Proposta Revisão da regulamentação de atribuição de bolsas de estudo O Despacho n.º 10973-D/2014, de 27 de agosto, alterou o Regulamento de Atribuição de Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior, introduzindo melhorias na eficácia da ação social direta; de facto, tal despacho do Secretário de Estado do Ensino Superior, além de alargar a atribuição de bolsas de estudo aos cursos técnicos superiores profissionais, alterou o impacto do património mobiliário na capitação usada para cálculo da bolsa, nos termos em que é definido no regulamento, de forma a garantir um escalão sem qualquer impacto quando tal património do agregado familiar não seja superior a € 4.192,20. Apesar da criação de escalões no método de contabilização do património como rendimento prejudicar a justiça da regulamentação por «tratar igual o que é diferente» — valores significativamente distintos de património mobiliário são igualmente contabilizados para efeitos do cálculo do rendimento —, a definição de uma escalão inicial que proteja as pequenas poupanças das famílias, há muito reivindicada pelo movimento associativo estudantil, é um claro exemplo de que havia e continua a haver melhorias que se pode fazer ao sistema de atribuição e cálculo das bolsas de estudo de ação social. Várias têm sido nos anos anteriores as propostas concretas apresentadas pelo movimento associativo, com impactos orçamentais de sentido contrário, e há muito que o mesmo movimento tem alertado para a necessidade de uma reforma global da regulamentação de atribuição de bolsas, mais ajustada, equitativa e burocraticamente mais eficiente. Apesar disso e de terem sido enunciadas várias vezes tais propostas, não tem sido possível discuti-las eficazmente com a tutela, de forma a serem percebidas em pormenor e implementadas. A convicção do movimento associativo estudantil de que não só é possível mas que é mesmo necessário fazer tal revisão do sistema de atribuição e cálculo das bolsas de estudo, nomeadamente harmonizando num todo coerente os demais apoios quer no âmbito de ação social, quer no âmbito dos novos programas Retomar (já lançado) e + Superior (em fase de regulamentação), deve trazer para cima da mesa todas as propostas existentes de todos os agentes do ensino superior, promover a avaliação do impacto de cada uma e construir uma reforma deste sistema que possa ser posta em vigor no ano letivo 2015/16. Assim, o movimento associativo estudantil, reunido em Encontro Nacional de Direções Associativas, em Lisboa, nos dias 6 e 7 de setembro, elogiando a boa experiência de participação alargada ocorrida na regulamentação do Programa Retomar, propõe a criação com a brevidade possível de uma comissão com representantes dos vários intervenientes do sistema, a exemplo da experiência referida, para discutir todas as propostas apresentadas por todos os intervenientes, analisar o seu impacto orçamental e uma fórmula de cálculo mais equitativa e otimizada, de forma a ter uma reforma do regulamento de atribuição de bolsas de estudo pronta em março de 2015, para vigorar a partir do ano letivo 2015/2016. Porto e FAP, 2 de setembro de 2014