MOTIVAR OU LAVAR AS MÃOS Motivação para o Serviço de AA – • Todo AA se vê algum dia diante da necessidade de motivar para: 1- Levar adiante a mensagem de A.A.; 2- o uso da tribuna; 3- a leitura das publicações; 4- a prática do serviço. A motivação em qualquer dos quatro aspectos anteriores requer um processo de três passos: 1-informar, 2-explicar 3-passar a experiência. Para transmitir a mensagem de A.A., primeiro devo informar ao alcoólico sobre a existência de um lugar onde pode encontrar a solução, informando-lhe os aspectos gerais do grupo. Logo terei que explicar como funciona A.A., e como pratico meu programa. E finalmente, dar minha experiência pessoal (que é a parte essencial de toda a motivação), compartilhando com ele os benefícios que obtive. Então, quando quero motivar para o serviço, ajo da mesma forma: o novo membro deve saber que o serviço existe e sobre a necessidade de que alguém o realize. Muitos companheiros não o fazem, não porque não queiram colaborar, mas porque não têm informação do que é feito na estrutura de Serviços Gerais. Mais tarde explico como faço o serviço, quais as funções, responsabilidades, procedimentos e objetivos. Finalmente compartilho os ganhos espirituais e satisfações que se obtém como recompensa, dando-lhe a experiência da efetividade de sacrificar tempo, dinheiro e esforço. Assim mesmo, para motivar o feito de falar na tribuna, de ler nossa literatura ou qualquer outro tipo de motivação, devo limitar-me a informar sobre a existência do que quero motivar, explicando seu funcionamento e reportando o resultado que conseguirão. Mas há algo mais, de igual importância. Minha função motivadora deve terminar ali, deixando em completa liberdade a outra pessoa para que tome a decisão final, pois, se insisto, caio em atitude de convencimento, e existe uma grande diferença entre motivar e querer convencer. O objetivo de uma boa motivação é que o candidato se convença, por ele mesmo, e não se sinta pressionado por minha insistência, pois quando tento convencer alguém, ao invés de motivá-lo, inconscientemente estou propiciando o ambiente para gerar ressentimentos. Eu posso me ressentir se ele não admitir minha mensagem e/ou ele pode ressentir-se se me mostro tendencioso com ele. Por isso são poucos os que aceitam a mensagem do serviço, apesar de existir bastante "motivação". Talvez haja a necessidade de refletir sobre a forma de motivar. (Vivencia Nov/Dez 2001) PODEMOS LAVAR AS MÃOS ? Há dois mil anos, Pôncio Pilatos, cônsul do Império da Judéia, pediu um vaso de água e solenemente lavou as mãos em publico, simbolizando dessa forma que se omitia de qualquer responsabilidade no julgamento de JESUS. Escondendo-se atrás desse gesto, deixou de assumir seu papel como dirigente de um povo, num dos julgamentos mais especiais de nossa ERA CRISTÃ e estabelecia um triste EXEMPLO que persiste até os nossos dias. Identicamente, na conduta do ser humano, e sobretudo quando comentemos erros, buscamos desculpas para nos justificar perante nossa consciência. Quando chegamos atrasados, temos desculpas, quando deixamos de fazer algo que nos competia, temos desculpas, quando nos omitimos, temos desculpas. Cada um de nós tem usado desculpas, mas, felizmente, só alguns poucos a usam freqüentemente. Não resta dúvida, encontrar uma desculpa para afastar-se dos compromissos assumidos, constitui-se numa forma muito cômoda de “LAVAR AS MÃOS”. Durante a fase de um trabalho em que temos a missão de conduzir adiante, continuamos a ele ligados até que outro tenha assumido e compreendido. Esta responsabilidade só é EFETIVAMENTE TRANSFERIDA, não quando assinamos um papel, mas quando assinamos um envolvimento total dos que vão prosseguir com as tarefas que abandonamos. No caso de omissões e atitudes em que não queremos ter participação, ou se desejamos nos manter alienados de qualquer responsabilidade, parece que esquecemos de deveres de gratidão junto aos nossos companheiros. Imaginem como seria se TODOS “LAVASSEM AS MÃOS”? Isto mesmo; NADA SERIA FEITO, regrediríamos até o caos total. E quantos não estariam impossibilitados de recuperar-se do alcoolismo? Reconhecemos que não somos perfeitos, mas que a busca contínua da perfeição, com sinceridade, disponibilidade e trabalho, aproxima-nos dela. A META deve ser insistentemente buscada com toda essa nossa boa vontade e participação, pois esse é o objetivo maior da vida de cada membro de Alcoólicos Anônimos. ( Nelson K.) VIVENCIA N°.25 JUL/AGO/ SET / 93