Edição Especial • Novembro 2008 Nota Fiscal Eletrônica: montadoras apertam o passo A partir de 1º de dezembro, todas as notas fiscais emiti- cinco meses depois à expedição das fábricas de autopeças, das pelas montadoras de veículos estabelecidas no País deparou-se com variados matizes de um quadro complexo. abandonarão o suporte papel para assumir, definitivamente, Seu perfil multifacetado permitiu vislumbrar a questão uma realidade que já chegou a outros segmentos da nossa sob os ângulos de clientes e fornecedores, cada qual com economia: a NF eletrônica. as suas diferentes necessidades e limitações, dotados de Agrale, Fiat e Mercedes-Benz saíram na frente nesse processo, e já começaram a viver num cenário que, em abril de estruturas igualmente diversas e utilizando inúmeros sistemas de ERP. 2009, alcançará as fábricas de autopeças, prazo que já pode Em função do trabalho que se propõe a realizar diaria- ser considerado curto para quem ainda não arregaçou as mente, também convive com múltiplos meios de comunica- mangas, em função do grande número de providências e de- ção, frente à necessidade de o SawluzNET ser amigável a to- talhes sistêmicos requeridos pela mudança. das as possibilidades de integração, na qualidade de wan. Trazida para a ótica do Electronic Data Interchange, a ques- O objetivo dessa edição especial do SawluNEWS é mostrar ao tão ganha mais implicações ainda, pois vai colocar em cheque mercado automotivo o que está se passando não só dentro do procedimentos consagrados ao longo de duas décadas. setor, mas também do lado do Fisco e no segmento contábil, A Sawluz, ao capacitar sua solução de EDI para trafegar encarregado de abastecer todos os dias de informações o au- as informações do setor automotivo já sob a égide na Nota têntico Big Brother em que está se transformando a adminis- Fiscal Eletrônica, um quadro que está prestes a se tornar obri- tração tributária no Brasil. gatório na recepção de materiais das montadoras, chegando Página 3 Leia também: Fisco mostra sua visão Confira o que pensam as SEFAZ de São Paulo e Rio Grande do Sul, as pioneiras nessa área RND e XML, uma relação delicada A convivência presumível entre o arquivo consagrado pelo EDI automotivo e o trazido pela nova exigência legal Orquestração: os acordes finais antes da estréia Novamente, parceiros comerciais dialogam sobre mudanças que marcarão profundamente seu dia-a-dia SPED, muito mais que uma obrigação fiscal A opinião de um especialista sobre a informatização crescente das relações entre contribuintes e órgãos arrecadadores PG 6 PG 9 PG 10 PG 11 Editorial Uma questão; vários ângulos A credite, vem aí uma verdadeira revolução, da qual – em contrapartida - poderão advir grandes ganhos em qualidade de processos, com base na experiência que o EDI automotivo tem proporcionado a todos nós. O SPED fiscal vai representar um primeiro divisor de águas nisso tudo daqui a menos de dois meses, tomando como ponto de partida os dados das NFe que darão origem aos livros de entrada e saída escriturados por todas as empresas de forma digital. Longe de querer passar aqui uma visão apocalíptica dos fatos, vale lembrar que o melhor caminho continuará sendo fazer a coisa certa, independentemente da tolerância relativa que possa surgir na fase inicial de tantas mudanças, como manda o bom senso que faz prevalecer o enfoque orientador ao punitivo em momentos cruciais como este. Vai virar passado, por exemplo, “passar peças por cima do muro” e emitir a NF apenas no final do expediente. Idem quanto a deixar previamente preparadas, no horário comercial, NFs para lotes de peças cujo volume certo de produção só poderá ser conhecido durante a madrugada, gerando quase sempre inevitáveis cancelamentos. Some-se a tudo isso o fato de muitos ERP´s ainda não estarem devidamente preparados para esses novos tempos e fica mais temerária ainda a postura de deixar as coisas para a última hora. Expediente Afinal, gerar a NF-e requer desde a checagem da conexão da internet, até a formalização da assinatura digital em autoridade certificadora filiada ao Instituto de Chaves Públicas do Brasil (ICP), inscrição no SEFAZ-SP, testes de homologação etc., etc. Além disso, segundo a Lei Nº 12.685/07, quem recebe um Danfe já precisa estar apto a armazenar seus dados, mesmo que não seja obrigado a emitir a NF-e. Carta de correção que envolver valor unitário será outro ponto merecedor de cuidado, pois um caminhão poderá ser obrigado a retornar à sua base, seja lá quão distante for, se o DANFE chegar ao destino com divergência neste campo. Embora num primeiro instante isso tudo possa transparecer a necessidade de muitos investimentos, cer- tamente o payback será rápido, trazendo benefícios aos que souberem enxergar em plenitude as transformações em curso. Nada mais justo, portanto, do que compartilhar com você nossas principais percepções sobre esse tema delicado, justamente num momento em que Anfavea e Sindipeças sentam-se à mesa para discutir novas tendências e possibilidades. Esperamos que essa leitura ajude você e sua empresa não apenas a entrar com mais segurança nessa nova e decisiva fase, mas também, e principalmente, a aproveitar em plenitude as muitas oportunidades que esse desafio deverá abrir em matéria de gestão, transparência e boa governança. Werter Padilha Cavalcante e Adoniram Judson da Silva Sawluz Metodologia Aplicada em Informática Ltda. • Rua José Secundino da Costa, 245 – Interlagos – CEP 04783-160 – São Paulo/SP • Tel: (11) 5668-2400 – Fax: (11) 5668-2401 – www.sawluz.com.br • Textos e fotos: Reperkut Comunicação SS. – Telefax: (11) 5084-1809 – www.reperkut.com.br • Jornalista responsável: Wagner Fonseca (MTB 15.155) • Produção editorial: Acará Gráficos & Editores – Telefax: (11) 3803-8804 – www.acara.com.br SawluzNews Especial Montadoras Elas saíram na frente D esde o início do ano, Betim (MG) assistia aos preparativos de sua mais ilustre indústria para atender a uma lei que, a princípio, exigia a emissão da NF-e por parte das montadoras em 1º de setembro. E não diminuiu o passo rumo a esse objetivo nem diante dos rumores que começaram a surgir no final de julho, dando conta de que o governo iria mudar a data de entrada em operação para 1º de dezembro, como de fato acabaria ocorrendo. “Nós estávamos mobilizados para entrarmos no ar em 1º de setembro e qualquer deslocamento nesse deadline significaria retardar o início dos outros projetos, aumentar o custo com os desenvolvedores”, explica Egon Daxbacher, gerente do Projeto SAP na Fiat. O resultado disso, segundo ele, é que há pouco mais de dois meses sua empresa está operando eletronicamente todas as suas emissões, sejam de venda direta, para concessionária, ou remessa para industrialização ou sucata. “Quando as pessoas falam de NF-e elas estão pensando em vendas do produto final, mas a lei é muito específica, fala de todas as saídas, o que torna o projeto mais complexo, exigindo total atenção aos detalhes”, justifica Egon Daxbacher, gerente do Projeto SAP na Fiat. Sistemas integrados Dentro desse panorama emissor e recebedor de Notas Fiscais, o ERP da empresa, no caso o SAP, gerencia as notas de entrada e de saída de miscelâneas, ficando as NF-e de venda direta ao consumidor a cargo de sistemas legados. “Cem por cento das notas fiscais eletrônicas recebidas dos nossos fornecedores são escrituradas pelo SAP, e isso reflete a relevância do ERP nesse projeto”, acrescenta Egon. Isso se deve a um fato que ele lembra com muita propriedade, pois o SPED Fiscal, cenário ao qual a nota eletrônica está intimaSawluzNews Especial mente vinculado, exige que os livros fiscais passem a ser escriturados digitalmente, e o mês de início dessa nova obrigação é janeiro de 2009. “Ao pensar em 1° de abril (data limite para a indústria de autopeças passar a emitir Notas Fiscais eletronicamente) eu preciso considerar que três meses antes eu tenho que ter o SAP e os sistemas agregados totalmente adaptados a essa nova realidade”, pondera o executivo. Com isso, segundo ele, os impostos passam a ser lançados item por item, requerendo uma chave de acesso, dentre outros requisitos, com novos componentes agregados aos requerimentos fiscais que já vigoravam. Outra grande novidade em tudo isso, na visão dele, é o advento do arquivo XML, protocolo diferente do normalmente utilizado nos avisos de embarque que se tornaram a máxima expressão do EDI no setor automotivo nesses últimos vinte anos. “Seja esse arquivo recepcionado via EDI, correio eletrônico ou de qualquer outra forma, a lei diz que eu tenho que estar preparado para receber a nota fiscal eletrônica no formato XML, além de escriturar e guardar esse arquivo”, observa. Embora concorde com a manutenção do email como plano de contingência, ele não vê sentido em se abandonar um modelo bem-sucedido tanto na ótica da Fiat quanto de seus fornecedores, em função da nova realidade fiscal. “O que estamos tentando fazer é enquadrar esse novo requerimento dentro do modelo de EDI que hoje funciona muito bem”, assegura. Fundamental mesmo nesse processo ele considera que seja a cadeia automotiva ser inserida sem exceção no novo cenário. “Nós estamos estudando quais são as melhores alternativas e, no momento adequado e com tempo hábil, vamos colocá-las em prática. Essa é uma preocupação de toda a indústria automobilística”, argumenta. Especialista de TI da montadora, André Divulgação/Fiat Agrale, Fiat e Mercedes-Benz se anteciparam e já emitem a Nota Fiscal Eletrônica “Quando as pessoas falam de NF-e elas estão pensando em vendas do produto final, mas a lei é muito específica, fala de todas as saídas, o que torna o projeto complexo, exigindo total atenção aos detalhes” Egon Daxbacher Luiz Souza Ferreira identifica uma vantagem adicional nesse processo com a integração da cadeia de suprimentos. Os fornecedores-sistemas, que atualmente recebem peças da montadora para a montagem de subconjuntos, passarão a receber da Fiat a NF-e no formato XML, documento que poderá ser utilizado como aviso de embarque (ASN), agilizando o processo de recebimento e reduzindo atividades operacionais no registro do recebimento das mercadorias. Já a figura do ASN tradicional, ou seja, no sentido autopeça-montadora, André Luiz acredita que também Divulgação/Mercedes-Benz Montadoras “A exemplo do ocorrido quando surgiu o aviso de embarque, a NF-e será uma revolução, sendo o grande fato por trás dela a maior fidelidade das informações” Arquivo Jesus Carlos Cardoso da Silva Ganança “Uma grande preocupação nossa está na área de logística, porque se o fornecedor não conseguir emitir a NF-e eu não poderei receber seu material, e isso poderá comprometer o meu processo de produção”, Dario Manoel Camargo saia revigorada nesse novo ambiente e cita como exemplo os pequenos fornecedores, que nem sempre tinham condições de adquirir tecnologia para trafegar arquivos via EDI, mas que agora, com a chegada da NF-e, terão na troca eletrônica de documentos uma rotina, qualquer que seja o seu porte, bem como o tipo de item e o volume fornecido. O padrão RND, por sua vez, ele crê que acabe sucumbindo ao XML na qualidade de nova língua universal do setor. “A tendência é que todos os padrões passem para esse formato, inclusive as programações de entrega”, prevê. Para estar preparada a encarar com desenvoltura tantas mudanças, a Fiat está ajustando seu gateway, com a finalidade de trabalhar normalmente tanto com arquivos XML quanto no formato RND 004, que ainda deverá ser utilizado por algum tempo. Revolução a caminho Mais adiantada ainda com relação à faceta emissora da NF-e, a Mercedes Benz do Brasil processa esse tipo de documento desde o final de 2007 para a comercialização de veículos e peças. Após uma série de implementações, o supervisor de Análise de Sistemas da empresa considera em vôo de cruzeiro esse processo, mas não esconde sua ansiedade em também ver sua empresa recebendo regularmente o documento eletrônico das autopeças. “A exemplo do ocorrido quando surgiu o aviso de embarque, a NF-e será uma revolução, sendo o grande fato por trás dela a maior fidelidade das informações”, prevê Jesus Carlos Cardoso da Silva Ganança. Ele também espera maior funcionalidade na conferência de dados, com agilidade igualmente superior no fluxo de entrada de materiais e na contabilização, sem falar na eliminação de grande parte dos atuais protocolos de erro. A grande diferença, segundo Jesus, é que o fornecedor, antes de emitir o DANFE (um resumo impresso da NF-e que acompanha o caminhão) passa a validar o documento fiscal com a Receita Federal, para só depois iniciar seu trajeto. Mas até o momento ele reconhece haver poucos fornecedores realmente preparados para trabalhar dessa forma. “O que me preocupa é que abril já está aí e esses projetos não são pequenos, eles terão que andar rápido”, pondera. Um alento, porém, está no fato de a Sawluz e outras empresas desenvolvedoras de soluções EDI participarem ativamente do grupo da Anfavea, “até mais do que algumas montadoras”, reconhece Jesus. “Elas conseguem enxergar tanto a visão da montadora quanto a de um fornecedor, por isso os vejo como parceiros”, acrescenta, lembrando que muitos dos desenvolvimentos de IT de sua empresa tornaram-se possíveis com a participação ativa dessas empresas. A única coisa que o supervisor lamenta no grupo da Anfavea é a participação de um número ainda restrito de fornecedores de autopeças, cuja manifestação ele considera fundamental em momentos de discussões estratégicas como o atual. “A visão geral fica um tanto quanto míope sem isso”, conclui. Sentimento dúbio Mas estar em dia desde já com a obrigação de emissor não tranqüiliza o analista de Sistemas de Logística dessa montadora de origem alemã, que desde abril último recebe o arquivo XML e faz as devidas validações do DANFE na Secretaria da Fazenda envolvendo fornecedores de aço e combustíveis, que ficaram obrigados mais cedo a entrar nessa nova era. A Mercedes, segundo ele, vê tudo isso como uma modificação eletrônica altamente positiva, que aumentará a credibilidade dos processos de EDI. Mas também registra uma certa apreensão, por desconhecer quantos fornecedores de autopeças vão estar realmente preparados para essa tecnologia em 1º de abril. “Uma grande preocupação nossa está na área de logística, porque se o fornecedor não conseguir emitir a NF-e eu não poderei receber seu material, e isso poderá comprometer o meu processo de produção”, confessa Dario Manoel Camargo. A mudança crucial, portanto, é a responsabilidade de ter dentro de casa um arquivo com muito mais precisão, uma vez que a falta de um aviso de embarque no padrão Anfavea, embora gere a necessidade de redigitação, não interrompe a cadeia de fornecimento. “Já sem o arquivo eletrônico da NF eu não conseguirei receber, o que confere ao SawluzNews Especial EDI um papel mais crítico ainda, porque ele simplesmente não vai poder falhar”, acrescenta. Mas de sua própria parte a montadora reconhece a necessidade de aprimoramentos, pois sabe que vai necessitar de um processo mais automatizado ainda quando o volume de notas eletrônicas a processar aumentar sensivelmente. “A velocidade sempre foi e vai continuar sendo o segredo do negócio e as ferramentas de EDI precisam acompanhar essa agilidade, com informações claras, telas amigáveis, mensagens de erro legíveis sem códigos numéricos que requeiram consultas a manuais”, exemplifica. Sem surpresas Com a propriedade de quem começou Com a propriedade de quem começou a emitir a NF-e dois meses antes do deadline oficial, a Agrale S.A também considera a mudança fiscal em curso muito significativa, com impacto direto nos processos logísticos. Por isso, aguarda uma postura semelhante por parte das fábricas de autopeças face ao pequeno período de transição que elas ainda têm pela frente. “Esperamos que nossos fornecedores busquem adequação bem antes do final desse prazo, fazendo simulações e eliminando todas as dúvidas. Não queremos e nem podemos ter surpresas negativas”, defende Marco Antonio dos Santos, da área de compras da empresa, profissional envolvido diretamente com as mudanças em andamento. Para ele, o EDI é uma ferramenta já de domínio da cadeia automotiva e, por esta razão, a mais indicada também para o tráfego da NF-e. “Com toda a cadeia de fornecedores alinhada, enviando e recebendo a NF-e, vai facilitar o processo logístico de recebimento contábil e fiscal da Agrale, acelerando todo o processo e eliminando o retrabalho”, acrescenta. No entender do gerente de Suprimentos da montadora, o fato da NF-e dar prioridade somente para os dados fiscais, e não aos logísticos, é uma preocupação que a maioria das empresas ainda não teve. “Estamos buscando o auxílio da Sawluz para a resolução disto, pois o EDI pode fazer com que as informações da nota fiscal ele- SawluzNews Especial trônica alimentem automaticamente nosso sistema, que por sua vez poderá comparar e conferir as informações tanto logísticas como fiscais”, revela Ivan Vergani, lembrando que podem ser checados na pré-entrada da NF-e dados como código do item, preço, condição de pagamento, quantidade, data de entrega, local de entrega, entre outras opções. “O EDI assume nesse momento o papel de provedor de solução para a cadeia automotiva. Sua vocação em tratar informações entre parceiros deve ser aproveitada ao máximo”, intervém Marco Antonio. Com relação à possível utilização do email como veículo para o tráfego das NF-e, como defendem alguns, ele não vê grandes possibilidades, apenas em casos de exceção. “A Agrale tem desde fornecedores grandes e estruturados até pequenos com o mínimo de estrutura. Vamos trabalhar para utilizar o mesmo canal de comunicação para troca de informações eletrônicas, mas precisamos estar preparados para recebê-las também por e-mail, mesmo que não permita uma perfeita trilha de auditagem. Acreditamos que a grande maioria das empresas optará pelo EDI, que deverá continuar sendo a principal ferramenta nesse processo”, analisa. Via portal ele também enxerga poucas possibilidades de a nova realidade se viabilizar. “Será impossível o controle de tantas informações de forma manual, isso terá de ser sistêmico, e o canal que já dispomos é o EDI”, sentencia. Preocupada com a situação de seus fornecedores, a Agrale está realizando uma auditagem geral com cada parceiro por meio de uma pesquisa elaborada e monitorada pela Sawluz, sob o acompanhamento de sua área de Compras. “Queremos que a nossa cadeia de fornecedores se prepare e inicie o processo antes do término do prazo estipulado pela Receita Federal. Não será possível esperar que todos entrem no sistema no último dia. Por mais que estejamos voltados a ajudar nossos parceiros neste processo, não temos estrutura para atender a todos ao mesmo tempo”, reitera Vergani, deixando ainda como recado à sua cadeia de suprimentos que a montadora não admite a hipótese de falta de peças devido a problemas com a NF-e. “Esperamos que nossos fornecedores busquem adequação bem antes do final desse prazo, fazendo simulações e eliminando todas as dúvidas. Não queremos e nem podemos ter surpresas negativas” Marco Antonio dos Santos “Mas estamos buscando o auxílio da Sawluz para a resolução disto, pois o EDI faz com que a nota caia dentro do nosso sistema, seja lida e tenha suas informações transformadas” Ivan Vergani Entrevista A visão do Fisco em dose dupla O s governos paulista e gaúcho estão encabeçando o projeto da Nota Fiscal Eletrônica, o que levou o SawluzNEWS a ouvir os responsáveis pela área nos dois estados, respectivamente Newton Oller de Mello e Júlio César Grazziotin. O primeiro é diretor adjunto da Secretaria da Fazenda de São Paulo, enquanto o segundo dirige a Receita Estadual da SEFAZ-RS. Divulgação/Sefaz-RS SN: De que forma o seu Estado está pensando em compatibilizar o novo cenário trazido pela NF-e ao setor automotivo, no qual as necessidades logísticas de emissores e receptores se relacionam diretamente a processos logísticos como Kanban e chamadas sincronizadas, que requerem agilidade especial desde o planejamento de produção até o momento de cada entrega? Oller: A Nota Fiscal Eletrônica é um projeto nacional, que teve início em 2005 e do qual a SEFAZ-SP participa desde a sua concepção. Nós tivemos a aprovação da legislação em setembro daquele ano, tendo participado conosco do projeto piloto um grupo de empresas no qual o setor automotivo esteve representado em maior escala. Foram quatro montadoras: GM, Ford, Volkswagen e Toyota e duas do setor de autopeças, a Siemens VDO e a Bosch Automotive. Essas empresas colaboraram bastante na construção do modelo, tendo em vista inclusive suas peculiaridades logísticas. Em setembro de 2006 entraram em produção em âmbito nacional as primeiras empresas desse grupo, sendo em São Paulo a Wickbold e a Volkswagen, ou seja, uma das montadoras esteve entre as pioneiras na emissão da Nota Fiscal Eletrônica no Estado. A Kombi foi escolhida como o primeiro veículo, num ato simbólico pela história que reveste o veículo. De lá para cá o projeto vem crescendo e tivemos todo o cuidado para que fosse com o pé-no-chão, de forma bastante conservadora. Grazziotin: A implantação da NF-e nas indústrias que a adotaram proporcionou significativa economia de tempo e redução de custos. A obrigatoriedade da NF-e contribuirá ainda mais para a “A implantação da NF-e nas indústrias que a adotaram proporcionou significativa economia de tempo e redução de custos.” Júlio César Grazziotin melhoria da logística das empresas e a integração das transações entre a cadeia setorial. Mesmo entre as empresas que já usam ferramentas para troca de informações entre embarcadores, transportadores e clientes, o uso da NF-e garante maior amparo ao aspecto fiscal da operação, além de oferecer as garantias intrínsecas do processo de certificação digital: autenticidade do emissor e do receptor da transação e do documento; integridade dos dados; confidencialidade; não-repúdio das transações efetuadas ou documentos assinados. As características do projeto NF-e, com adoção de padrões de tecnologia abertos, requisitos elevados de disponibilidade, segurança, escalabilidade e performance garantem sua aprovação em âmbito nacional. SN: Qual o “timing” imaginado, por exemplo, para a validação dos arquivos XML que montadoras e fábricas de autopeças trocam em progressão geométrica no seu dia-a-dia? Oller: Os tempos de processamento são equivalentes a milesegundos por nota eletrônica autorizada, lembrando que a nota deve ser autorizada antes da circulação da mercadoria. O timing que deve mesmo mobilizar o setor automotivo é o que se refere ao cronograma de obrigatoriedade, pois não há qualquer previsão de adiamento. Além disso, o próprio mercado deverá exigir a utilização da NF-e, pois quem permanecer trabalhando em papel pode ser considerado um fornecedor oneroso e indesejável para um cliente que já esteja enquadrado em outra realidade tributária. Grazziotin: O tempo médio de autorização de uma NF-e atualmente é de aproximadamente três décimos de segundo. O contribuinte pode enviar lotes em paralelo de até 50 Notas Fiscais Eletrônicas, diminuindo assim seu tempo médio de resposta. SawluzNews Especial SN: Basicamente, qual a infra-estrutura disponível para a realização dessas operações e o estabelecimento de planos de contingência na eventualidade de problemas operacionais? Oller: Os recursos tecnológicos utilizados, seja na utilização do formato de arquivo XLM, seja na tecnologia webservices, são padrões consolidados e testados. O projeto está inserido no programa de modernização da Secretaria da Fazenda, que conta com recursos do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento. Na Nota Eletrônica nós já investimos mais de R$ 15 milhões em infraestrutura, de forma a garantir um ambiente de alta disponibilidade, 24 horas por dia, 7 dias por semana, de tal forma que a qualquer momento possa se autorizar uma nota eletrônica no Estado de São Paulo. Nossos bancos de dados são todos redundantes para poder ter toda essa capacidade de processamento. Mas nenhum sistema é infalível. Ciente disso, na Confaz de 26 de setembro em Salvador atualizamos a legislação da Nota Fiscal Eletrônica e estamos com novidades em termos de contingências. Na legislação anterior, por exemplo, na ocorrência de um problema eventual, seja na Secretaria da Fazenda, seja nas empresas, seja na internet, ao invés de imprimir o DANFE em papel comum você o imprimiria em papel de SawluzNews Especial O incremento da arrecadação de um setor como o automotivo, com grande diversidade de fornecedores, repercute nos segmentos com os quais ele se relaciona. segurança controlado, em duas vias, para circular com as mercadorias, para a transmissão normal eletrônica após a resolução do caso. Só que agora passa a haver uma nova alternativa para os casos de acidentes ou manutenções programadas no sistema da Secretaria da Fazenda de São Paulo. Nessas hipóteses, a SEFAZSP poderá manter no ar, por uma janela de tempo, o sistema de NF-e funcionando no SCAN – Sistema de Contingência do Ambiente Nacional, já que as validações da NF-e são as mesmas em todas as unidades da federação. Nessas ocorrências, o DANFE poderá ser impresso em papel comum. Além disso, nós estamos criando a DEPEC – Declaração Prévia de Emissão em Contingência. A empresa que não conseguir transmitir a NF-e para autorizar ou não conseguir buscar o resultado do processamento de uma nota eletrônica pode gerar um arquivo menor, contendo o resumo das informações da NF-e emitida e aí transmitir para o SCAN antes da saída do caminhão. No posto de fronteira por onde passar, o fiscal que verificar o DANFE (em papel comum) vai poder constatar que houve uma emissão em contingência, mesmo se a Nota propriamente dita ainda não se encontrar disponível. São informações básicas, possibilitando a passagem “O timing que deve mesmo mobilizar o setor automotivo é o que se refere ao cronograma de obrigatoriedade, pois não há qualquer previsão de adiamento.” Divulgação/Sefaz-SP Mais informações, especialmente, quanto às características técnicas, podem ser consultadas em www.sefaz. rs.gov.br ou www.nfe.fazenda.gov.br. O manual de integração, por exemplo, disponível em ambos os links, contém especificações e critérios técnicos necessários para a integração entre os Portais das Secretarias de Fazendas dos Estados e os sistemas de informações das empresas emissoras de NF-e do Projeto da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). Newton Oller de Mello Entrevista “A Sefaz/RS dispõe de infra-estrutura adequada à recepção e autorização de NF-e para os segmentos obrigados, com aplicação e sistemas maduros o suficiente para estender seus serviços a outros 12 Estados da federação, por meio da Sefaz Virtual RS.” Júlio César Grazziotin normal das mercadorias. Isso permitirá que pequenas e médias empresas não necessitem adquirir papel de segurança, que não é barato. Ao mesmo tempo, estamos aprimorando os formulários de segurança, com a criação de modelos específicos para documentos auxiliares eletrônicos, sejam DANFE ou CT-e (Conhecimento de Transporte Eletrônico). Paralelamente, haverá um sistema de registro de passagem nas fronteiras, que permitirá que os caminhões que estejam transportando o DANFE sejam lidos por código de barras, em tempo real. Isso deve minimizar o sério problema da simulação de operações interestaduais em busca de alíquotas menores, algo que ainda ocorre em vários segmentos. Em suma, com a NF-e obtém-se a melhoria na qualidade dos dados; informações em tempo real e, no caso específico das montadoras de veículos, agilidade nas auditorias para a devolução de créditos acumulados, já que essas empresas estão entre as grandes exportadoras do País e geram muitos desses créditos. Grazziotin: A Sefaz/RS dispõe de infra-estrutura adequada à recepção e autorização de NF-e para os segmentos obrigados, com aplicação e sistemas maduros o suficiente para estender seus serviços a outros 12 Estados da federação, por meio da Sefaz Virtual RS. A contingência, na parte da Secretaria da Fazenda, é assegurada pela redundância, tanto de toda a estrutura de hardware quanto de software, hospedados e operados pela Procergs (a companhia de processamento de dados do Estado). Além dessa redundância, a Sefaz/RS está em fase adiantada de implantação do seu “site 2”, localizado fisicamente distante da Procergs e que terá mais uma réplica de toda a estrutura de hardware e sistemas, não só da NF-e e do Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e), como de todos os sistemas estratégicos da Secretaria da Fazenda. Um caminho sem volta A o relembrar o processo de implantação da Nota Fiscal Paulista, o líder do Projeto em São Paulo, Newton Oller de Mello, explica como a idéia ganhou vida e agora caminha para a sua consolidação como um caminho sem volta. Segundo ele, tudo começou em 2006, com o início da massificação voluntária, processo liderado pelo Estado de São Paulo por meio de cinqüenta empresas, de diversos segmentos, incluindo nomes como Pirelli e Magneti Marelli no mercado automotivo. Depois viria a progressão da obrigatoriedade por segmentos econômicos. Em abril de 2008, os primeiros dois setores convocados a aderir, reunindo 859 empresas, foram os de combustíveis (usinas e refinarias) e cigarros (fabricação e distribuição). O trabalho está agora entrando numa segunda fase, abrangendo nove segmentos obrigados a partir de 1º de dezembro (2.500 estabelecimentos), universo que engloba montadoras de veículos, fábricas de cimento, produtos farmacêuticos, bebidas, energia elétrica e siderúrgicas. Em 1º de abril do ano que vem será a vez de mais 25 segmentos e cerca de 5 mil estabelecimentos de áreas como indústrias de autopeças, importadores de automóveis, derivados de petróleo, alumínios, vasilhames e PET, tintas e vernizes. Finalmente, mais 54 segmentos (16 mil estabelecimentos) vão aderir em 01/09/09, conforme decidido na última Confaz. “O objetivo de todo esse trabalho é reduzir custos para o bom contribuinte e, ao mesmo tempo, aumentar o controle fiscal e permitir ao fisco uma maior capacidade de atuação no combate à sonegação e à concor- rência desleal daquelas poucas empresas que ainda optam por sonegar impostos”. , As empresas, segundo ele, precisam estar conscientes de que não é mais um projeto, mas sim uma realidade sem volta. “É importante aproveitar a oportunidade de se antecipar e entrar como voluntário na nota fiscal eletrônica, ao invés de aguardar o momento em que será obrigado a aderir”. Pequenas e médias empresas que, eventualmente, estejam preocupadas com a falta de recursos para desenvolver e adaptar seus sistemas e estejam apreensivas com os prazos, podem contar com o programa emissor gratuito, desenvolvido pela SEFAZ-SP e utilizado pelas Secretarias de Fazenda de todo o País, cujos pré-requisitos de utilização consistem no acesso à internet e na posse da certificação digital. SawluzNews Especial RND eXML Dois em Um? Uma das maiores discussões em torno da chegada da NF-e ao setor automotivo é como vão convier os padrões de arquivo da Anfavea e do Fisco e um lado o RND004, documento eletrônico consagrado em vinte anos de EDI automotivo pela riqueza de informações logísticas que é capaz de abrigar. De outro, o XML, marca registrada dos dados contidos numa nota fiscal eletrônica, justamente por ter como prioridade os aspectos tributários de uma transação comercial. Embora não se discuta a importância de ambos em suas respectivas finalidades, ainda é uma incógnita como será sua convivência. Uma tese que tem ganhado força no setor é a criação do complemento logístico, um arquivo suplementar a ser enviado pela autopeça à montadora para acrescentar à NF-e os dados logísticos que o limite de 999 itens e 500 kbytes por documento não permite ao XML da Nota Eletrônica, uma precaução da Receita para garantir a estabilidade do seu sistema que, afinal de contas, é utilizado por todos os setores econômicos. “Buscar uma sinergia entre eles é o objetivo de todos nós”, argumenta Egon Daxbacher, gerente do Projeto SAP na Fiat América Latina. “Se conseguirmos ter a cobertura de 100% das nossas necessidades logísticas com esses campos disponibilizados no formato XML, vamos trafegar somente com um arquivo. Inclusive, estamos montando essa proposta para levar à Anfavea e apresentar às demais montadoras e softwarehouses”, acrescenta André Luiz Souza Ferreira, da área de TI da mesma montadora. O arquivo de complemento logístico, solução que tem sido cogitada no âmbito da Comissão de EDI da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores e também do Sindipeças, teria SawluzNews Especial um gerenciamento complexo no seu entender. “Imagine uma nota que tenha vinte itens, o complemento logístico tem que ter os dados desses vinte itens”. Mas e se vierem apenas as informações de 19? Essa possibilidade levantada por André Luiz deixaria evidente a criação de regras de consistência entre o XML da Sefaz e o complemento logístico, o que daria uma complexidade muito grande ao processo. Mesmo reconhecendo que o ideal não seja trabalhar com dois arquivos, caso a Receita Federal não aumente o espaço disponível para a descrição das informações logísticas na NF-e, o comprador da Agrale admite a hipótese da solução dupla. “Essa duplicidade talvez seja a única forma de atender a esse pré-requisito”, reconhece Marco Antonio dos Santos. Na visão da Sawluz, em certas montadoras agrícolas, assim como em algumas de automóveis como Renault e Peugeot, o complemento logístico tornase fundamental devido a uma série de peculiaridades logísticas. “Tem montadora com processo um pouco mais complexo, como lote de produção, código da alteração técnica. En- tão se é pretendida de fato a substituição gradativa do RND004, que hoje é contábil, fiscal, financeiro e logístico, necessariamente vai ter que haver a coexistência desses dois documentos, exceto se for conseguida a convergência para um único documento em si”, analisa Adoniram Judson da Silva. Outro aspecto a ser considerado, segundo ele, refere-se ao fato de um fornecedor generalista poder fornecer para várias montadoras com circunstâncias diferentes. “Para a montadora A, ele tem XML, NF-e e complemento logístico, e para a B, XML, NF-e e RND convencional. São situações híbridas que deverão acontecer e deverão ser trabalhadas, certamente ainda teremos uma evolução grande dessa questão do complemento logístico. Claro que o prazo é curto, porém tudo deverá evoluir um pouco mais, à medida que cada uma das montadoras mergulhe profundamente nisso”, prevê. Seja qual for o caso, ele frisa a importância de XML, NF-e e complemento logístico serem parelhos, e jamais independentes entre si, sob pena de se criar um quadro altamente confuso e arriscado na área. AGB Photo/AbleStock D Orquestração Afinando os instrumentos A exemplo do que ocorre em toda implantação relacionada ao EDI automotivo, as montadoras estão preocupadas com o tom uníssono que deverá marcar sua integração com os parceiros em torno da NF-e Ivan Vergani e Marco Antonio dos Santos, da Agrale Já iniciamos essa abordagem através do nosso provedor de EDI, a Sawluz, que está fazendo uma pesquisa com toda a nossa cadeia. Estamos prevendo também a realização de workshps para transmitir de forma mais clara e objetiva a nossa preocupação frente a estas novas exigências. 10 M uitos eventos devem povoar as agendas de profissionais de compras, vendas e TI nessa reta final para a chegada do SPED e da Nota Fiscal Eletrônica ao setor. “Já iniciamos essa abordagem através do nosso provedor de EDI, a Sawluz, que está fazendo uma pesquisa com toda a nossa cadeia. Estamos prevendo também a realização de workshops para transmitir de forma mais clara e objetiva a nossa preocupação frente a estas novas exigências”, conta Marco Antonio dos Santos, coordenador do EDI na área de compras da Agrale. “Vamos dar todo o apoio necessário para que implantem o novo sistema o mais rápido possível, pois estamos muito atrasados. Considerando os feriados de natal, ano novo e carnaval, restam poucos dias até abril”, acrescenta o gerente de Suprimentos da indústria de Caxias do Sul, Ivan Vergani. Enquanto isso, na Mercedes, o supervisor de Análise de Sistemas, Jesus Ganança, revela que o plano é, a partir de 1º de dezembro, enviar uma carta para todos os fornecedores, dizendo que a empresa está apta a receber a NF-e . “Também vamos fornecer uma cartilha, pois precisaremos primeiro fazer a validação dos dados para que comecemos a operar em níveis de produção”, considera. Seu colega Dario Camargo, da área de Logística, lembra que o primeiro trabalho do gênero foi realizado pela montadora em conjunto com a Anfavea, por meio de duas apresentações no Sindipeças que tiveram um bom número de participantes. “Há uma série de regras de negócio que devem ser observadas nesse trabalho de recepção, e eles precisam estar preparados para este momento. E nós também, para que os processos internos de produção não sejam afetados”, arremata. SawluzNews Especial SPED, muito mais que uma obrigação fiscal * Homero Rutkowski A s evolução da Tecnologia da Informação e a velocidade na circulação e troca de informações pela Internet não estavam sendo aproveitadas pelos órgãos fiscalizadores. As empresas médias e grandes já possuem sistemas e infra-estrutura suficientes para efetuarem de forma eletrônica notas fiscais e a escrituração fiscal e contábil. Assim, temos as imagens daquilo que seria em papel simplesmente reproduzido na tela do computador e armazenado em meio eletrônico. Durante muito tempo, os Fiscos criaram arquivos magnéticos com layouts diferenciados contendo milhares de tipos de informações, inclusive contábeis, em busca de melhorias operacionais internas, ou seja, visando ganhos de produtividade. SawluzNews Especial Os Estados da União criaram ao longo do tempo arquivos magnéticos complexos, que os contribuintes devem apresentar mensal, trimestral ou anualmente. A Receita Federal do Brasil também criou layouts específicos com o objetivo principal de coletar em forma eletrônica as informações das principais atividades empresariais, e que tem sido bastante utilizada. Com isso, surgiram no Brasil softwares específicos para atendimento de obrigações fiscais e acessórias. A variedade de 27 unidades de federação e atualmente uma inumerável quantidade de prefeituras com legislações específicas demandam um custo enorme para acompanhamento de legislação e grandes equipes de desenvolvimento (programadores) para manterem os softwares atualizados. Imaginem os pequenos empresários... estão completamente perdidos. Por onde começar? Investir em TI, com qual financiamento? Tudo isto sem falar na antiga Nota Fiscal, que continuava sendo emitida em papel, apesar de toda a modernização tecnológica já existente. Com relação à Nota Eletrônica, podemos identificar dentre as suas principais vantagens: • Eliminação do custo de emissão envolvendo a aquisição do papel, impressão de talonários em papel para preenchimento muitas vezes manual, carbono ou papel copiativo, tinta de impressão e, principalmente, o custo da mão-de-obra de manuseio dos talões e notas; • Idem quanto ao custo no armazenamento das Notas Fiscais emitidas em papel. • Fim da redigitação constante de informações nos documentos fiscais e de conseqüentes erros possíveis. Além disso, ao emitir um documento fiscal, o contribuinte é obrigado a registrar sua operação em livros contábeis e fiscais, o mesmo ocorrendo com os contribuintes que recebem as notas fiscais; • Supressão também dos custos decorrentes do tempo de parada de caminhões nos postos fiscais de fronteira para digitação das Notas Fiscais. Para os contribuintes, estes são alguns dos principais componentes do “custo de conformidade”, isto é, o custo para estar em dia com as obrigações fiscais brasileiras. Da mesma forma, a escrituração fiscal e contábil ganham em forma e portabilidade. Os meios eletrônicos diferem do mundo papel, pois permitem a reprodução de um arquivo digital em vários originais. Não há 1ª e 2ª vias, o que existem são cópias de um mesmo original. O SPED, portanto, é irreversível realidade. Não podemos encará-lo como sendo mais uma obrigação fiscal, pois os livros contábeis e fiscais têm validade jurídica, sendo válidos como documento para qualquer finalidade judicial. * Homero Rutkowski é empresário contábil e especialista em TI 11 11 de novembro de 2008 Millenium Centro de Convenções – São Paulo, SP Rua Dr. Bacelar, 1043 Obrigatória para o setor de autopeças a partir de 1º de abril de 2009, a utilização da nota fiscal eletrônica (NFe) traz como desafio a revisão dos sistemas de gestão eletrônica entre parceiros e a integração com os demais processos. O seminário reunirá especialistas para tratar do tema e apresentar a visão e a expectativa das montadoras e empresas de autopeças. Palestras e sessões de debates analisarão cases e esclarecerão as dúvidas mais freqüentes sobre a questão, especialmente no que diz respeito aos aspectos tributários e às transações de EDI. 8h30 – Abertura eletrônica 8h45 Boas-vindas Ali El Hage, Conselheiro, Sindipeças 8h50 Apresentação do programa do seminário O Caminho Eficiente para a Nota Fiscal Eletrônica José Lauro Magalhães, Assessor de TI, Sindipeças 8h55 A visão da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo A Nota Fiscal Eletrônica para o Setor Automotivo Newton Oller de Mello, Diretor Adjunto DEAT e Líder do Projeto Nota Fiscal Eletrônica, Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo 9h35 As implicações nos processos e a integração das transações Implicações nos Processos e Integração das Transações Carlos Alberto Santos, Conselheiro da Confeb e Diretor da Ecorp 10h15 Painel – Sessão de Perguntas e Respostas Coordenador: Richard Lowenthal, Febracorp – Federação Brasileira de Desenvolvimento Corporativo 11h00 – Café A Experiência das Empresas Automotivas Atalibas Gomes P. Neto, Gerente do Projeto Sped NFe Fiat Automóveis José Antônio de Queiroz, Volkswagen do Brasil Marciane Visentini, Analista de Impostos, AGCO 11h30 Exemplos de implantação da NFe e de projetos em andamento no setor automotivo 13h00 Painel – Sessão de Perguntas e Respostas Coordenador: Fábio Braga, Gerente de Relações Institucionais, SAE Brasil 13h30 – Almoço 14h40 Os produtos e serviços disponíveis e o papel dos fornecedores As Soluções dos Fornecedores Coordenador: José Lauro Magalhães, Sindipeças 15h20 A visão das montadoras e sua expectativa sobre a NFe e o impacto nas transações de EDI O Ponto de Vista das Montadoras Coordenador: José Lauro Magalhães, Sindipeças 16h20 Painel – Sessão de Perguntas e Respostas 16h50 – Encerramento – José Lauro Magalhães, Sindipeças