Farmacocinética 1 Profa. Christianne Brêtas Vieira Scaramello ORIENTAÇÕES DO MÓDULO DE FARMACOLOGIA/DISCIPLINA MICAI: A nota para aprovação na disciplina Medicina Integral da Criança e do Adolescente (MICA) é 6,0 (seis) e a nota mínima em cada módulo para aprovação é 6,0 (seis). Caso o aluno obtenha 4,0 ≤ nota < 6,0 em algum módulo, deverá fazer a Verificação Suplementar (V.S.) do respectivo módulo e a nota para aprovação nesta V.S. será 6,0 (seis). A responsabilidade de marcação da data da V.S. será do Coordenador do módulo e a sua aplicação ficará sob sua responsabilidade ou de outro professor por ele indicado. A V.S. deverá ocorrer no período previsto no calendário letivo, ou seja, nas duas semanas subseqüentes ao término das aulas da disciplina MICA (21ª ou 22ª semana). Se o aluno não obtiver a nota mínima 6,0 na V.S. do(s) módulo(s), estará automaticamente reprovado na respectiva disciplina (MICA). A vista de prova e/ou revisão de prova poderão somente ser solicitadas pelo aluno até 15(quinze) dias após a divulgação dos resultados das avaliações dos módulos. NÃO SERÁ PERMITIDO AO ALUNO REALIZAR REPOSIÇÃO DE PROVA, 2 EXCETO EM CASOS EXTRAORDINÁRIOS JUSTIFICADOS E COMPROVADOS. BIBLIOGRAFIA UTILIZADA: GOODMAN & GILMAN, As bases Farmacológicas da Terapêutica, 11ª ed. Mc Graw Hill. KATZUNG, Farmacologia Básica e Clínica, 10ª ed. Lange. RANG & DALE, Farmacologia, 6ª ed., Elsevier. SILVA, Farmacologia, 7ª ed., Guanabara Koogan. 3 INTRODUÇÃO À FARMACOLOGIA 4 I – Definição O que é Farmacologia? “Ciência que estuda os fármacos.” FARMACO – fármaco LOGIA – estudo Fármaco: Droga Medicamento 5 II – Subdivisões da farmacologia e áreas relacionadas Farmacoepidemiologia Farmacovigilância Farmacoeconomia Assistência farmacêutica Psicofarmacologia Farmacologia clínica Farmacologia veterinária Biofarmacêutica Toxicologia Química médica Farmacogenética Farmacogenômica Ciência farmacêutica 6 III - Farmacologia e Farmácia: aspecto histórico Desenvolvimento de fármacos • Conhecimento da fisiologia / bioquímica normais • Conhecimento da fisiopatologia • Proposição de alvos farmacológicos • Planejamento/Desenvolvimento de novas moléculas: relação estrutura X atividade • Ensaios biológicos: “In vitro” • Testes pré clínicos em animais: 2 a 6 anos • Testes clínicos em seres humanos “Ex-vivo” “In vivo” Fase 1: Pessoas sadias Fase 2: Seleção de pacientes Fase 3: Estudos amplos – doentes com doses definidas Fase 4: Avaliação do processo – acompanhamento pela Vigilância Sanitária de medicamentos liberados no mercado • Assistência Farmacêutica 7 IV – Estudo da Farmacologia Etapas entre a administração de um fármaco e a produção de seu efeito: Fase Farmacêutica MEDICAMENTO ADMINISTRAÇÃO DISPONIBILIZAÇÃO DO FÁRMACO Fase Farmacocinética ABSORÇÃO FÁRMACO NA CIRCULAÇÃO SISTÊMICA Fase Farmacodinâmica TECIDOS DISTRIBUIÇÃO BIOTRANSFORMAÇÃO ELIMINAÇÃO INTERAÇÃO FÁRMACO – RECEPTOR EFEITO FARMACOLÓGICO 8 IV – Estudo da Farmacologia FARMACOCINÉTICA O que o corpo faz com o fármaco Absorção – Distribuição – Biotransformação – Eliminação Farmacocinética Clínica e a racionalização de esquemas terapêuticos Estado de equilíbrio estável (4 t1/2) 2 C.m.t. Concentração JANELA TERAPÊUTICA C.m.e. 1 0 1 2 3 4 5 6 Tempo (múltiplos da meia-vida de eliminação) FARMACODINÂMICA O que o fármaco faz com o corpo Interação fármaco-receptor – Mecanismo de ação dos fármacos Efeitos farmacológicos desejados x indesejados 9 MECANISMOS DE INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA 10 Classificação das interações medicamentosas de acordo com o índice de risco Classificação Característica / Conduta A Nenhuma interação conhecida B Nenhuma ação necessária C Monitorar terapia Benefício > risco Ajuste de dosagem D Considerar modificação da terapia Benefício > risco ? Ajuste de esquema terapêutico Agentes alternativos ? X Evitar combinação Benefício < risco 11 Mecanismos Farmacodinâmicos Quando um fármaco interfere na ação de outro: - Interações aditivas ou sinérgicas - Interações antagônicas (fisiológicas ou farmacológicas) 12 J Pharm Pharmaceut Sci (www. cspsCanada.org) 9 (3): 427-433, 2006 Prevalence of Potential Drug-Drug Interactions and its Associated Factors In a Brazilian Teaching Hospital. Joice Mara Cruciol-Souza and João Carlos Thomson Departamento Tecnologia de Alimentos e Medicamentos; Universidade Estadual de Londrina (UEL); Londrina-PR, Brazil. Departamento de Cirurgia; Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina (HU da UEL); Londrina-PR, Brazil. Received, July 31, 2006; Revised December 21, 2006; Accepted December 22, 2006; Published, December 31, 2006 ______________________________________________ Tabela 1. Características das amostras de prescrição Características Casos Controles 12 – 98 (51.5 ± 21.4) 12 – 97 (50.6 ± 19.2) Número de prescrições 1–4 1-3 Número de medicamentos 2 – 20 2 - 17 Número de códigos ATC 1-8 1-8 Total (1785) 887 898 Idade (anos) CONCLUSÕES: Pacientes do sexo feminino [(OR)=1.23 (P=0.035)], do setor de cardiologia [OR=7.87 (P=0.0000)], hospitalizadas no final de semana [OR=1.24 (P=0.039)], com idade superior a 55 anos [OR=1.5 (P=0.0008)], e recebendo 7 ou mais medicamentos, incluindo digoxina [OR=16.79 (P=0.0000)], devem ser monitoradas cuidadosamente em função da significativa correlação com 13 DDIs em potencial. Digoxina Monitorar ECG • Bloqueadores -adrenérgicos (tipo C) Verapamil, diltiazem (tipo D) Redução condução / automaticidade SA ou AV Redução da contratilidade • Diuréticos kaliuréticos (tipo B) Aumento do efeito da digoxina Risco de intoxicação digitálica •Diuréticos poupadores de potássio (tipo C) Redução do efeito da digoxina 14 Eur. J. Clin. Pharmacol., v.62, p. 749-756, 2006 Detection of potential drug interactions – a model for a national pharmacy register. Astrand, B.; Astrand, E.; Antonov, K. & Petersson, G. 2.468 pacientes de 65 a 85 anos, 998 sujeitos a interações medicamentosas potenciais 2334 casos categorizados em 4 tipos (A – D) 119 casos tipo D Efeitos adversos severos e perda de efeito farmacológico dificilmente evitadas por ajuste do esquema terapêutico Exemplos de interações do tipo D e a freqüência média de incidência observada Adaptado de Astrand et al., 2006 Exemplos Incidência Ipratrópio e 2 agonistas 30 % AINEs e metotrexato 16 % AINEs e varfarina 10 % -bloqueadores e verapamil 7% Nitratos orgânicos e sildenafil 5% 15 Mecanismos Farmacocinéticos (DISPOSICIONAIS) Quando um fármaco interfere na concentração plasmática de outro por alteração dos processos farmacocinéticos: - Absorção - Distribuição - Biotransformação - Eliminação 16 Digoxina Monitorar [digoxina] sérica • Quinidina (D), propanfenona (C), amiodarona (D), nifedipina (C), ciclosporina (D) Redução Clearance e / ou Volume de distribuição - Aumento da Cp • Colestiramina (C), neomicina (C), sulfasalazina (C) Redução da biodisponibilidade - Redução de Cp • Eritromicina (D), omeprazol (B), tetraciclina (B) Aumento da biodisponibilidade - Aumento de Cp • Albuterol (B) Aumento do Volume de Distribuição - Diminuição de Cp 17 PRINCÍPIOS DE FARMACOCINÉTICA 18 FARMACOCINÉTICA I ABSORÇÃO DE FÁRMACOS I – Definição Taxa e extensão na qual um fármaco deixa o seu sítio de administração alcançando a circulação sistêmica. 19 III- Fatores que influenciam a absorção 1) Propriedades físico-químicas do fármaco Lipossolubidade / hidrossolubilidade Grau de ionização do fármaco: pKa X pH do meio Tamanho das partículas e formulação farmacêutica 2) Fatores fisiológicos pH e fluxo sanguíneo no sítio de absorção Área de superfície disponível para absorção Tempo de contato com a superfície de absorção Espessura da membrana Eliminação pré-sistêmica = Metabolismo de primeira passagem 3) Vias de administração Vias enterais Vias parenterais Via Tópica 20 II – Passagem de fármacos através de membranas 1) Estrutura das membranas celulares Cabeça hidrofílica Cadeia de hidrocarboneto (fase hidrofóbica) a- Características Dependem das moléculas lipídicas individuais de cada membrana: Fluidez Flexibilidade Resistência elétrica Impermeabilidade relativa a moléculas polares b- Proteínas de membrana Alvos para ação de fármacos: Receptores Canais iônicos Transportadores 21 MECANISMOS MOLECULARES DE ABSORÇÃO Difusão passiva de fármacos hidrossolúveis Difusão passiva das fármacos lipossolúveis Transporte ativo Pinocitose / fagocitose Difusão facilitada Passagem de substâncias via junções lacunares 22 DIFUSÃO P ASSIV A Características: A favor do gradiente de concentração Alta concentração Baixa concentração Não envolve carregador Não é saturável Fármacos hidrossolúveis 8 A Moléculas que possuem PM menor que 150-200 Exemplos de fármacos hidrossolúveis que penetram nas células através de canas aquosos da membrana: Droga PM Ácido acetilsalicílico Nicotina Furosemida Nicotinamida ( Vit. B3) Sacarina Sulfanilamida Cafeína 180 162 ~ 100 122 183 172 194 23 F á r m a c o s lip o s s o lú v e is C a r a c t e r ís tic a s im p o r t a n t e s d o fá r m a c o : C o n c e n tr a ç ã o ( o u d o s e ) d o fá r m a c o C o e fic ie n t e d e p a r tiç ã o d e lip í d e o / á g u a = L ip o s s o lu b ilid a d e G r a u d e io n iz a ç ã o 24 LIPOSSOLUBILIDADE Quantificação do coeficiente lipídeo / água: Fármaco (x mg) x x x X x x x x X x óleo água Po / a = [óleo] [água] Absorção a partir do estômago em 1 hora (% da Dose) 580 52 1 Barbital Secobarbital Tiopental (pK a=7,8) (pK a=7,9) (pK a=7,6) 25 GRAU DE IONIZAÇÃO Eletrólitos fracos e a influência do pH Ácidos HA Bases Ka A - + H+ B + H+ Ka BH+ pH = pKa - log [BH+] / [B] pH = pKa + log [A-] / [HA] Equação de Henderson Hasselbach Concentração das formas ionizada e não ionizada de um ácido fraco em meios com diferentes valores de pH. Fármaco Plasma Suco gástrico Ácido fraco pKa 4,4 pH = 7,4 pH = 1,4 [A-] 1000 0,001 [HA] 1 1 pH 7,4 não ionizada ionizada pH 1,4 não ionizada ionizada 26 TRANSPORTE ATIVO Características: Transporte contra o gradiente de concentração Baixa concentração alta concentração Envolve proteínas transportadoras específicas Cinética de saturação para carregador Dependente de energia (ATP) ATP ADP 27 PINOCITOSE / FAGOCITOSE Transporte por vesícula Lisosoma Extracelular Extra-celular Fagolisosoma Intracelular Intra-celular 28 DIFUSÃO FACILITADA F CF C CF F 29 TRANSPORTE PARACELULAR F F F F 30 Propriedades físico-químicas do fármaco Tamanho das partículas e formulação farmacêutica Exemplo: Via oral – comprimido x suspensão x solução Forma farmacêutica Desintegração Grânulos Desagregação Partículas finas Solução ABSORÇÂO 31 FATORES FISIOLÓGICOS FLUXO SANGUÍNEO Grande Maior absorção Pequeno Menor absorção Alterado por condições patológicas: Choque, edema, insuficiência cardíaca Alterado por fármacos: beta-bloqueadores, vasoconstritores 32 ÁREA DE SUPERFÍCIE ABSORTIVA Grande Maior absorção Pequena Menor absorção A absorção também aumenta com o tempo de contato. 33 ESPESSURA DA MEMBRANA Menor Maior absorção Maior Menor absorção 34 FARMACOCINÉTICA II: VIAS DE ADMINISTRAÇÃO Efeitos locais X Efeitos sistêmicos Vias: a) Enterais: oral, bucal, retal b) Parenterais: intravenosa, intramuscular, subcutânea c) Tópico: mucosas, pele, conjuntiva 35 Formulações Sólidas - Papelotes (pó) - Cápsulas - Comprimidos ou Tabletes - Comprimido revestido ou Drágeas - Comprimido efervescente - Preparados de liberação controlada - Granulados - Pastilhas - Pílula - Extratos - Supositórios - Óvulos - Adesivos Semi-sólidas - Pomadas (ungüentos) - Pastas - Creme - Geleia - Gel Gasosas Aerossóis Pulverizantes (sprays) Líquidas Soluções Injeções Infusões Xaropes Poções Emulsões Suspensões Colírios Loções Tinturas Extratos fluidos Elixires Linimentos Colodium 36 1) Via oral Procinéticos Antagonistas muscarínicos NaHCO3 x cetoconazol Quinolonas x Ca2+, Al3+, Mg2+ Tetraciclinas x Ca2+ Motilidade Fluxo sanguíneo E s v a z ia m e n t o g á s t r ic o p H d o m e io T e m p o d e t r â n s it o in t e s t in a l In te ra ç ã o Á r e a d e s u p e r fíc ie c o m a lim e n t o s 37 Efeito de primeira passagem: metabolismo pré-sistêmico Intestino Parede do intestino Veia porta Fígado Circulação sistêmica ↓ biodisponibilidade Metabólitos Metabólitos Ativos – Inativos - Tóxicos Fezes * Pró-fármacos: Precursores inativos que, ao serem biotransformados, geram metabólitos com atividade farmacológica. 38 BIODISPONIBILIDADE Conceitos: “Termo usado para indicar a fração de uma dose de fármaco que alcança o seu sítio de ação ou fluido biológico a partir do qual terá acesso ao seu sítio de ligação.” Goodman & Gilman, 10a edição “ A taxa e o grau em que uma preparação terapêutica é absorvida e torna-se disponível no local de ação do fármaco.” Food & Drug Administration / EUA Fator de Biodisponibilidade (F) Fração de uma droga ativa que em uma formulação atinge, sob forma não modificada, seu local de ação ou líquido biológico a partir do qual tem acesso a seu local de ação. 39 Determinação da biodisponibilidade Exemplo: VO Concentração plasmática Máxima (Cmax) Cp (g/ml) Biodisponibilidade Biodisponibilidade = AUC (oral) absoluta (F) AUC (iv) Importância da Biodisponibilidade: Nível Plasmático Efetivo Mínimo Duração de Ação Tempo de Cmax AUC (g/ml x hora) Veloc. Absorção Cmax Quant. abs./elim. Início de Ação Eficácia/Toxic. Duração Ação Horas Administração VO (Formulação e dose = IV) AUC: “area under the curve” – área sob a curva A biodisponibilidade relativa permite comparar as performances de formas galênicas iguais ou diferentes e ainda administradas pela mesma via ou não: Biodisponibilidade relativa = (ASCforma teste x 100) / ASCforma referência 40 BIOEQUIVALÊNCIA EXERCÍCIO: O gráfico abaixo representa as curvas de concentração plasmática (Cp) X tempo (t) para duas marcas comerciais diferentes de um mesmo analgésico sob a forma de comprimidos. Estes comprimidos continham a mesma dose do fármaco, tendo sido ambos administrados pela via oral e acompanhados da mesma quantidade de água. A e B têm a mesma área sob a curva (AUC). O analgésico A já se encontra no mercado e o B é candidato a receber a classificação de genérico. a) Defina biodisponibilidade. b) A e B têm a mesma biodisponibilidade? Por quê? c) O que são bioequivalentes? fármacos d) B poderia receber a classificação de genérico de A? Justifique. 41 RESPOSTA DO EXERCÍCIO: a) Defina biodisponibilidade. A taxa e o grau em que uma preparação terapêutica é absorvida (forma original e ativa) e torna-se disponível no local de ação do fármaco. b) A e B têm a mesma biodisponibilidade? Por quê? Sim, pois têm a mesma AUC. c) O que são medicamentos bioequivalentes? Estatisticamente falando, fármacos contidos na mesma apresentação farmacêutica, administrados na mesma dose, que apresentam mesma biodisponibilidade (AUC) e mesmo pico de Cp (Cmáx), observado no mesmo tempo (tmáx). A curva Cp x t do medicamento teste deve ser sobreponível à curva medicamento de referência. d) B poderia receber a classificação de genérico de A? Justifique. Não, pois apesar de B ter a mesma biodisponibilidade e Cmáx de A, o pico de Cp não é observado no mesmo tempo, logo, não apresenta mesmo tmáx. 2) Vias parenterais mais utilizadas Intravenosa Subcutânea Intramuscular 43 Características das vias mais comuns de administração de fármacos Via Intravenosa (IV) Subcutânea (SC) Padrão de absorção Utilidade especial Limitações Evita absorção Emergências Alto risco de efeitos adversos Efeitos imediatos Ajuste da posologia Injeção lenta Biodisponibilidade 100 % Proteínas e peptídeos Inadequada para sol. oleosas / subst. Imediata para sol. aquosa Lenta e mantida de alto PM insolúveis Grandes volumes Monitorização constante Substâncias irritantes Incômoda / Difícil execução Suspensões insolúveis Inadequada para grandes volumes para Implantes (pellets sólidos) Possível dor / necrose com substâncias preparações de depósito Menor risco de injeção irritantes /abcessos estéreis / infecção Biodisponibilidade 75–100 % intravascular Intramuscular (IM) Imediata para sol. aquosa Lenta e mantida Volumes moderados para Veículos oleosos preparações de depósito Substâncias irritantes Biodisponibilidade 75-100 % Desconforto / hematomas abcessos estéreis ou sépticos Não deve ser administrada durante anticoagulação Pode interfirir em certos exames diagnósticos Oral (VO) Variável Conveniente Requer colaboração do paciente Econômica Disponibilidade errática Mais segura Pode causar irritação da mucosa 44 LEGENDA: Gráfico de concentração plasmática em função do tempo após introdução da mesma dose de fármaco na mesma formulação por quatro vias de administração distintas (intravenosa, intramuscular, subcutânea e oral). 45 3) Outras vias de administração de fármacos Via sublingual Vantagens: Proteção contra metabolismo de primeira passagem Fármacos instáveis em pH gástrico / metabolizados pelo fígado Resposta rápida para fármacos não-ionizados e lipossolúveis 46 Via inalatória Características Absorção através do epitélio pulmonar e membrana de mucosas - Acesso rápido à circulação pela grande área de superfície e rica vascularização Pulmão como via de administração e eliminação Sem efeito de primeira passagem hepática Efeito Local - broncodilatadores para doenças respiratórias Sistêmico – anestésicos gerais em cirurgia * Modificação química do fármaco / Atomização de partículas 47 Via retal Utilidade Efeitos sistêmicos Impossibilidade IV ou VO Efeito local Colite ulcerativa Vantagens Desvantagens Menor efeito de primeira passagem Absorção irregular e incompleta Inadequada para fármacos irritantes da mucosa do reto 48 c) Via tópica Mucosas Altamente vascularizadas Conjuntiva – Nasofaringe – Orofaringe – Vagina – Cólon – Uretra – Bexiga Objetivo: Efeito local Caracteríticas: Absorção rápida Possibilidade de efeitos sistêmicos Pele ÍNTEGRA X ESCORIADA Potencialização da absorção: Aumento da superfície de contato, lesões, fármacos lipossolúveos / veículos oleosos, aumento do fluxo sanguíneo e temperatura local 49 Administração transdérmica 3. Vias de administração utilizadas em ocasiões especiais Características das vias intra-arterial, intratecal e intraperitonial de administração de drogas Via Local de Ocasião de uso Características administração Intra-arterial Artéria do órgão alvo Diagnóstico Valor terapêutico dúbio / Riscos Necessidade de especialistas Sem efeito de primeira passagem e depuração pelo pulmão Intratecal Espaço subaracnóide Raquianestesia (LCE) Infecções agudas SNC Peridural Espaço delimitado pela Alternativa a Dura Máter que circunda raquianestesia Efeitos locais e rápidos nas meninges ou no eixo cérebro-medular Técnica especializada / Riscos Maior risco de efeitos sistêmicos que via intratecal a medula Intraperitonial Cavidade peritonial Procedimento laboratorial Absorção rápida (grande área de superfície vascularização) Efeito de primeira passagem pelo fígado Risco de infecção e aderência 50 e FFaarrm maaccoocciinnééttiiccaa IIIIII D DIIS STTR RIIB BU UIIÇ ÇÃ ÃO O I) Definição Processo pelo qual o fármaco sai da circulação sistêmica, alcançando diversos tecidos. Sítio-Alvo V. Oral V. sublingual V. Subcutânea V. Intramuscular Inalatória Intravenosa Reservatórios Fármaco livre Forma conjugada Excreção Metabólitos Plasma Fígado: (Biotransformação) 51 II) Padrão de distribuição de fármacos 1) Fatores fisiológicos Fluxo sanguíneo tecidual Permeabilidade capilar 2) Propriedades físico-químicas dos fármaco Coeficiente de partição efetivo Ligação a proteínas plasmáticas 52 FATORES FISIOLÓGICOS Fluxo sanguíneo tecidual F lu x o s a n g u ín e o t e c id u a l e t o t a l ( n o r m a liz a d o p e lo p e s o d e u m a d u lto ) F lu x o s a n g u ín e o D é b it o C a r d ía c o M io c á r d io F íg a d o R ín s S N C G o rd u ra O u t r o s ( m ú s c u lo s ) T e c id u a l T o ta l ( m l/ m in ) ( m l/ k g / m in ) 5 4 0 0 2 5 0 1 7 0 0 1 0 0 0 8 0 0 2 5 0 14 0 0 83 3 68 0 3 3 3 3 61 5 2 5 2 5 Rim [F]tecido (mg / L) Cérebro Tecido adiposo 53 Tempo (min) Permeabilidade capilar Característica do tecido Exemplos Tipos de transporte Espaços intercelulares Endotélio renal Transporte paracelular Junções do tipo “tight” Barreira Transporte transcelular (com oclusão) hematoencefálica Capilar do fígado Capilar cerebral Fármaco Fármaco Junção oclusiva Membrana Fendas Basal Célula endotelial astrócitos 54 Placenta Circulação materna Circulação fetal Lado materno da placenta Lado fetal da placenta Fármacos usados durante a gestação podem causar anomalias congênitas ou efeitos indesejados no neonato se administrados antes do parto. • Plasma fetal ligeiramente mais ácido que o materno (7,0 x 7,4) Risco de aprisionamento iônico para fármacos básicos • Placenta não é barreira absoluta de fármacos ! 55 PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DOS FÁRMACOS Coeficiente de partição efetivo (C. P. E.) [Forma não-ionização] X Coeficiente de partição lipídeo / água 56 Relação entre coeficiente de partição efetivo e velocidade de distribuição de diferentes fármacos para o fluido cérebro-espinhal Fármaco pKa Fração NI, Coef. Part. C. P. E., pH Tempo pH 7.4 L / A 7.4 (min) Tiopental 7,6 0,6 3,3 2,0 1,4 Pentobarbital 8,1 0,8 0,05 0,042 4 Barbital 7,5 0,6 0,002 0,0012 27 Ác. salicílico 3,0 0,004 0,12 0,0005 115 Sulfaguanidina > 10 1,0 < 0,001 << 0,001 231 57 PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS DOS FÁRMACOS Ligação a proteínas plasmáticas Tipos Albumina: liga-se a fármacos ácidos Glicoproteína 1ácida: liga-se a fármacos básicos Características da ligação Reversível Não seletiva Saturável Ligação covalente a fármacos reativos (alquilantes) ocorre ocasionalmente Determinantes da ligação “Lei de Ação das Massas” Concentração do fármaco livre - F Afinidade do fármaco pelos locais de ligação – K Concentração de proteínas – P Fármaco livre A (FA) + Proteína (P) Fentanil, diltiazem, lidocaína Ka FA - P Kb Fármaco livre B (FB) FB – P + FA 58 REDISTRIBUIÇÃO a Pl a sm Cérebro Fígado Coração Rins Músculos T. adiposo Tiopental iv 59 Tecidos reservatórios de fármacos Sangue Ossos Digitálicos Tiopental Músculos Gordura -Tetraciclinas -Agentes quelantes de íons metálicos divalentes - Metais pesados - Radio 60 VOLUME APARENTE DE DISTRIBUIÇÃO (Vd) Índice de quanto o fármaco é distribuído para os tecidos Definição conceitual: Volume (Vd) necessário para conter a quantidade (Q) de fármaco na mesma concentração que no plasma (Cp). Definição matemática: Vd = Q / Cp Fatores que influenciam Vd: • Características do fármaco – ligação a proteínas plasmáticas, lipossolubilidade • Características do paciente – hipoalbuminemia, obesidade, sexo, idade 61 Volumes físicos (L / Kg de peso corporal) de alguns compartimentos corporais a que os fármacos podem distribuir-se Compartimento e volume Exemplos de fármacos Água corporal (0.5 – 0.7 L/Kg) Pequenas moléculas hidrossolúveis (etanol) Água extracelular (0.2 L/Kg) Moléculas hidrossolúveis maiores (manitol) Sangue (0.08 L/Kg) Moléculas fortemente ligadas a proteínas Plasma (0.04 L/Kg) plasmáticas e moléculas muito grandes (heparina) Adiposo (0.2 – 0.35 L/Kg) Moléculas altamente lipossolúveis (DDT) Ósseo (0.07 L/Kg) Certos íons (chumbo, flúor) 62 FFA AR RM MA AC CO OC CIIN NÉ ÉTTIIC CA A IIV V B BIIO OTTR RA AN NFFO OR RM MA AÇ ÇÃ ÃO OE EE ELLIIM MIIN NA AÇ ÇÃ ÃO OD DE E FFÁ ÁR RM MA AC CO OS S Definição: BIOTRANSFORMAÇÃO Processo de metabolização de fármacos que ocorrem dentro do organismo, com transformação dos fármacos originais em outras identidades químicas (metabólitos) que podem possuir, ou não, atividade farmacológica ou tóxica. ELIMINAÇÃO Processo no qual os fármacos são excretados do organismo. 63 ELIMINAÇÃO P rrin in c ip a is v ia s a tr a v é s d a s q u a is o s fá rrm m acos e seus tra m e ta b ó lito s s ã o rre e m o v id o s d o c o rrp po R in s S is te m a h e p a to b ilia r P u lm õ e s Suor S a liv a B ile , fe z e s U r in a F o rm a in a lte ra d a o u m e ta b ó lito s p o la re s A m a io ria é re a b s o rv id a a p a rtir d o in te s tin o A r e x p ir a d o A g e n te s a lta m e n te v o lá te is ou gasosos L e ite L á g r im a s 64 Eliminação de fármacos no leite Eletrólitos pH 7,6 pH 6,6 Bases Leite Plasma Substâncias pequenas , não-eletrólitos Etanol uréia Leite Plasma 65 Eliminação renal Arteríola aferente Influxo pela Artéria Renal Arteríola eferente Filtração Capilares peritubulares Reabsorção Secreção Influenciada por: • Idade • Doenças • Fatores ambientais Excreção urinária Plasma venoso renal 66 a- Filtração glomerular AINEs Beta bloqueadores Parâmetros que influenciam: • Taxa de filtração glomerular • Extensão de ligação a proteínas plasmáticas 67 b- Secreção tubular ativa Sangue Penicilinas Diuréticos de alça e tiazídicos, probenecida, Diuréticos tiazidicos AINEs, penicilinas e cefalosporinas Ácido úrico Os mecanismos de secreção tubular das drogas ácidas são independentes daqueles das drogas básicas Urina Exemplos de transportadores: Glicoproteína P – ânions anfipáticos MRP2 – metabólitos conjugados OCDs – bases orgânicas 68 c- Reabsorção tubular passiva CASO 1 S angue T o d a s a s d ro g a s d e p e s o m o le c u la r b a ix o E le v a d o c o e f ic ie n t e d e p a r t iç ã o lip í d io / á g u a ( lip o s s o lú v e l) - N ã o s e io n iz a r e m - P e q u e n o ta m a n h o m o le c u la r U r in a CASO 2 S angue T o d a s a s d ro g a s d e p e s o m o le c u la r b a ix o B a ix o c o e f ic ie n t e d e p a r tiç ã o lip íd io /á g u a ( N ã o lip o s s o lú v e l) - Io n iz a d a s - P e q u e n o ta m a n h o m o le c u la r U rin a Parâmetros que influenciam: Tamanho molecular Coeficiente de partição efetivo grau de ionização e lipossolubilidade pH urinário 69 Retirado de: Gunne & Anggard 1974. ↓ pH: NH4Cl ↑ pH: NaHCO3, acetazolamida 70 Eliminação pelo sistema hepatobiliar Suco gástrico Saliva Fezes Bile Circulação enterohepática T T : Sistema de transporte análogos aos dos rins glicoproteína P. MRP2, OCDs Circulação entero hepática: • Reabsorção de fármacos e metabólitos a partir do intestino Hidrólise enzimática de metabólitos conjugados pela microflora intestinal. Influência de antibióticos? • Dependendo da extensão pode prolongar significativamente a presença de fármacos e seus efeitos no 71 organismo BIOTRANSFORMAÇÃO Sítios: trato gastrintestinal, rins, pulmão e fígado Saturável Substâncias hidrofílicas Substâncias lipofílicas Produtos mais polares Eliminação Metabolização • Reações de Fase I - Funcionalização • Reações de Fase II - Conjugação 72 Fármaco Fase I Exposição / introdução de grupo funcional Oxidação Hidroxilação Dealquilação Fase II Ligação Deaminação covalente Hidrólise Glicuronidação Sulfatação Acetilação Glutation 73 OH COOH COOH OCOCH3 Aspirina AAS HO COOH OH Ácido Salicílico OH O O COOH Glicuronídio 74 Relevância da biotransformação: • Metabolismo de Primeira Passagem • Alteração da biodisponibilidade • Eliminação de fármacos lipossolúveis • Alteração das propriedades físico-químicas de fármacos • Alteração da atividade de fármacos Metabólitos ativos – inativos – tóxicos Ativação de pró-fármacos 75 Fatores que afetam o metabolismo de fármacos Variabilidade interindividual no perfil de metabolização e excreção: • Polimorfismo genético • Doenças • Sexo • Idade •Determinações ambientais 76 P450 F á rm a c o a t iv o M e t a b ó lit o s In ib iç ã o c o m p e titiv a o u n ã o c o m p e titiv a P450 A d m in is tr a ç ã o r e p e tid a S ín te s e d e e n z im a s m ic ro s o m a is P450 F á rm a c o a t iv o M e t a b ó lit o s C im e t id in a E r it r o m i c i n a S u co d e p o m e lo C e to c o n a z o l Q u in id in a F á rm a c o a t iv o M e t a b ó lito s E ta n o l O m e p ra zo l F e n o b a r b ita l R if a m p ic in a T a b a g is m o 77 Reações de Fase I Sistema monooxigenase do citocromo P450 (CYP450) Oxidases de função mista Superfamília de proteínas heme-tiolato Retículo endoplasmático liso (microssoma) N A D P + N AD P H F la v o p r o tr in a ( r e d u z id a ) F la v o p r o tr in a ( o x id a d a ) 2 e - P -4 5 0 -F e 2+ R H P -4 5 0 -F e P -4 5 0 -F e 2+ R H P ro d u to o r ig in a l 1 R -H 1000 CYPs conhecidas e 3 3+ H 2 O P -4 5 0 -F e 3+ 4 O - O 2 2 R -O H P ro d u to o x id a d o 50 CYPs funcionalmente ativas no homem Subfamília (50 % homologia) 17 famílias (40 % homologia) 8 – 10 isoformas (CYP 1, 2, 3) Especificidade pelo substrato Perfis característicos de inibição / indução Regio e estereosseletividade Exemplo: CYP3A4 Família 3, subfamília A, isoforma 4 78 CYP Contribuição no metabolismo Exemplos de substratos CYP3A4 50 % Alfentanila, alprazolam, anlodipino, aripiprazol, bosentana, bromazepam, buspirona, carbamazepina, cetoconazol, ciclosporina, claritromicina, diazepam, diltiazem, efavirenz, estrogênios,progesteronas, fentanila, haloperidol, levonorgestrel, norgestrel,midazolam, repaglinida, pioglitazona, quetiapina, quinidina, salbutamol, sibutramina, ticlopidina, trimetroprima, verapamil, venlafaxina, zolpidem, zolpiclona CYP2D6 25 % Amitriptilina, amoxapina, aripiprazol, betaxalol, captopril, claritromicina, codeína, desipramina, flufenazina, fluoxetina, imipramina, labetalol, lidocaína, metilfenidato, mirtazapina CYP2C8/9 15 % Amiodarona, carvedilol, fenitoína, fluoxetina, glimepirida, glipizida, losartana, montelucast, nateglinida, paclitaxel CYP1A2 ≈ 10 % Aminofilina, cafeína, clozapina, guanabenzo, mexiletina CYP2C19 Carisoprodol, esomeprazol, fenobarbital, metossuximida CYP2A6 Dexmedetomidina, rifampicina CYP2E1 79 Clorzoxazona, enflurano, halotano, isoniazida, trimetadiona CYP Inibidores Indutores CYP1A2 Quinolonas, amiodarona, cafeína, cetoconazol, rofecoxibe, fluvoxamina, primaquina Aminoglutetimida, carbamazepina, fenobarbital, primidona, rifampicina CYP2A6 Miconazol, metoxizaleno, tranilcipromina Amobarbital, fenobarbital, pentobarbital, rifampicina CYP2C8/9 Miconazol, ác. Mefenâmico, cetoconazol, fluconazol, flurbiprofeno, genfibrozila, delavirdina, ibuprofeno, nicardipino, pioglitazona, piroxicam Rifampicina, carbamazepina, fenitoína, fenobarbital, primidona, rifapentina, secobarbital CYP2C19 Miconazol,delavirdina Rifampicina, carbamazepina, aminoglutetimida, fenitoína CYP2D6 Miconazol, delavirdina, fluconazol, genfibrozila, isoniazida, modafinila, omeprazol, ticlopidina - CYP2E1 Dissulfiram - CYP3A4 Miconazol, amprenavir, atazanavir, cetoconazol, claritromicina, diclofenaco, doxiciclina, enoxacino, imatinibe, indinavir, isoniazida, itraconazol, nelfinavir, nicardipino, propofol, quinidina, ritonavir, telitromicina Rifampicina, carbamazepina, aminoglutetimida, fenitoína, fenobarbital, nafcicilina, nevirapina, oxcarbazepina, pentobarbital, primidona, rifabutina, rifapentina 80 Reações de Fase II Citossol Reação Enzima Característica Exemplos Glicuronidação Uridina difosfato Álcoois Paracetamol glicurosiltransferase Ácidos carboxílicos Morfina (UGTs) Aminas Oxazepam Grupos sulfidrilas Lorazepam Sulfotransferases Fenóis Metildopa (STs) Álcoois alifáticos Paracetamol Sulfatação Esteróides Acetilação* N-acetiltransferases Aminas Sulfonamidas (NAT1 / NAT2) Hidrazinas Isoniazida Sulfonamidas Dapsona Clonazepam Conjugação Glutation-S- com glutation transferase Àlcoois Metabólito do paracetamol (GST) * Metabólitos menos hidrossolúveis = cristalúria com baixo fluxo urinário 81 Clearance (Cl) – mL / min ou L / h Medida da eficiência do organismo em eliminar um fármaco. Volume de plasma livre de fármaco por unidade de tempo. Cl sistêmico = Cl renal + Cl hepático + Cl outros Cinética de 1a ordem: Sistemas de metabolização e eliminação não saturados Velocidade de eliminação é função linear de Cp Cinética de ordem zero: Sistemas de metabolização e eliminação saturados Velocidade de eliminação não é função de Cp (cte) 82 CL creatinina = [(140 – idade) x peso corporal] / (72 x creatinina plasmática) Onde: Peso em kg; creatinina plasmática em mg/dL Para mulheres, multiplicar o resultado por 0,85 Tabela 2: Variação do CL da creatinina (valores médios) de acordo com a faixa etária Idade (anos) Número de indivíduos CL da creatinina (mL/min/1,73 m2) 17-24 10 140,2 25-34 73 140,1 35-44 122 132,6 45-54 152 126,8 55-64 94 119,9 65-74 68 109,5 75-84 29 96,9 Adaptado de Bressler & Bahl, 2003 83 Tempo de meia-vida (t1/2) Tempo para que a concentração plasmática ou a quantidade do fármaco no organismo seja reduzida a metade. Concentração da droga 100 50 25 10 1 t1/2 1 2 3 4 5 6 7 Tempo (horas) t1/2 = (0,693 x Vd) / Cl 84 FARMACOCINÉTICA CLÍNICA & ESQUEMAS TERAPÊUTICOS 85 Hipótese fundamental Relação entre os efeitos farmacológicos de um fármaco e sua concentração no fluido biológico a partir do qual terá acesso ao seu local de ação. Estado de equilíbrio estável (4 t1/2) Css 2 C.m.t. Concentração JANELA TERAPÊUTICA C.m.e. 1 0 1 2 3 4 5 6 Tempo (múltiplos da meia-vida de eliminação) 86 • Dose de ataque: DA DA = (Cp alvo x Vd) / F • Dose de manutenção: DM DM / T ou taxa de infusão = (Css x Cl) / F Cp alvo: Concentração plasmática alvo Vd: Volume de distribuição F: Fator de biodisponibilidade T: intervalo entre doses (administração intermitente) Css: Cp no equilíbrio estável Cl: clearance 87 EXEMPLO CÁLCULO F Biodisponibilidade = AUC (oral) absoluta (F) AUC (iv) Concentração plasmática Máxima (Cmax) Cp (g/ml) Duração de Ação Tempo deCmax AUC (g/mlx hora) Horas Administração VO (Formulação e dose = IV) AUC: “area under the curve” – área sob a curva 88 EXEMPLO CÁLCULO Vd Vd = Q / Cp Vd = 25 mg / 1 µg por mL Vd = 25000 µg / 1 µg por mL Vd = 25000 mL ou 25 L Clordiazepóxido 25mg (i.v) Paciente: 75 kg 89 EXEMPLO CÁLCULO t1/2 Concentração da droga 100 t1/2 = 1 h 50 25 10 1 t1/2 1 2 3 4 5 6 7 Tempo (horas) t1/2 = (0,693 x Vd) / Cl 90 EXEMPLO CÁLCULO CL CL = (0,693 x Vd) / t1/2 Se Vd = 10 L e t1/2 = 1 h CL = (0,693 x 10 L) /1 h CL = 6,93 L/h 91 Relação entre a dose de antibiótico aminoglicosídeo e a depuração da creatinina sérica 92 Relação entre depuração de creatinina, a depuração de cimetidina e o ajuste de dose adequado da cimetidina em um indivíduo adulto de 75 kg. (Dose habitual de 300 mg a cada 8 h. Adaptado de Atkinson e Craig 1990) 93 AJUSTE DE ESQUEMA TERAPÊUTICO NO CASO DE INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS DO TIPO “C” E “D” Interação Mecanismo Consequência Conduta Indometacina X amicacina Probenecida X penicilina G Carbamazepina X diazepam Dorzolamida X metanfetamina Itraconazol X felodipino 94 AJUSTE DE ESQUEMA TERAPÊUTICO NO CASO DE INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS DO TIPO “C” E “D” Interação Mecanismo Consequência Conduta Indometacina X amicacina ↓ perfusão sanguínea renal pela indometcina (↓ PG e ↑ tônus vasoconstritor) ↓ taxa de filtração glomerular ↓ Cl, ↑ t1/2,↑Cp amicacina ↓ D e/ou ↑ T amicacina Probenecida X penicilina G Competição pelo transportador de ácidos orgânicos do processo de secreção tubular ativa ↓ Cl, ↑ t1/2,↑Cp penicilina G ↓ D e/ou ↑ T penicilina G Carbamazepina X diazepam ↑ CYP3A4 pela carbamazepina ↑ biotransformação ↑ eliminação do diazepam ↑Cl, ↓ t1/2,↓Cp diazepam ↑ D e/ou ↓ T diazepam Dorzolamida X metanfetamina ↑ pH urinário pela dorzolamida ↑ forma não-ionizada ↑reabsorção ↓ eliminação da metanfetamina ↓ Cl, ↑ t1/2,↑Cp metanfetamina ↓ D e/ou ↑ T metanfetamina Itraconazol X felodipino ↓ CYP3A4 pelo itraconazol ↓metabolismo pré-sistêmico ↑ absorção do felodipino ↑ F, ↑ Cp felodipino ↓ D e/ou ↑ T felodipino 95