O RH Não é Mais Aquele – SAMI BOULOS “O QUE EU GOSTARIA DE MOSTRAR NESTE ARTIGO SÃO TRÊS REVOLUCIONÁRIAS FORMAS QUE SE PODE ADOTAR COMO PROPOSTA DE UM RH ESTRATÉGICO PARA LIBERTAR O VERDADEIRO POTENCIAL DA ORGANIZAÇÃO’ O RH Não é Mais Aquele Por Sami Boulos Uma transformação vem ocorrendo nas pequenas e médias organizações – elas estão transformando seus departamentos de Recursos Humanos em poderosas ferramentas para conduzi-las a melhor desempenho e maiores lucros. Mas, sabemos que não tem sido sempre assim... O passado mostra que o RH não tem sido visto como uma área importante, por que não dizer ‘uma função vital’, tanto quanto marketing, vendas ou produção. Na verdade, esse departamento tem recebido a injusta reputação de área ‘tática dos bastidores’, ou o que seria ainda pior, totalmente desvinculada do sucesso das organizações. Hoje o papel de Recursos Humanos tem sido radicalmente redefinido com maior ênfase na gestão efetiva de todos os aspectos do ciclo de vida dos colaboradores, desde a aquisição do talento, passando pela sua avaliação de desempenho com consequente desenvolvimento e reconhecimento por meio de compensação financeira. Essa curiosa mudança no RH começa no nível mais fundamental: o desenvolvimento das pessoas. Promover a elevação do nível individual de desempenho não apenas ajuda os colaboradores a perceber totalmente seus potenciais, como também, a própria organização como um todo. Em outras palavras, o RH estratégico está garantindo que as organizações não deixem um monte de dinheiro sobre a mesa, na forma de lucros cessantes por produtividade e desempenho não alcançados. O que eu gostaria de mostrar neste artigo, o qual está baseado nas idéias de profissionais em RH e em casos de sucessos reais, é uma maneira de ajudá-lo a compreender três revolucionárias formas que você poderá adotar com a proposta de um RH estratégico, e assim, libertar o verdadeiro potencial da sua organização. São elas: 1. Alinhar os esforços dos colaboradores aos objetivos organizacionais Esse primeiro passo, para destravar o verdadeiro potencial de sua organização, é garantir que seus colaboradores compreendam seus papéis e como contribuem para o atingimento dos objetivos da organização. Sem um processo consistente de www.trinityinvestimentos.com.br O RH Não é Mais Aquele – SAMI BOULOS estabelecimento de metas para cada indivíduo que mapeie diretamente na direção dos objetivos organizacionais, pode fazer com que despendam muito tempo em atividades erradas. Na verdade, analistas industriais estimam que perto de 95% dos trabalhadores não conhecem os principais objetivos das organizações em que trabalham. A razão, quase sempre, é pelo fato de um efetivo processo de comunicação e acompanhamento do progresso frente a tais objetivos, simplesmente não existir. Portanto, como sua organização pode esperar que seus colaboradores compartilhem a visão da empresa, e entreguem resultados consistentes, se não têm claro o que se espera deles? Estabelecer um processo formal para criar resultados relevantes para cada colaborador, e monitorar/avaliar o desempenho versus os objetivos, inquestionavelmente resulta em sucesso para ambos – empresa e colaboradores. Os benefícios desta abordagem resultam numa série de resultados positivos, tais quais: • Colaboradores e gestores alcançam mais, por meio de maior visibilidade em ambos os objetivos individuais e de toda a organização; • Colaboradores e gestores têm a visão do objetivo, e compreendem como seus objetivos individuais estão atrelados aos objetivos do negócio da organização; • Cria-se a responsabilidade compartilhada com os colaboradores, relacionando em cascata seus objetivos com os de outros na organização; • Os gestores estão mais facilmente em contato com o progresso dos colaboradores, durante cada fase do atendimento dos objetivos, e oferecem imediato reforço ou coaching para manter o desempenho e os prazos acordados. Tenha em mente que seu sucesso, alinhado aos objetivos dos colaboradores e da organização, depende do diálogo aberto e contínuo com a liderança. Esta é a única forma de garantir que a estratégia do negócio esteja envolta com todos os esforços do RH. 2. Manter seus colaboradores energizados e comprometidos Tive a oportunidade de trabalhar na GE e seu presidente, naquela época, considerado um dos maiores líderes nos tempos atuais, escreveu em seu livro sobre motivação de pessoas que uma de suas maiores iniciativas em conduzir fenomenal desempenho foi a fé que possuía na força de engajar e inspirar pessoas. Em poucas palavras, ele acreditava que o objetivo maior na gestão não era conseguir que um colaborador desempenhasse como o esperado, mas sim, tê-los dispostos a ir além disso...porque queriam. Construir uma cultura na qual os colaboradores são energizados e engajados para desempenhar a níveis máximos (e além, ainda) requer, ambos, forte habilidade de gestão de pessoas e um processo consistente que ofereça qualidade e acuracidade de feedback. Mais fácil falar do que fazer, naturalmente, mas eu estive lá e vivi essa cultura pela supremacia em desempenhar cada vez melhor o seu trabalho. Recentemente, principalmente nos EUA, um leque expressivo de sistemas operacionais está ajudando significativamente os gestores nessa difícil tarefa. Existem, agora, mas não ainda no Brasil, meios sistêmicos, como preparação de relatórios e ferramentas de coaching que podem, significativamente, melhorar de uma forma geral a qualidade do feedback, os quais ajudam os gestores a: • Fazer revisões mais relevantes, por meio de ferramentas que ajudam a gerenciar os objetivos e os relatórios, de forma mais acurada, onde os colaboradores compreendem seus desempenhos versus seus objetivos. • Dar feedback com maior relevância, por meio de ferramentas já formatadas para revisão de desempenho, garantindo maior consistência entre gestores, provendo um nível mais profundo de feedback. • Fazer coaching com maior relevância, onde os gestores recebem sugestões específicas e acionáveis para o coaching com seus liderados num largo espectro de competências. No final do túnel, a qualidade do feedback é o que mantém o foco dos seus colaboradores no jogo, e pode ser usado para inspirar ou demiti-los. Ainda, aumenta a satisfação no trabalho e reduz o turnover – dois fatores críticos que a maioria das pequenas e médias organizações aponta como sendo suas maiores preocupações atualmente. www.trinityinvestimentos.com.br O RH Não é Mais Aquele – SAMI BOULOS 3. Desenvolver, implantar e reforçar uma cultura de meritocracia A importância de ter as melhores pessoas em áreaschave é crítica para o sucesso do negócio. Não é segredo que a chave para manter os melhores, mais brilhantes talentos, é reconhecer e compensar aqueles com melhores desempenhos. De acordo com o Giga Information Group, a retenção pode ser melhorada em até 27% com um programa de reconhecimento por desempenho. Estabelecer uma cultura de meritocracia é considerado a ferramenta #1 para se alcançar os resultados financeiros por meio dos gestores executivos da organização. Hoje as tecnologias em RH dão aos gestores fácil acesso a todas as informações que necessitam para recompensar os colaboradores por desempenho – avaliação 360 graus, métricas de alinhamento de objetivos, revisão de dados e desempenho obtidos ao longo do ano, etc. Isso permite aos gestores tomar decisões justas, quantificáveis e consistentes, e evitam premiar as pessoas erradas. Outros benefícios positivos incluem a habilidade em: • Acompanhar o progresso do colaborador versus objetivos. • Identificar quem está atingindo seus objetivos, dentro das expectativas, e contribuindo mais para os resultados. • Melhorar a satisfação no trabalho, produtividade e retenção pelo reconhecimento e recompensa por esforços excepcionais. • Evitar a recompensa desnecessária, onde o desempenho e objetivos não estão alinhados. Como uma última ideia para ajudá-lo a melhorar o desempenho do colaborador, e de toda a organização, os profissionais de RH nas organizações de todos os tamanhos consistentemente reportam que prover seus gestores com visibilidade aos resultados alcançados é essencial. Seus gestores necessitam de quantidade e qualidade de informações para apoiar suas decisões estratégicas sobre o capital humano. E tanto quanto em marketing ou vendas necessitam justificar o investimento em tecnologia à luz dos negócios, RH também deve aprender a fazer o mesmo. www.trinityinvestimentos.com.br Sami Boulos Filho é consultor em Gestão Estratégica de Pessoas e Consultor Associado da TRINITY INVESTMENTOS Blog: http://sboulos.blog.uol.com.br – Twitter: http://twitter.com/samiboulos