Qualidade
de vida
Viver e trabalhar na nova Europa
Qualidade de vida na Europa
Qualidade de vida na Europa
A União Europeia acolheu 10 novos EstadosMembros em 1 de Maio de 2004. Uma Europa a 25
torna-se um organismo mais complexo e
heterogéneo, reflectindo diferentes culturas,
tradições políticas e condições de vida. Muita da
pesquisa realizada pela Fundação na preparação
para o alargamento visou documentar e melhor
compreender a situação na nova União Europeia.
Uma das iniciativas mais importantes foi, em 2003,
o primeiro Inquérito Europeu sobre a Qualidade
de Vida (European Quality of Life Survey - EQLS),
realizado pela Fundação em 28 países. Este
instrumento único de monitorização, que analisou
questões como a educação, o agregado familiar e
as estruturas familiares, a habitação, os cuidados de
saúde e o emprego, traça um retrato amplo e
actualizado da qualidade de vida e das condições
de vida na Europa alargada.
No início de 2004, a Fundação publicou uma
análise sobre questões relacionadas com a
qualidade de vida, utilizando para tal dados dos
inquéritos do Eurobarómetro da Comissão,
realizados na UE e nos países em vias de adesão e
candidatos. Os resultados do EQLS confirmam
alguns dos resultados anteriores dos inquéritos do
Eurobarómetro, nomeadamente no domínio da
saúde e da satisfação com a vida, sendo que outros
domínios importantes, como a habitação, a
educação e as relações entre a vida profissional e a
vida privada, são abrangidos pela primeira vez no
EQLS.
>
resumo
<
Quais os resultados do EQLS?
Os resultados básicos confirmam a percepção
generalizada da existência de divisões importantes
de ordem económica e social entre os anteriores 15
Estados-Membros da UE (UE15) e os países em vias
de adesão e candidatos (apesar de algumas
sobreposições). As diferenças entre os 10 novos
Estados-Membros (NEM) e os três países candidatos
(PC3) em áreas como a habitação e a educação são
também salientadas.
>
Os níveis de vida são claramente mais baixos
nos NEM que nos UE15.
>
Os cidadãos dos NEM e dos PC3 mostram-se,
de uma forma geral, menos satisfeitos com a
sua qualidade de vida do que os cidadãos dos
UE15.
>
As condições de habitação são piores nos
NEM e nos PC3 que nos UE15.
>
Os trabalhadores nos NEM e nos PC3 referem
piores condições de trabalho.
>
Os cidadãos destes países alegam uma saúde
mais precária e uma menor satisfação com os
serviços de saúde.
Não obstante, os resultados fornecem igualmente
uma visão de áreas frequentemente descuradas – áreas
em que os novos Estados-Membros se podem
orgulhar de estar em vantagem ou em que se verifica
um padrão comum na Europa alargada.
>
Dois terços dos cidadãos nos 28 países mostramse optimistas em relação ao futuro.
>
As famílias e os amigos prestam o principal apoio
social à grande maioria dos cidadãos de todos os
países.
>
A posse de habitação própria é mais comum nos
NEM (71%) e nos PC3 (67%) que nos UE15
(60%).
>
As taxas de conclusão do ensino secundário são
mais elevadas nos NEM que nos UE15.
>
As taxas de conclusão do ensino superior são
semelhantes nos UE25.
>
Níveis de vida mais baixos nos NEM/PC3
As taxas de participação em cursos de formação
ligados ao emprego são semelhantes nos EU15 e
nos NEM.
>
O PIB per capita dos UE15 é, em média, três
vezes superior ao dos NEM e mais de quatro
vezes superior ao dos três países candidatos.
>
Cerca de um em cada dois agregados familiares
nos PC3, e mais de um em cada cinco nos NEM,
refere dificuldades em equilibrar o seu
orçamento, contra apenas um em cada dez nos
UE15.
>
Com base num índice de artigos domésticos
necessários
para
condições
de
vida
minimamente aceitáveis, os NEM e os PC3
revelam níveis superiores de privação.
>
O rendimento do agregado familiar é, em oito
dos NEM/PC3, mais baixo do que em Portugal
(país dos UE15 menos favorecido).
>
Os níveis de privação são superiores no grupo
etário mais velho em todos os NEM/PC3, à
excepção da República Checa; os jovens são, de
um modo geral, os que sofrem menos privações.
>
Mais de 40% dos agregados familiares nos NEM
cultivam a terra ou criam gado a fim de
complementar as suas necessidades alimentares,
contra apenas 8% nos UE15.
Percentagem de agregados familiares com
dificuldades em equilibrar o orçamento, por país
Luxemburgo
Áustria
As diferenças entre os UE15 e os NEM
nem sempre são nítidas
Irlanda
Dinamarca
Suécia
Finlândia
Itália
>
Os países com o PIB per capita mais baixo dos
UE15 têm aproximadamente o mesmo nível que
os NEM com o PIB per capita mais elevado.
>
Portugal tem um nível de privação três vezes
superior ao da média da UE, superior ao de
Chipre, da República Checa, de Malta e da
Eslovénia.
>
As mulheres e os grupos etários mais jovens e
mais velhos são os mais desfavorecidos em
termos de rendimento.
>
As desigualdades em termos de rendimento são
substancialmente maiores nos UE15.
Reino Unido
Países Baixos
Malta
Alemanha
UE15
Bélgica
França
UE25
Eslovénia
Portugal
Polónia
Espanha
República Checa
NEM
Eslováquia
Hungria
Grécia
Estónia
Chipre
Lituânia
Roménia
Letónia
Turquia
PC3
Bulgária
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
Nota: O Inquérito Europeu sobre a Qualidade de Vida 2003 é a fonte de todos os valores e quadros incluídos na presente brochura.
A satisfação com a vida varia, mas os
europeus mostram-se, de um modo geral,
optimistas em relação ao futuro
Mais pessoas com habitação própria nos
NEM/PC3, mas níveis de qualidade de
habitação muito inferiores aos dos UE15
Os cidadãos dos UE15 têm níveis de satisfação com a
vida mais elevados que os cidadãos dos NEM e dos
PC3, com as excepções de Portugal, por um lado, e de
Chipre e Malta, por outro. O desemprego reduz
fortemente o nível de satisfação com a vida nos UE25.
No mesmo sentido, os cidadãos que se inserem no
grupo com rendimentos mais baixos mostram-se
consideravelmente menos satisfeitos com a sua vida,
ao passo que os do grupo com rendimentos mais
elevados se mostram mais satisfeitos. A educação e a
saúde estão também fortemente associadas aos níveis
de satisfação.
A posse de habitação própria é mais comum nos novos
Estados-Membros e nos países candidatos, tendo a
maioria das habitações já sido pagas na sua totalidade.
Nos UE15, mais de um terço do total das habitações
próprias ainda se encontra sujeito a hipoteca. As
condições habitacionais e ambientais são, contudo,
geralmente melhores nos UE15. Apesar da divisão
UE15/NEM, existem igualmente sobreposições claras.
Portugal, por exemplo, ultrapassa Chipre, a República
Checa, a Eslováquia e a Eslovénia em problemas
relacionados com as condições habitacionais. De igual
modo, os Franceses e os Italianos queixam-se com
mais frequência de problemas ambientais do que os
habitantes da República Checa, Polónia, Eslováquia e
Eslovénia. Os gregos sentem-se menos seguros no
local onde vivem que os cidadãos de Chipre e da
Eslovénia.
Aspectos importantes
>
Na maioria dos UE15, o nível de satisfação dos
grupos menos satisfeitos é, todavia, superior ao
dos grupos mais satisfeitos nos NEM e nos PC3.
>
Continua a verificar-se uma divisão norte-sul nos
UE15, com as pessoas dos países nórdicos a
revelarem níveis de satisfação mais elevados.
>
>
O rendimento médio do agregado familiar nos
NEM e nos PC3 é menos de metade do
rendimento do agregado familiar médio nos
UE15.
Regime de ocupação da habitação por grupo de países
Pergunta 31: De um modo global, qual o seu nível actual de
satisfação com a vida? A média de satisfação com a vida é indicada
numa escala de 1 “muito insatisfeito” a 10 “muito satisfeito”.
22
22
66
NEM
5
42
UE25
Em média, 64% dos europeus mostram-se
optimistas em relação ao futuro, embora se
verifiquem grandes diferenças entre os países,
bem como uma tendência de maior optimismo
nas pessoas de áreas urbanas.
Satisfação com a vida na Europa
38
UE15
20
PC3
10
20
pago na totalidade
30
1
40
50
60
70
4
19
5
15
18
proprietário (com hipoteca)
alugado (social)
4
19
66
0
15
1
80
4
13
90
100
alugado (privado)
Outro
Aspectos importantes
>
As condições de habitação são piores nas zonas
rurais: 45% dos lituanos em zonas rurais não
dispõem de instalações sanitárias em casa; na
Bulgária e na Roménia este valor eleva-se a mais
de 50%.
>
A percentagem de habitações arrendadas a
entidades públicas é, nos UE25, de 15%,
enquanto tal tipo de alojamento não é comum
nos três países candidatos.
>
Na Áustria, na Dinamarca e na Suécia, apenas
um em cada dez cidadãos se sente inseguro no
seu bairro; na Letónia e na Lituânia o valor é de
um em cada dois.
>
Um em cada cinco agregados familiares nos
NEM e um em cada três nos PC3 têm de
confrontar-se com problemas como janelas
apodrecidas, humidade e fugas de água, ou não
dispõe de instalações sanitárias em casa, contra
menos de 10% nos UE15.
Indicadores políticos
Os resultados do Inquérito Europeu sobre a Qualidade de Vida colocam em destaque várias das preocupações
principais dos cidadãos europeus, levantando questões importantes para o debate e iniciativas políticas.
Coesão social
O objectivo do reforço da coesão social na União
Europeia consiste em diminuir as disparidades
entre os Estados-Membros e em ajudar os
grupos desfavorecidos em determinadas
sociedades. A redução das desigualdades sociais
através da promoção da igualdade de
oportunidades, o combate à pobreza e à
exclusão social ocupam, por conseguinte,
lugares privilegiados na agenda de política social
da UE.
>
>
>
>
Um dos principais desafios para a nova UE
consiste em reforçar a coesão social visando a
diminuição das fortes discrepâncias existentes
entre os Estados-Membros em termos de
condições materiais de vida. O alargamento
aumentará o problema das tradicionais
desigualdades sociais, uma vez que a
precariedade das condições de vida e o
menor bem-estar subjectivo são mais
acentuados nos NEM.
A melhoria das condições de vida dos grupos
desfavorecidos no contexto do combate à
pobreza e à exclusão social é uma das
questões principais da Europa alargada.
Embora a posse de habitação própria seja
generalizada nos novos Estados-Membros e
nos países candidatos, as condições
habitacionais são, muitas vezes, precárias. Por
esta razão, nos NEM, mas também em alguns
dos antigos Estados-Membros da UE,
constata-se uma necessidade de políticas
públicas que promovam a criação de
melhores
condições
habitacionais
e
ambientais.
Em todos os grupos de países, são as mulheres
que revelam rendimentos mais baixos e
maiores privações no agregado familiar. Os
níveis de privação nos UE15 são baixos,
embora sejam em 50% superiores para as
mulheres. Os níveis de privação são mais
elevados nos NEM e nos PC3, embora as
diferenças entre géneros sejam menos
acentuadas.
Média de privação no agregado familiar de acordo
com o género do inquirido e por grupo de países
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
UE15
UE25
NEM
Masculino
PC3
Feminino
Média de seis critérios -:
(1) possibilidade de manter a casa adequadamente aquecida,
(2) possibilidade de pagar uma semana anual de férias,
(3) possibilidade de substituir mobiliário antigo,
(4) possibilidade de ter uma refeição com carne de dois em
dois dias, se o desejar,
(5) possibilidade de comprar roupas novas em vez de em
segunda mão,
(6) possibilidade de receber amigos ou família para uma bebida
ou refeição pelo menos uma vez por mês - (dos quais as
pessoas se privam por não terem meios financeiros para os
realizar) (Pergunta 20).
Média da satisfação com a habitação por país
DK
AT
MT
LU
SE
IE
DE
FI
BE
UK
NL
IT
SI
CY
ES
FR
RO
CZ
GR
HU
SK
PT
BG
TR
PL
EE
LV
LT
8,4
8,3
8,2
8,2
8,1
8,1
8,1
8
7,8
7,7
7,7
7,7
7,5
7,5
7,5
7,4
7,2
7,2
7,2
6,9
6,8
6,7
6,6
6,5
6,5
6,4
6,3
5,9
UE15
NEM
UE25
PC3
7,7
6,7
7,5
6,7
1
1,5 2
2,5 3
3,5 4
4,5 5
5,5 6
6,5 7
7,5 8
8,5 9
Pergunta 41D: Poderia indicar, numa escala de 1 a 10, o nível de
satisfação com a sua habitação?
Indicadores políticos
Viver e trabalhar
A conciliação da vida profissional e da vida
familiar está a tornar-se uma questão cada vez
mais importante na Europa. Considera-se que tal
questão influencia directamente a participação
no mercado de trabalho, a fertilidade, a
constituição da família e a qualidade de vida.
Questões como o horário de trabalho, as
condições de trabalho, a aprendizagem ao longo
da vida, as disposições relativas ao sector
público, como a assistência à infância e o regime
de pensões, desempenham um papel no
desenvolvimento de medidas para atingir um
melhor equilíbrio entre a vida profissional e
privada para todos os cidadãos europeus.
Falta de confiança no regime nacional de pensões
e no sistema de prestações sociais
FI
LU
NL
IE
BE
MT
PT
TR
DK
CY
PL
SE
PC3
NEM
UK
EE
HU
EL
UE25
>
Nos novos Estados-Membros existe uma certa
margem para a implementação de
disposições mais flexíveis em termos de
horários de trabalho, uma vez que têm o
potencial para aumentar as taxas de
participação no mercado de trabalho. De
igual forma, as condições de trabalho são
aqui geralmente piores do que nos antigos
Estados-Membros da UE, o que constitui um
outro potencial domínio de intervenção.
SI
UE15
RO
CZ
AT
ES
FR
BG
IT
DE
LV
LT
SK
0
>
>
A fim de promover uma melhor conciliação
da vida profissional e familiar, poder-se-ia dar
às mulheres um âmbito mais alargado para o
desenvolvimento dos planos de família e de
carreira. Do mesmo modo, poder-se-ia dar
aos homens melhores oportunidades de
reduzir o horário de trabalho formal por
forma a assumirem mais responsabilidades
familiares.
O descontentamento generalizado com o
sector público surge como resultado da
percepção de diferenças de qualidade no
sistema de prestação de serviços públicos nos
NEM e PC3. O alargamento poderá contribuir
para acentuar esta ideia. Tal exigirá esforços
renovados no sentido de melhorar a eficácia e
a eficiência dos serviços públicos e da gestão
pública.
10
20
30
40
50
60
70
80
90
percentagem que indica “sem nenhuma
confiança/com pouca confiança”
regime nacional de pensões
sistema de prestações sociais
Pergunta 27: Até que ponto confia na capacidade dos seguintes
dois sistemas para responder às suas necessidades? Regime de
pensões estatais, sistema de prestações sociais: Confio
bastante/confio até certo ponto/praticamente não confio/não
confio nada.
Trabalhar por menos dinheiro, mais horas
e em piores condições nos NEM
Elevada participação na educação nos
NEM
Apesar de se registarem taxas de emprego mais baixas
nos NEM que nos UE15, os agregados familiares sem
emprego são ligeiramente menos frequentes nos NEM
(17%) que nos UE15 (19%). Tal sugere que os
empregos disponíveis nos NEM estão melhor
distribuídos pelas famílias. Os resultados revelam ainda
que os NEM têm uma percentagem algo superior de
agregados familiares em que duas ou mais pessoas
estão empregadas (50%), em relação aos UE15 (43%).
Apenas uma pequena percentagem dos empregados
tem um segundo emprego. Nos UE15 o valor é de 5%,
ao passo que nos NEM e nos PC3 os valores são de 8%
e 7% respectivamente.
A percentagem de cidadãos que conclui o ensino
secundário é mais elevada (78%) nos NEM que nos
UE15 (64%). A maioria dos NEM tem uma
percentagem de população em idade laboral com
educação superior mais elevada que muitas das
regiões mais pobres nos UE15 do sul. Todavia, o modo
como esta educação preparou os cidadãos para o
mercado de trabalho global tem que ser avaliado:
saber ler inglês (excluindo na Irlanda, Malta e no Reino
Unido) e utilizar a Internet são dois indicadores. Neste
contexto, a proficiência é menos evidente nos NEM do
que nos UE15, e as divisões entre zonas rurais-zonasurbanas são muito amplas.
Não obstante, a percepção da segurança no emprego
é consideravelmente mais baixa nos NEM e nos PC3,
com uma média de apenas 27%-29% a considerar
“muito pouco provável” a perda dos seus empregos
nos seis meses seguintes, enquanto o valor nos UE15 é
de 59%.
Aspectos importantes
trabalho
desgastante
e exigente
trabalhar
com prazos
muito curtos
trabalhar em
condições
perigosas
ou insalubres
probabilidade
de ficar
desempregado
nos próximos
6 meses
Condições de trabalho
UE15
NEM
>
A percentagem da população que alega saber ler
inglês é cerca de três vezes superior nos UE15
(34%) que nos NEM (13%).
>
A utilização regular da Internet é cerca de duas
vezes mais elevada nos UE15 (34%) que nos
NEM (17%) e nos PC3 (15%).
>
Os grupos etários mais jovens nos NEM/PC3
demonstram sinais de recuperação neste
domínio.
>
As taxas de formação indicadas no último ano
são bastante semelhantes nos UE15 (21%) e nos
NEM (19%).
>
Mais de 50% dos cursos frequentados nos NEM
eram relacionados com o emprego, contra
apenas 43% nos UE15.
7
18
PC3
27
UE15
14
30
NEM
PC3
27
UE15
46
NEM
46
PC3
42
UE15
47
NEM
48
PC3
66
0
10
20
30
40
50
60
70
Educação e cursos de formação
Aspectos importantes
>
>
>
Em comparação com os trabalhadores dos NEM
(21%), o dobro dos trabalhadores dos UE15
(43%) consideram que são bem pagos.
O dobro dos trabalhadores nos NEM (30%)
registam condições de trabalho pouco saudáveis
em comparação com os dos UE15 (14%),
embora os trabalhadores na Grécia (31%)
revelem níveis elevados e os trabalhadores de
Malta (11%) níveis muito baixos.
Cerca de 42% dos homens nos NEM revelam
trabalhar mais de 48 horas por semana, contra
apenas 29% nos anteriores UE15.
9
UE15
12
10
NEM
9
4
PC3
8
0
5
10
relacionado
com o trabalho
15
outro
20
A família ocupa o primeiro lugar nos 28
países
Rendimento, educação e idade
claramente ligados à saúde
As famílias e os agregados familiares constituem o
meio fundamental de apoio e as fontes de ajuda para
os cidadãos na Europa, sendo que 42% de todos os
europeus manifestam elevados níveis de satisfação
com a sua vida familiar. As mulheres, contudo, estão
menos satisfeitas que os homens, e os cidadãos dos
PC3 são os menos satisfeitos de todos. Os agregados
com uma só pessoa são mais comuns nos UE15. Nos
NEM, e em particular nos PC3, os filhos vivem mais
tempo com os seus pais, havendo uma minoria
significativa que continua a viver com os pais mesmo
após ter constituído o seu próprio casal. De uma forma
geral, as mulheres ainda têm a principal
responsabilidade na assistência aos filhos, dedicando,
em média, mais do dobro do tempo que os homens.
Tal diferença persiste, ainda que em menor grau,
quando as mães estão empregadas.
Mais de um terço de todos os europeus revela estar de
“excelente” ou de “muito boa” saúde. Tal varia,
contudo, entre 61% na Dinamarca e Irlanda, 68% em
Chipre, e 18% em Portugal e 9% na Letónia. De uma
forma geral, a situação de saúde nos NEM/PC3 é mais
precária que nos UE15. Os cidadãos com um
rendimento mais elevado revelam geralmente melhor
saúde e as pessoas com menos educação registam
mais dificuldades de saúde.
As pessoas nos países mediterrânicos dos UE15 e dos
PC3 revelam maior dificuldade em aceder aos
cuidados de saúde, com diferenças significativas entre
as zonas rurais e urbanas. As pessoas mais idosas
revelam também mais dificuldades no acesso físico aos
cuidados de saúde que os jovens.
Diferenças na saúde segundo os grupos de rendimento
Contacto com a família e os amigos fora do
agregado familiar por grupo etário
Grupo de países
Contacto frequente com pais/filhos
Quartis do rendimento do agregado familiar
Quartil inferior
Mediana
Quartil superior
Percentagem que revela doença prolongada ou incapacidade (%)
18-34
35-64
65+
UE15
25
21
15
UE15
69
74
76
NEM
37
38
24
NEM
92
88
79
PC3
27
24
17
PC3
74
73
65
Contacto frequente com amigos
18-34
35-64
65+
UE15
92
86
87
NEM
92
84
86
PC3
90
88
88
Percentagem que revela saúde precária (%)
UE15
9
6
3
NEM
19
20
10
PC3
18
10
4
Aspectos importantes
>
As pessoas que vivem em países pós-comunistas
revelam mais frequentemente problemas de
saúde que as que vivem em Chipre, Malta ou na
Turquia.
>
Apenas 21% das pessoas que deixaram a escola
antes dos 15 anos revelaram estar de excelente
ou muita boa saúde, contra 41% das que
estudaram até aos 20 anos ou mais.
>
Algumas populações rurais enfrentam maiores
desvantagens: 40% dos cidadãos turcos que
vivem em zonas rurais e 24% das zonas urbanas
alegam que a distância lhes dificulta bastante o
acesso ao seu médico.
>
Os níveis de rendimento influenciam igualmente
o acesso a serviços de saúde: as pessoas dos
escalões de rendimento mais altos nos 28 países
têm geralmente poucas dificuldades de acesso.
>
A idade também desempenha um papel fulcral:
20% das pessoas acima dos 65 anos na Grécia
consideram o acesso a cuidados de saúde muito
difícil (devido à distância), verificando-se
resultados equivalentes na Hungria (18%),
Eslováquia (21%) e Chipre (27%).
>
Mais de metade das pessoas com 65 anos ou
mais nos NEM e PC3 revelam uma doença
prolongada ou incapacidade – excepto em
Chipre e Malta.
Aspectos importantes
>
As mulheres têm mais responsabilidade no
trabalho doméstico e na assistência à família em
todos os 28 países, e revelam-se mais insatisfeitas
com a vida familiar.
>
As
mães
sentem-se
geralmente
mais
sobrecarregadas com o trabalho doméstico do
que os pais: 42% nos UE25 e 69% nos PC3.
>
Mais de 85% das mulheres dos UE15
desempenham
trabalhos
domésticos
diariamente, valor que sobe para 90% nos NEM
e PC3.
>
As diferenças de género na assistência aos filhos
são ligeiramente menores nos NEM.
>
As mães não empregadas passam quase o dobro
do tempo na assistência aos filhos em relação às
mães com emprego.
Serviços públicos avaliados mais
negativamente nos NEM/PC3
>
>
>
A maioria das mulheres empregadas nos
NEM/PC3 trabalha a tempo inteiro; nos UE15
mais mulheres trabalham a tempo parcial.
Cerca de um terço dos trabalhadores nos
NEM alegam que, muitas vezes, estão
demasiado cansados para realizarem tarefas
domésticas, revelando um em cada seis,
dificuldades
no
cumprimento
de
responsabilidades familiares.
pouco tempo pouco tempo pouco tempo
para
para conctato para conctatos
passatempos
sociais
familiar
pouco tempo pouco tempo
para trabalho
para
voluntário
dormir
Percepções das restrições de tempo para as
diferentes actividades por grupos de países
demasiado
tempo para
o trabalho
Sinais de muita tensão entre grupos sociais
Mais horas para os trabalhadores dos
NEM/PC3 em comparação com os dos UE15.
52
NMS
CC3
67
EU15
27
NMS
24
CC3
24
43
EU15
NMS
46
CC3
UE15
32
NMS
37
CC3
34
12
Idosos e
jovens
Grupos
raciais ou
étnicos
diferentes
15
46
NEM
51
47
8
17
34
UE25
35
36
11
16
45
PC3
58
47
27
31
39
Pergunta 29: Em todos os países existem, por vezes, tensões
entre grupos sociais. Na sua opinião, qual o nível de tensão
existente entre cada um dos seguintes grupos em [país]? Ricos e
pobres, direcção e trabalhadores, homens e mulheres, idosos e
jovens, grupos raciais e étnicos diferentes: Muita tensão/ alguma
tensão/ nenhuma tensão.
>
Na nova Europa, 65% das pessoas mais velhas
confiam no seu regime de pensões estatais,
contra apenas 41% dos jovens.
>
O conflito entre ricos e pobres é mais evidente
nos NEM, enquanto as tensões raciais e
étnicas se registam mais nos UE15.
>
As famílias monoparentais com filhos pequenos
e as pessoas desempregadas são mais críticas
em relação à sociedade em que vivem.
57
EU15
31
Direcção e Homens
trabalhadores
e
mulheres
Aspectos importantes
> 42% dos cidadãos dos UE15 e 62% dos NEM
e PC3 não acreditam na capacidade futura do
sistema de prestações sociais para responder
às necessidades.
45
EU15
Pobres e
ricos
45
26
EU15
20
NMS
29
CC3
EU15
31
34
NMS
51
CC3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
Todos os relatórios referidos na presente brochura fazem parte
da série da Fundação “Qualidade de vida na Europa” e
encontram-se disponíveis no website da Fundação em
www.eurofound.eu.int/living/qual_life/index.htm.
Informações adicionais
Teresa Renehan (agente de ligação do serviço de Informação)
[email protected].
Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de
Trabalho
Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho
Wyattville Road, Loughlinstown, Dublin 18, Ireland
Telephone: (+353 1) 204 21 00 Email: [email protected] website: www.eurofound.eu.int
EF/04/95/PT
TJ-60-04-555-PT-C
Aspectos importantes
A qualidade de vida dos indivíduos não depende
apenas de condições de vida objectivas e do bemestar subjectivo, mas também da qualidade dos
serviços e da existência de serviços sociais. Neste
contexto, os NEM/PC3 têm uma visão muito mais
crítica dos serviços públicos como a educação,
pensões e serviços sociais, do que os UE15. As
maiores diferenças entre antigos e novos EstadosMembros registam-se nos serviços sociais e de
saúde.
5
As pessoas dos UE15 alegam ter menos problemas
neste domínio que as dos NEM/PC3. Na Grécia,
Portugal, Espanha e Reino Unido, as dificuldades
são alegadamente maiores. Os trabalhadores na
Espanha, em particular, revelam mais dificuldades
neste domínio que a média dos NEM. As mulheres
empregadas tendem a revelar mais dificuldades no
equilíbrio das tarefas profissionais e familiares.
4
A conciliação da vida profissional e
familiar constitui uma prioridade na
nova Europa.
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Qualidade de vida na Europa