Síntese do Relatório Julho / 2009 A Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – ELETROBRÁS, hoje se faz presente e atuante no maior programa de investimentos simultâneos, realizado nas últimas décadas no Setor Elétrico Brasileiro. Face aos grandes desafios nacionais, vem a ELETROBRÁS, a partir do Plano de Aceleração do Crescimento – PAC, contando com o apoio de todas as esferas do Governo, em especial, da Presidência da República, da Casa Civil e do Ministério das Minas e Energia. Plenamente alinhada com as diretrizes governamentais, a ELETROBRÁS, já reconhecida no grupo E-8, formado pelas maiores empresas de energia do mundo, ainda está trabalhando num grande programa de formação de Recursos Humanos para atendimento à demanda do setor e no plano de sua própria transformação em uma empresa líder, orientando seus objetivos em sintonia com as demais empresas do Sistema ELETROBRÁS. Nesse contexto, a Segurança e a Saúde no Trabalho continua sendo uma função empresarial prioritária na construção e operação dos novos empreendimentos, bem como de toda a matriz elétrica brasileira, em especial de seu maior patrimônio, os seus Recursos Humanos. Portanto, reafirmamos a importância da parceria com a Fundação Comitê de Gestão Empresarial – Fundação COGE, com o objetivo de consolidar o Relatório Anual de Estatísticas de Acidentes no Setor Elétrico Brasileiro. Este importante documento, destinado à utilização pelas empresas do Sistema ELETROBRÁS, demais empresas do setor de energia elétrica e de outros coligados, instituições de ensino e pesquisa, no Brasil e no exterior, constitui-se numa importante ferramenta de gestão da Segurança e da Saúde no Trabalho, possibilitando o estabelecimento de prioridades nas ações efetivas para a prevenção de acidentes e doenças no trabalho. Finalmente, ressaltamos a nossa satisfação pessoal de apresentação do Relatório de Estatísticas de Acidentes no Setor Elétrico Brasileiro – 2008, que conta com dados relativos a 77 empresas, oportunidade em que agradecemos a todas elas, estatais e privadas, que possibilitaram o desenvolvimento deste trabalho de pesquisa técnica e gestão empresarial. José Antonio Muniz Lopes Presidente da ELETROBRÁS Prólogo ......................................................................... 5 Dados do Setor Elétrico Brasileiro ............................ 9 Comentários .............................................................. 27 Proposições ............................................................... 43 Glossário .................................................................... 44 Prólogo A Fundação COGE - Fundação Comitê de Gestão Empresarial - foi constituída em 05.11.98 por 26 empresas do Setor Elétrico Brasileiro, visando ao desenvolvimento institucional das mesmas e conta, atualmente, com 63 empresas Instituidoras / Mantenedoras: AES SUL AES TIETÊ AES URUGUAIANA AMPLA BANDEIRANTE BOA VISTA BRAGANTINA – EEB BRASCAN CCEE CEA CEAL CEB CEB LAJEADO CEEE CELESC CELG D CELPA CELPE CELTINS CEMAR CEMAT CEMIG CEPEL CEPISA CER CERAN CERON CESP CGTEE CGTF CHESF CHESP CLFSC COELBA COELCE COPEL CORUMBÁ CPEE CPFL CTEEP DMEE DME – PC DUKE ELEKTRO ELETROACRE ELETROBRÁS ELETRONORTE ELETRONUCLEAR ELETROPAR ELETROPAULO ELETROSUL ELFSM EMAE ENERGISA PARAÍBA EPE FURNAS ITAIPU LIGHT MANAUS ONS RGE SANTA CRUZ TRACTEBEL 5 A Fundação COGE, segundo o seu Plano Estratégico 2007/2010, adota um modelo de atuação bastante flexível, com ênfase especial ao aproveitamento e disseminação de experiência e conhecimento, desenvolvidos no âmbito das empresas do Setor Elétrico Brasileiro e à formação de parcerias com entidades e empresas reconhecidamente detentoras de tecnologia de ponta para a implementação de projetos que visem ao desenvolvimento institucional das empresas daquele setor. Os projetos referentes à Segurança e Saúde no Trabalho poderão contemplar, dentre outros: Implantação de Sistemas de Gestão de Segurança e Saúde no Trabalho, Assessoramento em Auditorias Preventivas, Definição de Normas, Políticas e Programas de Trabalho, Desenvolvimento de Campanhas e Elaboração de Laudos Técnicos Periciais e Laudos Ergonômicos. A Missão da Fundação COGE é promover o aprimoramento da gestão empresarial e da cultura técnica do Setor Elétrico Brasileiro, realizando atividades de pesquisa, ensino, consultoria e desenvolvimento institucional, estando aí inserida a melhoria das Condições de Segurança e Saúde das Organizações. Dentre as diretrizes que norteiam a sua gestão, está a de desenvolver ações de responsabilidade social e ambiental, com o desafio estratégico de ser referência nacional e internacional na área de Segurança e Saúde no Trabalho até 2010. 6 • A Fundação COGE vem sendo contratada desde julho de 2000, pela Centrais Elétricas Brasileiras – Eletrobrás, para dar continuidade às atividades inerentes às Estatísticas de Acidentes do Trabalho no Setor Elétrico Brasileiro, sucedendo o GRIDIS - Grupo de Intercâmbio e Difusão de Informações sobre Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, nessa área. • O Contrato firmado com a Eletrobrás, que vigeu até setembro de 2007, trata do Sistema de Promoção da Segurança do Trabalho e da Saúde no Setor Elétrico Brasileiro - SEB, destacandose os seguintes produtos : – Pesquisa, atualização e manutenção da série histórica e consolidação de informações de acidentes com empregados do SEB; – Edição de relatórios periódicos gerenciais online, Informativos de Segurança e Saúde, relatórios trimestrais de acompanhamento gerencial e relatório anual detalhado das estatísticas de acidentes com empregados do SEB, contratadas e população, com versões em português e inglês; – Manutenção e aprimoramento contínuo do sistema de coleta de dados estatísticos, incluindo desenvolvimento de software e análises especializadas por profissionais do meio acadêmico; – Proposição de ações pró-ativas de melhorias e a difusão das melhores práticas desenvolvidas no SEB, por meio de Workshops e Seminários, com destaque ao SENSE – Seminário Nacional de Segurança e Saúde no SEB, a cada 2 anos; – Apuração de dados para premiação das empresas com melhor desempenho, com base em indicadores específicos. 7 Representantes da ELETROBRÁS e da Fundação COGE no Sistema de Promoção da Segurança do Trabalho e da Saúde no Setor Elétrico Brasileiro – Contrato ECE – 133/2005. ELETROBRÁS Presidente JOSÉ ANTÔNIO MUNIZ LOPES Diretor de Administração MIGUEL COLASUONNO Deptº de Gestão de Pessoas ELIOMAR DA SILVA FERREIRA FUNDAÇÃO COGE Presidente MARCO ANTONIO RODRIGUES DA CUNHA Vice-Presidentes JORGE NUNES DE OLIVEIRA ARLINDO CASAGRANDE FILHO Diretor Executivo ROGÉRIO FERREIRA MORGADO Gerente de Segurança e Saúde CESAR VIANNA MOREIRA 8 Quadro Geral Dados Globais 1 - Empresas 2 - Empregados próprios 3 - Horas-Homem de Exposição ao Risco 4 - Acidentados Típicos com Afastamento 5 - Tempo Computado (dias) 6 - Número Médio de Clientes 77 101.451 203.945.395 851 115.758 80.193.592 9 Evolução dos Indicadores Indicadores 1 - Nº de Empregados (média) 2 - Horas-homem de Exposição ao Risco 3 - Acidentados Típicos das Empresas Acidentados com Afastamento Acidentados sem Afastamento Total Conseqüência Fatal Taxa de Freqüência Taxa de Gravidade 4 - Tempo Computado Total (dias) 5 - Acidentados das Contratadas Conseqüência Fatal 6 - Acidentados da População Conseqüência Fatal Ano 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 111.166 229.698.944 101.720 213.095.959 97.148 194.769.389 96.741 201.406.074 97.399 197.324.616 96.591 197.225.194 97.991 196.523.365 101.105 200.219.744 103.672 201.981.289 101.451 203.945.395 1.246 1.023 2.269 26 5,42 903 207.477 1.241 1.009 2.250 15 5,82 688 146.608 1.055 994 2.049 17 5,42 762 148.318 1.059 826 1.885 23 5,26 899 181.109 994 1.050 2.044 14 5,04 638 125.826 1.008 964 1.972 9 5,11 522 102.960 1.007 1.026 2.033 18 5,12 759 149.252 840 918 1.758 19 4,20 719 144.018 906 897 1.803 12 4,49 538 108.756 851 901 1.752 15 4,17 568 115.748 49 49 60 55 66 52 57 74 59 60 330 330 323 327 305 293 324 331 -- -- 10 Taxas de Acidentes das Empresas – Empregados Próprios Empresa AES - Eletropaulo AES - Minas AES - Sul AES - Tietê AES - Uruguaiana AMPLA BAESA BANDEIRANTE BOA VISTA BRASCAN CAIUA CEAL CEB CEEE-D CEEE-GT CELESC DISTRIBUIÇÃO CELG DISTRIBUIÇÃO CELPA CELPE CELTINS CEMAR CEMAT CEMIG DISTRIBUIÇÃO CEMIG ENERGÉTICA CEMIG GER/TRANSM CEPEL Taxa de Taxa de Frequência Gravidade 1,25 27,13 0,50 0,00 0,00 1,11 0,00 2,58 0,00 0,00 4,11 11,74 3,72 5,33 2,90 9,88 5,92 15,43 5,49 8,56 0,76 9,71 2,27 0,00 1,76 2,85 72 1.058 2.980 0 0 4 0 111 0 0 40 680 56 3.507 167 1.711 1.237 157 245 4.667 13 3.725 448 0 25 73 Empresa CEPISA CERON CESP CFLO CGTEE CHESF CHESP CNEE COCEL COELBA COELCE COPEL COSERN CPFL - Geração CPFL - Paulista CPFL - Piratininga CPFL JAGUARI CPFL LESTE PAULISTA CPFL MOCOCA CPFL SANTA CRUZ CPFL SUL PAULISTA CTEEP DME DUKE EDEVP EEB Taxa de Taxa de Frequência Gravidade 1,79 3,45 2,39 0,00 5,11 4,39 0,00 3,49 8,15 5,05 2,49 4,07 15,08 0,00 1,89 0,41 0,00 0,00 0,00 1,63 0,00 1,27 1,75 0,00 2,04 4,54 139 73 94 0 118 84 0 14 20 224 26 143 106 0 206 6 0 0 0 23 0 13 7 0 282 13.643 Empresa ELEKTRO ELETROACRE ELETROBRÁS ELETRONORTE ELETRONUCLEAR ELETROSUL ELFSM EMAE ENERCAN ENERGISA BORBOREMA ENERGISA M GERAIS ENERGISA N FRIBURGO ENERGISA PARAÍBA ENERGISA SERGIPE ENERSUL ESCELSA FURNAS ITAIPU JURUENA LIGHT MANAUS ENERGIA RGE SCGE SULGIPE TANGARÁ BRASIL Taxa de Taxa de Frequência Gravidade 1,19 4,21 2,59 1,51 0,88 7,17 6,17 9,21 0,00 6,51 14,38 11,79 6,90 11,57 5,78 2,90 2,99 4,22 0,00 2,43 6,38 1,51 0,00 14,61 0,00 4,17 176 21 64 89 53 227 9.387 143 0 67 721 90 159 69 582 569 19 56 0 20 2.386 81 0 223 0 568 11 Taxas de Acidentes das Empresas - Força de Trabalho (empregados e contratadas) Empresa AES - Eletropaulo AES - Sul AES - Tietê AES - Uruguaiana AMPLA BAESA BANDEIRANTE BOA VISTA BRASCAN CAIUA CEB CEEE-D CEEE-GT CELESC DISTRIBUIÇÃO CELG DISTRIBUIÇÃO CELPA CELPE CELTINS CEMAR CEMAT CEMIG DISTRIBUIÇÃO CEMIG ENERGÉTICA CEMIG GER/TRANSM CEPISA Taxa de Taxa de Frequência Gravidade 2,02 1,08 0,00 0,00 9,05 1,35 4,03 3,20 13,31 4,64 4,61 4,36 2,03 8,33 8,86 7,45 5,03 21,57 1,15 23,49 3,92 0,00 3,15 4,80 419 1.025 0 0 1.123 40 1.400 96 2.984 83 118 4.962 106 1.127 2.093 2.244 1.888 6.128 696 7.508 817 0 81 177 Empresa CERON CESP CFLO CGTEE CHESP CNEE COCEL COELBA COELCE COPEL COSERN CPFL - Geração CPFL - Paulista CPFL - Piratininga CPFL JAGUARI CPFL LESTE PAULISTA CPFL MOCOCA CPFL SANTA CRUZ CPFL SUL PAULISTA CTEEP DME DUKE EDEVP EEB Taxa de Taxa de Frequência Gravidade 4,10 4,22 0,00 10,53 2,48 2,35 6,51 4,41 3,47 6,68 10,47 0,00 3,59 0,70 0,00 0,00 0,00 3,76 0,00 8,82 3,12 0,48 19,60 6,96 232 138 0 299 74 9 16 1.151 1.559 674 1.609 0 1.444 18 0 0 0 98 0 1.952 53 14 729 25.111 Empresa ELEKTRO ELETROACRE ELETRONORTE ELETRONUCLEAR ELFSM EMAE ENERCAN ENERGISA BORBOREMA ENERGISA M GERAIS ENERGISA N FRIBURGO ENERGISA PARAÍBA ENERGISA SERGIPE ENERSUL ESCELSA FURNAS ITAIPU JURUENA LIGHT MANAUS ENERGIA RGE SCGE SULGIPE BRASIL Taxa de Taxa de Frequência Gravidade 1,75 9,01 1,24 1,86 9,76 6,42 3,39 2,95 11,65 10,92 6,18 11,26 7,20 7,94 3,56 4,05 0,00 5,35 4,72 7,52 0,00 16,14 5,34 647 236 150 69 7.271 112 102 30 534 145 2.294 67 468 1.568 962 82 0 1.052 3.781 3.034 0 334 1.257 12 Empresas predominantemente Distribuidoras - Até 500 empregados em sua Força de Trabalho BOA VISTA CFLO CHESP CNEE COCEL CPFL JAGUARI CPFL LESTE PAULISTA CPFL MOCOCA CPFL SUL PAULISTA DME EDEVP EEB ELFSM ENERGISA N FRIBURGO - De 501 a 2000 empregados em sua Força de Trabalho CAIUÁ CEAL CELTINS CERON CPFL SANTA CRUZ ELETROACRE ENERGISA BORBOREMA ENERGISA M GERAIS ENERGISA SERGIPE SULGIPE 13 - Com mais de 2.000 empregados em sua Força de Trabalho AES – Eletropaulo AES – Sul AMPLA BANDEIRANTE CEB CEEE-D CELESC DISTRIBUIÇÃO CELG DISTRIBUIÇÃO CELPA CELPE CEMAR CEMAT CEMIG DISTRIBUIÇÃO CEPISA COELBA COELCE COPEL COSERN CPFL PAULISTA CPFL PIRATININGA ELEKTRO ENERGISA PARAÍBA ENERSUL ESCELSA LIGHT RGE Empresas predominantemente Geradoras / Transmissoras / Outras AES – Tietê AES – Minas AES – Uruguaiana BAESA BRASCAN CEEE-GT CEMIG GER./TRASM. CEMIG ENERGÉTICA CEPEL CESP CGTEE CHESF CPFL GERAÇÃO CTEEP DUKE ELETROBRÁS ELETRONORTE ELETRONUCLEAR ELETROSUL EMAE ENERCAN FURNAS ITAIPU JURUENA MANAUS ENERGIA SCGE TANGARÁ 14 25 20 CPFL LESTE PAULISTA CPFL JAGUARI CPFL SUL PAULISTA CPFL - Geração CFLO SCGE BRASCAN CEMIG ENERGÉTICA DUKE BOA VISTA AES - Tietê CHESP AES - Uruguaiana JURUENA TANGARÁ BAESA ENERCAN CPFL MOCOCA CPFL - Piratininga AES - Sul CEMAR ELETRONUCLEAR AMPLA ELEKTRO AES - Eletropaulo CTEEP ELETRONORTE RGE CPFL SANTA CRUZ DME CEMIG GER/TRANSM CEPISA CPFL - Paulista EDEVP CEMIG DISTRIBUIÇÃO CESP LIGHT COELCE BANDEIRANTE ELETROBRÁS CEPEL ESCELSA CEEE-GT FURNAS CERON CNEE CEB COPEL CAIUA ELETROACRE ITAIPU CHESF EEB COELBA CGTEE CEEE-D CELPE ENERSUL CELG DISTRIBUIÇÃO ELFSM MANAUS ENERGIA ENERGISA BORBOREMA ENERGISA PARAÍBA ELETROSUL COCEL CELTINS EMAE CEMAT CELESC DISTRIBUIÇÃO ENERGISA SERGIPE CEAL ENERGISA N FRIBURGO ENERGISA M GERAIS SULGIPE COSERN CELPA AES - Minas Taxa de Frequência - Empregados Próprios das Empresas 30 Legenda: 1º Quartil Mediana 3º Quartil 4º Quartil Cerca Superior 15 Cerca Superior - 13,70 10 5 Mediana - 2,85 Média do Setor - 4,17 0 15 1600 CPFL LESTE PAULISTA CPFL JAGUARI CPFL SUL PAULISTA CPFL - Geração CFLO SCGE BRASCAN CEMIG ENERGÉTICA DUKE BOA VISTA AES - Tietê CHESP AES - Uruguaiana JURUENA TANGARÁ BAESA ENERCAN CPFL MOCOCA AMPLA CPFL - Piratininga DME CEMAR CTEEP CNEE FURNAS LIGHT COCEL ELETROACRE CPFL SANTA CRUZ CEMIG GER/TRANSM COELCE CAIUA ELETRONUCLEAR CEB ITAIPU ELETROBRÁS ENERGISA BORBOREMA ENERGISA SERGIPE AES - Eletropaulo CERON CEPEL RGE CHESF ELETRONORTE ENERGISA N FRIBURGO CESP COSERN BANDEIRANTE CGTEE CEPISA COPEL EMAE CELPA ENERGISA PARAÍBA CEEE-GT ELEKTRO CPFL - Paulista SULGIPE COELBA ELETROSUL CELPE EDEVP CEMIG DISTRIBUIÇÃO ESCELSA ENERSUL CEAL ENERGISA M GERAIS AES - Minas CELG DISTRIBUIÇÃO CELESC DISTRIBUIÇÃO MANAUS ENERGIA AES - Sul CEEE-D CEMAT CELTINS ELFSM EEB 2000 Legenda: 1º Quartil Mediana 3º Quartil 4º Quartil Cerca Superior 1.711 2.386 2.980 3.507 3.725 4.667 9.387 13.643 Taxa de Gravidade - Empregados Próprios das Empresas 1200 800 Média do Setor - 568 400 Cerca Superior - 549 0 Mediana - 72 16 50 ENERGISA BORBOREMA CNEE CPFL LESTE PAULISTA CPFL JAGUARI CPFL SUL PAULISTA CPFL - Geração CFLO SCGE CEMIG ENERGÉTICA ENERGISA SERGIPE COCEL AES - Tietê AES - Uruguaiana JURUENA CPFL MOCOCA DUKE CEEE-GT ELETRONORTE CPFL - Piratininga CEMAR AES - Sul BAESA MANAUS ENERGIA EMAE ELEKTRO AES - Eletropaulo CEEE-D ELETRONUCLEAR CELPA COELCE ITAIPU FURNAS COELBA CEMIG GER/TRANSM CERON ENERCAN CELPE BANDEIRANTE CEB CEMIG DISTRIBUIÇÃO ENERGISA PARAÍBA CPFL - Paulista CAIUA CELESC DISTRIBUIÇÃO CESP CPFL SANTA CRUZ CEPISA ENERGISA M GERAIS CHESP LIGHT ENERSUL COSERN ENERGISA N FRIBURGO BOA VISTA ESCELSA AMPLA COPEL EEB CELG DISTRIBUIÇÃO ELETROACRE RGE DME BRASCAN CGTEE ELFSM CTEEP SULGIPE CELTINS CEMAT EDEVP Taxa de Frequência - Empregados das Contratadas 60 Legenda: 1º Quartil Mediana 3º Quartil 4º Quartil 40 30 20 Cerca Superior - 10 Mediana - 4,56 Média do Setor - 0 Obs: Das 77 empresas constantes deste relatório, 6 não apresentaram dados referentes a força de trabalho e 1 não possui contratadas. 17 8000 7000 2000 ENERGISA BORBOREMA CNEE CPFL LESTE PAULISTA CPFL JAGUARI CPFL SUL PAULISTA CPFL - Geração CFLO SCGE CEMIG ENERGÉTICA ENERGISA SERGIPE COCEL AES - Tietê AES - Uruguaiana JURUENA CPFL MOCOCA DUKE CEEE-GT CPFL - Piratininga BAESA EMAE ELETRONUCLEAR ITAIPU CEMIG GER/TRANSM ENERCAN AES - Sul CEB CAIUA CESP CPFL SANTA CRUZ CEPISA ENERGISA M GERAIS ELETRONORTE CHESP CELESC DISTRIBUIÇÃO ENERGISA N FRIBURGO BOA VISTA CERON ELETROACRE ENERSUL DME CGTEE SULGIPE AES - Eletropaulo CEMAR CEMIG DISTRIBUIÇÃO ELEKTRO COELBA AMPLA COPEL EDEVP LIGHT FURNAS COELCE ESCELSA ELFSM BANDEIRANTE COSERN CELPE CPFL - Paulista CELG DISTRIBUIÇÃO CELPA BRASCAN CTEEP ENERGISA PARAÍBA RGE MANAUS ENERGIA CELTINS CEEE-D CEMAT EEB Legenda: 1º Quartil Mediana 3º Quartil 4º Quartil Cerca Superior Obs: Das 77 empresas constantes deste relatório, 6 não apresentaram dados referentes a força de trabalho e 1 não possui contratadas. 11.097 43.273 Taxa de Gravidade - Empregados das Contratadas 9000 6000 5000 Cerca Superior - 4.420 4000 3000 Média do Setor - 1.813 1000 0 Mediana - 271 18 20 CPFL LESTE PAULISTA CPFL JAGUARI CPFL SUL PAULISTA CPFL - Geração CFLO SCGE CEMIG ENERGÉTICA AES - Tietê AES - Uruguaiana JURUENA CPFL MOCOCA DUKE CPFL - Piratininga AES - Sul CEMAR ELETRONORTE BAESA ELEKTRO ELETRONUCLEAR AES - Eletropaulo CEEE-GT CNEE CHESP ENERGISA BORBOREMA DME CEMIG GER/TRANSM BOA VISTA ENERCAN COELCE FURNAS CPFL - Paulista CPFL SANTA CRUZ CEMIG DISTRIBUIÇÃO BANDEIRANTE ITAIPU CERON CESP CEEE-D COELBA CEB CAIUA MANAUS ENERGIA CEPISA CELPE LIGHT ENERGISA PARAÍBA EMAE COCEL COPEL EEB ENERSUL CELPA RGE ESCELSA CELESC DISTRIBUIÇÃO CTEEP CELG DISTRIBUIÇÃO ELETROACRE AMPLA ELFSM COSERN CGTEE ENERGISA N FRIBURGO ENERGISA SERGIPE ENERGISA M GERAIS BRASCAN SULGIPE EDEVP CELTINS CEMAT Taxa de Frequência - Força de Trabalho das Empresas 25 Legenda: 1º Quartil Mediana 3º Quartil 4º Quartil Cerca Superior 15 Cerca Superior - 16,09 10 5 Mediana - 4,08 Média do Setor - 5,34 0 Obs: Das 77 empresas constantes deste relatório, 6 não apresentaram dados referentes a força de trabalho e 1 não possui contratadas. 19 6000 5000 3000 CPFL LESTE PAULISTA CPFL JAGUARI CPFL SUL PAULISTA CPFL - Geração CFLO SCGE CEMIG ENERGÉTICA AES - Tietê AES - Uruguaiana JURUENA CPFL MOCOCA CNEE DUKE COCEL CPFL - Piratininga ENERGISA BORBOREMA BAESA DME ENERGISA SERGIPE ELETRONUCLEAR CHESP CEMIG GER/TRANSM ITAIPU CAIUA BOA VISTA CPFL SANTA CRUZ ENERCAN CEEE-GT EMAE CEB CESP ENERGISA N FRIBURGO ELETRONORTE CEPISA CERON ELETROACRE CGTEE SULGIPE AES - Eletropaulo ENERSUL ENERGISA M GERAIS ELEKTRO COPEL CEMAR EDEVP CEMIG DISTRIBUIÇÃO FURNAS AES - Sul LIGHT AMPLA CELESC DISTRIBUIÇÃO COELBA BANDEIRANTE CPFL - Paulista COELCE ESCELSA COSERN CELPE CTEEP CELG DISTRIBUIÇÃO CELPA ENERGISA PARAÍBA BRASCAN RGE MANAUS ENERGIA CEEE-D CELTINS ELFSM CEMAT EEB 7000 Legenda: 1º Quartil Mediana 3º Quartil 4º Quartil Cerca Superior Obs: Das 77 empresas constantes deste relatório, 6 não apresentaram dados referentes a força de trabalho e 1 não possui contratadas. 7.271 7.508 25.111 Taxa de Gravidade - Força de Trabalho das Empresas 4000 Cerca Superior - 3.260 2000 1000 Média do Setor - 1.257 0 Mediana - 234 20 80 70 10 0 CELESC DISTRIBUIÇÃO COPEL CELPA CHESF MANAUS ENERGIA CEMIG DISTRIBUIÇÃO CEMAT CELG DISTRIBUIÇÃO CEEE-D FURNAS ENERGISA PARAÍBA COELBA COSERN ELETROSUL ENERGISA SERGIPE CEAL CELPE EMAE LIGHT ENERGISA M GERAIS CELTINS SULGIPE CPFL - Paulista ELETRONORTE ITAIPU AES - Eletropaulo ENERSUL CEEE-GT CGTEE CEMIG GER/TRANSM ELEKTRO CEB COELCE ESCELSA CESP CERON BANDEIRANTE RGE ELETROBRÁS ELFSM CEPISA ELETRONUCLEAR CTEEP ENERGISA … AMPLA ENERGISA N FRIBURGO CAIUA CEPEL EEB CEMAR ELETROACRE COCEL AES - Sul CPFL SANTA CRUZ CNEE EDEVP CPFL - Piratininga DME AES - Minas CPFL LESTE PAULISTA CPFL JAGUARI CPFL SUL PAULISTA CPFL - Geração CFLO SCGE BRASCAN CEMIG ENERGÉTICA DUKE BOA VISTA AES - Tietê CHESP AES - Uruguaiana JURUENA TANGARÁ BAESA ENERCAN CPFL MOCOCA Nº de Acidentados Típicos com Afastamento das Empresas - Tipo de Acidente 90 Acidentes Fatais Outros Acidentes que provocaram Doença do Trabalho Acidentes da Função 60 50 40 30 20 Média - 11 21 30 COPEL CEMAT AMPLA CEMIG DISTRIBUIÇÃO CELESC DISTRIBUIÇÃO CELG DISTRIBUIÇÃO COELBA LIGHT CELPA FURNAS CELTINS CELPE COELCE ESCELSA RGE COSERN CTEEP ENERSUL CPFL - Paulista ENERGISA PARAÍBA MANAUS ENERGIA CEEE-D AES - Eletropaulo BRASCAN CGTEE CEPISA CEMIG GER/TRANSM EMAE ENERGISA SERGIPE CESP ELEKTRO CEB ENERGISA M GERAIS SULGIPE ELETRONORTE ITAIPU BANDEIRANTE ELETRONUCLEAR CERON EDEVP ELETROACRE CEMAR CEEE-GT ELFSM AES - Sul CAIUA EEB ENERGISA N FRIBURGO CPFL SANTA CRUZ ENERGISA BORBOREMA CPFL - Piratininga BOA VISTA COCEL DME CNEE DUKE CHESP BAESA ENERCAN CPFL LESTE PAULISTA CPFL JAGUARI CPFL SUL PAULISTA CPFL - Geração CFLO SCGE CEMIG ENERGÉTICA AES - Tietê AES - Uruguaiana JURUENA CPFL MOCOCA Nº de Acidentados Típicos com Afastamento - Empresas x Contratadas 180 150 Contratadas Empresas 120 90 60 Média contratada - 23 0 Média empresa - 11 Obs: Das 77 empresas constantes deste relatório, 6 não apresentaram dados referentes a força de trabalho e 1 não possui contratadas. 22 Histórico das Taxas de Acidentados do Setor - Empregados Próprios 1640 Taxa de Freqüência de Empregados Próprios 16,24 Taxa de Gravidade de Empregados Próprios 14,10 1216 1252 1349 1202 1118 11,57 1021 11,26 966 935 903 859 10,09 886 809 8,03 788 751 746 728 8,19 899 802 8,99 8,58 903 879 672 759 7,84 733 638 6,00 7,31 7,15 6,51 6,26 6,35 6,27 6,096,48 5,90 719 688 686 568 6,77 5,42 5,26 5,82 504 522 538 5,12 5,42 5,04 5,11 4,49 4,17 4,20 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 1994 1993 1992 1991 1990 1989 1988 1987 1986 1985 1984 1983 1982 1981 1980 1979 1978 1977 3,45 23 Acidentados Fatais 400 331 350 Típicos 326 300 Trajeto 250 Contratadas 200 População 150 100 50 60 15 3 0 No Setor 54 13 3 Distribuidoras 2 0 6 5 Geradoras / Transmissoras / Outras 24 Nº de Acidentados com Arco Elétrico por Instalação / Equipamento do SEP 30 Medidor Rede Aérea Subestação Rede Subterrânea Outros 25 25 19 20 18 16 16 15 14 14 15 13 11 14 13 11 11 9 10 8 7 6 6 5 5 6 5 4 4 3 3 2 1 1 1 1 2 1 1 0 1 2 1 0 3 2 2 1 0 0 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 25 250 Usinas e barragens 300 Serviço que interagem com o SEP (telefonia, TV a cabo) Instalação, reparo de antenas Furto de condutor elétrico / equipamentos Cerca, varal energizado Subir ou podar árvores Veículo (atropelamento, batida) Ligação elétrica clandestina Atividades ou brincadeiras Cabo energizado no solo Outras causas Construção ou manutenção civil Nº de Acidentados da População por Causa e Gravidade 350 Morte Lesão Grave Lesão Leve 200 150 100 50 0 26 Comentários 1 Introdução Este compêndio de estatísticas de acidentados, elaborado pela Fundação COGE desde 1999, conforme já destacado em anos anteriores, não se constitui, tão somente, num importante registro histórico do Setor Elétrico Brasileiro, mas sim numa ferramenta inestimável para a construção de um futuro melhor, mais produtivo e eficiente, buscando, ao apurar os resultados, avaliá-los e propor medidas preventivas e corretivas ao alcance das mais diversas empresas do setor, para a preservação do maior bem disponível em nosso planeta, o Ser Humano, a sua vida. No ano de 2008, o contingente de 101.451 empregados próprios do setor conviveu, no desempenho diário de suas atividades, com riscos de natureza geral e riscos específicos, registrando-se 851 acidentados do trabalho típicos com afastamento, acarretando, entre custos diretos (remuneração do empregado durante seu afastamento) e indiretos (custo de reparo e reposição de material, custo de assistência ao acidentado e custos complementares – interrupção de fornecimento de energia elétrica, por exemplo), prejuízos de monta para o Setor de Energia Elétrica. 2 Impactos dos Acidentes 2.1 Em 2008 foram perdidas 925.984 horas em decorrência dos acidentes com lesão, que se comparadas com as 870.048 horas perdidas em 2007, mostram um pequeno aumento de 6%, não acompanhando o crescimento de horas trabalhadas que foi de 1%. Observa-se que esta quantidade de horas perdidas em 2008 equivale ao total de horas trabalhadas durante um ano de uma empresa do porte da ENERGISA MINAS GERAIS ou do CEPEL. 27 2.2 Com base no estudo de Chiara J.F. de Paiva - apoiado na teoria de Heinrich e na Pirâmide de Bird - voltado à realidade dos acidentes no Brasil, que considera ainda os acidentes sem perda de tempo e os acidentes com e sem danos materiais, o custo dos acidentes no Setor Elétrico Brasileiro seria da ordem de: R$ 129.841.476,48. 2.3 Calculando o custo mínimo estimado com os acidentados de 2008, considerando-se as 925.984 horas de trabalho perdidas, obtemos o seguinte: Custo Mínimo Estimado – CME = 5 (dias perdidos* x salário médio/dia no setor) CME 2008= 5 x (115.748 x R$ 102,92) = R$ 59.563.920,80**. * dias perdidos = horas de trabalho perdidas (925.984) dividido pela carga horária diária de trabalho (8h/dia). ** hipótese conservadora uma vez que foi utilizado o multiplicador 5. A literatura técnica disponível indica que o custo indireto de um acidente pode variar de 5 a 50 vezes o seu custo direto. 28 2.4 Calculando o Custo Total Estimado – CTE2008= [50 x (115.748 x R$ 102,92)] na hipótese menos conservadora, considerando-se os acidentes sem perda de tempo e os acidentes com e sem danos materiais, o mesmo seria da ordem de R$ 595.639.208,00. 2.4.1 O Custo Total Estimado dos acidentes do trabalho com empregados próprios das empresas – R$ 595.639.208,00 – representa, por exemplo, o investimento necessário para a construção de 9 PCHs – Pequenas Centrais Hidrelétricas de 30 MW cada, que poderiam atender a uma demanda de cerca de 1.250.000 habitantes. Esse custo representa o investimento em 10.270 km de Redes de Distribuição em média tensão – Spacer Cable. O Custo Total Estimado poderia representar, ainda, o montante aproximado necessário para a construção de 2.127 km de Linhas de Transmissão, em 230 kV, circuito simples, incluindo: levantamento topográfico, projeto de engenharia, materiais e construção. 29 2.4.2 Gráfico de Custo Total Estimado de Acidentes do Trabalho por Ano no Setor Elétrico Brasileiro 30 2.5 A Pirâmide do Setor Elétrico Brasileiro foi elaborada com base em estudos da Fundação COGE, conforme abaixo. (Série histórica do GRIDIS - 1977 a 1998, relatórios de 1999 a 2004 da Fundação COGE e analogia com as Pirâmides do Prof. Frank E. Bird Jr. e da DuPont) 31 2.5.1 Os acidentes fatais, ao longo dos anos, têm como causas principais: origem elétrica, queda e veículos. Tais causas podem ser evitadas, especialmente as duas primeiras, que dependem exclusivamente do cumprimento de procedimentos técnicos de trabalho (planejamento, passo-apasso, supervisão, etc). Portanto, a atuação sistemática na base da pirâmide (atos e condições ambientes de insegurança) e focada também no seu topo (origem elétrica, queda e veículos) proporcionará a melhoria dos resultados das empresas e do Setor Elétrico Brasileiro - SEB. Observa-se na figura anterior, que 1 acidente fatal corresponde a 36.300 atos inseguros e condições ambientes de insegurança (causas básicas), praticados no dia-a-dia de trabalho nas empresas. 2.5.2 No ano de 2008, com a ocorrência de 15 acidentados fatais típicos, número este bem próximo ao do ano anterior, ficou evidenciada uma estimativa de 544.500 (15 x 36.300 – Pirâmide do SEB) atos e condições ambientes de insegurança. Estes atos e condições ambientes de insegurança, em 2008, tiveram um aumento de 25% em relação a 2007, mostrando a necessidade de atuar mais nas causas básicas identificadas e corrigidas na base da pirâmide do setor, no seu cotidiano de trabalho. 32 3 Evolução dos Acidentes 3.1 Cumpre destacar que o Setor Elétrico Brasileiro registrou no ano de 2008 uma taxa de freqüência de acidentados próprios de 4,17, tendo uma redução em relação a taxa de 2007. A tendência de melhoria deste indicador vem sendo continuada, representando a ocorrência de, aproximadamente, 4 acidentados típicos por milhão de horas trabalhadas no setor. Esta performance já se aproxima da meta padrão anual (< 3,00) estabelecida para o SEB. 3.2 Lembramos, como sempre, a necessidade de um processo de melhoria contínua na gestão da Segurança e da Saúde nas empresas do setor, a fim de que suas metas possam ser realmente atingidas e até mesmo superadas, dando-se ênfase às ações preventivas e/ou corretivas e às ações “pró-sociedade” do Ministério de Minas e Energia, da ELETROBRÁS, do Ministério do Trabalho e Emprego, da ANEEL, dos sindicatos e de outros agentes que atuam na promoção da segurança do 3.3 trabalho e da saúde no SEB. Quanto à taxa de gravidade de acidentados das empresas, esta teve um pequeno aumento, passando de 539 em 2007 para 568 em 2008, mas continua próxima a menor taxa de gravidade registrada na série histórica do setor, que foi de 504 em 1997. O aumento dos acidentes fatais contribuiu para a elevação da taxa de gravidade, e, em se tratando de perdas imensuráveis, deve-se buscar continuamente o recomendado nos itens 2.5.1 e 3.2. 33 3.4 A apuração dos acidentes com lesão sem afastamento vem sendo continuada, conforme pode ser observado no quadro abaixo: Em 2008, a relação voltou a ser inferior a 1, indicando uma melhora na apuração dos acidentes sem afastamento, uma vez que esses acidentes deveriam ser em número bem maior que os acidentes com afastamento, conforme indicado nas pirâmides de acidentes. 3.5 Na análise de acidentes de empregado próprios com afastamento, observa-se que apenas 5,8% dos acidentes, foram de origem elétrica e que 11% das condições ambientes de insegurança que contribuíram para ocorrência dos acidentes, foram decorrentes de métodos ou procedimentos arriscados. 3.6 As empresas com taxas de acidentes com a força de trabalho (empregados próprios e de contratadas) acima da média/mediana do Setor Elétrico Brasileiro, devem efetuar a análise e monitoramento do seu sistema de gestão da segurança e saúde no trabalho e, se for o caso, redirecionar programas ou identificar novas ações, inclusive de comparação com as práticas bem sucedidas das empresas líderes de mesmo porte. 34 3.7 No que se refere aos acidentados de contratadas, permanece a necessidade destacada nos relatórios de 2001 a 2007, ou seja, de um esforço maior por parte das empresas contratantes no sentido da apuração sistematizada e mais rigorosa dos dados estatísticos e de ações efetivas para a sua efetiva prevenção. Os serviços terceirizados têm influência marcante nas taxas de acidentes do Setor Elétrico Brasileiro, especialmente na taxa de gravidade, tendo sido registrados 60 acidentes com consequências fatais em 2008. Esse valor apesar de mostrar uma estabilização dos acidentes em relação ao ano anterior (59), trata de vida humana que sabemos não ter preço, continuando muito alto se comparado às 15 ocorrências de acidentados de conseqüência fatal com empregados próprios. 35 Nº de Acidentados Fatais por Ano 74 66 49 60 59 60 57 55 52 49 26 12 15 23 18 14 17 19 9 1999 2000 2001 2002 2003 Acidentados Fatais de Empresas 2004 15 2005 2006 2007 2008 Acidentados Fatais de Contratadas 36 3.8 As taxas de frequência: 6,29 e de gravidade: 1.813 dos acidentes típicos das contratadas estão elevadas e são superiores às taxas de acidentes registradas no histórico do Setor Elétrico Brasileiro a partir de 1977 - taxa de gravidade (época esta, em que a prevenção de acidentes no Brasil ainda era incipiente) e de 1989 – taxa de frequência. Cumpre observar, especialmente, o processo de terceirização das atividades no setor e naquelas de maior risco, iniciado em 1995. Apesar disso, podemos ver no gráfico a seguir, uma redução contínua das taxas de acidentes das contratadas, em especial a de freqüência, que pelo terceiro ano consecutivo apresenta redução, totalizando uma queda de 2,35 pontos na taxa de freqüência. 37 3.9 As principais causas dos acidentados fatais de contratadas em 2008 foram, pela ordem: Origem elétrica (40), Utilização de Veículos (9) e Queda de Estrutura / Poste (5) correspondendo a 90% do total. Os acidentados de origem elétrica representam 67% do total de acidentados fatais de contratadas, o que confirma a relação com a terceirização das atividades de maior risco e que os acidentes estão diretamente ligados aos processos de trabalho. 3.10 O esforço na apuração sistematizada dos acidentes com a população e na sua prevenção (campanhas, inspeções, etc.) ainda se faz necessário. Veja quadro-resumo abaixo: Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 Total de 1058 Acidentes 972 com 995a População 992 1042 920 936 968 957 As principais “causas” destes acidentes em 2008 foram, pela ordem: Construção / Manutenção Civil 303, Cabo Energizado no Solo 77, Atividades ou Brincadeiras 70, Ligações Clandestina 65, Veículo 52, Subir ou Podar Árvores 40, Cerca/Varal Energizado 28, Furto de Condutor Elétrico 26 e Instalação/Reparo de Antenas 25, correspondendo a 72% do total. 38 Histórico das Taxas de Acidentados do Setor 30 2.869 Taxa de Freqüência de Empregados Próprios Taxa de Gravidade de Empregados Próprios 2.533 25 Taxa de Freqüência de Empregados de Contratadas Taxa de Gravidade de Empregados de Contratadas 2.489 20 1.918 1.813 15 10 7,56 8,64 7,14 522 759 5,11 5,12 5 719 4,20 6,59 6,29 538 4,49 568 4,17 0 2004 2005 2006 2007 2008 39 3.11 Quanto aos 331 acidentes fatais com população (35% do total), as principais “causas” variaram um pouco, em relação às causas do total de acidentes, destacando-se: Construção / Manutenção Civil 101, Ligação Elétrica Clandestina 37, Cabo Energizado no Solo 32, Atividades ou Brincadeiras 21, Furto de Condutor Elétrico 13, Cerca/Varal Energizado 11, Instalação e Reparo de Antenas 10, Subir ou Podar Árvores 10, correspondendo a 71% do total. 3.11.1 Em 2008 foram registrados 957 acidentes com a população, resultando em uma média diária de quase 3 acidentes, sendo 1 de natureza fatal. 3.12 A apuração das taxas de frequência: 3,55 e de gravidade: 7.751 dos acidentes com a população, possibilita uma melhor avaliação do problema no setor e indica que os dados devem ser melhor apurados se comparados com os demais indicadores de acidentes do setor 40 3.13 Em 2008, para cada morte por acidente do trabalho de empregado de empresa do Setor Elétrico Brasileiro, corresponderam cerca de 4 mortes de empregados de contratadas e 22 mortes envolvendo a população. Mostrando que os esforços para reduzir acidentes dos empregados próprios tem sido mais eficientes que nas contratadas e na população. 3.14 Em 2008, a Força de Trabalho das empresas (empregados próprios e de contratadas), apresentou taxas de frequência de 5,34 e gravidade de 1.257. Estes valores indicam uma pequena melhora na freqüência e na gravidade devido à redução de acidentes na Força de Trabalho. 41 4 Conclusões 4.1 A análise global dos resultados identifica os seguintes pontos: - a taxa de freqüência de acidentados próprios com afastamento, reduziu para 4,18, alcançando o menor valor em uma década inteira, aproximando da menor taxa de freqüência registrada na série histórica do setor, em 1999 (3,45); - As taxas de freqüência e gravidade das contratadas, apresentaram os menores valores desde 2004, mas continuam elevados se comparados as mesmas taxas de empregados próprios. - os acidentados da população continuam com a média de um acidente fatal por dia, com um total de 331 acidentados fatais em 2008. 4.2 Cumpre ressaltar para nossa reflexão: “O trabalho com segurança e saúde consiste em projetos e atividades desenvolvidos e reformulados permanentemente, consolidados em práticas do dia-a-dia, traduzido em hábitos e não em atos. Portanto, aos que vêm alcançando resultados de excelência, o maior desafio é o da manutenção daqueles hábitos e da conseqüente melhoria contínua do desempenho empresarial.” NOTA: Informações mais detalhadas poderão ser obtidas no Relatório Detalhado, disponibilizado no site da Fundação COGE. 42 Proposições • Como parte do esforço conjunto visando à redução dos índices de acidentes no Setor de Energia Elétrica Brasileiro, a ELETROBRÁS e a Fundação COGE darão seguimento à promoção de ações conjuntas, em vários níveis: – Internacional • pesquisa e comparação de indicadores de desempenho em segurança e saúde de empresas de energia elétrica no exterior, no âmbito de atuação da Fundação COGE; • identificação e divulgação de práticas bem sucedidas adotadas por empresas elétricas. – Nacional • Realização do 7º SENSE – Seminário Nacional de Segurança e Saúde no Setor de Energia Elétrica, em 2011; • continuidade e aprimoramento da premiação para projetos bem sucedidos de gestão da segurança e saúde no trabalho das empresas; • identificação e proposição de ações de divulgação periódica de segurança e saúde para o setor e o público em geral. – Regional • planejamento e realização de workshops sobre estatísticas de acidentes, indicadores proativos e outros encontros sobre temas de interesse das áreas de segurança e saúde, bem como a criação de Grupos Técnicos de Estudos Específicos para o setor nessas áreas. • Realização de cursos sobre estatísticas de acidentes para o setor elétrico. – Local • aprimoramento contínuo no sistema de coleta de dados estatísticos de acidentes e nos 43 relatórios gerenciais. Glossário • • • • • • cerca superior - É um limite que caracteriza que os valores situados acima do mesmo são discrepantes da massa de valores de uma determinada amostra. força de trabalho - Força de trabalho consiste em considerar tanto os empregados próprios da empresa, bem como os empregados das contratadas como se fosse um só grupo de trabalho. média do setor - É uma medida de centralidade calculada a partir do conjunto de valores observados (valores relativos de taxas de freqüência e gravidade) como se pertencessem a uma unidade geral, por exemplo, no setor elétrico, composto por diversas empresas, a média do setor o representa como se fosse uma única grande empresa. mediana - É o valor de observação de posição central de um conjunto de eventos que compõem uma amostra. quartil - Os quartis são valores que dividem os dados em 1/4 do tamanho total da amostra. O primeiro quartil Q1 tem 1/4 dos dados abaixo dele e 3/4 dos dados acima do mesmo. O segundo quartil Q2 é a própria mediana. O terceiro quartil Q3 tem 3/4 dos dados abaixo dele e 1/4 dos dados acima do mesmo. taxa de frequência de acidentados com lesão com afastamento - Número de acidentados com lesão com afastamento por milhão de horas-homem de exposição ao risco, em determinado período. 44 • taxa de frequência de acidentados com lesão com afastamento de contratada - Número de acidentados com lesão com afastamento vezes um milhão, por horas-homem de exposição ao risco (estimada como 2.000 vezes o número de empregados de contratadas), em determinado período. • taxa de frequência de acidentados com lesão com afastamento de força de trabalho - Número de acidentados com lesão com afastamento de empresas mais contratados vezes um milhão, por horashomem de exposição ao risco das empresas mais as horas das contratadas (estimada como 2.000 vezes o número de empregados de contratadas), em determinado período. • taxa de gravidade - Tempo computado por milhão de horas-homem de exposição ao risco, em determinado período. 45 • taxa de gravidade de contratada - Tempo computado (estimado como 6.000 x total de mortes + 500 x total de acidentados típicos graves + 30 x total de acidentados típicos leves) por milhão de horashomem de exposição ao risco (estimada como 2.000 vezes o número de empregados de contratadas), em determinado período. • taxa de gravidade de força de trabalho - Tempo computado da empresa mais o tempo computado das contratadas (estimado como 6.000 x total de mortes + 500 x total de acidentados típicos graves + 30 x total de acidentados típicos leves) vezes um milhão de horas-homem de exposição ao risco da empresa mas as da contratada (estimada como 2.000 vezes o número de empregados de contratadas), em determinado período. 46 Informações EQUIPE TÉCNICA - Segurança e Saúde no Trabalho Cesar Vianna Moreira - [email protected] Zilda Rodrigues da Silva - [email protected] Marcelo Bouzas Barbosa Teixeira - [email protected] Rafael Marino Lelles Abib Nepomuceno - [email protected] Fundação COGE - Gerência de Segurança e Saúde no Trabalho Av. Marechal Floriano, 19 – sala 1102 Centro - Rio de Janeiro – RJ CEP 20080-003 Tel ( 21 ) 3973-8484 / Fax ( 21 ) 3973-8485 e 3973-8486 Home-page: http://www.funcoge.org.br 47