SINDICATO METABASE DE ITABIRA E REGIÃO - N°09 - MAIO/2014
TRABALHADOR DÁ RESULTADO MAS NÃO É VALORIZADO
No relatório do 1º trimestre, a Vale
destacou o forte desempenho operacional
como fator fundamental para a manutenção
de sua lucratividade. O lucro líquido foi de
R$ 5,9 bilhões - 4,7% menor do obtido no 1º
trimestre de 2013. A diminuição é explicada
pelas quedas nas vendas e no preço do
minério, mas mesmo assim 5,9 bilhões é
muito dinheiro.
A empresa exaltou a produção de
71,1 milhões de toneladas de minério de
ferro como o melhor desempenho para um
1º trimestre desde 2008 e afirma que ela
“diminuiu em comparação ao 4º trimestre
de 2013 devido às paradas programadas
para manutenção.”
Trecho interessante do relatório diz
que “movemos cerca de 3 Mt dos 71,1 Mt
de produção ao longo da nossa cadeia
produtiva para dar maior flexibilidade e
suportar maiores volumes de vendas nos
próximos trimestres.”
Ora, o que se conclui com toda
clareza é: MAIS DO QUE NUNCA OS
TRABALHADORES SÃO PEÇAS-CHAVE PARA
A OBTENÇÃO DOS LUCROS QUE
DEVERÃO AUMENTAR AO LONGO DO ANO
MESMO EM UMA SITUAÇÃO DE MERCADO
ADVERSA PARA A VALE.
O lado triste da história é que o
esforço e a dedicação dos empregados não
são reconhecidos. Os números comprovam
de modo incontestável que os trabalhadores
fizeram - como sempre fazem – a sua parte.
No entanto, o “reconhecimento” da Vale é
sempre o aumento da exploração como
aconteceu no último Acordo Coletivo
quando, mesmo diante da demonstração de
insatisfação dos empregados, ela arrochou
os salários com reajuste de apenas 6%,
sem praticamente nenhum ganho real para
compensar a produtividade.
Com muito suor, rodando turno,
assediado pela pressão por mais produção,
ameaçado pelas Regras de Ouro, o
trabalhador da Vale a tudo supera, produz
imensa riqueza que gera lucros exorbitantes
que fazem a festa dos acionistas, mas
pouco ou quase nada desfruta de tudo
isso.
DÁ
RESULTADO,
PORÉM,
É
VORAZMENTE EXPLORADO!
Disque Denúncia 0800 2831766
site www.metabase.com.br
Gatilho de geração de caixa
O Metabase reúne-se nesta quarta, 14 de maio, com o RH da Vale. Em pauta a
análise dos resultados alcançados pela empresa no primeiro trimestre. Com base nos
valores da geração de caixa é que poderão ser concedidos os reajustes de até 1,5% por
semestre (gatilho de geração de caixa), limitado ao total de 4% durante 2 anos.
Para que o reajuste alcance 1,5% no mês subsequente à divulgação do resultado
do 1º semestre de 2014, o aumento no gatilho de geração de caixa tem de ser igual ou
superior 15% da média da geração de caixa dos 1º semestres de 2009, 2010, 2011 e
2012 calculada em US$ 5,093 bilhões. Como neste primeiro trimestre a geração de
caixa foi de US$ 4,058 bilhões, o reajuste de 1,5% está praticamente assegurado,
provavelmente em setembro.
Os reajustes vinculados aos resultados foram uma artimanha elaborada pela Vale para
adiar a aplicação do aumento real (reajuste acima da inflação) na data base (novembro
de 2013) e manter o arrocho por mais tempo.
Promoções
O Metabase sempre cobra da Vale
uma política mais agressiva de promoções
para não só minimizar o arrocho salarial,
mas também para motivar e reconhecer o
esforço dos empregados. Além disso,
inúmeros trabalhadores há anos não são
promovidos – uma injustiça que precisa ser
reparada. Conversas nas áreas afirmam que
as chefias fazem levantamentos de nomes
para a movimentação de promoções.
Tomara que realmente sejam praticadas
contemplando
número
maior
de
trabalhadores.
De
qualquer
forma
Mais segurança no Periquito
É grande a apreensão do pessoal
que trabalha no prédio da mina de Periquito,
principalmente à noite. Como há pouca
iluminação e poucos seguranças, aumentou
muito as ações de ladrões que invadem o
estacionamento para roubar equipamentos
dos veículos. O receio é que os marginais
acabem invadindo o prédio colocando em
risco a integridade dos trabalhadores. Eles
reivindicam aumento dos seguranças e
melhora na iluminação.
Cadê a periculosidade Miplan?
continuaremos reivindicando.
Vale-alimentação só para uns
Trabalhadores da Progen estão
insatisfeitos
com
uma
possível
discriminação. O fornecimento de valealimentação é só para alguns funcionários,
não para todos. Segundo eles, tudo é feito
na surdina e aqueles que recebem são
orientados a nada comentarem para o
restante não reivindicar o benefício. É uma
situação que, no mínimo, deve ser
investigada pelos gestores. Se isso estiver
ocorrendo é uma grave irregularidade a ferir
o princípio da isonomia. Aliás, o não
fornecimento do vale-alimentação é motivo
de grande insatisfação dos empregados que
alegam que, entre as terceirizadas, a Progen
é uma das poucas a não conceder o
benefício.
Trabalhadores da empresa Miplan,
em
Conceição,
na
montagem
eletromecânica, reclamam contra o não
pagamento do adicional de periculosidade
uma vez que estão expostos e trabalham
com tensão elétrica. O curioso é que os
mesmos serviços já foram realizados pela
Enesa e a periculosidade era paga. Cada
vez mais a exploração na terceirização da
Vale aumenta. Seria bom a Miplan ser
menos gananciosa e pagar o que é de
direito dos empregados. É bom também
colocar as barbas de molho, pois está
gerando um passivo trabalhista. Onde tem
eletricidade a Justiça sempre determina o
pagamento
da
periculosidade.
Recentemente o Metabase ganhou duas
ações judiciais para eletricistas da Vale que,
como contratante, deveria exigir da Miplan
o cumprimento desse direito, mas, pelo
visto, faz vista grossa.
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TRABALHADOR DÁ RESULTADO MAS NÃO É VALORIZADO