Qualidade de vida Viver e trabalhar na nova Europa Qualidade de vida na Europa Qualidade de vida na Europa A União Europeia acolheu 10 novos EstadosMembros em 1 de Maio de 2004. Uma Europa a 25 torna-se um organismo mais complexo e heterogéneo, reflectindo diferentes culturas, tradições políticas e condições de vida. Muita da pesquisa realizada pela Fundação na preparação para o alargamento visou documentar e melhor compreender a situação na nova União Europeia. Uma das iniciativas mais importantes foi, em 2003, o primeiro Inquérito Europeu sobre a Qualidade de Vida (European Quality of Life Survey - EQLS), realizado pela Fundação em 28 países. Este instrumento único de monitorização, que analisou questões como a educação, o agregado familiar e as estruturas familiares, a habitação, os cuidados de saúde e o emprego, traça um retrato amplo e actualizado da qualidade de vida e das condições de vida na Europa alargada. No início de 2004, a Fundação publicou uma análise sobre questões relacionadas com a qualidade de vida, utilizando para tal dados dos inquéritos do Eurobarómetro da Comissão, realizados na UE e nos países em vias de adesão e candidatos. Os resultados do EQLS confirmam alguns dos resultados anteriores dos inquéritos do Eurobarómetro, nomeadamente no domínio da saúde e da satisfação com a vida, sendo que outros domínios importantes, como a habitação, a educação e as relações entre a vida profissional e a vida privada, são abrangidos pela primeira vez no EQLS. > resumo < Quais os resultados do EQLS? Os resultados básicos confirmam a percepção generalizada da existência de divisões importantes de ordem económica e social entre os anteriores 15 Estados-Membros da UE (UE15) e os países em vias de adesão e candidatos (apesar de algumas sobreposições). As diferenças entre os 10 novos Estados-Membros (NEM) e os três países candidatos (PC3) em áreas como a habitação e a educação são também salientadas. > Os níveis de vida são claramente mais baixos nos NEM que nos UE15. > Os cidadãos dos NEM e dos PC3 mostram-se, de uma forma geral, menos satisfeitos com a sua qualidade de vida do que os cidadãos dos UE15. > As condições de habitação são piores nos NEM e nos PC3 que nos UE15. > Os trabalhadores nos NEM e nos PC3 referem piores condições de trabalho. > Os cidadãos destes países alegam uma saúde mais precária e uma menor satisfação com os serviços de saúde. Não obstante, os resultados fornecem igualmente uma visão de áreas frequentemente descuradas – áreas em que os novos Estados-Membros se podem orgulhar de estar em vantagem ou em que se verifica um padrão comum na Europa alargada. > Dois terços dos cidadãos nos 28 países mostramse optimistas em relação ao futuro. > As famílias e os amigos prestam o principal apoio social à grande maioria dos cidadãos de todos os países. > A posse de habitação própria é mais comum nos NEM (71%) e nos PC3 (67%) que nos UE15 (60%). > As taxas de conclusão do ensino secundário são mais elevadas nos NEM que nos UE15. > As taxas de conclusão do ensino superior são semelhantes nos UE25. > Níveis de vida mais baixos nos NEM/PC3 As taxas de participação em cursos de formação ligados ao emprego são semelhantes nos EU15 e nos NEM. > O PIB per capita dos UE15 é, em média, três vezes superior ao dos NEM e mais de quatro vezes superior ao dos três países candidatos. > Cerca de um em cada dois agregados familiares nos PC3, e mais de um em cada cinco nos NEM, refere dificuldades em equilibrar o seu orçamento, contra apenas um em cada dez nos UE15. > Com base num índice de artigos domésticos necessários para condições de vida minimamente aceitáveis, os NEM e os PC3 revelam níveis superiores de privação. > O rendimento do agregado familiar é, em oito dos NEM/PC3, mais baixo do que em Portugal (país dos UE15 menos favorecido). > Os níveis de privação são superiores no grupo etário mais velho em todos os NEM/PC3, à excepção da República Checa; os jovens são, de um modo geral, os que sofrem menos privações. > Mais de 40% dos agregados familiares nos NEM cultivam a terra ou criam gado a fim de complementar as suas necessidades alimentares, contra apenas 8% nos UE15. Percentagem de agregados familiares com dificuldades em equilibrar o orçamento, por país Luxemburgo Áustria As diferenças entre os UE15 e os NEM nem sempre são nítidas Irlanda Dinamarca Suécia Finlândia Itália > Os países com o PIB per capita mais baixo dos UE15 têm aproximadamente o mesmo nível que os NEM com o PIB per capita mais elevado. > Portugal tem um nível de privação três vezes superior ao da média da UE, superior ao de Chipre, da República Checa, de Malta e da Eslovénia. > As mulheres e os grupos etários mais jovens e mais velhos são os mais desfavorecidos em termos de rendimento. > As desigualdades em termos de rendimento são substancialmente maiores nos UE15. Reino Unido Países Baixos Malta Alemanha UE15 Bélgica França UE25 Eslovénia Portugal Polónia Espanha República Checa NEM Eslováquia Hungria Grécia Estónia Chipre Lituânia Roménia Letónia Turquia PC3 Bulgária 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 Nota: O Inquérito Europeu sobre a Qualidade de Vida 2003 é a fonte de todos os valores e quadros incluídos na presente brochura. A satisfação com a vida varia, mas os europeus mostram-se, de um modo geral, optimistas em relação ao futuro Mais pessoas com habitação própria nos NEM/PC3, mas níveis de qualidade de habitação muito inferiores aos dos UE15 Os cidadãos dos UE15 têm níveis de satisfação com a vida mais elevados que os cidadãos dos NEM e dos PC3, com as excepções de Portugal, por um lado, e de Chipre e Malta, por outro. O desemprego reduz fortemente o nível de satisfação com a vida nos UE25. No mesmo sentido, os cidadãos que se inserem no grupo com rendimentos mais baixos mostram-se consideravelmente menos satisfeitos com a sua vida, ao passo que os do grupo com rendimentos mais elevados se mostram mais satisfeitos. A educação e a saúde estão também fortemente associadas aos níveis de satisfação. A posse de habitação própria é mais comum nos novos Estados-Membros e nos países candidatos, tendo a maioria das habitações já sido pagas na sua totalidade. Nos UE15, mais de um terço do total das habitações próprias ainda se encontra sujeito a hipoteca. As condições habitacionais e ambientais são, contudo, geralmente melhores nos UE15. Apesar da divisão UE15/NEM, existem igualmente sobreposições claras. Portugal, por exemplo, ultrapassa Chipre, a República Checa, a Eslováquia e a Eslovénia em problemas relacionados com as condições habitacionais. De igual modo, os Franceses e os Italianos queixam-se com mais frequência de problemas ambientais do que os habitantes da República Checa, Polónia, Eslováquia e Eslovénia. Os gregos sentem-se menos seguros no local onde vivem que os cidadãos de Chipre e da Eslovénia. Aspectos importantes > Na maioria dos UE15, o nível de satisfação dos grupos menos satisfeitos é, todavia, superior ao dos grupos mais satisfeitos nos NEM e nos PC3. > Continua a verificar-se uma divisão norte-sul nos UE15, com as pessoas dos países nórdicos a revelarem níveis de satisfação mais elevados. > > O rendimento médio do agregado familiar nos NEM e nos PC3 é menos de metade do rendimento do agregado familiar médio nos UE15. Regime de ocupação da habitação por grupo de países Pergunta 31: De um modo global, qual o seu nível actual de satisfação com a vida? A média de satisfação com a vida é indicada numa escala de 1 “muito insatisfeito” a 10 “muito satisfeito”. 22 22 66 NEM 5 42 UE25 Em média, 64% dos europeus mostram-se optimistas em relação ao futuro, embora se verifiquem grandes diferenças entre os países, bem como uma tendência de maior optimismo nas pessoas de áreas urbanas. Satisfação com a vida na Europa 38 UE15 20 PC3 10 20 pago na totalidade 30 1 40 50 60 70 4 19 5 15 18 proprietário (com hipoteca) alugado (social) 4 19 66 0 15 1 80 4 13 90 100 alugado (privado) Outro Aspectos importantes > As condições de habitação são piores nas zonas rurais: 45% dos lituanos em zonas rurais não dispõem de instalações sanitárias em casa; na Bulgária e na Roménia este valor eleva-se a mais de 50%. > A percentagem de habitações arrendadas a entidades públicas é, nos UE25, de 15%, enquanto tal tipo de alojamento não é comum nos três países candidatos. > Na Áustria, na Dinamarca e na Suécia, apenas um em cada dez cidadãos se sente inseguro no seu bairro; na Letónia e na Lituânia o valor é de um em cada dois. > Um em cada cinco agregados familiares nos NEM e um em cada três nos PC3 têm de confrontar-se com problemas como janelas apodrecidas, humidade e fugas de água, ou não dispõe de instalações sanitárias em casa, contra menos de 10% nos UE15. Indicadores políticos Os resultados do Inquérito Europeu sobre a Qualidade de Vida colocam em destaque várias das preocupações principais dos cidadãos europeus, levantando questões importantes para o debate e iniciativas políticas. Coesão social O objectivo do reforço da coesão social na União Europeia consiste em diminuir as disparidades entre os Estados-Membros e em ajudar os grupos desfavorecidos em determinadas sociedades. A redução das desigualdades sociais através da promoção da igualdade de oportunidades, o combate à pobreza e à exclusão social ocupam, por conseguinte, lugares privilegiados na agenda de política social da UE. > > > > Um dos principais desafios para a nova UE consiste em reforçar a coesão social visando a diminuição das fortes discrepâncias existentes entre os Estados-Membros em termos de condições materiais de vida. O alargamento aumentará o problema das tradicionais desigualdades sociais, uma vez que a precariedade das condições de vida e o menor bem-estar subjectivo são mais acentuados nos NEM. A melhoria das condições de vida dos grupos desfavorecidos no contexto do combate à pobreza e à exclusão social é uma das questões principais da Europa alargada. Embora a posse de habitação própria seja generalizada nos novos Estados-Membros e nos países candidatos, as condições habitacionais são, muitas vezes, precárias. Por esta razão, nos NEM, mas também em alguns dos antigos Estados-Membros da UE, constata-se uma necessidade de políticas públicas que promovam a criação de melhores condições habitacionais e ambientais. Em todos os grupos de países, são as mulheres que revelam rendimentos mais baixos e maiores privações no agregado familiar. Os níveis de privação nos UE15 são baixos, embora sejam em 50% superiores para as mulheres. Os níveis de privação são mais elevados nos NEM e nos PC3, embora as diferenças entre géneros sejam menos acentuadas. Média de privação no agregado familiar de acordo com o género do inquirido e por grupo de países 4 3,5 3 2,5 2 1,5 1 0,5 0 UE15 UE25 NEM Masculino PC3 Feminino Média de seis critérios -: (1) possibilidade de manter a casa adequadamente aquecida, (2) possibilidade de pagar uma semana anual de férias, (3) possibilidade de substituir mobiliário antigo, (4) possibilidade de ter uma refeição com carne de dois em dois dias, se o desejar, (5) possibilidade de comprar roupas novas em vez de em segunda mão, (6) possibilidade de receber amigos ou família para uma bebida ou refeição pelo menos uma vez por mês - (dos quais as pessoas se privam por não terem meios financeiros para os realizar) (Pergunta 20). Média da satisfação com a habitação por país DK AT MT LU SE IE DE FI BE UK NL IT SI CY ES FR RO CZ GR HU SK PT BG TR PL EE LV LT 8,4 8,3 8,2 8,2 8,1 8,1 8,1 8 7,8 7,7 7,7 7,7 7,5 7,5 7,5 7,4 7,2 7,2 7,2 6,9 6,8 6,7 6,6 6,5 6,5 6,4 6,3 5,9 UE15 NEM UE25 PC3 7,7 6,7 7,5 6,7 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5 8 8,5 9 Pergunta 41D: Poderia indicar, numa escala de 1 a 10, o nível de satisfação com a sua habitação? Indicadores políticos Viver e trabalhar A conciliação da vida profissional e da vida familiar está a tornar-se uma questão cada vez mais importante na Europa. Considera-se que tal questão influencia directamente a participação no mercado de trabalho, a fertilidade, a constituição da família e a qualidade de vida. Questões como o horário de trabalho, as condições de trabalho, a aprendizagem ao longo da vida, as disposições relativas ao sector público, como a assistência à infância e o regime de pensões, desempenham um papel no desenvolvimento de medidas para atingir um melhor equilíbrio entre a vida profissional e privada para todos os cidadãos europeus. Falta de confiança no regime nacional de pensões e no sistema de prestações sociais FI LU NL IE BE MT PT TR DK CY PL SE PC3 NEM UK EE HU EL UE25 > Nos novos Estados-Membros existe uma certa margem para a implementação de disposições mais flexíveis em termos de horários de trabalho, uma vez que têm o potencial para aumentar as taxas de participação no mercado de trabalho. De igual forma, as condições de trabalho são aqui geralmente piores do que nos antigos Estados-Membros da UE, o que constitui um outro potencial domínio de intervenção. SI UE15 RO CZ AT ES FR BG IT DE LV LT SK 0 > > A fim de promover uma melhor conciliação da vida profissional e familiar, poder-se-ia dar às mulheres um âmbito mais alargado para o desenvolvimento dos planos de família e de carreira. Do mesmo modo, poder-se-ia dar aos homens melhores oportunidades de reduzir o horário de trabalho formal por forma a assumirem mais responsabilidades familiares. O descontentamento generalizado com o sector público surge como resultado da percepção de diferenças de qualidade no sistema de prestação de serviços públicos nos NEM e PC3. O alargamento poderá contribuir para acentuar esta ideia. Tal exigirá esforços renovados no sentido de melhorar a eficácia e a eficiência dos serviços públicos e da gestão pública. 10 20 30 40 50 60 70 80 90 percentagem que indica “sem nenhuma confiança/com pouca confiança” regime nacional de pensões sistema de prestações sociais Pergunta 27: Até que ponto confia na capacidade dos seguintes dois sistemas para responder às suas necessidades? Regime de pensões estatais, sistema de prestações sociais: Confio bastante/confio até certo ponto/praticamente não confio/não confio nada. Trabalhar por menos dinheiro, mais horas e em piores condições nos NEM Elevada participação na educação nos NEM Apesar de se registarem taxas de emprego mais baixas nos NEM que nos UE15, os agregados familiares sem emprego são ligeiramente menos frequentes nos NEM (17%) que nos UE15 (19%). Tal sugere que os empregos disponíveis nos NEM estão melhor distribuídos pelas famílias. Os resultados revelam ainda que os NEM têm uma percentagem algo superior de agregados familiares em que duas ou mais pessoas estão empregadas (50%), em relação aos UE15 (43%). Apenas uma pequena percentagem dos empregados tem um segundo emprego. Nos UE15 o valor é de 5%, ao passo que nos NEM e nos PC3 os valores são de 8% e 7% respectivamente. A percentagem de cidadãos que conclui o ensino secundário é mais elevada (78%) nos NEM que nos UE15 (64%). A maioria dos NEM tem uma percentagem de população em idade laboral com educação superior mais elevada que muitas das regiões mais pobres nos UE15 do sul. Todavia, o modo como esta educação preparou os cidadãos para o mercado de trabalho global tem que ser avaliado: saber ler inglês (excluindo na Irlanda, Malta e no Reino Unido) e utilizar a Internet são dois indicadores. Neste contexto, a proficiência é menos evidente nos NEM do que nos UE15, e as divisões entre zonas rurais-zonasurbanas são muito amplas. Não obstante, a percepção da segurança no emprego é consideravelmente mais baixa nos NEM e nos PC3, com uma média de apenas 27%-29% a considerar “muito pouco provável” a perda dos seus empregos nos seis meses seguintes, enquanto o valor nos UE15 é de 59%. Aspectos importantes trabalho desgastante e exigente trabalhar com prazos muito curtos trabalhar em condições perigosas ou insalubres probabilidade de ficar desempregado nos próximos 6 meses Condições de trabalho UE15 NEM > A percentagem da população que alega saber ler inglês é cerca de três vezes superior nos UE15 (34%) que nos NEM (13%). > A utilização regular da Internet é cerca de duas vezes mais elevada nos UE15 (34%) que nos NEM (17%) e nos PC3 (15%). > Os grupos etários mais jovens nos NEM/PC3 demonstram sinais de recuperação neste domínio. > As taxas de formação indicadas no último ano são bastante semelhantes nos UE15 (21%) e nos NEM (19%). > Mais de 50% dos cursos frequentados nos NEM eram relacionados com o emprego, contra apenas 43% nos UE15. 7 18 PC3 27 UE15 14 30 NEM PC3 27 UE15 46 NEM 46 PC3 42 UE15 47 NEM 48 PC3 66 0 10 20 30 40 50 60 70 Educação e cursos de formação Aspectos importantes > > > Em comparação com os trabalhadores dos NEM (21%), o dobro dos trabalhadores dos UE15 (43%) consideram que são bem pagos. O dobro dos trabalhadores nos NEM (30%) registam condições de trabalho pouco saudáveis em comparação com os dos UE15 (14%), embora os trabalhadores na Grécia (31%) revelem níveis elevados e os trabalhadores de Malta (11%) níveis muito baixos. Cerca de 42% dos homens nos NEM revelam trabalhar mais de 48 horas por semana, contra apenas 29% nos anteriores UE15. 9 UE15 12 10 NEM 9 4 PC3 8 0 5 10 relacionado com o trabalho 15 outro 20 A família ocupa o primeiro lugar nos 28 países Rendimento, educação e idade claramente ligados à saúde As famílias e os agregados familiares constituem o meio fundamental de apoio e as fontes de ajuda para os cidadãos na Europa, sendo que 42% de todos os europeus manifestam elevados níveis de satisfação com a sua vida familiar. As mulheres, contudo, estão menos satisfeitas que os homens, e os cidadãos dos PC3 são os menos satisfeitos de todos. Os agregados com uma só pessoa são mais comuns nos UE15. Nos NEM, e em particular nos PC3, os filhos vivem mais tempo com os seus pais, havendo uma minoria significativa que continua a viver com os pais mesmo após ter constituído o seu próprio casal. De uma forma geral, as mulheres ainda têm a principal responsabilidade na assistência aos filhos, dedicando, em média, mais do dobro do tempo que os homens. Tal diferença persiste, ainda que em menor grau, quando as mães estão empregadas. Mais de um terço de todos os europeus revela estar de “excelente” ou de “muito boa” saúde. Tal varia, contudo, entre 61% na Dinamarca e Irlanda, 68% em Chipre, e 18% em Portugal e 9% na Letónia. De uma forma geral, a situação de saúde nos NEM/PC3 é mais precária que nos UE15. Os cidadãos com um rendimento mais elevado revelam geralmente melhor saúde e as pessoas com menos educação registam mais dificuldades de saúde. As pessoas nos países mediterrânicos dos UE15 e dos PC3 revelam maior dificuldade em aceder aos cuidados de saúde, com diferenças significativas entre as zonas rurais e urbanas. As pessoas mais idosas revelam também mais dificuldades no acesso físico aos cuidados de saúde que os jovens. Diferenças na saúde segundo os grupos de rendimento Contacto com a família e os amigos fora do agregado familiar por grupo etário Grupo de países Contacto frequente com pais/filhos Quartis do rendimento do agregado familiar Quartil inferior Mediana Quartil superior Percentagem que revela doença prolongada ou incapacidade (%) 18-34 35-64 65+ UE15 25 21 15 UE15 69 74 76 NEM 37 38 24 NEM 92 88 79 PC3 27 24 17 PC3 74 73 65 Contacto frequente com amigos 18-34 35-64 65+ UE15 92 86 87 NEM 92 84 86 PC3 90 88 88 Percentagem que revela saúde precária (%) UE15 9 6 3 NEM 19 20 10 PC3 18 10 4 Aspectos importantes > As pessoas que vivem em países pós-comunistas revelam mais frequentemente problemas de saúde que as que vivem em Chipre, Malta ou na Turquia. > Apenas 21% das pessoas que deixaram a escola antes dos 15 anos revelaram estar de excelente ou muita boa saúde, contra 41% das que estudaram até aos 20 anos ou mais. > Algumas populações rurais enfrentam maiores desvantagens: 40% dos cidadãos turcos que vivem em zonas rurais e 24% das zonas urbanas alegam que a distância lhes dificulta bastante o acesso ao seu médico. > Os níveis de rendimento influenciam igualmente o acesso a serviços de saúde: as pessoas dos escalões de rendimento mais altos nos 28 países têm geralmente poucas dificuldades de acesso. > A idade também desempenha um papel fulcral: 20% das pessoas acima dos 65 anos na Grécia consideram o acesso a cuidados de saúde muito difícil (devido à distância), verificando-se resultados equivalentes na Hungria (18%), Eslováquia (21%) e Chipre (27%). > Mais de metade das pessoas com 65 anos ou mais nos NEM e PC3 revelam uma doença prolongada ou incapacidade – excepto em Chipre e Malta. Aspectos importantes > As mulheres têm mais responsabilidade no trabalho doméstico e na assistência à família em todos os 28 países, e revelam-se mais insatisfeitas com a vida familiar. > As mães sentem-se geralmente mais sobrecarregadas com o trabalho doméstico do que os pais: 42% nos UE25 e 69% nos PC3. > Mais de 85% das mulheres dos UE15 desempenham trabalhos domésticos diariamente, valor que sobe para 90% nos NEM e PC3. > As diferenças de género na assistência aos filhos são ligeiramente menores nos NEM. > As mães não empregadas passam quase o dobro do tempo na assistência aos filhos em relação às mães com emprego. Serviços públicos avaliados mais negativamente nos NEM/PC3 > > > A maioria das mulheres empregadas nos NEM/PC3 trabalha a tempo inteiro; nos UE15 mais mulheres trabalham a tempo parcial. Cerca de um terço dos trabalhadores nos NEM alegam que, muitas vezes, estão demasiado cansados para realizarem tarefas domésticas, revelando um em cada seis, dificuldades no cumprimento de responsabilidades familiares. pouco tempo pouco tempo pouco tempo para para conctato para conctatos passatempos sociais familiar pouco tempo pouco tempo para trabalho para voluntário dormir Percepções das restrições de tempo para as diferentes actividades por grupos de países demasiado tempo para o trabalho Sinais de muita tensão entre grupos sociais Mais horas para os trabalhadores dos NEM/PC3 em comparação com os dos UE15. 52 NMS CC3 67 EU15 27 NMS 24 CC3 24 43 EU15 NMS 46 CC3 UE15 32 NMS 37 CC3 34 12 Idosos e jovens Grupos raciais ou étnicos diferentes 15 46 NEM 51 47 8 17 34 UE25 35 36 11 16 45 PC3 58 47 27 31 39 Pergunta 29: Em todos os países existem, por vezes, tensões entre grupos sociais. Na sua opinião, qual o nível de tensão existente entre cada um dos seguintes grupos em [país]? Ricos e pobres, direcção e trabalhadores, homens e mulheres, idosos e jovens, grupos raciais e étnicos diferentes: Muita tensão/ alguma tensão/ nenhuma tensão. > Na nova Europa, 65% das pessoas mais velhas confiam no seu regime de pensões estatais, contra apenas 41% dos jovens. > O conflito entre ricos e pobres é mais evidente nos NEM, enquanto as tensões raciais e étnicas se registam mais nos UE15. > As famílias monoparentais com filhos pequenos e as pessoas desempregadas são mais críticas em relação à sociedade em que vivem. 57 EU15 31 Direcção e Homens trabalhadores e mulheres Aspectos importantes > 42% dos cidadãos dos UE15 e 62% dos NEM e PC3 não acreditam na capacidade futura do sistema de prestações sociais para responder às necessidades. 45 EU15 Pobres e ricos 45 26 EU15 20 NMS 29 CC3 EU15 31 34 NMS 51 CC3 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Todos os relatórios referidos na presente brochura fazem parte da série da Fundação “Qualidade de vida na Europa” e encontram-se disponíveis no website da Fundação em www.eurofound.eu.int/living/qual_life/index.htm. Informações adicionais Teresa Renehan (agente de ligação do serviço de Informação) [email protected]. Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho Fundação Europeia para a Melhoria das Condições de Vida e de Trabalho Wyattville Road, Loughlinstown, Dublin 18, Ireland Telephone: (+353 1) 204 21 00 Email: [email protected] website: www.eurofound.eu.int EF/04/95/PT TJ-60-04-555-PT-C Aspectos importantes A qualidade de vida dos indivíduos não depende apenas de condições de vida objectivas e do bemestar subjectivo, mas também da qualidade dos serviços e da existência de serviços sociais. Neste contexto, os NEM/PC3 têm uma visão muito mais crítica dos serviços públicos como a educação, pensões e serviços sociais, do que os UE15. As maiores diferenças entre antigos e novos EstadosMembros registam-se nos serviços sociais e de saúde. 5 As pessoas dos UE15 alegam ter menos problemas neste domínio que as dos NEM/PC3. Na Grécia, Portugal, Espanha e Reino Unido, as dificuldades são alegadamente maiores. Os trabalhadores na Espanha, em particular, revelam mais dificuldades neste domínio que a média dos NEM. As mulheres empregadas tendem a revelar mais dificuldades no equilíbrio das tarefas profissionais e familiares. 4 A conciliação da vida profissional e familiar constitui uma prioridade na nova Europa.