Workshop de Atenção à Gestante
Campo Grande – MS
“Experiência em Humanização no Pré-Natal
e Parto”
Ticiana Ramos Nonato
Área Técnica de Saúde da Mulher
Ministério da Saúde
Um pouco de história... para começar a falar em
humanização.
• Gestar e parir hoje:
pluralidade, de acordo
com contextos locais e
globais;
• Tendências comuns:
hospitalização,
profissionalização dos
atores, agentes
vigilantes.
Hieróglifo:
parturição
(6.000 A.C.)
Parto no
século XVII
(A. Boss)
• Medicalização das sociedades ocidentais modernas;
• Inclusão no escopo médico, tratamento a partir da
tecnologia médica (conhecimento, técnicas de
intervenção, arranjos assistenciais);
• Intensas lutas entre profissões e agentes;
• Proliferação da cesariana, das diversas intervenções
médicas, para além da necessidade (procedimentos de
rotina), centralidade no médico.
1930
1950 (pós-guerra)
revisionismo no âmbito
da obstetrícia,
parto como um
surgem vanguardas
evento
diferenciadas
bidimensional:
do modelo típico
aspectos
físicos e psicológicos biomédico,
como a geração
do Parto Sem Dor.
Ferdinand Lamaze:
método psicoprofilático
1970 e 1980
Geração pós-PSD:
parto natural
e ecológico,
1980 e 1990
casal grávido e
medicina alternativa.
Parto humanizado:
validado por
organismos
Internacionais e
governos.
Movimento feminista
PAISM - 1984
Reforma Sanitária
ONG’s
Programas e Políticas
Ministério da Saúde
Proposta de assistência obstétrica que contempla
• postura não intervencionista
• resgate do fisiológico
•ambiência
•participação coletiva na gestão
Qualidade da assistência
(Práticas baseadas em
Evidências)
Direitos das usuárias
(escolha informada)
•modelo de atenção pautado na saúde e seus aspectos
sociais
• simetria das relações entre mulheres, famílias e agentes
de saúde
• autonomia feminina
•diálogo entre os diferentes atores
•melhoria das condições de trabalho dos profissionais
• informação
•direitos humanos,sexuais e reprodutivos
Políticas de humanização da assistência ao parto no Brasil
•
1998 – Prêmio Galba Araújo (5 edições)
•
1999 – Criação dos Centros de Parto Normal
•
2000 – Programa de Humanização do Pré-Natal e Nascimento (PHPN): 94% dos
municípios brasileiros, 2.858.593 gestantes
•
desde 2000 – Programa Trabalhando com Parteiras Tradicionais: 1150 parteiras e
892 profissionais para a atenção ao parto domiciliar
•
2005 – Lei n n◦ 11108, direito à acompanhante no parto realizado pelo SUS
•
até 2006 – Apoio à Especialização em Enfermagem Obstétrica – 34 cursos
apoiados, 640 enfermeiras capacitadas, todas UF’s.
•
2007 – Lei 11634, direito da gestante ao conhecimento e a vinculação à
maternidade
•
Seminários de Atenção Obstétrica e Neonatal Humanizada Baseada em Evidências
Científicas: 457 maternidades qualificadas, 1857 profissionais em todo país.
•
2004 – Pacto Nacional pela Redução da Mortalidade Materna e Neonatal
•
Campanha pelo Parto Normal e Redução das Cesáreas Desnecessárias, em
parceria com a Agência Nacional de Saúde Suplementar.
•
Qualificação para atenção humanizada ao recém-nascido de baixo peso ( Método
Canguru): 1538 profissionais .
•
Doulas Comunitárias – 409 doulas e 86 profissionais multiplicadoras
•
Publicações
•
RDC 036 ANVISA: regulamento técnico para funcionamento dos serviços de
atenção obstétrica e neonatal.
Diretrizes... para subsidiar a qualificação do prénatal e parto
Gestantes/famílias
PRÉ-NATAL
Profissionais
PARTO
PUERPÉRIO
HUMANIZAÇÃO
•Vinculação de unidades que prestam atenção pré-natal às
maternidades/hospitais
Organização da rede
de serviços
•Recursos humanos, físicos, materiais e técnicos
necessários
•Captação precoce das gestantes
•Garantia de atendimento e internamento
•Garantia da realização dos exames complementares
Atendimento da demanda,
com mecanismos de
referência e
contra-referência e
preparação para
necessidades emergentes
•Garantia de acompanhante
•Incentivo ao parto normal e redução da cesárea
•Vinculação à Central de Regulação Obstétrica e Neonatal,
para a demanda excedente
•Transferência da gestante e/ou do neonato em transporte
adequado, mediante vaga assegurada (SAMU);
Elenco mínimo de ações preconizadas
• Captação precoce ( até 120 dias)
• Mínimo de 6 consultas (1°tri:1; 2°tri: 2; 3°tri:3)
• Atenção pós-parto à mulher e recém-nascido: Primeira
Semana de Saúde Integral, consulta puerperal (até 42°
dia).
• Monitoramento por meio do SISPRENATAL:
indicadores de processo, resultado e impacto
Atividades/procedimentos no pré-natal
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Atividades educativas: individuais ou em grupo, pautadas no diálogo e
culturalmente adequadas, incluindo acompanhantes
Escuta ativa: quem é, quais expectativas, o contexto familiar e social da
gestação
Estímulo ao parto normal/vaginal
Classificação de risco gestacional e detecção de problemas
Para gestantes com problemas e comorbidades: vínculo e referência
Registro: prontuário, cartão da gestante
Anamnese e exame clínico-obstétrico
Exames laboratoriais
Imunização antitetânica
Avaliação do estado nutricional, monitoramento, prevenção e tratamento
Prevenção ou diagnóstico precoce do câncer do colo uterino e de mama
Tratamento das intercorrências da gestação
ACOLHIMENTO
Acolher é...
Dar acolhida, dar agasalho, dar crédito, dar
ouvidos, admitir, aceitar, receber, tomar
em consideração.
...humanizar as relações.
Promove-se o acolhimento quando:
• Pergunta-se como gostaria de ser chamada;
• Abrimos espaço para entender a história de uma gestação – dois
nascimentos;
• Consideramos os aspectos emocionais: medos, angustias,
ambivalências;
• Promovemos a ambiência;
• Assistimos com excelência, fornecendo informação e escolhas.
Um pouco de ação... para refletir sobre nossa
contribuição.
• Que histórias eu conheço de partos humanizados?
• Que histórias eu conheço de partos não humanizados?
• Em meu município, como podemos promover ações para a
promoção do acolhimento no pré-natal e parto?
• Quais são os desafios a enfrentar?
• Como?
MUITO
OBRIGADA!
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Slide 1 - Secretaria de Estado de Saúde de MS