Universidade Federal do Rio de Janeiro Micropolítica do Trabalho e o Cuidado em Saúde A ATENÇÃO DOMICILIAR NO MUNICÍPIO DE MARÍLIA Débora Cristina Bertussi1 1. CONTEXTUALIZAÇÃO DO CENÁRIO Marília está situada no Centro Oeste paulista, Estado de São Paulo, a uma distância de 376 km da Capital, com uma população estima em 2005 (IBGE) de 220.017 habitantes e uma área de 1.194 Km2, sendo 2Km2 de área urbana. O Município é considerado Pólo Nacional na área Alimentícia, participando em torno de 17% da produção nacional do gênero. O Município de Marília foi habilitado em junho de 1998 à forma de Gestão Plena do Sistema de Saúde. A Secretaria Municipal de Higiene e Saúde, após ter assumido a condição de Gestão Plena, passou por mudanças, com expansão de sua rede além da diversidade de serviços implantados. As UBS/USF constituem-se, para sua área de abrangência, como porta de entrada do Sistema Municipal de Saúde, ficando claramente estabelecido que cada UBS/USF é responsável pelos riscos e agravos à saúde que ocorram em sua área, devendo ser capaz de identificar os problemas de saúde mais relevantes, quais os indivíduos ou grupos mais suscetíveis ao risco de adoecer e/ou morrer, assim como planejar e executar ações mais adequadas para o seu enfrentamento. Fica sob sua responsabilidade a articulação com os diversos equipamentos sociais, tais como: escolas, creches, asilos, sociedades de amigos de bairro, ambientes de trabalho, etc., que estejam localizadas em sua área de abrangência (bairro ou conjunto de bairros). É nelas que se dá o primeiro contato e onde se estabelece o maior vínculo da equipe de saúde com a população usuária do Sistema. A Rede de Unidades de Saúde do Município de Marília é constituída por: 28 Unidades de Saúde da Família (em torno de 40% de cobertura); 13 Unidades Básicas de Saúde (100% PACS); 03 Serviços de Pronto Atendimento; 01 Policlínica 01 Banco de Leite Humano; 01 Equipe do Programa Interdisciplinar de Internação Domiciliar (PROIID); 01 Núcleo de Saúde do Trabalhador; 01 Unidade de Prevenção e Educação em Saúde; Mestre em Saúde Coletiva, pesquisadora da linha de pesquisa Micropolítica do Trabalho e o Cuidado em Saúde, da pós-graduação em Clínica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 1 1 01 Núcleo de Vigilância à Saúde; 01 Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS I); 01 Unidade Central de Assistência Farmacêutica (UCAF). A reorganização da rede básica vem revertendo à centralidade do hospital e da atenção individual, permitindo um processo gradativo de desospitalização, de esvaziamento de algumas funções do hospital em especial a procura irracional pelo atendimento nos Prontos Socorros, que devem e podem ser absorvidas pela rede básica de saúde, reservando-os apenas para os casos graves, cuja complexidade ou situação de risco imediato assim o exija. Os Serviços de Pronto-Atendimento (PA Região Sul, PA da Região Norte e o PA da Região Oeste) tem cumprido um papel importante no atendimento da demanda reprimida das UBS/USF. Estes, juntamente com as Unidades de Saúde Especializadas proporcionam uma resolutividade intermediária entre a atenção primária e terciária. Na reestruturação da Atenção Básica as UBS e USF assumem a responsabilidade de acolher também a demanda espontânea prestando pronto-atendimento às intercorrências clínicas (alívio do sofrimento agudo, imprevistos resultantes de súbito agravamento de usuários acompanhados em programas de saúde desenvolvidos pela rede, atenção às urgências de pequena e até mesmo de média complexidade, etc.). As Unidades vem estabelecendo estratégias que assegurem em sua rotina de trabalho o acompanhamento posterior de parte dessa demanda de “eventuais”. Com o PROESF (Projeto de Expansão e Consolidação da Saúde da Família, proposto pelo Ministério da Saúde, para os municípios acima de 100.000 habitantes), foi estabelecido uma meta a ser alcançada até dezembro de 2007 de 70% da população coberta pela Saúde da Família, substituindo o Modelo de Atenção vigente, sendo que as Unidades de Saúde da Família (USFs) deverão constituir-se na porta de entrada do Sistema de Saúde local, possibilitando a reorganização dos demais níveis de Atenção. 2. ATENÇÃO DOMICILIAR NO MUNICÍPIO DE MARÍLIA O Programa de Internação Domiciliar/PROIID iniciou suas atividades em 1999 com o objetivo de atender principalmente idosos. Os objetivos delineados para o Programa são: garantir a continuidade da assistência no domicílio, reduzindo o tempo de internação hospitalar, as reinternações e, conseqüentemente, os riscos impostos aos usuários, família e cuidador e, contribuir para a formação e aperfeiçoamento de trabalhadores na área da saúde. A idéia de implantação deste serviço surgiu a partir de um projeto de doutorado de uma professora da Faculdade de Medicina de Marília/FAMEMA, que fez um estudo sobre a assistência ao idoso. Na perspectiva de fazer parceria entre a escola e a secretaria municipal de saúde, a idéia foi a de implantar o serviço de internação domiciliar, com responsabilidades compartilhadas entre as duas instituições no financiamento e manutenção deste serviço. A visita que deu início a esta investigação como primeira aproximação ao Programa Interdisciplinar de Internação Domiciliar ocorreu em março de 2006, onde foi entrevistada a professora da FAMEMA, que implantou e coordenou o serviço, e a atual coordenadora. O Programa de Internação Domiciliar/PROIID foi criado pela Secretaria Municipal de Higiene e Saúde/SMHS com o objetivo de instituir modalidades substitutivas de cuidado, que possibilitassem a diminuição da internação hospitalar em parceria entre a SMHS e a Fundação 2 Municipal de Ensino Superior de Marília (FMESM). Sendo que, a gerência, a aquisição de equipamentos e a contratação dos trabalhadores são de competência da SMHS. A qualificação dos trabalhadores, fornecimento de materiais de consumo, medicamentos e esterilização de materiais e contratação de parte dos trabalhadores ficaram sob responsabilidade da FMESM. O Programa destina-se aos usuários residentes no município (zona urbana), com o propósito de atenção àqueles que receberam alta hospitalar (Hospital de Clínicas, Santa Casa e Hospital São Francisco) ou são referenciados pelas Unidades Básicas de Saúde e/ou pelas Unidades de Saúde da Família, propondo envolver a família e os cuidadores na atenção à saúde. Os usuários podem ser encaminhados por instituições públicas ou privados, independentemente do nível de complexidade, quando referenciado por trabalhadores de nível universitário. 3. Categorias Analisadoras A proposta metodológica foi construída na perspectiva de permitir a análise dos diversos modus operandi, que se estabeleceram nos processos de trabalho existentes em cada município e que buscasse no cotidiano dessas produções, o como fazer, como significar, como cuidar e como lidar com as diversas situações que se tornaram o eixo condutor dessas práticas de saúde. Em busca desses objetivos foi necessário abordarmos o como tais experiências elegeram e ordenaram suas caixas de ferramentas, saberes e tecnologias. Neste caso, consideraram-se aquelas oriundas do campo das profissões de saúde, bem como as derivadas das experiências e trocas entre as pessoas e famílias envolvidas nestas práticas. Interessou também no curso da pesquisa, cartografar o território de disputas de projetos entre trabalhadores e cuidadores, revelado pela desterritorialização do cuidado; ampliamos também o campo de estudo para o tema da saúde mental – residências terapêuticas2. Os analisadores dos cenários deste estudo foram os seguintes: Arranjos e composição da equipe; Articulação do PAD com o Sistema Local de Saúde; Cuidador; Cuidado; Racionalidade; Avaliação do PAD. Caracterização da equipe A equipe do PROIID compreende a Atenção Domiciliar como sendo toda assistência realizada por equipe de saúde no domicílio e Internação Domiciliar como atenção que está respaldada com os critérios de internação, como processo contínuo de acompanhar pessoas em 2 IMPLANTAÇÃO DA ATENÇÃO DOMICILIAR NO ÂMBITO DO SUS – MODELAGEM A PARTIR DE EXPERIÊNCIAS CORRENTES – UMA INTRODUÇÃO. Emerson Elias Merhy, Laura Macruz Feuerweker, Luis Cláudio de Carvalho, Débora Cristina Bertussi, Paulo Eduardo Xavier de Mendonça, Magda de Souza Chagas, Maria de Fátima Siliansky de Andreazzi, Flávia Helena Miranda de Araújo Freire, Ângela Carla da Rocha Schiffler, Roseni Sena, Denise Alves Baptista. 3 seus domicílios. A modalidade que estrutura a Atenção Domiciliar (AD) no município é a Internação Domiciliar. Quanto aos recursos financeiros, o PROIID é financiado pela Autorização de Internação Hospitalar (AIH), por paciente/dia de internação repassada à FMESM e pelo Fundo Municipal de Saúde com os gastos de deslocamento da equipe, materiais de consumo, medicamentos e dietas especiais para os usuários do serviço. O programa tem capacidade operacional de atender 20 usuários em regime domiciliar e as equipes estão organizadas para realizar atenção domiciliar de segunda a sexta-feira, no período das 7:00 as 17:00 horas. No período noturno, finais de semana e feriados não há cobertura pelo PROIID. Mas, há uma articulação com as Equipes de Saúde da Família e hospitais em esquema de cobertura para o período noturno, feriados e de finais de semana. O programa conta com uma equipe composta pelos trabalhadores: enfermeira, auxiliares de enfermagem, nutricionista, médica, fisioterapeuta e escrituraria que são celetistas da FMESM e assistente social, psicóloga, cirurgiã dentista, fonoaudióloga e motorista que são do quadro de efetivos SMHS. A rotatividade de trabalhadores é baixa. MEMBRO DA EQUIPE No Assistente Social Auxiliar de Enfermagem Dentista Enfermeiro Escriturária Fisioterapeuta Fonoaudiólogo Médico Motorista Nutricionista Psicólogo Total 01 02 01 01 01 01 01 01 02 01 01 13 CARGA HORÁRIA 20/h semanal 40/h semanal 40/h semanal 40/h semanal 40/h semanal 30/h semanal 08/h semanal 20/h semanal 40/h semanal 30/h semanal 40/h semanal - TIPO DE CONTRATAÇÃO Celetista - FMESM Estatutário - SMHS Celetista - FMESM Estatutário - SMHS Estatutário - SMHS Estatutário - SMHS Celetista - FMESM Estatutário - SMHS Celetista – FMESM Estatutário - SMHS Celetista - FMESM - A rede de serviços de saúde de Marília conta com um ambulatório de oxigênio-terapia no ambulatório do HC Mário Covas, que avalia os usuários e quando necessitam de oxigênio, os mesmos são encaminhados para o PROIID com a prescrição médica. Posteriormente é realizado visita, geralmente a enfermeira ou a assistente social para identificar as condições da família e a quantidade necessária para o tratamento. Cuidador A existência de um cuidador é um dos requisitos para a admissão no PROIID. Os trabalhadores da equipe do PROIID de acordo com as características das diversas situações clínicas e tipos de cuidados necessários desenvolvem um trabalho de orientação aos cuidadores. Em cada domicílio, são realizadas orientações especificas para o cuidador dependendo das situações gerais e clinicas, telefones para situações de emergência, contato com as 4 referências do PROIID e o prontuário deixado na casa deve ser realizado anotações por todos os membros da equipe. Os cuidadores não têm vinculação orgânica com o serviço e qualquer espécie de remuneração. Em caso de ausência de cuidador a equipe tem indicado pessoas que realizam este trabalho, como por exemplo, um vizinho, amigos/parentes e pessoas que topam assumir o papel de cuidador remunerado. O que não significa dizer que a ausência de um cuidador da família impeça que usuários se coloquem na condição da internação domiciliar. Os cuidadores são principalmente mulheres com mais de 40 anos. O cuidado O PROIID estabeleceu alguns critérios para o usuário ser admitido na assistência domiciliar, que são condições clínicas estáveis, dispor de um cuidador capaz de colaborar e em condições de compreender as orientações, dispor de um domicilio em condições “mínimas” de saneamento e higiene e encaminhamento de profissional de nível universitário do serviço de saúde (UBS/USF e Hospital de Clínicas, Santa Casa e Hospital São Francisco). Apesar desta definição, há muita subjetividade envolvida no ingresso do usuário. A equipe do PROIID desenvolve um trabalho importante na admissão dos usuários. Todos os trabalhadores do programa realizam, pelo menos, uma visita semanal aos usuários a fim de avaliar o quadro clínico, orientar o cuidador quanto às necessidades do paciente, tais como: realização de curativos, higiene, alimentação, assistência psicológica e outras necessidades identificadas durante a internação, bem como a entrega de materiais e medicações. Os usuários admitidos são avaliados para internação domiciliar através da ficha de encaminhamento e pela visita dos trabalhadores no domicílio do paciente. A construção do projeto terapêutico é realizada entre os trabalhadores. A atenção aos usuários internados é discutida semanalmente, normalmente na sextafeira. A equipe atende toda área urbana da cidade de Marília e as visitas aos usuários internados são programadas conforme a região de moradia do respectivo paciente. As altas são planejadas no momento em que os trabalhadores da equipe identificam a melhora do quadro clínico do paciente. Neste momento, o cuidador, que já vem sendo orientado durante a internação do paciente, recebe recomendações para dar continuidade nos cuidados necessários. A morte mostrou-se ser um tema difícil de ser falado e a equipe não coloca na agenda cotidiana do trabalho, tanto sob o ponto de desenvolvimento da equipe, assim como com os cuidadores, usuários e família. O que se faz é contar o prognóstico e respeitar a vontade do usuário, cuidador e família. O programa recebe encaminhamento predominantemente dos Hospitais e das UBS/USF, e poucos encaminhamentos recebidos não foram aceitos no programa por diversos motivos dos quais destacamos, usuários que não estavam de acordo com os critérios estabelecidos pelo PROIID; óbito antes de ingressar no programa; transferências hospitalares e usuários que necessitam apenas de fisioterapia. A média de permanência dos usuários foi de 35,9 dias e a taxa de ocupação do programa fica em torno de 67,62% e tem caído ao longo dos anos. 5 Racionalidade econômica Desde a implantação do PROIID os recursos destinados à estruturação da equipe e os demais recursos necessários para o custeio das atividades são do Fundo Municipal de Saúde/ SMHS e FMESM, portanto não há autonomia de gestão financeira. Há 02 (dois) veículos para o deslocamento da equipe com uma média de gasto de combustível (gasolina) de 200 litros mensais. Não há doação de equipamentos, medicamentos e/ou materiais, quando ocorre a necessidade da utilização dos mesmos, fica na responsabilidade das famílias. Os materiais permanentes como computador, telefone, móveis, telefone celular são mantidos pela SMSH. O Serviço funciona em edifício alugado pela SMHS, não exclusivo do PROIID. Nesta mesma instalação física funciona também o serviço de referencia para DST/AIDS. Os materiais de consumo utilizados na assistência domiciliar como gaze, medicação, dietas, luvas, etc e o material utilizado na educação permanente dos trabalhadores do PROIID são de responsabilidade da FMESM. O PROIID também é remunerado pela AIH com valor fixo de R$ 22,34 (vinte e dois reais e trinta e quatro centavos) por paciente/dia internação. Concomitantemente, havia (até dezembro de 2004) um co-financiamento anual de R$ 104.320,00 (cento e quatro mil e trezentos e vinte reais) divididos em doze meses, cujas parcelas eram transferidas do Ministério da Saúde ao Fundo Municipal de Saúde, que repassava para FMESM. A partir de janeiro de 2005, passou a vigorar um novo convênio 512/05 que assumiu todos os serviços prestados na média e alta complexidade do município, sendo incluído o PROIID, com um financiamento de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais) mensalmente. Articulação do PAD com o sistema local de saúde O Programa Interdisciplinar de Internação Domiciliar (PROIID) desenvolve atividades na modalidade de atenção a saúde que visa proporcionar: a) o trabalho organizado em equipe multiprofissional com enfoque interdisciplinar; b) a humanização do atendimento aos indivíduos com agravos à saúde em seu domicílio; c) a educação para a saúde aos familiares e aos cuidadores; d) a participação do indivíduo com agravo à saúde, dos familiares e do cuidador no esforço da recuperação, visando à parceria terapêutica e a autonomia pelo autocuidado. Os critérios de admissão do usuário são: moradia fixa, presença do cuidador e condições de saúde que se enquadrem no tipo de atendimento prestado por esta modalidade de atenção. Há uma identificação de casos potenciais para o PROIID e a busca ativa é ocasional. A coordenação do PROIID faz um trabalho de estímulo à indicação de internação domiciliar junto aos hospitais, mas como é o médico fundamentalmente que encaminha, há perdas de oportunidade de desospitalização por falta de estímulos dos outros trabalhadores encaminharem usuários para internação domiciliar. Em relação à origem dos encaminhamentos, funciona da seguinte forma, para os usuários que tem a necessidade de continuidade de atenção no domicílio, o encaminhamento é assinado pelo médico responsável da internação hospitalar, pois não foi possível envolver toda equipe da atenção hospitalar. Portanto, no âmbito hospitalar foi pactuado que qualquer profissional de nível universitário pode realizar o encaminhamento, mas a AIH é assinada pelo 6 médico. Nas unidades de saúde da atenção básica todos os trabalhadores encaminham usuários que necessitam atenção no domicílio. Na reorganização curricular dos cursos de enfermagem e medicina o PROIID é um cenário de prática das atividades eletivas dos cursos da FAMEMA. A integração com as equipes de saúde da família se dá no momento da referência, da contra-referência e em situações onde o usuário necessita de cuidado nos finais de semana, período noturno e feriados. Há uma pactuação com as ESF em assumir o cuidado junto ao usuário e a mesma coisa acontece com as equipes dos hospitais que encaminharam para este serviço. Inicialmente a relação com o SAMU era conflituosa na remoção de urgência. Em relação a serviços especializados, quando há necessidade a própria equipe se ocupa de marcar junto a central de regulação do município. Não há acompanhamento domiciliar de agravos ligados a Saúde Mental, apesar do PROIID funcionar ao lado de um CAPS. Não estabeleceu nenhuma relação com este serviço. Avaliação do PAD no Município de Marília Existe avaliação do programa, predominantemente quantitativa e que é realizada mensalmente. Os indicadores utilizados são: INDICADOR SIGLA DESCRIÇÃO TMP Tempo Médio de Permanência dos Usuários de PAD NPA Nº de Usuários Ativos no PAD TAR Taxa de Altas por Recuperação TRRM TRREF Taxa de Realização de Reuniões Multidisciplinares no PAD Taxa de Realização de Reuniões de Equipe com os Familiares e Usuários do PAD Quanto ao perfil de morbidade, o Programa vem atendendo predominantemente indivíduos portadores de neoplasias malignas, doenças cerebrovasculares, respiratórias, cardiovasculares, demências e, ainda, usuários vítimas de politraumas e que necessitam de acompanhamento de equipe capacitada, sendo que o Acidente Vascular Cerebral e as Neoplasias as principais causa de internação como diagnóstico principal. O programa apresenta qualidades/potencialidades identificadas pela própria equipe em documento de avaliação elaborado para o relatório de gestão: Crescente empenho da equipe no estabelecimento de vínculo com a família, cuidador e indivíduo doente; 7 Utilização do sistema de referência e contra-referência no encaminhamento de demandas, possibilitando a integração gradativa com a UBS, USF e Hospitais Conveniados ao SUS; Parcerias estabelecidas com UBS e USF para realização de ações em geral e administração de medicamentos em particular, especialmente aqueles usuários que necessitem cuidados mais de uma vez ao dia e ou em finais de semana, feriados e no período noturno; Desenvolver ações como: a) (re)implantar grupo de cuidador com descentralização para toda a rede básica de saúde; b) elaborar protocolos de atenção domiciliar; Atendimentos realizados pelo dentista aos usuários acamados vinculados às UBS e USF; A atual coordenadora do PROIID fez sua dissertação de mestrado na Escola de Enfermagem da USP de Ribeirão Preto avaliando custo por grupo de patologia (AVC e neoplasias):Mesquita SRAM, Anselmi ML, Santos CB, Hayashida M. Programa interdisciplinar de internação domiciliar de Marília-SP: custos de recursos materiais consumidos. Rev. Latino-am Enfermagem 2005 julho-agosto; 13(4):555- 61. As Fragilidades/pontos que requerem atenção/problemas percebidos pela equipe são: Encaminhamentos efetuados pelos serviços de saúde com pouca informação com relação a evolução clínica, diagnóstico médico e conduta terapêutica e as relacionadas as outras áreas trabalhadores, dificultando a agilidade da intervenção; Comunicação deficiente entre trabalhadores dos Hospitais e os do PROIID; Inexistência de um programa para atendimento fisioterápico, no domicílio, de pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis, que se encontram acamados e/ou em fase terminal; Dificuldade de trabalhar em equipe; Dificuldade na realização de ações/atividades em função da falta de alguns materiais e equipamentos tais como: espessante, cama hospitalar, trapézio, escada e grade; além de determinadas medicações específicas; Dificuldade por parte da equipe em ampliar o olhar para as ações de prevenção e controle de doenças; Dificuldade para encaminhar os usuários que necessitam de em ações especialidades; Dificuldade para trabalhar com indicadores de produção e de avaliação; Dificuldade de serviço de acompanhamento para os usuários com necessidades de fisioterapia após a alta do PROIID; Dificuldade da família dos usuários que utilizam sonda de conseguirem ingredientes para dieta caseira como, por exemplo, suplemento em pó (soya diet) após alta; Dificuldade da família do paciente de conseguir material de consumo nas UBS e USF para realização de procedimentos como curativos e sondagens após alta. Estratégias para superação das dificuldades Rever os indicadores de avaliação, instituindo a discussão nas reuniões da equipe; 8 Promover processo de educação permanente a partir de problemas identificados pelos trabalhadores no processo de trabalho da equipe do PROIID; Rever a qualidade dos prontuários; Promover debate sobre alguns temas de difícil manejo por parte dos tablahdores: abordagem de usuários terminais, concepções de saúde–doença, abordagem de usuários crônicos e de usuários de álcool e drogas; Construir a possibilidade de ampliação no número de equipes e diversificação no tipo de trabalhadores: a) ampliar mais uma equipe, b) um terapeuta ocupacional por 8 horas diárias e c) um médico psiquiatra para supervisão da equipe contribuindo para o fortalecimento das ações de grupo auxiliando o manejo de situações conflitantes do cotidiano do trabalho no âmbito físico e emocional. 9