SOCIEDADE BRASILEIRA DE GINECOLOGIA ENDÓCRINA Diretoria (2000-2003) PRESIDENTE Dr. Rui Alberto Ferriani (Ribeirão Preto, SP) VICE-PRESIDENTE Dr. Fernando Freitas (RS) SECRETÁRIO EXECUTIVO Dr. Ricardo Mello Marinho (MG) TESOUREIRO Dr. Aloísio José Bedone (Campinas, SP) CHEFE DOS DELEGADOS REGIONAIS Dr. Mauri Piazza (PR) visite-nos na internet Nº 11 ■ ANO III ■ DEZEMBRO 2001 A SOBRAGE continua perto de você! Este ano está se findando, e fazemos aqui um balanço de nossas atividades. A SOBRAGE continua editando o seu boletim impresso, sempre com temas de aplicação prática direta para o ginecologista interessado nos diversos problemas relacionados à endocrinologia ginecológica. Além disso, estamos emitindo quinzenalmente um boletim eletrônico. Mais de 5000 médicos cadastrados recebem este material, com atualizações de trabalhos recentemente publicados na literatura mundial. A nossa home page tem sido muito lida, está dinâmica, com atualização freqüente de seu conteúdo. Vários colegas fazem perguntas sobre situações específicas, que são respondidas por especialistas, e ali na home page pode-se ter acesso a estas perguntas e respostas. Todos estes serviços estão disponíveis aos colegas cadastrados, pois temos uma secretaria ativa, capaz de ajudar na pesquisa de artigos de revisão solicitados pelos sócios. Este serviço de secretaria ativa foi possível graças a um acordo com a Organon, a quem agradecemos, e que possibilitou que não se fizesse cobrança de anuidade dos sócios. Além disso, patrocinamos este ano a I Jornada de Ginecologia Infanto Puberal do Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto, além de darmos apoio para o V Congresso Brasil Central de Climatério, I Congresso Brasil Central de Ginecologia Endócrina e XXXIV Jornada de Ginecologia e Obstetrícia de Brasília. Para 2002, todas estas atividades irão continuar, além de novas outras. Estaremos organizando em Salvador o 2o Congresso Norte-Nordeste de Climatério e Ginecologia Endócrina, em maio, juntamente com a SOBRAC, e, no final de abril, em Ribeirão Preto, um curso de Hormônios em Ginecologia. Também já estamos em ritmo de organização do nosso Congresso Brasileiro de Climatério e Menopausa e de Ginecologia Endócrina, que acontecerá em São Paulo, de 4 a 7 de junho de 2003, também realizado em conjunto com a SOBRAC. Os contatos com palestrantes internacionais já estão sendo feitos, assim como um esboço de nossa programação científica, que irá privilegiar aspectos científicos e acadêmicos e aspectos práticos e polêmicos da clínica diária. Os agradecimentos a todos que nos tem apoiado nesta empreitada, aos colegas especialistas que muito tem ajudado nas respostas e resumos de trabalhos e aos colegas que nos acessam freqüentemente. Tudo isso só tem um objetivo: melhor difundir os conhecimentos de Ginecologia Endócrina, e assim propiciar um melhor atendimento médico a nossas pacientes. Uma feliz passagem de ano a todos os nossos amigos, esperando contar com vocês ao longo de 2002. Dr. Rui A. Ferriani Presidente da SOBRAGE Uso da metformina na síndrome dos ovários policísticos Dra. Elvira Maria Mafaldo Soares* Dra. Técia Maria de Oliveira Maranhão* O tratamento da síndrome dos ovários policísticos (SOP) constitui-se um campo aberto para muitos estudos, uma vez que essa entidade clínica que acomete parcela significativa das mulheres em idade reprodutiva é alvo de controvérsias no que tange à fisiopatologia e métodos de diagnóstico, culminando em dificuldades para instituir-se terapêutica adequada. A síndrome dos ovários policísticos cursa clinicamente com o ciclo menstrual variando entre a normalidade, oligomenorréia e até amenorréia, acompanhado de hirsutismo em graus variados, em pacientes obesas ou não. Os estudiosos referem-se ao ovário policístico como sendo uma desordem ovariana, cujos principais marcadores são a anovulação e o hiperandrogenismo (Franks, 1995). Os conhecimentos atuais demonstram que as gonadotrofinas hipofisárias não são os únicos moduladores da função ovariana, cabendo mencionar como participantes na regulação dessa função, os fatores de crescimento similares à insulina (IGF’s), uma variedade de outros fatores de crescimento e a própria insulina (Willis & Franks, 1995). Em 1921, os pesquisadores Achard e Thiers faziam alusões acerca de hiperandrogenismo e intolerância à glicose. Estudos posteriores estreitaram as relações entre resistência à insulina e síndrome dos ovários policísticos, quando se observou secreção aumentada de andrógenos ovarianos em portadoras de hiperinsulinemia. O estado de hiperandrogenismo e resistência à insulina pode ocorrer tanto em mulheres anovulatórias obesas como em não obesas, porém a relação entre resistência à insulina e *Departamento de Tocoginecologia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte hiperandrogenismo torna-se mais freqüente diante da obesidade com distribuição andróide. Considerando-se essas evidências, uma nova perspectiva terapêutica para a SOP vem sendo avaliada com o emprego da metformina, posto que essa droga melhora a ação da insulina em nível celular, sem afetar sua secreção, sendo, o intuito do uso na SOP, reduzir a hiperinsulinemia e conseqüentemente, os efeitos deletérios da insulina sobre a função ovariana. Os resultados positivos de Velazquez et al (1994) com o emprego da metformina na SOP se relacionam à diminuição do índice de massa corporal, à redução dos androgênios circulantes e à ocorrência de casos de gestação no decorrer do tratamento. Nestler & Jakubowicz (1996) empregaram a metformina em mulheres obesas, hiperinsulinêmicas, portadoras de SOP e observaram aumento da sensibilidade à insulina e diminuição da hiperinsulinemia. Diamanti-Kandarakis et al (1998) quando analisaram a ação da metformina em mulheres com SOP observaram um significativo aumento dos níveis da globulina carreadora dos hormônios sexuais (SHBG), com conseqüente diminuição dos níveis de testosterona livre, tendo acontecido dois casos de gestação espontânea durante o tratamento. Para esses autores, os resultados confirmam que a metformina pode levar à melhora da resistência à insulina e redução do hiperandrogenismo ovariano. Morin-Papunen et al (2000) concluiram que a terapia com metformina é bem tolerada e pode ser utilizada em obesas com SOP, havendo melhora do padrão menstrual. Estudos avançados de Jakubowicz et al (2001) empregando a metformina em mulheres com SOP observaram melhora do fluxo sanguíneo endometrial na fase lútea, oferecendo melhores condições de implantação e manutenção da gravidez. De nossa experiência, estudando pacientes com SOP e resistência insulínica comprovada, a utilização da metformina (1.500 mg/dia) por seis meses promoveu reduções significativas dos valores médios da insulina plasmática e da área sobre a curva de insulina, indicando uma melhora da resistência insulínica nessas pacientes (Maranhão et al, 2001) Diante da associação da resistência à insulina em mulheres com SOP e obesidade, torna-se necessário um acompanhamento cuidadoso durante o menacme, por serem mulheres mais predispostas para desenvolver câncer do endométrio, diabetes mellitus não-insulino dependente e doença cardiovascular por ocasião do climatério e na pós-menopausa. Nesse sentido, a utilização da metformina também traz benefícios concernentes à melhora de parâmetros metabólicos relativos ao metabolismo dos carboidratos e lipoproteínas. Concluindo, a instituição de medida terapêutica específica e oportuna na SOP, através do emprego da metformina, poderá contribuir para a melhoria do futuro reprodutivo de muitas mulheres, bem como para melhorar a qualidade de vida feminina na senectude. Referências: Diamanti-Kandarakis E, Kouli C, Tsianateli T, et al. Therapeutic effects of metformin on insulin resistance and hyperandrogenism in polycystic ovary syndrome. Eur J Endocr 1998; 138: 269-74. Franks S. Polycystic ovary syndrome. N Engl J Med 1995; 333: 853-61. Jakubowicz DJ, Seppällä M, Jakubowicz S, et al . Insulin reduction with increases luteal phase serum glycodelin and insulin-like growth factor-binding protein 1 concentrations and enhances uterine vascularity and blood flow in the polycystic ovary syndrome. J Clin Endocrinol Metab 2001; 86: 1126-3. Morin-Papunen LC, Vauhkonen I, Koivunen RM, et al. Endocrine and metabolic effects of metformin versus ethinyl estradiol-cyproterone acetate in obese women with polycystic ovary syndrome: a randomised study. J Clin Endocrinol Metab 2000, 85: 3161-8. Nestler JE, Jakubowicz DJ. Decreases in ovarian cytochrome P450c17alpha activity and serum free testosterone after reduction of insulin secretion in polycystic ovary syndrome. N Engl J Med 1996; 335: 617-23. Maranhão TMO, Azevedo GD, Soares EMM et al. Short-term effects of metformin on insulin sensitivity in women with polycystic ovary syndrome. In: Genazzani AR, Artini PG & Petraglia F (eds.). Recent Research in Gynecological Endocrinology. New York: The Parthenon Publishing Group, 2001: 31. Willis D, Frank S. Insulin action in human granulosa cells from normal and polycystic ovaries is mediated by the insulin receptor and not the type-I insulin-like growth factor receptor. J Clin Endocrinol Metab 1995; 80: 3788-90. Consulte seu representante para saber a relação das farmácias credenciadas Organon do Brasil Ltda. Rua João Alfredo 353 - São Paulo - SP Lig Viva 0800 704 59 00 www.organon.com.br Tratamento clínico e cirúrgico da endometriose ovariana Dr. Carlos Alberto Petta* Dr. Mauricio Simões Abrão* A endometriose que acomete os ovários pode ser dividida de acordo com a profundidade das lesões: superficiais e profundas. As lesões superficiais parecem ser as precursoras das profundas ou endometriomas que se formam a partir da invaginação dos implantes superficiais no ovário. A lesão superficial é de tratamento mais simples, a simples cauterização dos focos é suficiente para o tratamento. Os endometriomas ovarianos podem ser classificados de acordo com seu tamanho: pequenos até 1 cm, médios de 1 a 3 cm, grandes, acima de 3 cm. O tratamento ideal é cirúrgico, já que a retirada dos focos de endometriose ainda é o tratamento de maior taxa de sucesso, já que os endometriomas respondem mal ao tratamento clínico. Entretanto, em alguns casos não é possível à remoção total dos implantes, quer seja por receio de provocar lesões, por necessidade de preservar órgãos ou por impossibilidade de fazê-lo. Nestes casos, a complementação clínica com medicamentos é necessária. Tratamento cirúrgico No caso de endometriomas até 1cm, a simples destruição da parede do cisto é suficiente, através de cauterização bipolar ou laser de CO2. Os focos superficiais presentes na parede ovariana podem ser tratados da mesma maneira sempre se tomando o cuidado de obter material para biópsia quando possível. Com relação ao tratamento dos endometriomas acima de 1cm, a retirada da cápsula do endometrioma parece estar associada a uma menor taxa de recidiva, que varia entre 5 a 12% após este tipo de procedimento (Kojima et al, 1990; Catalano et al, 1996). Os resultados comparativos entre a laparoscopia e laparotomia não diferem significativamente, entretanto a laparoscopia possui vantagens por ser um procedimento menos invasivo, com menor tempo de internação e morbidade pós-operatória. A sutura ovariana após a retirada da cápsula deve ser realizada nos casos em que a anatomia foi bastante deformada ou a incisão resultante foi extensa, pelo menos 4 a 5cm. Fios inabsorvíveis monofilamentados em *Núcleo de Estudos e Pesquisas em Endometriose (NEPE), USP e Unicamp geral estão associados com uma menor chance de aderências. Entretanto, a retirada completa da cápsula pode resultar em danos irreversíveis e indesejáveis para o ovário, já que tanto o procedimento cirúrgico como a fibrose resultante deste podem danificar o estroma ovariano sadio, diminuindo a reserva folicular da mulher. Nos casos de endometriomas maiores (> 5cm) ou com a cápsula muito aderida, em mulheres que desejam ter filhos, onde se prevê um dano maior ao ovário, a exerese da cápsula não está indicada. Então, o procedimento de escolha deve ser a fenestração. A fenestração consiste na retirada de uma faixa de tecido do cisto, sempre que possível fazendo a excisão da área onde começou o processo de invaginação, pois a parede do cisto é mais fina e menos vascularizada. A cápsula do endometrioma que restar deve ser cuidadosamente investigada para se identificar possíveis locais para biópsia, além do segmento já retirado para fenestração. A identificação e cauterização de focos na parede da cápsula restante do endometrioma devem ser feitas, evitando-se o uso de corrente monopolar e de cauterização extensa e agressiva. A corrente monopolar leva a um maior grau de destruição de tecido ovariano sadio, e consequentemente de folículos em estágios iniciais de desenvolvimento. Uma complicação comum de mulheres que foram submetidas a cauterização extensa do ovário é resposta pobre a estímulo ovariano com gonadotrofinas. O uso da fenestração envolve o tratamento clínico complementar e possivelmente uma segunda abordagem laparoscópica. Esta pode ser realizada após o término do tratamento, entre quatro a seis meses, ou realizada no terceiro mês de um tratamento clínico de seis meses no caso de recorrência precoce do endometrioma. Na maioria dos casos, quando existe a recorrência precoce, os endometriomas são pequenos ou médios e podem ser então tratados com a excisão da cápsula ou cauterização sem que maiores danos sejam impostos ao tecido ovariano sadio. O “second look” laparoscópico é indicado em todos os casos com recorrência do endometrioma e na maioria dos casos de infertilidade. Casos de dor podem ser monitorizados após o tratamento clínico e a menstruação inibida com anticoncepcionais combinados orais ou injetáveis e implantes contendo progestogênios. É importante lembrar que para mulheres que já tenham sua prole constituída, na perimenopausa ou endometriomas recidivantes, a ooforectomia deve ser aventada. O tratamento clínico de escolha em mulheres com endometrioma ovariano pode ser realizado com os análogos do GnRH, por um período de 4 a 6 meses. O tratamento clínico associado ao cirúrgico é em geral reservado para os casos mais graves de endometriose (III e IV). Nenhum estudo convincente mostrou que o tratamento clínico isolado melhora a fertilidade ou trata definitivamente a endometriose. Por esta razão os casos devem ser selecionados visando associar os benefícios dos dois tipos de tratamento. A punção do endometrioma através do ultrasom deve ser reservada para casos onde existam contra-indicações cirúrgicas, nos casos de endometriomas recidivantes, onde o diagnóstico tenha sido estabelecido previamente, ou quando a paciente não aceitar a realização de um procedimento cirúrgico. Deve-se evitar a punção nos casos em que o diagnóstico não tenha sido estabelecido. O seguimento destas pacientes deve ser realizado associando-se as informações clínicas, ultra-sonografia e dosagem sérica de CA125 periodicamente. Conclusões LESÕES SUPERFICIAIS: Destruição das lesões com corrente elétrica bipolar ou laser de CO2 ENDOMETRIOMAS: Até 1cm – Abertura, drenagem e cauterização com corrente bipolar ou laser de CO2 ● De 1 a 3 cm – Abertura, drenagem lavagem e retirada da cápsula ● Acima de 3 cm – Abertura, drenagem lavagem e retirada da cápsula – Abertura, drenagem lavagem, cauterização da cápsula com bipolar ou laser CO2, tratamento clínico por 3 meses, nova laparoscopia para abertura, drenagem, lavagem e retirada da cápsula e manter tratamento clínico até o sexto mês. – Fenestração do cisto, cauterização da cápsula e tratamento clínico por 4 a 6 meses. ● Referências Catalano GF, Marana R, Caruana P e cols, Laparoscopy versus microsurgery by laparotomy for excision of cysts in patients with moderate and severe endometriosis. J Am Assoc Gynecol Laparoscop 3:267-70, 1996 Kojima E, Morita M, Otaka K e cols. YAG laser laparoscopy for ovarian endometriomas. J Reprod Med 35:592-6,1990) Dosagens hormonais e a clínica Dr. Paulo Canella* D osar é determinar a quantidade, vem do grego “dosis” e é, no caso em questão, a aferição da quantidade de uma substância existente no sangue, na urina ou em outro qualquer fluido orgânico. Hormônio ou hormona deriva do grego “horman”, que significa excitar. Dessa forma, quantificamos os hormônios buscando inferir o funcionamento das glândulas que os produzem e a possível resposta das estruturas sensíveis à sua ação. Mas, até que ponto estamos seguros da fidelidade e precisão deste raciocínio? Esta organização lógica da Medicina vem de longe. Parece que a redução pitagórica do universo a números e o materialismo atômico de Demócrito inteiraram-se às idéias de Empédocles que nortearam a Medicina Hipocrática. À semelhança dos quatro elementos da natureza (água, terra, fogo e ar), cuja relação compunha as “coisas” do mundo, também do equilíbrio/desequilíbrio dos quatro humores orgânicos (sangue, linfa, bile amarela e bile negra) derivavam a saúde e a doença. Esses velhos humores primordiais se multiplicaram, mas a necessidade de quantificação e qualificação das relações humorais permaneceu, e hoje é pelas ciências físico-naturais, através do método científico, que estudamos as causalidades endócrinas. Liberdade para a mulher moderna EXPERIÊNCIA EM TRH Há três formas clássicas de investigação hormonal em ginecologia: a clínica, a verificação das respostas periféricas aos hormônios e as dosagens destes no sangue, na urina e em outros fluídos orgânicos. As dosagens são fundamentais nas pesquisas e freqüentemente supérfluas na clínica. Clinicamente, a anamnese e o exame físico revelam as ações hormonais. Muito podemos deduzir a partir de informações com relação à época de início da puberdade, se precoce ou tardia, se normal ou alterada e a evolução regular e seriada dos caracteres sexuais *Divisão de Reprodução Humana do Instituto de Ginecologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro secundários, de forma que dosar hormônios na puberdade que evolui normalmente é inútil, podendo em algumas ocasiões, até atrapalhar. No menacme, o perfil hormonal pessoal estabelece um ritmo menstrual característico para cada mulher: ciclos regulares são mais provavelmente ovulatórios; os longos, os curtos, assim como os irregulares nos fazem supor maior número de ciclos anovulatórios ou com insuficiência lútea. A gestação e amamentação são fatos que atestam regularidade endócrina, uma vez que tendo engravidado, a cliente exibe uma capacidade endócrina compatível com ovulação, antecedida obviamente por ciclo menstrual normal. Comprova-se, assim, a potência ovariana. Certificar-se que há ação progestacional na segunda fase do ciclo basta para o bom clínico. Se houve gestação e ela evoluiu até o termo, não se nega que a endocrinologia do ciclo gravído-puerperal foi a contento. No puerpério, a lactação e amamentação nos dão aval de razoáveis condições de normalidade nos mecanismos neuro-endócrinos. Certamente a avaliação clínica do perfil hormonal de nossas clientes não é absoluta, obtemos informações gerais, potenciais, que permitem ao ginecologista confirmar a capacidade de higidez endócrina. Sabemos, é claro, que existem situações em que sintomas, em especial as amenorréias, nos obrigam a realizar exames mais minuciosos, entre os quais dosagens hormonais, mas isso deve depender sempre da avaliação clínica. E não esquecer das provas de deprivação com estrogênios combinados ou não a progestogênios. O exame físico é capaz de mostrar sinais inequívocos de estímulo estrogênico e, dependendo da fase do ciclo, da ação da progesterona. O trofismo da vulva, vagina e mamas, as características do muco cervical, o turgor cutâneo e a pilificação são dados valiosos nessa avaliação geral. A segurança dedutiva será mais ou menos confirmada por dosagens, na dependência da experiência e da vivência clínica do especialista. Mas, mesmo assim, tendemos a quantificar, como se os números fossem mais verdadeiros do que os fatos clínicos. Na verdade os números fazem parte do “científico”. Assim, quantificamos não só os hormônios, mas também sua ação: Tanner I,II, III, IV, V para as modificações pubertárias, escore de Ferriman e Gallwey para o hirsutismo, escore cervical e tantos outros. Todos esses métodos são artifícios de grande utilidade no exercício clínico e indispensáveis para estabelecer entre os especialistas uma comunicação mais precisa quanto aos estímulos e respostas orgânicas aos hormônios. Quantificamos a ação dos esteróides ovarianos, tanto gerais, como sobre as estruturas que compõem o aparelho genital. Usamos as características morfológicas e tintoriais dos esfregaços de células vaginais descamadas (índice de eusinofilia, cariopicnólise, de Frost etc), calculamos o escore cervical obtido por índices ligados à filância, cristalização e abertura do orifício externo do colo, que são proporcionais aos níveis de estrogênios gonadais na fase proliferativa e alteram-se com o surgimento do corpo lúteo e da ação da progesterona. A datação endometrial, hoje cada vez menos utilizada, considera fatores morfológicos como mitoses, pseudoestratificação nuclear, vacuolização basal, infiltração leucocitária etc., sendo clássica a metodologia proposta por Dallenbach-Hellweg. Não esquecer a avaliação seriada da temperatura basal, também em desuso, alicerçada nas relações entre progesterona, catecolaminas e suas ações sobre os centros reguladores da temperatura corporal. Na pratica esses exames foram substituídos por métodos mais práticos como a ultra-sonografia seriada e o Doppler do corpo lúteo, onde as dimensões foliculares são medidas e os índices de resistência vascular periférica do corpo lúteo são aferidos como aval de sua boa função. A verificação indireta permite aferir efeitos hormonais independente dos variáveis níveis hormonais circulantes no sangue. Sabemos que as dosagens plasmáticas podem significar (ou não) uma ação adequada nos tecidos efetores. Os níveis plasmáticos de muitos hormônios variam em função do biorritmo, e dependem da hora, dia, posição da paciente, esforço físico, condições emocionais, metabolismo nutricional ou utilização de medicamentos na época da colheita. Sabemos também que hormônios protéicos circulam em natureza, porém os da tireóide e os esteróides necessitam de proteínas carregadoras, a TBG (thyroxin-bindingglobulin) para a tiroxina, a CBG (cortisolbinding-globulin) para o cortisol e a SBG (sex-steroid-binding-globulin) para estradiol, testosterona e progesterona. Isso nos obriga a considerar as frações conjugada e livre, e assim a possibilidade de que alterações dos níveis da proteína transportadora modifiquem as proporções de determinado hormônio. Finalmente, quando observamos respostas clínicas diversas e há concentrações hormonais semelhantes, devemos atentar para alterações de receptores, sua ausencia nas células, incapacidade de ligação do hormônio com o receptor ou incapacidade do complexo hormônio/receptor de se ligar ao DNA. Bem, esta relação entre clínica e pesquisa no que concerne às dosagens hormonais me remete ao lema da Escola de Sagres: “Navegar é preciso, viver não é preciso”. É o cerne da questão que envolve o conhecimento quando dividido em Ciências Físico-Naturais, ditas exatas alicerçadas na técnica e no método indutivo e em Ciências Humanas, probabilísticas com relações policausais, por vezes fracas na aferição, mais qualitativas e menos exatas matematicamente. Realmente a “navegação” exige a precisão e o “viver” não se deixa aferir com facilidade. Dosamos hormônios com base nos conceitos exatos da técnica. Os resultados se referem a uma máquina, o homem, que navega pela vida e a vida não se deixa aferir pelos exatos valores encontrados. OS: para aprofundar-se no tema, leia “Endocrinologia Ginecológica”, Ed. Medsi, de Lucas Machado. A TRH que repõe a confiança da mulher Tratamento da osteoporose com hormônio paratireóideo (PTH) promove aumento da formação óssea – O que existe de evidências concretas Dr. George Dantas de Azevedo* O objetivo do tratamento da osteoporose é restaurar a arquitetura óssea, melhorar a resistência do osso e, com isso, prevenir a ocorrência de fraturas. As drogas atualmente usadas nesse sentido atuam como anti-reabsortivas, reduzindo a taxa de remodelação óssea e permitindo uma mineralização secundária mais completa do osso. Uma vez que essas drogas atuam sobre a massa óssea pré-existente, seu efeito é dependente em grande parte do conteúdo mineral ósseo existente no período prétratamento. Um aspecto importante a ser destacado é que as drogas anti-reabsortivas não atuam diretamente sobre a formação óssea, exceto pelo efeito indireto reduzindo a taxa de remodelação. Recentes estudos têm avaliado a utilização do hormônio paratireóideo (PTH) no tratamento da osteoporose. O PTH aumenta a espessura do osso cortical por determinar incremento da formação óssea periostal e endocortical, dessa forma, melhorando a resistência do osso aos impactos e à torção[1-7]. O PTH também promove a formação óssea trabecular, aumentando o número e a conectividade das trabéculas ósseas e, com isso, a espessura trabecular. Grande parte desses efeitos tem sido demonstrada em modelos animais, entretanto, a maneira exata como eles ocorrem não está bem esclarecida, até o momento. Um recente estudo de Dempster et al[8] demonstrou evidência de que o PTH aumenta a densidade e espessura corticais também em humanos. *Médico Assistente, Prof. Dr, Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - USP Em relação ao efeito do PTH sobre o risco de fraturas em mulheres com osteoporose, Neer et al[9] publicaram os resultados de um clinical trial envolvendo 1.637 mulheres na pósmenopausa, randomizadas para o tratamento com PTH (20 ou 40 microgramas) ou placebo, em administração subcutânea diária, por um período de tempo de 21 meses (mediana). Esses autores observaram que novas fraturas vertebrais ocorreram em 14% das pacientes que receberam placebo, e em 5 e 4 % daquelas que foram tratadas com PTH nas dosagens de 20 e 40 mcg, respectivamente. A redução do risco relativo foi de 0,35 e 0,31 para os respectivos regimes de administração do PTH. O risco de fraturas não vertebrais também foi significativamente reduzido no grupo tratado, em cerca de 54%. Esse efeito do PTH em reduzir o risco de fraturas vertebrais também foi evidenciado por Cosman et al[10], num estudo com duração de 3 anos. Um aspecto importante a ser considerado quando se realiza o tratamento da osteoporose com agentes anti-reabsortivos, como a terapia de reposição estrogênica, é a velocidade com que ocorre a perda óssea, após a interrupção do tratamento. Estudos experimentais em animais sugerem que, também com o PTH, as modificações estruturais são abolidas após a parada do tratamento, permanecendo a questão sobre o quanto permanece a melhora da resistência óssea. Lindsay et al[11] estudaram a incidência de fraturas, após a cessação do tratamento com o PTH, avaliando o seguimento das pacientes integrantes do estudo publicado por Neer et al[9]. Da amostra inicial daquele estudo, um total de 1.043 mulheres puderam ser avaliadas radiograficamente, por até 18 meses após a interrupção do tratamento, sendo observada uma redução do risco de fraturas vertebrais, em relação ao período basal, da ordem de 13%. Para a ocorrência de novas fraturas moderadas ou graves, a redução do risco foi de cerca de 7% durante o tratamento e 11%, ao se considerar o período total de seguimento(39 meses). Esses dados sugerem que, em relação ao PTH e diferente dos outros regimes atualmente empregados, o efeito na prevenção da ocorrência de fraturas pode ser mantido, após a interrupção da terapia. Entretanto, por se tratar de relato isolado e também devido à possível presença de problemas metodológicos, como a não consideração do uso de outros tratamentos, após a interrupção do PTH, esses resultados devem ser observados com cautela, devendose aguardar novas publicações, até que conclusões definitivas possam ser obtidas. Outro questionamento importante em relação ao uso do PTH diz respeito à comparação da magnitude de seu efeito, em relação às outras terapias atualmente empregadas. Comparações diretas entre os efeitos dessas drogas suportam a hipótese de que o PTH em uso isolado tem maior efeito sobre a massa óssea do que as drogas antireabsortivas isoladamente[12,13], mas o quanto isso se traduz em diferença na eficácia em prevenir a ocorrência de fraturas, está pouco esclarecido. Body et al14] relataram os resultados de um estudo randomizado comparando a utilização de 40 mcg de PTH recombinante humano e 10 mg de alendronato, para o tratamento de osteoporose em mulheres na pós-menopausa. Após um seguimento de 14 meses, as mulheres que receberam PTH tiveram um maior ganho de massa óssea na coluna vertebral do que aquelas que receberam alendronato (12.2% vs 5.6%, Referências: 1. Zanchetta JR, Bogado C, Ferretti JL, Wang O, Sato M, Gaich GA. Effects of LY333334 on cortical bone strength indices as assessed by peripheral quantitative computed tomography. Program and abstracts from the 1st Joint Meeting of the International Bone and Mineral Society and the European Calcified Tissue Society; June 1-5, 2001; Madrid, Spain. Abstract OR66. 2. Hyldstrup L, Jorgensen JT, Gaich G. Assessment of effects of LY333334 [recombinant PTH (1-34)] on cortical bone using digital x-ray radiogrammetry. Program and abstracts from the 1st Joint Meeting of the International Bone and Mineral Society and the European Calcified Tissue Society; June 1-5, 2001; Madrid, Spain. Abstract SC33. 3. Kneissel M, Boyde A, Gasser JA. Bone tissue and its mineralization in aged estrogen-depleted rats after long-term intermittent treatment with parathyroid hormone (PTH) analog SDZ PTS 893 or human PTH (1-34). Bone 2001; 28:237-50. respectivamente). O aumento da massa óssea no colo do fêmur foi também maior no grupo do PTH (4.8% vs 1.7%), assim como o aumento do conteúdo mineral ósseo corporal total (3.5% vs 1.9%). Em outro relato, os mesmos autores destacaram que o alendronato reduziu os marcadores de turnover ósseo em cerca de 50%, enquanto o PTH aumentou os marcadores de formação óssea rapidamente e os de reabsorção mais lentamente[15]. Estudos com animais também corroboram a noção de que o incremento da massa óssea com PTH é mais intenso do que o observado com drogas antireabsortivas[16,17,18]. Não existem evidências, até o momento, que indiquem uma maior eficácia do uso associado do PTH com drogas antireabsortivas, como estrogênios ou o alendronato, em relação ao seu uso isolado. As poucas informações disponíveis sugerem até o inverso: a resistência óssea atingida não é maior com a terapia combinada[12,13,17]. Assim, na atualidade, parece não haver vantagem para se utilizar a terapêutica anti-reabsortiva, anterior ou concomitantemente à administração do PTH. Pode haver um lugar para a utilização das drogas anti-reabsortivas, após a suspensão do tratamento com PTH, objetivando-se, nesse caso, a manutenção da massa óssea [18,19]. Quanto à qualidade óssea, foi relatada uma maior porosidade intracortical com o uso do PTH, mas sem efeitos biomecânicos deletérios resultantes[20], um efeito não observado no estudo realizado por Dempster et al[8]. Outro aspecto diz respeito a uma incompleta mineralização da matriz óssea[1,3,7], não existindo ainda consenso na literatura a esse respeito. Inúmeros progressos tem sido alcançados no campo da terapia anabólica da osteoporose e o PTH surge como uma alternativa viável e promissora na tentativa de se promover um ganho real de massa óssea nesse grupo de pacientes. Entretanto, existe ainda a necessidade de mais estudos controlados, envolvendo casuísticas amplas e tempos de seguimento prolongados, a fim de que vários aspectos possam ser esclarecidos: quais os efeitos da utilização em homens e em pacientes portadores de osteoporose induzida por glicocorticóides? qual a real eficácia na prevenção de fraturas de quadril? por quanto tempo deve o PTH ser administrado? a redução do risco de fraturas se mantém, após a cessação do tratamento? a utilização de drogas anti-reabsortivas poderia manter os benefícios do PTH, após a sua interrupção, em mulheres na pós-menopausa? quais são as modificações estruturais que se processam após a parada do tratamento? quem deve receber tratamento com PTH???... 4. Li M, Wronski TJ. Response of femoral neck to estrogen depletion and parathyroid hormone in aged rats. Bone 1995; 16:551-7. Logicamente, são muitos os questionamentos, pois a terapia é recente e poucos serviços no mundo têm alguma experiência clínica significativa. Muitos estudos encontram-se atualmente em andamento e aguardamos seus resultados para que possamos obter conclusões definitivas sobre a utilização do PTH no tratamento da osteoporose pósmenopausa. Mais do que isso, aguardamos a oportunidade de avaliarmos os resultados advindos de nossa própria experiência, utilizando o PTH em mulheres da população brasileira, o que esperamos ser possível em breve. 14. Body JJ, Gaich GA, Scheele WH, Miller PD, Kulkarni PM, Hodsman AB. A Randomized controlled clinical trial to compare the efficacy of LY333334 [recombinant human parathyroid hormone (1-340)] and alendronate sodium in postmenopausal women with osteoporosis. J Bone Miner Res 2001; 16(suppl 1):S179. 5. Thomsen JS, Mosekilde Li, Gasser JA. Long-term therapy of ovariectomy-induced osteopenia with parathyroid hormone analog SDZ PTS 893 and bone maintenance in retired breeder rats. Bone 1999; 25:561-9. 6. Sato M, Zeng GQ, Turner CH. Biosynthetic human parathyroid hormone(1-34) effects on bone quality in aged ovariectomized rats. Endocrinology 1997; 138:4330-7. 7. Hirano T, Burr DB, Turner CH, Sato M, Cain RL, Hock JM. Anabolic effects of human biosynthetic parathyroid hormone fragment(1-34), LY333334, on remodeling and mechanical properties of cortical bone in rabbits. J Bone Miner Res 1999; 14:53645. 8. Dempster DW, Cosman F, Kurland ES, et al. Effects of daily treatment with parathyroid hormone on bone microarchitecture and turnover in patients with osteoporosis. J Bone Miner Res 2001; 16:1846-53. 9. Neer RM, Arnaud CD, Zanchetta JR, et al. Effect of parathyroid hormone (1-34) on fractures and bone mineral density in postmenopausal women with osteoporosis. N Engl J Med 2001; 344:1434-41. 10. Cosman F, Nieves J, Woelfert L, et al. Parathyroid hormone added to established hormone therapy: effects on vertebral fracture and maintenance of bone mass after parathyroid hormone withdrawal. J Bone Miner Res 2001; 16:925-31. 11. Lindsay R, Scheele WH, Clancy AD, Mitlak BH. Incident vertebral fractures during an 18-month observation period following discontinuation of LY333334 [recombinant human parathyroid hormone (1-34), rhPTH (1-34)] use in postmenopausal women with osteoporosis. J Bone Miner Res 2001; 16(suppl 1):S162. 12. Li M, Mosekilde Li, Sogaard CH, Thomsen JS, Wronski TJ. Parathyroid hormone monotherapy and cotherapy with antiresorptive agents restore vertebral bone mass and strength in aged ovariectomized rats. Bone 1995;16:629-635. 13. Hodsman AB, Fraher LJ, Watson PH, et al. A randomized controlled trial to compare the efficacy of cyclical parathyroid hormone versus cyclical parathyroid hormone and sequential calcitonin to improve bone mass in postmenopausal women with osteoporosis. J Clin Endocrinol Metab 1997; 82:620-8. 15. Body JJ, Gaich GA, Scheele WH, Miller PD, Kulkarni PM, Hodsman AB. Effects of LY333334 [recombinant human parathyroid hormone (1-34)] and alendronate sodium on markers of bone metabolism in postmenopausal women with osteoporosis. J Bone Miner Res 2001; 16(suppl 1):S530. 16. Gasser JA, Kneissel, Thomsen JS, Mosekilde Li. PTH and interactions with bisphosphonates. J Musculoskeletal Neuron Interact 2000; 1:53-6. 17. Delmas PD, Vergnaud P, Arlot ME, Pastoureau P, Meunier PJ, Nilssen MHL. The anabolic effect of human PTH (1-34) on bone formation is blunted when bone resorption is inhibited by the bisphosphonate tiludronate. Is activated resorption a prerequisite for the in vivo effect of PTH on formation in a remodeling system? Bone 1995; 6:603-610. 18. von Stechow D, Fish S, Chorev M, Rosenblatt M, Müller R, Alexander J. Anabolic effect of combined estrogen and PTH (1-34) therapy in OVX mice assessed by micro-computed tomography. J Bone Miner Res. 2001;16(suppl 1):S287. 19. Ejersted C, Andreassen TT, Hauge E-M, Melsen F, Oxlund H. Parathyroid hormone (1-34) increases vertebral bone mass, compressive strength, and quality in old rats. Bone 1995; 17:507-11. 20. Burr DB, Hirano T, Turner CH, Hotchkiss C, Brommage R, Hock JM. Intermittently administered human parathyroid hormone (1-34) treatment increases intracortical bone turnover and porosity without reducing bone strength in the humerus of ovariectomized cynomolgus monkeys. J Bone Miner Res 2001; 16:157-65. Cadastre-se Gratuitamente Cadastre-se sem nenhum custo e receberá o boletim da Sobrage, informações científicas e a revista Reprodução & Climatério. Você não terá custo e poderá receber muitas informações úteis ao seu dia-a-dia. 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