PROGRESSÕES
E CONCLUSÕES
Redação - Prof.ª Sarah Araujo
A difícil tarefa de escrever
Durante os anos escolares, o aluno é submetido a
vários desafios; um dos mais difíceis, seja por
demandar muito treino e paciência, seja por
depender da boa vontade de cada um, é o
aprimoramento da escrita. A prática da redação é
vista como um monstro por muitos, os quais acabam
se perdendo em meio às dificuldades que estão no
caminho para um texto melhor, mas, para os que
conseguem superar as barreiras, a redação se torna
uma grande vantagem, seja no vestibular ou mais
tarde, na vida profissional.
Todo trabalhador, se quiser ser referência na
profissão, precisa saber se expressar com clareza;
não há como imaginar um juiz, um médico e um
engenheiro que sejam bem conceituados e que não
saibam redigir um texto claro. Dessa forma, não faz
sentido pensar que, só por não querer ser escritor,
não é necessário escrever bem; a escrita clara e coesa
é muito importante, seja qual for o destino a se
seguir.
Porém, para se chegar a ela, o caminho é longo e
exige muito do indivíduo. Precisa-se trabalhar de
forma árdua para conseguir escrever bem, mas
muitos não se submetem a esse trabalho cansativo e
repetitivo e justificam a dificuldade com a falta de
inspiração e de criatividade. É claro que para
escrever uma história a criatividade é essencial, mas
ela não é tão necessária assim para expressar
pensamentos de forma clara, que é o exigido no
vestibular e na vida profissional; portanto, a
justificativa da falta de inspiração não é válida nesse
caso.
A dificuldade está em ler e reler tanto textos de
outros como os próprios, até conseguir identificar as
próprias falhas, e então treinar para não repeti-las. É
realmente difícil encontrar e transpor as barreiras
que impedem o aprimoramento do texto, já que não
existe uma fórmula e cada um deve encontrar o
melhor jeito de render na escrita, o que só é possível
com paciência e tempo.
Durante anos, a escola incentiva os alunos a
aprimorarem a escrita, mas muitos desistem diante
dessa difícil missão. Então, só conseguirão superar
as
dificuldades
de
escrever
aqueles
que
mergulharem nos textos com espírito crítico, sem
medo de errar e de se autocorrigir, sabendo da
importância que isso terá no futuro. Somente esses
poderão, também, usufruir dos benefícios de saber
se expressar claramente, seja obtendo êxito no
vestibular ou na vida profissional.
Precisa-se de cidadãos
Cientistas políticos notaram que a consolidação das
instituições democráticas acaba diminuindo a frequência
de plebiscitos ou outras formas de participação política
popular
extraeleitorais.
O
fato
foi
tomado,
incorretamente, por muitos, como a superação gradual da
participação política, que nos levaria ao surgimento de
tecnocracias*; a realidade, porém, é outra: não há
diminuição da participação da relevância política; ocorre
que a solidificação democrática refina essa participação,
aumentando o poder e a importância do voto,
claramente indicando a indispensabilidade das eleições.
*Formas de governo que possuem raízes na ciência.
Em uma realidade globalizada, neoliberal, vemos
emergir o capital como dirigente supremo da
organização social, seja através da política
"tradicional" com os "lobbies" promovidos por
grandes corporações, ou pela influência midiática dos
anunciantes. A incapacidade dos governos atuais de
balancear os interesses do bem comum, equilibrando
as liberdades capitalistas com as necessidades das
camadas sociais mais baixas cria uma população
cética perante às instituições políticas em geral.
A
"despolitização"
(Brecht
chamaria
de
"analfabetização") da sociedade aumenta o vácuo
entre as ações estatais e a vontade do povo, deixando
o homem médio à mercê do corporativismo: afastado
da política, ele perde sua única possibilidade de
defender seus interesses e direitos, bem como sua
última chance de alterar (ou ao menos discutir) a
ordem vigente e, consequentemente, sua realidade
diária.
Entendendo a política como a busca do bem comum,
como a defesa dos pequenos contra os maiores, da
supremacia do justo sobre o injusto, do desejo de
equilíbrio entre interesses e direitos diversos,
rejeitando estender um laissez-faire a todas as
questões sociais e à barbárie a que seríamos levados,
vislumbra-se a participação política não apenas
como um direito cada vez mais importante, mas
também como uma necessidade imprescindível, um
dever.
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AULA 12 - PROGRESSÕES E CONCLUSÕES