Elaboração de questionários e
instrumentos de coleta de dados
Elaborando bons questionários e
instrumentos
• Questões abertas e Questões fechadas
As questões abertas são usadas quando o
objetivo é permitir que o respondente use
suas próprias palavras para respondê-las.
A vantagem é que elas dão mais liberdade ao
respondente. A desvantagem é que elas
requerem métodos qualitativos de codificação
e análise das respostas, o que consome mais
tempo e requer maior julgamento.
• As questões fechadas são mais comuns e formam
a base para a maioria das medições-padrão da
pesquisa clínica.
A vantagem é que elas são mais rápidas e fáceis de
se responder, mais fáceis de se tabular e a lista de
respostas facilita o entendimento das questões.
No entanto, como desvantagem, elas conduzem
os respondentes a certas direções.
Podem também ser registradas por meio de linhas
ou desenhos em uma Escala Visual Analógica (EVA)
Formatação
Todos os instrumentos devem conter instruções
sobre o seu preenchimento. Pode ser útil
fornecer um exemplo de como completar uma
questão.
Pode-se agrupar as questões em grupos temáticos,
iniciando a entrevista com perguntas
emocionalmente neutras. Perguntas mais
delicadas podem ser colocadas no meio da
entrevista, e as pessoais no final.
Formatação
• O desenho visual do instrumento deve facilitar
o máximo possível seu preenchimento, com
formato mais simples e espaçamento correto
para as respostas.
• Se o investigador desejar aprofundar mais em
uma resposta, pode-se usar uma questão
ramificada, que poupa tempo e evita
perguntas redundantes e irrelevantes.
Redação
As questões devem ser simples e livres de ambiguidade, com
as seguintes características:
• Clareza – preferir palavras concretas a abstratas.
• Simplicidade – sentenças curtas, com poucas palavras e
estrutura gramatical simples.
• Neutralidade – evitar palavras pesadas e estereótipos.
É importante que o respondente sinta-se à vontade para
admitir certos comportamentos, podendo-se optar nesses
casos por um questionário auto-aplicável ao invés da
entrevista.
Intervalos de Tempo
• Para medir a frequência de um comportamento, é
essencial que o respondente se baseie em uma
unidade de tempo.
• O melhor período depende da característica em
estudo. Nas questões sobre comportamentos e
práticas, quanto maior o período de tempo,
maior será a dificuldade para o respondente
relembrar e maior será a tendência a enviar sua
resposta na direção de acontecimentos recentes.
Evitando dificuldade de resposta
• Questões que juntam duas perguntas em uma só
– cada questão deve conter um único conceito.
Evitar perguntas que usam ou ou e.
• Pressupostos implícitos – algumas questões
trazem pressupostos que não se aplicam a todas
as pessoas de um estudo.
• As questões e suas alternativas não combinam –
é importante que as perguntas combinem com as
suas respostas, tanto gramatical como
semanticamente.
Escalas e escores para medição de
variáveis abstratas
• Características abstratas são geralmente medidas por
escores de uma série de questões organizadas em
escala. As escalas podem aumentar a abrangência
das respostas; no entanto, podem produzir
resultados que dificultam o entendimento da
medida.
• Escalas do tipo Likert são muito usadas para
quantificar atitudes, comportamentos e domínios de
saúde relacionados a qualidade de vida. A cada
resposta é atribuído um número de pontos.
Escalas e escores para medição de
variáveis abstratas
• A consistência interna de uma escala pode ser
testada estatisticamente usando-se medidas
como a do α de Cronbach, que estima a
consistência global de uma escala.
Coeficientes acima de 0,70 são aceitáveis, e
0,80 excelentes. Valores baixos indicam que
alguns dos itens individuais podem estar
medindo características diferentes.
Criando novos questionários e escalas
• Desenvolvida a questão, ela é pré-testada para
garantir que seja clara e que produza
respostas apropriadas.
• O esboço do instrumento deverá ser revisado
por pares, mentores ou peritos no assunto. O
investigador segue com a sequência iterativa
de pré-testes, revisão, redução do número de
questões e validação.
Passos na montagem dos instrumentos
para o estudo
• Lista de variáveis apropriadas ao estudo;
• Coleta de instrumentos já existentes e
desenvolvimento de novos;
• Formatação clara, atrativa e de fácil
acompanhamento;
• Pré-teste para estimar o tempo de aplicação e
para examinar a distribuição e validade das
respostas.
Passos na montagem dos instrumentos
para o estudo
• Lista de variáveis
Deve-se escrever uma lista detalhada das
informações que serão coletadas e dos conceitos
que serão medidos no estudo.
• Coleta de instrumentos de medição já existentes
Criar uma pasta para cada variável a ser medida.
Usar instrumentos de outros estudos economiza
tempo e permite a comparação dos resultados da
pesquisa.
Passos na montagem dos instrumentos
para o estudo
• A primeira versão
Deve incluir mais questões sobre o tópico em
estudo do que o instrumento terá no final.
• Revisão
O objetivo é identificar palavras ou frases
confusas ou de difícil interpretação, além de
localizar palavras abstratas ou jargões.
Aconselha-se que colaboradores participem
dessa etapa.
Passos na montagem dos instrumentos
para o estudo
• Abreviando os instrumentos do estudo
Deve-se evitar questionários longos. Fazer um
esboço das tabelas finais assegura que todas
as variáveis necessárias estejam incluídas no
plano de estudo e ajuda a identificar as menos
importantes.
Passos na montagem dos instrumentos
para o estudo
• Pré-testar
Os pré-testes devem ter como objetivo esclarecer,
refinar e medir a duração da aplicação do
instrumento.
Passos na montagem dos instrumentos
para o estudo
• Validar
Deve-se avaliar a validade (acurácia) e
reprodutibilidade (precisão) do instrumento. Inicia-se
com a escolha de questões com validade aparente. A
acurácia pode ser comparada com um Padrão-Ouro
das condições existentes. Finalmente, a validade
preditiva pode ser avaliada por meio da correlação
das medidas com futuros desfechos. Esse processo
só é válido se instrumentos já existentes forem
inadequados para a pesquisa ou para a população a
ser estudada.
Aplicando os instrumentos
• Questionários X Entrevistas
Os questionários são instrumentos cujos respondentes aplicam
a si próprios e as entrevistas são aplicadas verbalmente por
uma entrevistador. Aquele método é mais eficiente e uniforme
para questões simples, menos oneroso e não requer muito
tempo.
Já este último é a melhor opção para questões complicadas que
exijam explicação, assegurando respostas integrais. Contudo, é
mais caro, consome mais tempo e ainda pode influenciar a
resposta devido à relação entrevistador- respondente.
Ambos são suscetíveis a erros e afetados pela tendência do
respondente a respostas socialmente aceitáveis.
Aplicando os instrumentos
• Entrevistas
A padronização dos procedimentos é a chave para a
reprodutibilidade. As entrevistas devem ser feitas com
uniformidade do palavreado e dos sinais não-verbais.
Podem ser conduzidas pessoalmente ou por telefone.
As entrevistas assistidas por computador reduzem os
gastos e permitem a verificação imediata de valores
extremos, porém há limitações como exemplo pessoas
que não possuem computador ou pessoas idosas ou
doentes.
Aplicando os instrumentos
• Métodos de aplicação de questionários
Podem ser aplicados pessoalmente, pelo correio, por email ou por meio de site na internet.
Os diários ou calendários podem ser usados para
acompanhamento de eventos ou comportamentos
esporádicos ou que variam de dia a dia. No entanto,
podem levar à perda de dados maior do que com o uso de
questões retrospectivas.
Os questionários eletrônicos permitem respostas imediatas
e são mais fáceis de compilar. Os enviados pelo correio
atingem uma população maior, porém são mais
improváveis de retornarem.
Download

Elaboração de questi..