claro o escopo de cada atividade, o emissor é a instituição que emite o cartão físico, estabelece o limite de crédito, emite as faturas e fixa as condições comerciais de uso, como anuidades e juros. O credenciador, também conhecido como adquirente, é aquele que habilita o estabelecimento a efetuar transações com um determinado cartão. Para isso fornece os equipamentos onde os cartões serão usados e é responsável pelo atendimento, relacionamento e repasse de valores para o estabelecimento. As bandeiras são responsáveis por habilitar emissores e credenciadores a usarem a sua marca, AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 9 definindo políticas para validação das transações locais e internacionais. São também responsáveis em grande parte pela comunicação e divulgação ao cliente final, sendo bastante conhecidas do público. Em 1970, Citibank, Itaú e Unibanco firmaram uma parceria para fundar uma empresa que realizasse justamente as atividades descritas acima de emissor, credenciador e bandeira necessárias para fomentar o mercado de cartões no Brasil. Dessa parceria surgiu a Credicard. Nas duas décadas seguintes a Credicard aumentou expressivamente a base de cartões emitidos e estabelecimentos credenciados, chegando em 1994 com 5 milhões de cartões emitidos. Nesse período também trouxe novidades como o cartão de débito, que repassa o valor da transação para o estabelecimento comercial até o dia útil seguinte, diferentemente das vendas na opção crédito, estas repassadas ao final do mês. Em 1996, Citibank, Itaú e Unibanco decidiram dar maior foco e aumentar a especialização nos serviços de credenciamento. Dessa decisão, ocorreu o desmembramento da operação de credenciamento da Credicard. A nova empresa criada para dar maior ênfase no serviço de credenciamento foi justamente a Redecard, que já no mesmo ano ganhou um acionista estratégico relevante, a Mastercard, tornando-se a principal credenciadora de bandeiras Mastercard e Diners no país. Em 2007 ocorreu o IPO na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), que levantaram R$ 4,1 bilhões para empresa. Em 2009 a Redecard passou a compor o índice Dow Jones de Sustentabilidade. Nos últimos anos a empresa tem investido em aumentar o volume de transações realizadas na sua rede. Suas principais frentes nesse sentido são (i) aumentar a quantidade de bandeiras atendidas, sobretudo destaques regionais como Sicredi e Hypercard, (ii) expandir a base de estabelecimentos com suas máquinas, em especial para profissionais liberais e vendas porta-aporta, (iii) estimular o uso dos portadores de cartões em suas máquinas, seja por meio de benefícios em companhias parceiras, como programas de milhagem, ou por oferecer novas opções de meio de pagamento, como o celular e (iv) fidelizar e estimular o estabelecimento comercial a optar pela sua rede por meio de serviços financeiros diferenciados e programas de relacionamento que gerem benefícios aos lojistas. Com R$ 22,2 bilhões de valor de mercado em agosto de 2012, os acionistas da Redecard receberam uma oferta do Itaú para fechar o capital, recebendo o valor de R$ 35,00 por ação, o que comparado com o preço de R$ 27,00 por ação no IPO de 5 anos atrás, representa uma valorização de 30%. AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 10 Em 24 de setembro de 2012 o Itaú concluiu o processo de compra das ações da Redecard e fechou seu capital, retirando a empresa da bolsa. 3.2 Estruturas organizacionais existentes Com sede em Barueri – São Paulo, a Redecard possui uma rede de cerca de 1 milhão de máquinas em operação em todo Brasil, presente em todos os municípios com acesso à rede de energia elétrica e comunicações. Para garantir tal capilaridade, a empresa possui 32 filiais, presentes nas principais praças de negócios do país, como capitais e centros regionais: Figura 1: Filiais da Redecard Fonte: Serasa Experian (atualização em fev/2013) Sobre linhas de produtos a receita da Redecard advém de serviços distintos prestados pela companhia, conforme é apresentado no quadro a seguir. AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 11 Figura 2: Origem de receita da Redecard Fonte: Portal de Investidores da Redecard www.redecard.com.br/ri Como é possível observar, sua principal fonte de faturamento é originária das operações com cartões de crédito. Porém cada vez mais a empresa tem investido em novos produtos e tecnologias que diversifiquem sua receita e deem sustentação ao seu crescimento, como serviços de antecipação de recebíveis aos lojistas e uso na sua rede de outros cartões, como e benefícios. O organograma macro da empresa é apresentado abaixo, onde na primeira coluna é apresentado o conselho de administração. As diretorias abaixo do CEO são Vendas, Produtos, Finanças, Recursos Humanos e Marketing, Jurídico e Desenvolvimento Estratégico. A área de vendas é segmentada em clientes de grande porte e pequeno porte para ganhar abrangência e ida ao mercado adequada às necessidades de cada cliente, visto que nesse mercado, tanto as pequenas, quanto as grandes empresas, são fundamentais para o crescimento da Redecard. AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 12 Figura 3: Hierarquia da empresa Fonte: The Official Board (atualização set/2012) 3.3 Perspectivas futuras Comparado com os mercados desenvolvidos existe bastante espaço para crescimento nas operações com cartões no Brasil, conforme é apresentado abaixo: Figura 4: Potencial de pagamentos com cartão Não só a possibilidade de maior uso de cartões pela população brasileira é uma boa perspectiva futura para Redecard, mas também o uso do cartão para operações de maior valor. AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 13 Na comparação com o mercado norte-americano, o Brasil parece estar em um estágio similar ao que ocorreu nos Estados Unidos há cerca de 10 anos: Figura 5: Potencial do crescimento do valor da transação E no comparativo com países europeus, também fica claro que existe espaço para um maior uso do cartão como meio de pagamento, sobretudo quando comparado o percentual de saques em dinheiro versus uso do cartão: Figura 6: Potencial de substituição das transações em dinheiro por cartão AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 14 3.4 Análise Setorial O mercado de credenciadores está concentrado em 3 grandes players: Redecard, Cielo e GetNet (parceira do Santander), com a seguinte divisão de mercado: Figura 7: Mercado de adquirentes no Brasil Fonte: Valor Econômico Conforme gráfico acima, a líder do setor é a Cielo, originária da VisaNet, que foi criada pelo Banco do Brasil, Bradesco e antigos Banco Real e Nacional. Dessa forma, a situação competitiva dos adquirentes está bastante relacionada a sua relação com os grandes bancos de varejo existentes no país. Dessa forma, mesmo existindo grupos internacionais fortes, porém não presentes no Brasil, como First Data e Elavon, o mercado nacional apresenta uma forte barreira de entrada que é a relação dos credenciadores com os grandes bancos, que também os grandes emissores de cartões. O mercado tem se movido de forma a preservar cada vez mais esse oligopólio, uma vez que os estabelecimentos também são cientes dos grandes bancos e colhem benefícios ao usar as máquinas de suas credenciadoras, como por exemplo ocorre na parceria GetNet e Santander. AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 15 3.5 Análise de Riscos Como visto no tópico sobre histórico da Redecard, esse mercado é composto por empresas emissoras, geralmente os grandes bancos, os credenciadores e as bandeiras. Em geral um mercado bastante oligopolizado com poucos e grandes players. Os principais riscos são a entrada de competidores globais e o surgimento de novos modelos de validação de pagamentos junto aos lojistas. No primeiro ponto, a concentração do mercado, sobretudo de emissores, é uma barreira bastante forte. Os riscos nesse sentido são uma associação de um grande banco com um adquirente externo que garanta uma entrada forte no mercado brasileiro. Contudo parcerias regionais não devem ser desprezadas. O risco é relevante, pois há diferentes comportamentos de uso do cartão nos diferentes extratos da sociedade brasileira. Uma estratégia de competição por nicho é bastante plausível. As bandeiras tem visto esse movimento com maior intensidade, com marcas de cartões locais ganhando força. Mesmo os grandes bancos têm enfrentando concorrência de emissores, como o caso dos private labels (cartões emitidos pelas próprias lojas) ou as emissões por cooperativas de crédito, como ocorre fortemente no Sul e Centro-Oeste, com destaque para Sicredi e Sicoob. No segundo ponto, com relação à concorrência nos pontos de vendas, o celular vem despontando como um potencial concorrente ao uso do cartão, assim como a internet. Exemplo dessa nova dinâmica de mercado é a Paggo, em operação pela OI, Banco do Brasil e Cielo. Já na internet, todo um mercado surgiu para validar transações on line, como o Paypal e o pagueseguro da Uol. Essa nova dinâmica, muitas vezes atua em simbiose com os players atuais, porém refletem tendências na introdução de novas tecnologias que concorrem com o uso tradicional do cartão. Com maior número de players, as ameaças a esse setor aumentam, tanto em riscos de inovações que possam colocar em risco o papel do adquirente, quando em concorrência que dá maior opção aos lojistas, gerando concorrência, o que se traduz, muitas vezes em perda de clientes e queda de margem nos serviços prestados. 3.6 Resultados Esperados O resultado esperado do trabalho é apontar se o valor oferecido pelo Itaú aos acionistas da Redecard no valor de R$ 35,00 está alinhado com as melhores práticas de avaliação de empresas. AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 16 4. PREMISSAS DA AVALIAÇÃO 4.1 Expectativas para a geração de caixa A Redecard apresenta um crescimento anual consistente há mais de uma década, conforme é apresentado abaixo: Figura 8: Crescimento anual Fonte: Portal de Investidores da Redecard www.redecard.com.br/ri Considerando a evolução apresentada na figura acima, a Redecard saiu de um faturamento de R$ 270 milhões em 1997 para R$ 3,6 bilhões em 2011. No período o CAGR (Compound annual growth rate) foi de 20,4%, bastante acima do CAGR do PIB brasileiro do mesmo período que foi de 3%, de acordo com a série histórica disponível no IpeaData. Apesar de a empresa crescer muito acima do PIB, a regressão linear entre PIB e faturamento anual da Redecard possui alta correlação (R2 = 0,986), ou seja, movimentam-se de maneira similar. Então, quais seriam as possíveis razões que explicam um crescimento tão acima do PIB no período? Como apresentado em perspectivas futuras, item 3.3, outras variáveis impulsionam o crescimento da empresa: a. Maior uso de cartões pelas famílias brasileiras (figura 4) – CAGR de 10% com base nos últimos sete anos AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 17 b. Uso dos cartões em transações de maior valor (figura 5) – CAGR de 9,2% com base nos últimos sete anos c. Substituição do pagamento em dinheiro pelo cartão (figura 6) – CAGR de 6,4% com base nos últimos quatro anos Quando comparados com mercados desenvolvidos, as variáveis dos itens a, b e c, se mantidos o crescimento histórico anual expresso no cálculo do CAGR, levariam em média 10 anos para alcançar os índices dos mercados maduros, como Estados Unidos e membros da União Europeia. Dessa forma, é esperado que a empresa mantenha crescimento nos próximos 10 anos superior ao PIB, impulsionado por questões de mercado, como maior uso de cartões pelas famílias brasileiras. Após esse período o crescimento tende a ser constante, seguindo os indicadores econômicos. 4.2 Projeções econômicas Com base na pesquisa Focus do Banco Central de 22 de fevereiro de 2013, as projeções de PIB e inflação (IPCA) são: Tabela 2: Projeção de indicadores pela pesquisa Focus de fev/13 2013 2014 PIB 3,10% 3,50% IPCA 5,69% 5,50% Fonte: Pesquisa Focus – Banco Central Na projeção do fluxo de caixa da Redecard para os anos posteriores a 2014, serão utilizadas como base as projeções de 3,50% e 5,50% para PIB e IPCA, respectivamente (mesmos valores de 2014). AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 18 4.3 Projeções do negócio Conforme exposto no item 4.1, os principais indicadores, além dos econômicos, que influenciam a geração futura de caixa da empresa são: (i) maior uso dos cartões, (ii) aumento do uso dos cartões em transações de maior valor e (iii) substituição do pagamento em dinheiro por cartão. Mantidas as taxas de crescimento histórica, em cerca de 10 anos seria possível alcançar os índices atuais de mercados desenvolvidos, como o norte-americano ou dos principais países europeus. Após esse período, será considerado que esses fatores crescerão a taxas constantes atrelados ao desempenho da economia, como crescimento do PIB e da inflação. Na projeção de fluxo de caixa da Redecard para os próximos 10 anos, será acrescida uma taxa de 8,5% que representa a média dos indicadores de projeção de mercado. 4.4 Custo de Capital Conforme apresentado no item 2.1 será utilizada a metodologia do WACC como parâmetro para o custo de capital da empresa. Os dados utilizados para o cálculo seguem na tabela abaixo. Tabela 3: Dados para o WACC Dado Valor Origem Beta desalavancado 0,49 Beta médio do setor nos Estados Unidos (Bd) Fonte: Damodaran Online Valor da empresa R$ 19,6 bi (E) Quantidade de ações: 672.970.705 Cotação em 02/01/2012 (data base das demonstrações financeiras utilizadas nesse trabalho): R$ 29,20 Fonte: ADVFN e RI Redecard Valor da Dívida R$ 2,3 mi (D) Valores das demonstrações financeiras de 2011, já marcados a valor de mercado Fonte: RI Redecard Taxa de imposto (T) 34% Taxa padrão de IRPJ e CSLL, compatíveis com os percentuais históricos apresentados nas demonstrações financeiras AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 19 Fonte: RI Redecard Beta Alavancado 0,49 β a = β d [1 + (1 − T ).( D / E )] (Ba) Taxa livre de risco 5,1% (Rf) Média geométrica de retorno dos títulos do tesouro americano Fonte: Yahoo Finanças Taxa de retorno de 9,23% Média geométrica do retorno da bolsa de valores de mercado Nova Iorque (Rm) Fonte: Yahoo Finanças Risco Brasil 1,4% (Rp) Fonte: Yahoo Finanças Custo do acionista 8,5% (Ke) Inflação americana 1,60% histórica Inflação Brasileira K e = R f + β ( Rm − R f ) + RPais Fonte: Yahoo Finanças 6,5% Base 2011 Fonte: Valor Econômico Custo do acionista em 13,75% {[1+Ke US/(1+Inflaçao US)/(1+Inflação Brasil)-1]} 9,7% Valor presente da relação de dividas da empresa (Ke BRL) Custo da dívida (Kd) com base nas notas explicativas das demonstrações financeiras 2011 Fonte: RI Redecard WACC 13,74% E D WACC = × Ke + × K d × (1 − T ) D+E D+E Como é possível observar no quadro acima, o valor da dívida da Redecard é bastante pequeno frente ao seu valor de mercado, fazendo com que o WACC seja praticamente o valor do custo de capital do acionista (Ke). AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 20 5. ESTIMATIVA DO VALOR POR FLUXO DE CAIXA DESCONTADO Considerando as premissas apresentadas nos tópicos anteriores, apresentaremos a projeção de fluxo de caixa da Redecard para os anos de 2012 a 2016. A projeção toma como base as demonstrações financeiras de 2011, visto que essas são as últimas informações financeiras publicadas, pois o capital da empresa foi fechado em 24 de setembro de 2012. O resumo do ativo e passivo do resultado 2011 segue abaixo com o cálculo da necessidade de capital de giro e os valores de investimentos referentes ao período. Figura 9: Necessidade de Capital de Giro Operacional Ativo Circulante Caixa e equivalentes Contas a receber de clientes Outros Total Ativo Não Circulante Tributos diferidos Depósitos judiciais Intangivel Amortização Imobilizado Depreciação Total X X Total do Ativo Passivo Não Circulan Bancos Provisões Patrimô nio Líquido Passivo Circluante Fornecedores Bancos Salários e encargos Tributos a recolher Dividendos e JCP a pagar Contas a pagar estabelecimentos Valores a repassar as bandeiras Valores a repassar aos bancos Outros contas a pagar Total Capital social Reservas de lucros Total Total Total Passivo + PL 2011 2010 2009 172.081 152.609 131.088 28.249.239 22.399.208 17.006.880 5.463 4.765 35.136 28.426.783 22.556.582 17.173.104 78.404 13.467 117.073 -32.712 829.984 -535.395 470.821 60.693 14.292 78.972 -17.859 758.215 -471.639 422.674 42.028 13.330 20.895 -12.027 636.069 -414.206 286.089 28.897.604 22.979.256 17.459.193 X X X X X X X 50.748 28.664 22.640 2.375.851 967.362 186.958 47.914 45.519 39.831 236.973 176.363 193.899 36.729 22.560 22.204 24.313.214 20.143.418 15.446.731 49.444 45.315 37.302 40.504 22.153 0 134.790 101.816 61.492 27.286.167 21.553.170 16.011.057 367 29.755 30.122 559 24.962 25.521 0 20.954 20.954 568.261 568.261 473.551 1.013.054 832.304 953.631 1.581.315 1.400.565 1.427.182 28.897.604 22.979.256 17.459.193 1 - Ativos Operacionais 2 - Passivos Operacionais 28.327.643 22.459.901 17.048.908 24.873.587 20.563.248 15.801.895 3 - NCG ('1' - '2') 3.454.056 1.896.653 1.247.013 4 - INVESTIMENTOS 211.713 261.578 135.897 AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 21 5.1 Valor do período de projeção As principais premissas adotadas para projeção do fluxo de caixa da Redecard para os exercícios de 2012 a 2016 foram: Tabela 4: Premissas da projeção Dado Crescimento da receita Premissa Aumento proporcional ao PIB, IPCA e indicadores do negócio (vide 4.3) Justificativa A atividade da empresa está diretamente relacionada a expansão da economia com maior uso de cartões como meio de pagamento. Mesma taxa de crescimento de Em apresentação institucional 2011/2010 disponível no site de RI da empresa, há um ponto especifico sobre avançar em eficiência operacional, ou seja, não crescer despesas a taxas maiores que do exercício de 2011 Atrelado ao crescimento anual As principais contas operacionais do PIB são contas a receber de clientes e o contas a pagar aos estabelecimentos. Como a empresa atua em vários segmentos da economia, sua necessidade nesses itens deve crescer de acordo com o PIB Proporcional ao crescimento da A avaliação tem como premissa que receita, mantido os padrões não ocorram mudanças abruptas no históricos. mercado que altere o padrão histórico de comportamentos dessas contas. Despesas Necessidade de Capital de Giro CMV, Despesas Operacionais, Depreciação, Impostos e Investimentos Com base nas premissas do quadro acima, temos a seguinte projeção: Premissas Crescimento da Receita PIB IPCA Projeções de negócios Crescimento das Despesas Necessidade Capital de Giro DRE RECEITA LIQUIDA - CMV = LUCRO BRUTO - DESPESAS OPERACIONAIS = EBITDA - DEPRECIAÇÃO = EBIT - IMPOSTO DE RENDA = NOPAT 2011 6% 6,9% 3.454.056 2011 2.772.506 (784.348) 1.988.158 (545.824) 1.442.334 (10.377) 1.431.957 (674.975) 756.982 2012 15% 0,9% 5,84% 8,5% 6,9% 3.454.367 2012 3.195.036 (903.883) 2.291.153 (583.268) 1.707.886 (11.958) 1.695.927 (576.615) 1.119.312 2013 17% 3,1% 5,69% 8,5% 6,9% 3.455.438 2013 3.747.458 (1.060.164) 2.687.294 (623.280) 2.064.014 (14.026) 2.049.987 (696.996) 1.352.992 2014 18% 3,5% 5,50% 8,5% 6,9% 3.456.647 2014 4.403.263 (1.245.693) 3.157.570 (666.037) 2.491.533 (16.481) 2.475.052 (841.518) 1.633.534 2015 18% 3,5% 5,50% 8,5% 6,9% 3.457.857 2015 5.173.834 (1.463.689) 3.710.145 (711.728) 2.998.417 (19.365) 2.979.052 (1.012.878) 1.966.174 AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 2016 18% 3,5% 5,50% 8,5% 6,9% 3.459.067 2016 6.079.255 (1.719.834) 4.359.420 (760.553) 3.598.867 (22.754) 3.576.114 (1.215.879) 2.360.235 22 Considerando o WACC de 13,74%, temos que o valor descontado do período analisado é de R$ 4 bilhões: = NOPAT + DEPRECIAÇÃO +/- VAR. CAPITAL DE GIRO - INVESTIMENTOS = FCFF 2011 756.982 10.377 (1.557.403) (211.713) (1.001.757) WACC VPL (2012 a 2016) 2012 1.119.312 11.958 (311) (313.050) 817.910 2013 1.352.992 14.026 (1.071) (378.405) 987.542 2014 1.633.534 16.481 (1.209) (456.867) 1.191.938 2015 1.966.174 19.365 (1.210) (549.900) 1.434.429 2016 2.360.235 22.754 (1.210) (660.111) 1.721.667 13,74% R$ 4.054.054,59 5.2 Valor da perpetuidade Na perpetuidade, ou seja, a partir do ano 2016, a premissa é que a receita cresça na proporção PIB e Inflação, 3,5% e 5,5% respectivamente. Com isso o crescimento assumido na perpetuidade é de 9%: WACC g perpetuidade Valor Residual 2016 Valor Residual 2012 R$ R$ 13,74% 9% 37.411.752 VR = FCFF 2016 * 1+g/wacc-g 22.353.995 5.2 Valor da perpetuidade Considerando os cálculos de valor da perpetuidade (valor residual) de R$ 22 bilhões e o valor do fluxo de caixa descontado do período de R$ 4 bilhões, a avaliação final da Redecard totaliza R$ 26 bilhões. 6. ANALISE DE SENSIBILIDADE As principais premissas testadas na análise de sensibilidade são aquelas assumidas na avaliação da Redecard como sendo diferentes dos padrões históricos, ou seja, o crescimento da receita na perpetuidade, as despesas e o capital de giro. Além disso, simularemos cenários com variações de WACC, visto que no caso da Redecard o valor é praticamente composto apenas pelo custo do acionista, visto sua significativa participação na empresa. AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 23 Figura 10: Sensibilidade Receita x WACC CRESCIMENTO DA RECEITA PERPETUIDADE X WACC RECEITA WACC 8,00% 8,50% 9,00% 9,50% 10,00% 12,74% R$ 27 bi R$ 30 bi R$ 33 bi R$ 38 bi R$ 44 bi 13,24% R$ 24 bi R$ 26 bi R$ 29 bi R$ 32 bi R$ 54 bi 13,74% R$ 22 bi R$ 24 bi R$ 26 bi R$ 29 bi R$ 32 bi 14,24% R$ 20 bi R$ 22 bi R$ 23 bi R$ 25 bi R$ 28 bi 14,74% R$ 19 bi R$ 20 bi R$ 21 bi R$ 23 bi R$ 25 bi Conforme apresentado na figura 10, variações no WACC e nas premissas de receita trazem grande volatilidade aos resultados da avaliação, um espectro de R$ 19 até R$ 44 bilhões. Dessa forma, existe uma tolerância de acerto da avaliação, sobretudo nos valores próximos aos dados centrais de 13,74% WACC e 9% crescimento da receita. Figura 11: Crescimento Capital de Giro x Despesas CRESCIMENTO INV CAPITAL DE GIRO (=PIB) X CRESCIMENTO DAS DESPESAS Cap Giro (=PIB) Despesas 2,50% 3,00% 3,50% 4,00% 4,50% 6,00% R$ 23 bi R$ 24 bi R$ 26 bi R$ 29 bi R$ 32 bi 6,50% R$ 23 bi R$ 24 bi R$ 26 bi R$ 29 bi R$ 32 bi 7,00% R$ 23 bi R$ 24 bi R$ 26 bi R$ 29 bi R$ 32 bi 7,50% R$ 23 bi R$ 24 bi R$ 26 bi R$ 29 bi R$ 32 bi 8,00% R$ 23 bi R$ 24 bi R$ 26 bi R$ 29 bi R$ 32 bi O cruzamento dessas informações mostrou que o crescimento das despesas, em uma variação de 6% a 8% não muda o resultado da avaliação de maneira significativa. Contudo o crescimento do investimento em capital de giro, cuja premissa está atrelada ao PIB, traz impactos mais relevantes, podendo o resultado alterar de R$ 23 até R$ 32 bilhões. AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 24 7. CONCLUSÃO O objetivo do trabalho era avaliar se o preço oferecido pelo grupo Itaú para compra da Redecard, de R$ 35,00 por ação, converge com as melhores práticas de avaliações de empresas disponíveis na literatura acadêmica especializada. O resultado da avaliação foi de que a empresa valeria R$ 26 bilhões aproximadamente. Considerando as 672 milhões de ações em circulação no dia da OPA (Oferta Pública de Ações), o valor por ação equivaleria a cerca de R$ 39,00, portanto superior ao preço oferecido pelo Itaú. Contudo, a análise de sensibilidade do tópico 6 desse trabalho mostra como pequenas variações em variáveis como PIB e WACC podem alterar significativamente o resultado do modelo de avaliação. Dessa forma, podemos concluir que o preço oferecido pelo Itaú está sim em linha com boas práticas de avaliação de empresas, não tendo representado uma oferta hostil aos acionistas da empresa. AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A. 25 8. REFERÊNCIAS Site Institucional Redecard: www.redecard.com.br Site de Relação cm Investidores da Redecard: www.redecard.com.br/ri DCI Diário Comércio Industria e Serviços: http://www.dci.com.br/financas/redecard-entrano-indice-dow-jones-de-sustentabilidade-id199687.html Valor Econômico: http://www.valor.com.br/valor-investe/o-estrategista/2521858/o-fechamento-de-capital-deredecard-foi-benefico-aos-minoritari http://www.valor.com.br/financas/2998484/cielo-perde-mercado-para-redecard-no-quartotrimestre Exame: http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/itau-investiu-r-11-3-bi-na-compra-de-acoes-daredecard http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/redecard-conclui-opa-e-deixa-a-bovespa http://exame.abril.com.br/revista-exame-pme/edicoes/0053/noticias/chamada-acobrar?page=3 The Official Board: http://www.theofficialboard.com.br/org-chart/redecard Credit Rating da Serasa Experian: http://www.serasaexperian.com.br/consultas/riscocredito/index.html Avaliação de Empresas 2ª edição – Aswath Damodaran, Editora Prentice Hall Brasil - 2007 Ipeadata: www.ipeadata.gov.br – Série Histórica do PIB Brasil Banco Central – Pesquisa Focus: www.bcb.gov.br/?focus Damodaran Online – Betas: http://pages.stern.nyu.edu/~adamodar/New_Home_Page/datafile/Betas.html ADVFN http://br.advfn.com/bolsa-de-valores/bovespa/RDCD3/cotacao?java=1 Yahoo Finanças http://br.financas.yahoo.com/ AVALIAÇÃO DO VALOR DE MERCADO DA EMPRESA REDECARD S.A.