O Eletricitário Jornal do Sindelpar - agosto/setembro de 2006 Já se passaram cinco anos desde que a união histórica entre sindicatos, trabalhadores, politicos que não traíram sua origem e a população em peso do Paraná derrotou a mentira neoliberalizante do governo Lerner impedindo a privatização da Copel. Apesar de todo o jogo sujo daquele governo, ávido por transformar a empresa em dinheiro e entregá-la a grupos privados sem compromisso com o Paraná (de denúncias de compra de votos de deputados até o uso do aparato repressor para intimidar manifestantes e liderançaas de oposição), a voz dos paranaenses foi ouvida como nunca, gerando uma situação insustentável para o vendilhão-mor e seu fantoche, à época Secretário da Fazenda e Presidente da empresa. Quem participou daquela luta lembra que um dos argumentos preferidos dos traidores do povo era o de que, sem a venda da empresa, ela “não se manteria competitiva”, como dizia à épo- ca o malfadado Ingo Hubert. Pois bem, tivemos cinco anos de recordes consecutivos de faturamento, eficiência e qualidade nos serviços prestados à população. Apenas no primeiro semestre de 2006, a Copel teve lucro líquido de R$ 740 milhões, quatro vezes mais do que no mesmo período de 2005. Trocando em miúdos, nunca houve necessidade de vendê-la por quest›es de lucro, receita ou competitividade, como dito à exaustão no período: o objetivo era bem outro, mesmo que apenas possamos supor qual foi. Estes resultados maiúsculos obtidos mostram aquilo que as lideranças e entidades sindicais sempre souberam: a capacidade incrível dos trabalhadores da empresa que, apesar do verdadeiro caos implantado durante o processo de préprivatização, nunca esmoreceram. Isso deve ser louvado. Até (Continua na página seguinte) A Copel é nossa! Cinco anos de vitória. Mas a luta continua. A Copel é nossa! (cont.) mesmo pelo fato de que a empresa permaneceu pública este trabalho é mais expressivo, pois mostra que os trabalhadores de todas as áreas da Copel entenderam que impedir a venda era apenas o primeiro passo: era necessário reerguer, reconstruir a empresa após anos de desmandos. E se hoje a Copel permanece com o maior patrimônio do Estado, levando energia, progresso e justiça social a milhões de paranaenses, foi graças à luta de tantas pessoas que dedicaram seu esforço e arriscaram suas posições, cargos ou trabalho nesta luta, seja na árdua seara política, na mobilização dos movimentos sociais ou no excelente trabalho executado todos os dias em suas funções na empresa. Uma coisa é certa: a privatização foi parada graças a isto, e não por causa dos eventos de 11 de setembro, como o governo Lerner e seus áulicos à época quiseram fazer parecer, não admitindo sua derrota nas mãos do povo. Este aniversário, além de merecer sua comemoração com muita festa, fica como alerta de que devemos estar sempre vigilantes. Afinal, mesmo que de forma ainda incipiente, os inimigos do povo estão aí, travestidos de novas cores, em novas siglas, preparando terreno para tentarem voltar à cena política, apenas esperando a hora para tentar outro bote (quem sabe em 2015, quando a concessão da empresa será renovada pela ANEEL). Eles não desistiram, apenas recuaram. Por isso, devemos mostrar sempre nossa imensa competência no que fazemos e a lealdade ao povo do Paraná, que é a lealdade a nós mesmos, afinal de contas. Seja pelo voto, pela mobilização ou pelo trabalho, é necessário manter estes parasitas o mais longe possível do poder. Transparência sindical Dentro da premissa que uma entidade sindical tem por obrigação a transparência completa junto a seus associados, o Sindelpar publica, tanto no jornal como no site www.sindelpar.com.br, o balancete trimestral mostrando a movimentação financeira do período. TRIMESTRAL MARÇO/06 ATIVO ATIVO CIRCULANTE Caixa geral 121.143,46 114.335,01 8.761,51 BANCO CONTA MOVIMENTO Banco Itaú CEF 105.573,50 103.615,22 1.958,28 ATIVO PERMANENTE Móveis e utensílios Computadores e periféricos Máq. Equip. diversos (-) Depreciações 6.808,45 5.135,10 4.214,99 6.064,50 -8.606,14 PASSIVO 63.685,10 PASSIVO CIRCULANTE Obrigações trabalhistas Salários a pagar 39.175,67 599,40 599,40 Obrigações sociais INSS FGTS Contribuição sindical 182,84 127,47 40,37 15,00 Outras contas a pagar V.R.Refeições a pagar PIS 24.226,74 24.219,60 7,14 Empréstimos e financiamentos Banco BMG 14.166,69 14.166,69 SUPERAVIT E DEFICIT Superávit acumulado Déficit acumulado 24.509,43 95.198,95 70.689,52 BALANCETE TRIMESTRAL - MARÇO/06 RECEITAS RECEITA BRUTA OPERACIONAL ACT 2005/2006 (cont.) Balanço BALANCETE SEDE SOCIAL Mensalidades de sócios Convênios Pro~labore seguradora Taxas sindicais RECEITAS DEVOLVIDAS Reembolso de despesas 246.838,58 30.411,23 209.892,85 6.243,88 290,62 (15,47) -15,47 APLICAÇÃO DE RECURSOS DESPESAS C/PESSOAL Salários INSS FGTS Férias remuneradas PIS Vale Transporte Vale refeição (189.082,11) (2.663,83) (1.045,70) (368,64) (122,87) (600,00) (22,92) (119,70) (384,00) DESPESAS C/CONVENIOS Dentistas Convênios diversos Banco BMG(empréstimos) Generali Seguros Sul Financeira (168.441,95) (854,25) (208,00) (105.816,24) (55.638,53) (5.924,93) DESPESAS DE VIAGENS Passagensaéreas/rodoviárias Hospedagem Combustíveis Táxi/Estacionamento Pedágios Lanches e refeições DESPESAS GERAIS- CURITIBA Internet (1.382,43) (563,40) (222,75) (299,41) (62,40) (77,40) (157,07) (11.591,54) (149,40) Materiais de informática Material de limpeza Taxas e cartórios Água mineral Depreciação e amortização Telefone Energia elétrica Honorários contábeis Editais e publicações Aluguel imóvel Combustível Mat. Escritório Gráfica Seguro Estacionamento Telefone (Embratel) Cantina Correios e Telégrafos IPTU Condomínio Sindicato da classe (80,00) (116,28) (2,28) (26,00) (642,63) (1.462,15) (254,21) (571,70) (912,00) (2.001,70) (220,56) (16,80) (750,00) (1.553,07) (591,50) (20,39) (143,17) (227,40) (341,10) (617,00) (892,20) DESPESAS GESTÃO ANTERIOR Multas/Tributos federais DESPESAS FINANCEIRAS Despesas bancárias CPMF Juros pagos 141,32 141,32 (5.149,00) (1.767,58) (824,55) (2.556,87) RECEITAS FINANCEIRAS Rendimento Aplic. Financeira PAULO SERGIO DOS SANTOS PRESIDENTE MARCIA CRISTINA DE ALMEIDA Contador - CRC.Pr. 037471/O-2 5,32 5,32 Uma das maiores dúvidas dos eletricitários na Copel reside na regulamentação da escala de sobreaviso pela empresa. O Sindelpar têm conhecimento de diversos casos em que o trabalhador acaba ficando em uma espécie de “sobreaviso moral”, seja por pressão dos gerentes ou pela inexistência de escala definida. O senso de responsabilidade e manutenção da qualidade do serviço à população faz com que o eletricitário permaneça à disposição em todos os momentos, mesmo que não esteja escalado oficialmente. Sobreaviso Sobreaviso em pratos limpos para que os eletricitários tenham seus direitos assegurados, pois entendemos que o eletricitário deve ser pago por todo o tempo em que estiver à disposição da empresa. Vale ressaltar alguns pontos que já foram mais esmiuçados: * O sobreaviso não é automático: o trabalhador necessita ser informado através de escala expedida pela área responsável. Ou seja, é um documento oficial: o empregado não pode ser informado vagamente de que “talvez” seja chamado. Esta situação, se por um lado mostra o compromisso do traba- Outra coisa: cabe ao empregado registrar o início e o término do lhador com a empresa e com o bem-estar da população, acaba horário de sobreaviso. Afinal, só se bate o cartão-ponto no períopor cometer uma injustiça, pois tanto o período de descanso do de horas extraordinárias. fica comprometido como o trabalhador não vê contrapartida nesta dedicação, pois o sobreaviso, apesar de acontecer de * Caso aconteçaa do trabalhador ser convocado por alguma emergência, o cômputo do sobreaviso será feito dentro dos hofato, não é de direito, pois em muitos casos não há solicitação rários da escala. As horas trabalhadas contam como horas exformal, ou seja, procedimentos para o pagamento. tras; as horas restantes de escala (depois do chamado para o O Sindelpar fez uma análise criteirosa da redação da NAC que serviço atá o início do próximo expediente) são contadas como regula o sobreaviso, inclusive interpelando a empresa a respei- sobreaviso, sem prejuízo para as 11 horas de descanso após o to e exigindo modificações que deixassem claros alguns pontos término do trabalho, conforme previsto em lei. nebulosos. Obtivemos melhoras, mas ainda há o que ajustar (Continua na página seguinte) Sobreaviso em pratos limpos (cont.) Sobreaviso (cont.) Vejam o exemplo: a) o eletricitário está de sobreaviso no horário de 18 às 23 horas. Se, após as 23 h, ele for chamado (digamos que foi chamado às 00:00h e terminou o serviço às 02 h), a remuneração segue a seguinte tabela: - Horas extras: de 00h às 02 h - Sobreaviso: de 02 h às 08 h b) o eletricitário não está em escala de sobreaviso mas, se for chamado a trabalhar fora do horário, também recebe as horas dentro do mesmo critério do caso anterior: horas extras durante o tempo em serviço e sobreaviso do término do serviço até o início do próximo expediente. * e, principalmente, o item 4.4 da NAC que regula o Sobreaviso é bem claro: “O empregado não poderá sofrer punição caso não seja localizado fora do horário de sua escala de sobreaviso”. Durante seu horário de escala, é natural que esteja à disposição. Porém, se antes ou depois de seu horário de sobreaviso ele não for localizado, ele não pode sofrer nenhuma sanção, ameaça ou retaliação. Assim, o eletricitário não sofre o constrangimento de ter que atender o chamado à qualquer hora fora do período previsto, o que contempla principalmente o caso dos empregados que, não estando na escala de sobreaviso, são chamados sob pressão e ameaça. Consulte a redação da NAC (código IAP 040106-1) na Intranet da Copel. É uma informação que está no seu direito. ACT 2006/2007 Foi dada a largada O Sindelpar e os demais sindicatos que compõem o Coletivo Sindical da Copel iniciaram as negociações com a empresa sobre os itens do ACT 2006/2007. Durante setembro, devem ocorrer as primeiras reuniões para ouvirmos as contrapropostas da empresa. Assim que forem divulgadas as datas de reunião, informaremos a base via e-mails e pelo site, colocando as informações no ar quase em tempo real para que você possa saber de tudo. Luta por melhorias nos benefícios da Fundação Copel O Sindelpar está, também, em processo de conversação com a Fundação Copel visando buscar melhorias nos benefícios dos eletricitários. Assim que novas informações estiverem disponíveis, todos os eletricitários serão avisados. Fique de olho em seu mail e no site do Sindelpar, em www.sindelpar.com.br. Acesse www .sindelpar .com.br www.sindelpar .sindelpar.com.br O Eletricitário - Informativo do Sindicato dos Eletricitários do Paraná- Sindelpar. R Carlos de Carvalho, 156, cj. 4 Curitiba/PR. Fone: (41) 3323 7292 E-mail: [email protected]. Edição: Editora Doc. Impressão: Jornal do Estado. Tiragem: 6.000 exemplares. Circulação estadual. Distribuição gratuita.