Autor: RENATO CABRAL DE OLIVEIRA FILHO
Título: A FORMAÇÃO CONTINUADA COMO PRÁTICA EM SERVIÇO NUMA
INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PRIVADA: um estudo na Faculdade de
Odontologia de Caruaru
Ano: 2006
Linha de Pesquisa: Formação de Professores e Prática Pedagógica
Palavras-Chave: Formação continuada, saberes docente, reflexividade docente
Resumo
A pesquisa sobre formação continuada é recorrente nas discussões locais,
nacionais e internacionais. Este trabalho trata da Formação Continuada do
docente da Faculdade de Odontologia de Caruaru, onde também atuamos
como professor há 38 anos. Parte da concepção que os docentes têm dessa
formação, como eles a percebem e qual o seu impacto na
construção/articulação/compartilhamento dos saberes docentes e como
refletem sobre a prática exercida. A formação continuada dentro de uma
abordagem crítica assumida em nosso trabalho se distancia da atividade
episódica e instrumental e se aproxima de uma visão pedagógica coletiva em
que a construção dos saberes se dá mediante uma prática social histórica e
contextualizada. O referencial teórico do nosso estudo apóia-se numa
concepção crítico-progressista da educação e o referencial teórico é Giroux,
Freire, Zalbaza, Schön, Zeichner, Sacristan, Pimenta, Ghedin, Vygotsky e
outros. O estudo foi realizado a partir de diferentes procedimentos
metodológicos, como a análise documental, questionários e entrevistas semiestruturadas e assim nos foi permitida uma aproximação com a realidade
investigada. Consideramos e contextualizamos o objeto investigado dentro de
perspectiva qualitativa, sem, contudo, relegar o dado quantitativo, quando ele
foi necessário. A pesquisa revelou que os nossos docentes não têm formação
pedagógica e a formação continuada é quem procura suprir esta lacuna; no
entanto, por ser episódica - semestral - fica muito a desejar e pouca
contribuição traz. Os professores/professoras constroem os saberes
necessários à docência universitária ao longo de suas experiências pessoais e
profissionais, no ambiente acadêmico ou não. Ressaltam, todos eles, a
importância do compartilhamento dos saberes e que aprendem com os mais
experientes. Registram a necessidade de reuniões periódicas e freqüentes
para discussão, troca de experiência e reflexão coletiva sobre o fazer
pedagógico e que estas reuniões sejam encaradas pela Instituição de Ensino
Superior como ato pedagógico e, portanto, passível de remuneração.
Ressaltam que a maior parte deles são horistas e a quase totalidade das horas
trabalhadas na academia se dá em sala-de-aula, clínicas ou horas
burocráticas. Atividades de planejamento, reflexão sobre a prática educativa
são relegadas pela FOC. Reclamam também que as atividades de Formação
Continuada não são consideradas atos pedagógicos remunerados.
Concluímos, também, que uma Formação Continuada, gestada numa
deliberação coletiva dos docentes, pode ser promotora de uma identidade e
profissionalidade docente que, aliada a uma freqüência de reuniões para
discussão e reflexão coletiva, pode levar nossos professores além de uma
racionalidade técnica e se aproximarem de uma epistemologia da práxis.
Orientador: Márcia Maria de Oliveira Melo
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Autor: RENATO CABRAL DE OLIVEIRA FILHO Título: A