Engineering for a better life Framework i* para a modelagem e racionalização de ambientes organizacionais e de seus sistemas de informação Geysa Helena Chaves [email protected] LESERC (Laboratório de Engenharia de Software e Rede de Computadores) Web Site: http://www.leserc.dee.ufma.br/ Contato: denivaldo.lopes AT dee.ufma.br Sumário Introdução Engenharia de Requisitos Modelagem organizacional Framework i* Atores Dependências Modelo de Dependências Estratégicas Modelo de Razões Estratégicas Exemplo de Sistema Conclusão Referências Introdução Há um consenso que para desenvolver sistemas de software de qualidade torna-se imprescindível conhecer e compreender o ambiente organizacional, no qual o software estará inserido e será executado; Várias técnicas têm sido propostas com o intuito de modelar ambientes organizacionais, de forma a capturar o comportamento, motivações, intenções e objetivos dos atores da organização, bem como descrições técnicas dos processos organizacionais e de que forma atores participam, integram e conduzem estes processos; Entende-se que tais técnicas de modelagem representam o conhecimento a respeito da organização, além de propiciar que este conhecimento seja utilizado e integrado efetivamente no processo de Engenharia de Requisitos. Engenharia de Requisitos A Engenharia de Requisitos tem sido reconhecida como uma das mais importantes fases do processo de Engenharia de software, responsável pela identificação dos objetivos do sistema pretendido, pela operacionalização de tais objetivos em serviços e restrições e pela atribuição da responsabilidade dos requisitos resultantes para agentes como: humanos, hardware, e software (Lamswerdee 2000); Acredita-se que, a partir da observação e mapeamento dos objetivos organizacionais e demais informações previamente definidas através das técnicas de modelagem, possamos elicitar e descrever requisitos de forma mais sistemática e organizada; Iniciar o processo de Engenharia de Requisitos, tendo informações sobre relacionamentos entre os atores da organização, motivações associadas com estes atores, objetivos organizacionais, bem como expectativas sobre sistemas computacionais, faz com que stakeholders em geral, tomem decisões mais conscientes a respeito da definição de requisitos para sistemas pretendidos. Modelagem organizacional Softwares visam fundamentalmente satisfazer ou colaborar na obtenção de metas e objetivos previamente definidos pela organização; Isto implica em afirmar que o sucesso de sistemas de software depende, entre outros aspectos, do grau de satisfação dos objetivos e estratégias organizacionais; Além disso, o trabalho de engenheiros de requisitos e demais desenvolvedores é facilitado a partir do momento em que há um pleno conhecimento do ambiente organizacional. Framework i* O framework i* permite descrever aspectos de intencionalidade e motivações envolvendo atores em um ambiente organizacional, modelando-os em sistemas de informação; Do ponto de vista da Engenharia de Requisitos, i* auxilia na compreensão do ambiente organizacional (incluindo potenciais sistemas de software), bem como permite explorar propostas alternativas de sistemas mostrando como o ambiente de trabalho, envolvendo atores da organização (processos de negócio), seria afetado e modificado para atender e suportar a implantação de alguma proposta alternativa; Seu ponto central é a intenção dos atores e seus relacionamentos; Os relacionamentos entre os atores são descritos através de dois modelos: o modelo de Dependência Estratégica (SD) e modelo de Razão Estratégica. Atores A técnica i* tem como foco a modelagem das propriedades intencionais dos atores, tais como: objetivos, crenças, aptidões e compromissos; Por ator entende-se uma entidade que realiza ações para obter objetivos no contexto do ambiente organizacional; Atores dependem um do outros para que objetivos sejam alcançados, tarefas sejam executadas, e para o fornecimento de recursos; Na técnica i* os atores podem ser definidos como Depender e Dependee. Entre tais atores existe um relacionamento de dependência, cujo ponto central chama-se Dependum. Dependências O relacionamento entre atores é descrito como uma dependência entre eles; As dependências apresentadas nos modelos podem ser de diferentes tipos, tendo como base o tipo do Dependum. A seguir descrevemos os quatro tipos de dependências propostos em i*; dependência de objetivo; dependência de tarefa; dependência de recurso; dependência de objetivo-soft. Modelo de Dependências Estratégicas O Modelo de Dependências Estratégicas é composto por nós e ligações. Os nós representam os atores no ambiente e as ligações são as dependências entre os atores. Ator Modelo de Razões Estratégicas Este modelo permite compreender e modelar de forma mais detalhada as razões associadas com cada ator e suas dependências. Modela-se o ator e os relacionamentos externos entre atores; O modelo de Razões Estratégicas permite uma maior compreensão a respeito das razões estratégicas de atores em relação a processos da organização e como os mesmos são expressos; Basicamente, este modelo é composto de nós e ligações. Os nós no modelo de Razões Estratégicas têm como base os tipos de Dependum definidos no modelo de dependências estratégicas: objetivo, tarefa, recurso e objetivo-soft. Tem-se, basicamente, dois tipos de classes de ligações: ligação meio-fim e ligação de decomposição de tarefa. Sistemas Agendador de Reuniões Esse sistema define uma possível data para uma reunião, baseado nas informações de disponibilidade dos pretensos participantes e também em datas onde os participantes não poderão estar presentes. O sistema agendador sugere uma data provável e essa informação é fornecida ao iniciador da reunião, que repassa a mesma aos pretensos participantes, se houver um consenso entre eles, a data foi encontrada. Se faz necessário que os participantes, entre eles, os importantes, confirmem suas presenças para que a reunião possa acontecer. Exemplo de modelo de dependência estratégica de um de sistema (agendador de reuniões) Exemplo de modelo de razão estratégica de um de sistema (agendador de reuniões) Conclusão Procurou-se descrever a técnica de modelagem organizacional denominada i* no que tange as fases iniciais da Engenharia de Requisitos; Esta técnica apresenta dois modelos para representar o conhecimento sobre processos organizacionais/negócio e sobre os relacionamentos entre os membros de uma organização; A representação destas informações é importante para compreender adequadamente a organização e poder elicitar com mais efetividade e consistência os requisitos de sistemas computacionais pretendidos. Referências Lamsweerde, A. Van, “Requirements Engineering in the Year 00: A Research Perspective”, 22nd Proceedings of International Conference on Software Engineering, Limerick, Ireland. June, (2000). Yu, E., “Towards Modelling and Reasoning Support for Early-Phase Requirements Engineering”, Proceedings of IEEE International Symposium on Requirements Engineering - RE97, Jan, (1997), pp.226235. E. Yu, L. Liu, and Y. Li. Modelling Strategic Actor Relationship to Support Intellectual Property Management. 20th International Conference on Conceptual Modelling (ER-2001), 2001. Rational Corporation http://www.rational.com