1.3. Os paradigmas da
Teologia Prática
Os “paradigmas” da
Teologia Prática (1)
A Teoria sempre recebe o impacto da
história e é condicionada pela sociedade
 Ou seja, não existe uma “teoria pura”, ahistórica, isolada do que está acontecendo
no mundo
 TODO tipo de saber é influenciado pelo
mundo em que se vive, pela filosofia do
seu tempo, pelo seu contexto
Os “paradigmas” da
Teologia Prática (2)
A práxis (prática) sempre tem uma
teoria implícita
 Quando não compreendemos qual é esta
teoria, acabamos sendo engolidos por uma
“ideologia”
 As nossas próprias ações acabam
expressando algum tipo de teoria implícita
Os “paradigmas” da
Teologia Prática (3)
Deve-se rejeitar a idéia de que a teoria tem
primazia sobre a práxis
 Este é o caminho do academicismo
teológico – isolamento da prática
 Quando isso acontece, a teoria se
torna mera doutrina
 A teoria transforma-se numa
“verdade” imposta, opressora
Os “paradigmas” da
Teologia Prática (4)
Da mesma forma, deve-se rejeitar a
primazia da práxis sobre a teoria
 Este é o caminho do tradicionalismo – o
que se faz e como se faz nunca é
modificado
 Neste caso, a teoria acaba apenas
legitimando a prática, podendo ser
manipulada
 Elimina-se a visão crítica da realidade
Os “paradigmas” da
Teologia Prática (5)
A relação entre a teoria teológica e a
práxis eclesial é determinada por uma
contínua tensão bipolar
 A teoria tem uma necessidade constante de
ser verificada na prática
 Ao mesmo tempo, a prática sempre
necessita ser avaliada pela teoria
 Um esquema assim permite que a TP seja
plenamente funcional
TEORIA
PRÁTICA
Os “paradigmas” da
Teologia Prática (6)
Os critérios de validade das ações
propostas pela Teologia Prática devem
ser multidimensionais
 A Teologia Prática desemboca em
propostas de ação da igreja – e existem
várias formas de ação que podemos
escolher
 Estas formas devem ser avaliadas por
critérios que garantam a sua validade
a) Critério cognitivo
 Baseia-se na “verdade objetiva”
 Ou seja, a ação correta é aquela que
obedece ao que é “comprovado”,
“verdadeiro”
 Ao enfatizarmos demais este critério, a
“doutrina” ganha uma importância extrema
 Rubem Alves: “a graça é mediada pelo
conhecimento”
b) Critério instrumental
 Baseia-se na “eficácia”
 Ou seja, a ação correta é aquela que
“funciona”
 Ao enfatizarmos demais este critério, o
“método” ganha uma importância extrema
 Nestes dois primeiros, a linguagem pode se
tornar um meio de construção de meios de
manipulação
c) Critério ético-moral
 Baseia-se na “justiça”
 Ou seja, a ação correta é aquela que “é justa”
 Ao enfatizarmos demais este critério, a “norma”,
a “regra” ganha uma importância extrema
 A linguagem é vista apenas como uma forma de
transmitir as normas
 Enfatiza-se aqui a ética “negativa” – o que não
fazemos é o importante
d) Critério da expressividade
 Baseia-se na “performance”
 Ou seja, a ação correta é aquela que é “sincera”
 Ao enfatizarmos demais este critério, a “autoencenação” ganha uma importância extrema
 A linguagem é vista apenas como uma forma de
comover ou expressar seletivamente a
subjetividade
 Enfatiza-se aqui as “sensações” – o que sentimos
é o importante
e) Critério do consenso
 Baseia-se no “consenso”
 Ou seja, a ação correta é aquela que é discutida
por todos, interpretada por todos, e tomada em
conjunto
 Ao enfatizarmos este critério, nos asseguramos
de que a ação possa ser exercida em conjunto
 A linguagem é vista como: (1) interpretação da
realidade; (2) meio de expressão dos outros
critérios, mencionados ou não aqui
e) Critério da
transcendentalidade
 Baseia-se no trinômio “verdade, bem e
solidariedade”
 Ou seja, a ação correta é aquela que é reta (no
sentido de retidão) e solidária
 Ao enfatizarmos este critério, nos asseguramos
de que a ação possa voltar-se para fora no “eunós”
 A linguagem é vista como uma forma de inclusão
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Os paradigmas da Teologia Prática