AU TO RA L EI TO UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES DI R PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EG ID O PE LA LE I DE AVM FACULDADE INTEGRADA OT A importância da psicomotricidade nas aulas de Diego Ubiratan Bezerra da Luz DO CU M EN TO PR educação física para crianças da educação infantil. Orientador Profª. Maria Esther Araújo Co-orientadora: Profª. Giselle Böger Brand Rio de Janeiro 2012 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA A importância da psicomotricidade nas aulas de educação física para crianças da educação infantil. Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em psicomotricidade pelo aluno Diego Ubiratan Bezerra da Luz SUMÁRIO INTRODUÇÃO CAPÍTULO I O desenvolvimento da motricidade humana CAPÍTULO II O processo de maturação da psicomotricidade da criança CAPÍTULO III As dificuldades de aprendizagem dos gestos motores CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA RESUMO 4 O Presente estudo evidencia a importância da psicomotricidade na educação infantil. O trabalho teve como objetivo demonstrar as dificuldades motoras dos alunos de 2 a 5 anos em que estão matriculado na escola ou na creche. Utilizamos como referencial a pesquisa qualitativa por meio de uma revisão bibliográfica sobre o assunto, enfatizando seus principais aspectos como: O desenvolvimento da motricidade humana, os processos de maturação da psicomotricidade da criança e as dificuldades de aprendizagem dos gestos motores. Com isso buscamos melhorar a vivencia motora das crianças. METODOLOGIA 5 Buscando alcançar os objetivos propostos, a pesquisa será realizada em método qualitativo. Essa pesquisa se dará através de um levantamento bibliográfico sobre o tema psicomotricidade. Para a coleta dos dados será realizado o método de abordagem qualitativa. Essa técnica consiste na revisão detalhada da literatura existente sobre o tema. Sendo ela pesquisa em livros, artigos, revistas e internet. A bibliografia utilizada terá autores como: Fátima Alves, Jean Le bouch, Henri Wallon, Francisco Rosa Neto, David Gallahue, Vitor Fonseca, Dalila Molina Costallat, Jorge Sérggio Gallardo. INTRODUÇÃO 6 A Psicomotricidade como ciência da síntese, segundo Dalila de Costallat (1987) com a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os problemas que afetam as inter-relações harmônicas, que constituem a unidade do ser humano e sua convivência com os demais. Sendo a psicomotricidade a educação da integridade do ser, através do seu corpo, visa privilegiar a qualidade da relação efetiva, a mediatização, a disponibilidade tônica, a segurança gravitacional, o controle postural, a noção do corpo e sua lateralização, enquanto componentes essenciais e globais da aprendizagem e do seu ato mental concomitante. Nela o corpo e a motricidade são abordadas como unidade e totalidade do ser. Seu enfoque é, portanto, psicossomática, psicognitivo, psiquiátricos, somático analítico, psiconeurológico e psicoterapêutico, (Dalila 1987). A questão centra desse trabalho é a importância da psicomotricidade nas aulas de educação física da educação infantil. Por meio de atividades as crianças além de se divertirem, criam, interpretam e se relacionam com o mundo em que vivem. Por isso, cada vez mais precisamos que os jogos e as brincadeiras ocupem um lugar no programa escolar desde a educação infantil. O desenvolvimento global da criança se dá através do movimento, da ação, da experiência e da criatividade, levando-a a conseguir plena consciência de si mesma, da sua realidade corporal que sente, pensa, movimenta-se no espaço, bem como encontra-se com os objetos e gradativamente distingue suas formas e se conscientiza das relações de si mesma com o espaço e o tempo, interiorizando, assim, a realidade (FONSECA, 1995). As crianças estão perdendo a melhor fase da vida delas com outras ocupações como horas no computador, jogando vídeo games, realizando muito poucas atividades motoras. Para que aja um desenvolvimento integral dessas crianças precisamos nos conscientizar desse problema e buscar profissionais que tenham capacidade para trabalhar na melhoria dessa situação. Considerando a psicomotricidade como a ciência que envolve toda a ação realizada pelo individuo, que represente suas necessidades e permitem suas relações com os demais, vemos que é indispensável sua atuação durante 7 a vida da pré-escola da criança. Segundo Gallardo (2003), a infância é caracterizada por concentrar as aquisições fundamentais para o restante do desenvolvimento humano, pois é nessa etapa da vida que o indivíduo forma a base motora para a realização de movimentos mais complexos futuramente. Neste momento é importante que a criança tenha um bom acompanhamento no seu desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial. O movimento permite a criança explorar o mundo exterior. Sem contato com o concreto, a criança pode desenvolver um bloqueio e se isolar por toda vida. O objetivo desde trabalho foi levantar questões sobre da estimulação da importância psicomotora na educação infantil. Mostrar que as crianças estão tendo muitas dificuldades em realizarem atividades motoras simples como correr, saltar, pular, dentre outras. Demonstrando que a educação infantil tem finalidade em si mesma e, consequentemente, é a preparação para a vida posterior á escola. A construção do esquema corporal e a organização das sensações relativas ao próprio corpo têm um papel fundamental no desenvolvimento da criança. Nesse trabalho serão apresentadas as definições de psicomotricidade, pelo olhar de vários pesquisadores, além de sua importância na vida de crianças 2 a 5 anos de idade. No capitulo I será abordado o desenvolvimento da motricidade humana enfatizando temas relativos à psicomotricidade. Esse desenvolvimento vem sofrendo transformações o a evolução ser humano. Esse capítulo com tem um a visão de geral da motricidade humana. Tem como contexto o ponto de vista conceitual do desenvolvimento humano. No capitulo II será abordado o processo de maturação da psicomotricidade da criança. Destacando as questões relacionadas ao desenvolvimento psicomotor da criança bem como os esquemas de desenvolvimento infantil. E a relação do individuo com o meio. Também em destaque fatores pré-natais que afetam o desenvolvimento. No capitulo III, será enfatizado as dificuldades de aprendizagem decorrente dos distúrbios psicomotores. E bem clara a diferença de uma criança que brinca de amarelinha, pega-pega, e jogos de percurso da criança 8 que passa o dia inteiro em frente à TV ou jogando vídeo-game; esta não tem equilíbrio, boa coordenação motora e raciocínio rápido. Assim a única hora que essa criança brinca e joga é na aula de educação física escolar. Enquanto que a criança anterior apresenta bom desenvolvimento da área psicomotora e cognitiva. A fala também pode ser estimulada pela brincadeira onde a criança pequena com gestos se comunica com os outros e aos poucos vai desenvolvendo a linguagem, estruturando-a e enriquecendo seu vocabulário. CAPÍTULO I O desenvolvimento da motricidade humana Desde o momento da concepção, o organismo humano segue uma lógica biológica dentro de uma organização maturativa, evolutiva e integrada. 9 Entre o nascimento e a idade adulta no organismo humano se produzem profundas modificações que leva a interação e a estimulação. As possibilidades motoras da criança evoluem de acordo com a sua idade, sendo cada vez mais variadas, completas e complexas. Durante a gravidez, os sinais de vida do feto em relação ao mundo exterior, se da fundamentalmente pela atividade motora, que evolui amplamente. O movimento conte em si mesmo sua verdade, tem sempre uma orientação significativa em função da satisfação das necessidades que o meio promove, portanto, o movimento e o seu fim são uma unidade relacional. Esses dois aspectos se aperfeiçoam cada vez mais como resultado de uma diferenciação progressiva das estruturas do ser humano (NETO, 2002 p.11). Os movimentos do feto são relacionados com o meio. Esses movimentos são de estrema necessidade para a comunicação com a mãe. O individuo ao nascer já possui uma conexão motora pré-estabelecida a com o meio ambiente. Conexão essas que tem com ponto fundamental a individualidade biológica. Em 1925, Heuyer (apud Rosa Neto 2002 p.13) partindo da perspectiva de Dupré, empregou o termo psicomotricidade a fim de ressaltar a associação estreita entre o desenvolvimento da motricidade, da inteligência e da afetividade. Dedicou-se a isolar os transtornos das funções motrizes que acompanham as do caráter. Através de suas investigações comprovou aplicação de um tratamento motriz às crianças instáveis, com ligeiras paranoias, e as jovens delinquentes, emotivos, dentre outros. A psicomotricidade para trabalhar na relação de afetividade traz o lazer, a brincadeira e o desafio com ponte de apoio. O desafio é parte imprescindível para atuação da psicomotricidade com jovens. As pesquisas de Dupré fizeram parte do avanço da psicomotricidade. É importante destacar as contribuições de Wallon (1963 p.25), que conduzira sua analise sobre os estágios e os transtornos do desenvolvimento motor e metal da criança; de Piaget por considerá-las pilares fundamentais na construção teórica do campo da motricidade; e de Freud e Spitz, pelo olhar psicanalítico contribuindo imensamente com seus estudos. 10 No período que prossegue de 1947 a 1959, no Hospital HenriRousselle de Paris, Ajuriaguerra e Diatkine dão inicio ao trabalho que busca a identidade da motricidade, impulsionando de maneira significativa a história moderna da motricidade. Ambos eram alunos de Heuyer e tinham preferência pelo estudo crítico da debilidade motriz. Contribuíram de maneira a dar um avanço na pratica motriz, constituindo base cientifica para sequência do tratamento em crianças. Suas publicações, uma serie delas, deram lugar a primeira carta de reeducação motriz na França, publicada em 1960, tendo como conteúdo a fundamentação teórica do exame motor, uma serie de métodos e técnicas de tratamento de diversos transtornos motrizes. A nova metodologia pode ser considerada como a estrutura que configura as grandes bases da motricidade atual: Coordenação Dinâmica e Oculomanual; Equilíbrio; Organização Espacial e temporal; Esquema corporal e lateralidade. Seguidor de Ajuriaguerra, Berges estudo quase todos os temas que podem ser suscitados no desenvolvimento do cérebro, entre outros aspectos (ROSA Neto, p.11 2002). 1.1 - Psicomotricidade O estudo da psicomotricidade surgiu na França, por volta de 1950, sua evolução veio da psiquiatria. É uma técnica em que se misturam vários olhares e que se utiliza das varias ciências: a Biologia, a Psicologia, a psicanálise, a sociologia e a lingüística (Coste, 1975 p.14). Seu objeto de estudo é o homem, através de seu corpo em movimento, esse mesmo homem em relação com o mundo nas suas possibilidades de perceber, atuar e agir consigo mesmo, e com o outro e com os objetos. Segundo o Dr. Julian ajuriaguerra, medico psiquiatra, laureado pela École de France, considerado pela comunidade cientifica como “pai da 11 psicomotricidade”, ele a define assim: a Psicomotricidade se conceitua como ciência da saúde e da educação, pois indiferentes das diversas escolas, psicológicas, condutistas, evolutista, genética, etc., ela visa à representação e a expressão motora, através da utilização psíquica e mental do individuo”, (COSTE, 1989, P. 33) A Psicomotricidade como ciência da síntese, segundo Dalila de Costallat (1976, p.24), com a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os problemas que afetam as inter-relações harmônicas, que constituem a unidade do ser humano e sua convivência com os demais. . 1. 2 - Elementos básicos da psicomotricidade Apresento os elementos básicos da motricidade, inspirados nos referenciais propostos por Jean Claude Costa (A Psicomotricidade, 1989) e Vitor da Fonseca (Psicomotricidade: Filogênese, ontogênese e Retrogenese, 1998) • Motricidade fina (Óculo Manual) Os três componentes utilizados nesta coordenação, que representa a atividade mais frequente e mais comum no homem, é o objeto olho e mão. O homem utiliza da coordenação para pegar um objeto e lança-lo, para escrever, desenhar, recortar, etc. Ela inclui uma fase de transporte de mão, seguida de uma fase de agarre e manipulação. Atividade manual, guiada por um meio da visão, faz intervir, ao mesmo tempo, no conjunto dos músculos que asseguram a manutenção dos ombros, braços, do antebraço e da mão que é responsável pelo ato motor ou manual de agarrar. Já os músculos oculomotores regulam a fixação do olhar, as sacudidas oculares e os movimentos de perseguição. Para a coordenação desses atos, participam diferentes centros nervosos motores e sensoriais que se fazem pela organização de programas 12 motores e pela intervenção de varias sensações vindas de receptores sensoriais, articulares e cutâneos do membro a ser utilizado. O córtex pré-central corresponde à motricidade fina e tem um papel fundamental no controle dos movimentos isolados das mãos e dos dedos faz ressaltar a fineza extrema dos controles táteis e motores. As explorações táteis e palmatórias permitem o reconhecimento das formas sem a intervenção da visão. Por si só, as informações cutâneas e articulares associadas à motricidade digital proporcionam as indicações a partir das quais as formas podem ser reconstituídas. A coordenação viso motora é um processo de ação existente na coincidência do ato motor e da estimulação visual percebida, portanto esse tipo de dinamismo só pode dar em indivíduos videntes. Os não videntes transferem as percepções visuais, que não possuem, para outros meios de informação: guias sonoros, percepções táteis, entre outros. A atividade motriz usual que se requer o controle de músculos e articulações de um membro superior associada à coordenação viso manual é a escrita considerando que a mão e o olho não são absolutamente indispensáveis, a escrita manual guiada pela visão proporcionada o modelo gráfico mais regular e rápido. Essa coordenação se elabora de modo progressivo com a evolução motriz da criança e do aprendizado. • Motricidade global O movimento motor global, seja ele mais simples, é um movimento sinestésico, tátil, labiríntico, visual, espacial, temporal, e assim por diante. Os movimentos dinâmicos corporais desempenham um importante papel na melhora dos comandos nervosos e no afinamento das sensações e das percepções. O que é educativo na atividade motora não é a quantidade de trabalho efetuado, mas sim o controle de si mesmo obtido pela quantidade do movimento executado, da precisão e da maestria de sua execução. 13 O Equilíbrio é a base primordial de toda a ação diferenciada dos segmentos corporais. Quanto mais defeituoso for o movimento, mais energia o corpo consome e dessa luta constante, mesmo que inconsciente, contra o desequilíbrio, resulta uma fadiga corporal, mental e espiritual, aumentando o nível de estresse, ansiedade e angustia do individuo. Com efeito, existem relações estreitas entre as alterações ou as insuficiências do equilíbrio estático e dinâmico e os latentes estados de ansiedade ou insegurança. Num breve retomar da historia humana, em relação à complexibilidade motora ,citaremos, a postura que é a atividade reflexa do corpo com relação espaço, vinda de uma experiência pessoal e subjetiva, única e personalizada. Esses reflexos podem fazer intervir os músculos, segmentos corporais ou o corpo todo, como, por exemplo, a postura tônica em flexão. A postura está estruturada sobre o tônus muscular. O equilíbrio e o resultado de um corpo quando forças distintas que atuam sobre ele se compensam e anulam-se mutuamente. Do ponto de vista biológico, a possibilidade de manter posturas, posições e atitudes indicam a existência de equilíbrio. • Esquema corpora A imagem do corpo representa uma forma de equilíbrio que, sendo o núcleo da personalidade, se organiza em um contexto de relações mutuas do organismo e do meio. A construção do esquema corporal é a organização das sensações relativas a seu próprio corpo em associação com os dados do mundo exterior. Exercendo um papel fundamental no desenvolvimento da criança, já que essa organização é o ponto de partida de suas possibilidades de ação, então, esquema corporal é a organização das sensações relativas a seu próprio corpo em associação com os dados do mundo exterior. • Organização espacial 14 A noção de espaço é ao mesmo tempo concreta e abstrata, finita e infinita, envolve tanto o espaço do corpo, como o espaço que nos rodeia. A ideia de espaço esta imbuída em nossas sensações, resultante de experiências e aprendizagens. O espaço psicológico, associado a nossa atividade mental, revela-se em nosso nível de consciência. A nossa atividade perceptiva baseada na experiência do aprendizado é que nos permite dar significado a organização espacial. A organização espacial depende, ao mesmo tempo, da estrutura do nosso próprio corpo, da natureza do meio que nos rodeia e de suas características. Todas as modalidades sensórias participam em certa medida na percepção espacial: a visão, a audição, o tato e o olfato. A evolução da noção espacial destaca a existência de suas etapas: uma ligada à percepção imediata do ambiente, caracterizada pelo espaço perceptivo e a outra baseada nas operações mentais que saem do espaço representativo e intelectual. • Organização temporal O tempo é, antes de tudo, memória: à medida que leio, o tempo passa. Dessa maneira existem dois grandes componentes da organização temporal: a ordem e a duração que o ritmo reúne. A ordem define a sucessão que existe entre os acontecimentos que produzem, uns sendo continuação dos outros, em uma ordem física irreversível. A duração permite a variação do intervalo que separa o principio e o fim de um acontecimento. Essa medida possui diferentes unidades cronométricas como o dia e as suas divisões, as horas, os minutos e os segundos. A organização temporal inclui uma dimensão lógica, uma dimensão convencional e um aspecto de vivencia que surge antes dos outros dois. 15 Os aspectos relacionados à percepção do tempo evoluem e amadurecem com a idade. No tempo psicológico, organizamos a ordem dos acontecimentos e estimamos a sua duração, construindo, assim, nosso próprio tempo. • Lateralidade O corpo humano está caracterizado pela presença de partes anatômicas pares e globalmente simétricas. A lateralidade é a preferência da utilização de uma das partes simétricas do corpo: mão, olho, ouvido, pernas; a lateralização cortical é a especialidade de um dos dois hemisférios quanto ao tratamento da informação sensorial ou quanto ao controle de certas funções. A lateralidade está em função de um predomínio que outorga a um dos dois hemisférios a iniciativa da organização do ato motor, a qual chegará à aprendizagem e na consolidação das praxias. CAPÍTULO II O Processo de maturação da psicomotricidade da criança “A interação existe entre o pensamento, consciente ou não, e o movimento efetuado pelos músculos, com a ajuda do sistema nervoso, compreende-se como desenvolvimento psicomotor. 16 Dessa maneira, o cérebro e músculos influenciam-se e educam-se mutuamente, agindo de maneira que leve o individuo a evoluir, progredindo no plano do pensamento e da motricidade”. (Conceição, 1984, p.23) No Processo evolutivo humano, vê-se que há dois momentos interessantes: inicialmente, as aprendizagens, ou seja, o método de estabelecer conexão entre certos estímulos e determinadas repostas. Para aumentar a adaptação do individuo ao ambiente, fica uma dependência maior dos aspectos internos, isto é, da maturação do sistema nervoso central; em seguida as aprendizagens dependem mais das informações provindas do meio externo que são captadas pelos órgãos sensoriais. Portanto, há uma relação bastante intima entre as influencias externas e internas, criando a integridade do sistema nervoso central e subsídios para o estabelecimento de conexão com os estímulos do ambiente para um desenvolvimento percepto-motor. Harlow (apud Vitor da Fonseca 1995), demonstrar que o córtex motor exerce uma função determinante em todas as funções de aprendizagem efetivamente inter-relacionadas em termos de desenvolvimento psiconeurologico. A importância de um adequado no desenvolvimento motor está intimamente relacionada com o desenvolvimento cognitivo. A cognição é compreendida como uma interação com o meio ambiente, referindo-se a pessoas e objetos. A diferente fase do desenvolvimento motor tem grande importância, porque colabora para a organização progressiva das demais áreas, tal como a inteligência. Segundo Conceição (1984, p.23) o desenvolvimento humano implica transformações continuas que ocorrem através da interação dos indivíduos entre si e com o meio que vivem então quanto mais dinâmicas forem às experiências da criança, a partir de sua liberdade de sentir agir, através de 17 brincadeiras e jogos, maiores serão as possibilidades de enriquecimento psicomotor. O desenvolvimento motor é o resultado da maturação de certos tecidos nervosos, aumento em tamanho e complexibilidade do sistema nervoso central, crescimento dos ossos e músculos, portanto comportamento nato, espontâneo. Somente em casos de extrema privação ou de algum tipo de distúrbio, esses comportamentos não se desenvolverão. O desenvolvimento funcional de todo o corpo e suas partes é englobado pelo desenvolvimento psicomotor. É através dele a criança deixa de ser criatura frágil da primeira infância e se transforma numa pessoa livre e independente do auxilio alheio. As atividades motoras desempenham na vida da criança um papel importantíssimo, em muitas das suas primeiras iniciativas intelectuais. Enquanto explora o mundo que rodeia com todos os órgãos dos sentidos, ela percebe também os meios com quais fará grande parte dos seus contatos sociais. Durante a primeira infância, até os 3 anos, a inteligência é função imediata do desenvolvimento neuromuscular. Mais tarde, esta associação e rompida e a inteligência e a motricidade se torna independente; essa associação só será mantida nos casos de retardamento mental, em que consciente intelectual diminuindo corresponde um rendimento motriz também deficiente. Um desenvolvimento psicomotor normal apresenta qualidades nos movimentos que se integram numa certa ordem, ou seja, seguida por etapas: fase de precisão: do 0 aos 7 anos, de rapidez dos 7 aos 10 anos e a fase muscular que é dos 10 aos 15 anos. A coordenação geral da criança alcança seu desenvolvimento definitivo aproximadamente aos 15 anos, o que vem a facilitar uma educação progressiva e normal. Durante a evolução motora da criança vão ocorrendo dois processos que se completam e se inter-relacionam: a diferenciação e a integração; e ambos acontecem de maneira recíproca e simultânea o que resulta num 18 desenvolvimento psicomotor normal que leva ao aumento de força, de rapidez, de precisão e facilidade de movimento. 2.1 Esquema de desenvolvimento infantil dos dois aos cinco anos Segundo Gesell. Pcq e Vayer, Savastano, Piaget e Holle (apud FELIX, 2007, P.12) a relação de desenvolvimento da criança de 2 a 5 anos se da assim: 2 anos Características físicas e cognitivas • Pesa de dez a treze quilos. • Necessidade de mais ou menos treze horas de sono a noite e repouso a tarde. •A bexiga tem capacidade para conter mais urina, mas o desenvolvimento neuromuscular ainda é insuficiente para que consiga um controle esfincteriano perfeito. • Apresenta alguma noção de quantidade e começar a enumerar. • Lembrar o lugar onde deixou certos brinquedos e objetos. • Mantém atenção concentrada por aproximadamente cinco minutos. Comunicação e expressão • Usa frequentemente a palavra não • Atende pelo próprio nome • Sua língua se torna útil • Começa a construir frases curtas e simples • Descreve objetos em termos de suas funções. 19 Percepção • Tem preferências por cores. • Nomeia objetos, reconhece figuras. • Percebe-se em fotos e espelho. • Explorar o mundo pelos sentidos. • Distingue o preto do branco. • Classifica algumas figuras geométricas em termos e formas. Coordenação global, equilíbrio e conhecimento corporal. • Coloca-se em posição bípede e anda. • Corre com dificuldade, embora não caia muito. • Sobe escadas, a cada movimento apoiando os dois pés em cada degrau. • Percebe-se no espelho e aponta algumas partes do corpo. • Desenha garatujas. • Salta desajeitadamente. • Se Mantém de pé e imóvel sobre o banco, como os pés juntos, durante dez segundos. Coordenação fina • Começa a comer sozinha; usa colher, xicaca ou copo sem derramar muito. • Copia linhas nos sentidos vertical e horizontal. • Constrói torres de seis a oito cubos com 3 cm de lado. • Fecha o zíper • Tirar os próprios sapatos. • Apresenta preensão fina nos dedos para: segurar objetos, colocar objetos um ao lado do outro, folhear, enfiar contas grandes em fio. 20 • Aponta objetos com o indicador e transporta coisas. • Apresenta dificuldade para dobrar papel e pintar. Orientação temporal • Tem noção do agora. • Compreende sequência simples, sem referência ao passado. Orientação espacial • É capaz de grandes explorações do espaço • Apresenta noções de localização: cima/embaixo, dentro/fora. • Compreende as expressões aqui e lá. • Com demonstração, encaixa quadrado, circulo e triangulo nos respectivos lugares. Características socio-afetivas • Chama-se pelo próprio nome. • Distingue meninos e meninas. • A afetividade é viva e explosiva. • Manifesta emoção sem controle. • A sociabilidade é pouco diferenciada, com atividade lúdica solitária. Ainda não divide brinquedos. • Conhece a diferença entre “eu” e “tu”, mas não entende o que seja o “nos”. • Mantém distancia de estranhos. • Mostrar a dificuldade para fazer escolhas e manifesta ansiedade quando fracassa. 21 • Revela ritualismo: faz as coisas a seu modo e irrita-se se alguém interfere. • Gosta de controlar os outros e dar ordens. • Mostrar algumas tendências consideradas agressivas: bate, morde, belisca. • É Teimoso, negativista. 3 anos Características físicas e cognitivas • Pesa de treze a dezesseis quilos. • Necessidade de repouso após a almoço. • Concentra atenção por aproximadamente dez minutos. Comunicação e expressão • Entra na fase dos porquês (pensamento finalista: a criança quer saber na realidade a finalidade, o “para quê das coisas”). • É muito curiosa. • Sabe sua idade. • Não discrimina realidade e fantasia (pensamento mágico). • Fala consigo mesma e com pessoas imaginarias. • Forma frases completas. • Nomeia o que constrói. • Sabe dizer seu nome e sobrenome. • Pode passar por fase de gagueira. Percepção • Reconhece as cores primarias. • Observa detalhes e começa a identificar, classificar e comparar. 22 • Classifica objetos por cor ou forma. • Aumenta o interesse em ouvir. • Discrimina quente/frio Coordenação global, equilíbrio e conhecimento corporal. • Apresenta postura automatizada e melhor equilíbrio. • Pode correr saltar, pular e subir escadas (com um pé ada degrau). • Reconhece as diferentes partes do corpo e sabe nomeá-las • Coloca o sapato correspondente em cada pé. • Para com um pé só por momentos. • Salta com os pés juntos sobre uma corda estendida no solo. • Sabe se é menino ou menina. • Tenta desenhar uma pessoa. Coordenação fina • Pode guardar suas próprias roupas, vestir-se e desamarrar cordões, embora não de laços. Não consegue distinguir frente/atrás, de certas roupas, escova os dentes com ajuda e abotoa apenas botões grandes. • Constrói torre de novos cubos. • Realiza construções ordenadas e equilibradas. • Usa corretamente a colher e o garfo. • Começa a segurar xícara pela asa e a comer sozinha sem derramar. • Utiliza tesoura a manipula massa de modelar. • Não consegue despejar liquido de um a outro recipiente, mas pode treinar sobe supervisão. • Pode copiar um circulo uma cruz e dobrar papel na horizontal e na vertical. Orientação temporal 23 • Vocabulário de doze palavras para designar o tempo. Orientação espacial • Reconhece a ordem dos objetos familiares. • Percebe o espaço onde se da à ação. • Tem noção de “casa” e de suas partes. • Orienta-se em itinerários simples. Características sócio-afetivas • Trata-se por “eu”! E fala de “meu” (noção do eu e de posse). • Percebe os outros e a diferenças fisiológicas entre sexos. • Pode julgar e escolher entre duas opções. • Imita principalmente os adultos. • É capaz de dramatizar. • Consegue esperar sua vez nos jogos. • Apresenta expressão emocional variável: ora tímida, ora extrovertida. • Mostrar mais conformismo com a rotina do que aos dois anos. • É ainda ritualista. • Passe pela fase de birra, dos gritos. 4 anos Características físicas e cognitivas • Pesa de dezesseis a dezoito quilos. • Recorda-se de objetos, mesmo na ausência destes. • Necessita de algum repouso durante o dia. • Concentra a atenção por períodos de aproximadamente vinte minutos. 24 Comunicação e expressão • Aumenta rapidamente seu vocabulário. • Não para de fazer perguntas. • Fala sozinha. • Tem imaginação fértil. • Apresenta curiosidade aumentada, quer saber “como” e “por que”. • Sabe dizer seu nome, sobrenome e idade quando lhe perguntam. • Canta bem pequenas canções. • Gostam de palavras bobas, sem sentido, palavrões. Percepção • Reconhece cores e tonalidades tamanhas e formas geométricas. • Reconhece objetos pelo tato, mesmo sem vê-los. Coordenação global, equilíbrio e conhecimento corporal. • Apresenta integração do automatismo postural. • Pode andar de bicicleta, jogar bola, aprender a nadar. • Fica de pé sobre uma perna só, salta para frente com os pés juntos, da saltos no mesmo lugar, caminhada na ponta dos pés. • Reconhece as diversas partes do corpo e interessa-se pelas roupas e gestos dos adultos. • Demonstra curiosidade pelos órgãos genitais, pelo nascimento dos bebes e diferenças sexuais. Coordenação fina • Realiza construções mais difíceis e combina construções. 25 • Veste-se e abotoa suas roupas, distingue frente/atrás, lava suas mãos e pode tomar banho sozinho. • Consegue enfiar fio grosso em agulha para borda em talagarça. • Desenha uma pessoa. • Recorta papel, segura pincel e cola com mais precisão. • Desenha coisas que já viu. Orientação temporal • Demonstrar noção de duração de situações. • Aumenta o vocabulário sobre o tempo. Orientação espacial • Tem noção de cidade e rua. • Representa mentalmente itinerário. • Emprega com exatidão o vocabulário relativo ao espaço (sentido de direção e posições). Características socio-afetivas • Desenvolve o sentido do “eu”. • Tem mais noção dos limites (meu/teu/nosso, certo/errado). • Segrega o sexo nos jogos. • Demonstra autoritarismo, expansividade e iniciativa. • Tem grande capacidade de imitação. • Adora ser elogiada e se elogia. • É fisicamente afetuosa. • Demonstrar alguns medos e por isso não deve ser assustada e nem ouvir muitas estórias que venham a aumentar seus medos. • Suas emoções são extremas: gosta muito, detesta muito. 26 • Gosta de exageros: ”maior que o céu” etc. 5 anos Características físicas e cognitivas • Pesa de dezessete a vinte quilos • Planeja atividades, a idéia percebe a ação e é menos impulsiva (penas antes de agir). • É mais responsável e organizada. • Pode começar a perder os dentes de leite. • Começa a perceber a correspondência termo a termo, quando compara dois conjuntos. • Concentra a atenção por períodos de aproximadamente quinze a trinta minutos. Comunicação e expressão • Vence as maiores dificuldades de pronuncia. • Domina vocabulário rico. • Faz muitas perguntas. • Pode começar a ler algumas palavras. • Define os objetos segundo seu uso. • Começa a fazer distinção entre realidade e fantasia. É mais realista. • Escreve primeiro seu nome. Percepção • Aprendem os conceitos e noção básicos de cor, forma, tamanho, espessura, temperatura, sabor, cheiro e peso. • Tem percepção de detalhes e é capaz de comparar e seriar. 27 Coordenação global, equilíbrio e conhecimento corporal • Demonstrar precisão e destreza na motricidade: pode sentar-se ereta, correr, pedalar, pular, nadar, saltitar, atirar, virar cambalhotas. • Tem melhor conhecimento das partes e das partes e das proporções corporais. • Com os pés juntos, salta sem impulsos, por cima de um elástico colocado a 20 cm do solo e se mantém na ponta dos pés por dez segundos. • Apresenta independência total em suas necessidades (bexiga e intestino). Coordenação fina • Apresenta motricidade fina mais hábil: da nos simples; escreve, modela constrói, manipula, veste-se, alimenta-se, lava-se, colore dentro de limites, utiliza faca ao comer, abotoa, amarra. Orientação temporal • Interessa-se pelo tempo presente. • Compreende as diferenças: dia/noite, manhã/tarde. • Maneja adequadamente os termos referentes ao tempo. Orientação espacial • Começa a diferenciar direito e esquerda. • Reconhece alguns limites geográficos e consegue-se orientar na rua. • Arma quebra-cabeças. Características socio-afetivas 28 • Demonstra sentido mais seguro do “eu”. • A mãe continua sendo o centro de seu universo, embora esteja mais independente dela. • Inicia atividades grupais, embora com fins mais individuais do que coletivos. • Começa a interessar-se pelos vizinhos, por pessoas novas. • Aceita regras e limites e consegue jogar cooperativamente. É mais sociável. • Aparecem juízos de valor sobre o seu próprio comportamento. • Tem iniciativa e ideias próprias. • É mais autocrítica e segura. • Continua a apresentar ansiedade com relação às coisas cuja explicação desconhece. Assim, considerando os esquemas de desenvolvimento psicomotor infantil apresentado, podemos perceber a importância do trabalho do professor e também do psicopedagogo, junto a essas crianças. CAPÍTULO III As dificuldades de aprendizagem dos gestos motores O desenvolvimento do conhecimento é um processo espontâneo ligado ao processo global, inicia-se na infância e só termina na vida adulta. Aprendizagem é um processo em que suas unidades básicas ocorrem quando o individuo relaciona-se com outros, essa relação concretiza as aprendizagens significativas. O conceito de aprendizagem em muitas situações é restrito aos conhecimentos escolares, entretanto é bem mais amplo. Abrangendo todo ambiente social, vida afetiva e valores culturais. 29 O processo de aprendizagem sofre uma intervenção de vários fatores: social, físico, intelectual, psicomotor. Na educação infantil o foco principal é o emocional. Há quatro elementos que fazem parte da aprendizagem como processo de comunicação: Comunicador: professor ou meios de informação Mensagem: conhecimento transmitido adequado à idade Receptor: aluno devendo ser critico Meio ambiente: escola, família e social. Todos devem ser estimulados na aprendizagem. Esses quatros elementos têm papel fundamental no processo ensinoaprendizagem, se ocorrerem falhas e barreira entre a comunicação desses elementos, poderá causar problemas de aprendizagem. Na tabela quadro de aprendizagem (anexo 1) relaciona a aprendizagem com a idade. Crianças de 2 anos e maio a 4 anos o esquema corporal é abordado por meio de jogos de lateralidade. Assim como no ponto de vista motor, que trabalha o conhecimento do espaço imediato e desenvolver diferentes nossos. As crianças de 4 a 5 anos utilizam os jogos de lateralidade com membros superiores e inferiores. Desenvolve nossos de espaço plano e em 3 dimensões. Compreende sucessão como os termos “ante” e “depois”. Desenvolver varias noções corporais e reproduzir um figura humana. A orientação do espaço corporal do ponto de vista motor tem com objetivo apurar os sentidos, aprendizagem das diversas posições do corpo e conseguir reproduzi-las. Essa mesma faixa etária tem a estruturação espacial com exercícios de reprodução em formas de grandezas movimentos. Na orientação espacial do ponto de vista motor tem noções de fila, fileira, frente, costa. A memória espacial das crianças de 4 a 5 anos tem a capacidade de memorizar um espaço criado. Também podem desenvolver as orientações empregar os termos “ontem” e “hoje”, colocar na ordem em que as coisas são vistas e descobrir a ordem cronológica dos gestos da vida cotidiana. Elas têm a capacidade de compreender a duração do tempo. Associar um material a manha, à noite, associar um material as estação. 30 3.1 padrões básicos de desenvolvimento psicomotor (0 aos 5 anos ) “É uma ciência que tem por objetivo o estudo do homem através do seu corpo em movimento nas suas relações com o seu mundo interno e externo”. (SPB, 1984, P.32) O texto a seguir falará os padrões perceptivos visuais, motores e psicomotores. Padrões esse que serão muito úteis para verificar a dificuldade de aprendizagem do gesto motor. Tendo conhecimento desses padrões o professor saberá se o seu aluno está com o desenvolvimento motor atrasado, ou seja, fora de sua faixa etária. Assim o professor pode fazer uma análise do desenvolvimento motor de seu aluno. Esse mesmo texto tem com referência a tabela de escala do desenvolvimento motor feito por Fonseca em 1998. O bebê ao nascer utiliza o processo de olhar e procurar estímulos visuais estranhos, reação global e desorganizada dos momentos reflexos. No primeiro mês o processo perceptivo visual passa a ser perseguição horizontal, circular no olhar e Olha para as mãos. Ainda no primeiro mês o processo motor da para o bebê a capacidade de levanta a cabeça e o tronco enquanto em decúbito facial. Ele passa a segura objetos por longos períodos de tempo decorrente do seu processo psicomotor. No 2º mês ocorre a convergência binocular. E o processo motor desenvolve a capacidade da manutenção das vértebras cervicais e dorsais. O processo psicomotor começa as primeiras relações entre a mão e visão. Passando para o 3º mês no processo de perceptivo visual, ocorre a observação os movimentos dos dedos e das mãos. Isso acontece com o aparecimento da acomodação visual. O processo motor se desenvolve e o 31 bebê é capaz de realizar movimentos com rotação do corpo para um dos lados, abrir as mãos frequentemente, senta-se com um suporte e rodar de decúbito dorsal para decúbito facial. No processo psicomotor a mão é orientada para atração dos objetos através de preensões. No 6º mês o processo perceptivo visual, persegue pontos ou objetos no espaço em diferentes velocidades e discrimina de formas simples os mesmos. Processo motor da Preferência manual começa a emergi (lateriadades). Nessa idade o bebê senta-se com ajuda. Pode segurar dois objetos simultaneamente passando um objetivo de uma mão para outra opõe o polegar na preensão dos objetos. Com um ano a criança já tem preferência manual na preensão dos objetivos, consegue movimenta-se em quadrúpede e anda com suporte. Com um ano e meio sobe escada engatinhando, anda automaticamente e a preferência manual é menos diferenciada. Também realiza pequenas imitações nos gestos, faz imitações espontâneas e executa pequenos jogos simples, com apanha a bola. Com 2 anos a criança tem a capacidade de discriminar formas, correr e Imita movimentos verticais e horizontais. Aos 3 ano a criança melhora a percepção visual do espaço. Consegue desenvolver os primeiros grafismos. Equilibra-se num pé por pequeno período de tempo e equilibra-se na ponta do pé. Tem a capacidade de controla-se em equilíbrio com os olhos fechados e a capacidade de dissociar movimentos dos braços e das pernas. Com 4 anos aparece a coordenação oculomotora, a preensão de objetos utilitários, a Coordenação da marcha e a corrida salta. Quando a criança chega aos 5 anos ela já tem a capacidade realizar um grafismos simbólicos, desenho do corpo e da casa. Criança com essa idade também consegue copiar figuras geométricas. O seu desenvolvimento motor sofre grandes mudanças. São capazes de salta com os pés juntos, sobir escadas correndo, noção do corpo em manipula objetos e atira objetivos com intencionalidade. Possui a Lateralidade e a direcionalidade bem desenvolvidas. Em todo caso haverá sempre crianças que desenvolve um processo mais rápido do que o outras. 32 Um professor da pré-escola, tendo em conta a idade cronológica de seus alunos, prever o que pode esperar deles do ponto de vista da linguagem, da inteligência e do corpo. A partir daí ele tem condições de dosar a estimulação em cada dessas áreas, a fim de encaminhar seus alunos para amadurecer equilibrado intelectual, afetivo e corporalmente. 3.2 A brincadeira e a aprendizagem "O jogo é, portanto, sob as suas duas formas essenciais de exercício sensóriomotor e de simbolismo, uma assimilação da real à atividade própria, fornecendo a esta seu alimento necessário e transformando o real em função das necessidades múltiplas do eu. Por isso, os métodos ativos de educação das crianças exigem todos que se forneça às crianças um material conveniente, a fim de que, jogando, elas cheguem a assimilar as realidades intelectuais que, sem isso, permanecem exteriores à inteligência infantil". (Piaget 1976, p.160). Segundo Piaget (1976, p.54) brincar vem sendo muito comentada e trabalhada atualmente. O que antes era visto como pura diversão, hoje é visto como forma de aprendizagem e ferramenta extremamente importante para o desenvolvimento infantil. Até pouco tempo atrás as crianças brincavam para se distraírem e darem um pouco de “sossego” para pais e professores. As brincadeiras de esconder, pega-pega, amarelinha, cabra-cega, eram as mais usadas, assim como dominó, baralho e jogos de percurso que sempre foram a 33 sensação de pré - adolescentes e adolescentes. Brincar na rua era um sentimento de liberdade; as crianças se juntavam no final da tarde para brincar e os pais ficavam observando e conversando com a vizinhança. No entanto, hoje as coisas mudaram um pouco; criança que brinca na rua não é bem vista, e os pais com medo da violência preferem ficar em casa As crianças preferem brincar no computador ou com vídeo game, deixando aquelas brincadeiras tradicionais, que fizeram parte de nossa cultura, de fora. E como consequência vemos um grande número de crianças com dificuldades de aprendizagem; escrevem mal e ninguém entende a letra, não resolvem situações problemas, pois não têm desenvolvido o raciocínio lógico e dedutivo, não produzem textos, pois não têm criatividade e tantas outras dificuldades. A questão é que não existe desculpa para essa situação, já que temos conhecimento de que a brincadeira é fundamental para o desenvolvimento infantil, seja social, cognitivo, psicológico, dentre outros. A criança que brinca entra em contato com um mundo que é a representação do mundo em que vivemos, com regras e valores que fazem parte de sua cultura, e cria personagens e papéis que representam essa realidade. Entram em conflitos, experimentam emoções variadas, alegria, tristeza, raiva, sentimento de perda, além de trabalhar com o auto-conhecimento. É bem clara a diferença de uma criança que brinca de amarelinha, pega-pega, e jogos de percurso, da criança que passa o dia inteiro em frente à TV ou jogando vídeo-game; esta não tem equilíbrio, boa coordenação motora e raciocínio rápido, enquanto que a anterior apresenta bom desenvolvimento da área psicomotora e cognitiva. A fala também pode ser estimulada pela brincadeira onde a criança pequena com gestos se comunica com os outros e aos poucos vai desenvolvendo a linguagem, estruturando-a e enriquecendo seu vocabulário. Assim fica fácil concluir o porquê da brincadeira ser tão importante. As escolas também precisam estabelecer uma rotina para seus alunos, onde o brincar seja permitido. O aluno aprenderá a ler e a escrever com maior facilidade se sua rotina for dividida entre lições e brincadeiras. E por que não ensiná-los a ler e escrever de forma lúdica? Trabalhar com o lúdico não é perda de tempo, como muitos ainda acham, e muito menos adequar a 34 infraestrutura da escola permitindo um ambiente de integração por meio da brincadeira. A brincadeira não faz parte da aprendizagem, pois ela é puramente a aprendizagem que vai sendo modificada e ficando mais complexa ao longo dos anos de acordo com o crescimento e desenvolvimento humano. Do ponto de vista da legislação, o Estatuto da criança e do adolescente (BRASIL, Lei 8.069/90) considera a atividade lúdica um direito da criança e um dever do Estado, da família e da sociedade proporcionar condições para este exercício. A lei, no entanto, não é suficiente para garantir que as crianças possam dispor de tempo, local, material e acompanhamento de adultos para se ocuparem com brincadeiras. As diferentes condições socioculturais vivenciadas determinam uma diversidade de possibilidades de exercício da atividade lúdica. CONCLUSÃO Ao concluir este trabalho posso resgatar os objetivos de ampliar os estudos sobre a psicomotricidade. Bem como a psicomotricidade das contribuições das atividades praticas para o desenvolvimento psicomotor da criança, posso afirmar que a psicomotricidade se constitui em um tema de estudo altamente relevante. Isto se deve especialmente ao considerar que a criança se desenvolve a medida que interage com o seu corpo, com os objetos de seu meio e com as pessoas ao seu redor. É de suma importância que o educador físico o habito de observa se o seu aluno possui um desenvolvimento psicomotor adequado. Diante das observações ele poderá buscar e também aplicar exercícios psicomotores adequados, que ajudem no processo de desenvolvimento da criança. Educação psicomotora também pode ser utilizada em caráter preventivo. Assim os possíveis fatores que influenciariam as dificuldades de aprendizagem 35 decorrentes da falta de vivencia motora fora do ambiente escolar podendo ser prevenidos, evitados. O profissional deve sempre estar atento ao trabalho a ser desenvolvido para uma melhor educação psicomotora. Pois com isso ele sempre realizando um melhor trabalho, buscando auxiliar o aluno nas suas necessidades através de atividades psicomotoras diferentes, atuais, tendo sempre a preocupação de estar despertando o interesse dos alunos nas aulas. Bibliografia ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. 4ª ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2008. 164p CONCEIÇÃO, J. F. et al. Como Entender o Excepcional Deficiente Mental. Rio de Janeiro: Rotary Club, 1984. COSTALLAT, Dalila Molina. Psicomotricidade: Coordenação Visomotora e Dinâmica Manual da Criança Infradotada. Método de Avaliação e Excitação Gradual Básica. 7 ed. Rio de Janeiro: Globo, 1987. FONSECA, Vitor. Psicomotricidade. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1996. LE BOULCH, J. O desenvolvimento psicomotor do nascimento até 6 anos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986. GALLAHUE, D.L. e Ozmun, John. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Phorte ed. 2001. GALLARDO, Jorge Sérggio Pérez. Educação Física escolar: do berço ao ensino médio. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003. 36 GALLARDO, Jorge Sérggio Pérez (Coord.). Educação Física (contribuição à formação profissional). 4º edição. Ed. Unijuí, 2004 NETO, Francisco rosa. Manual de avaliação motora. 1° ed. Porto Alegre: Artmed, 2002. WALLON, Henri. Do ato ao pensamento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1947. WALLON, Henri. As origens do caráter na criança. São Paulo: Difusão Européia, 1971. Anexo 1 Quadro da aprendizagem Idade Esquema Lateralidade Estruturação Orientação Pré- corporal espacial De 2 Primeira Conhecimento anos abordagem das e por meios ponto de vista meio dos “jogos motor: a 4 de anos noções Conhecer lateralidade”. espaço imediato. Desenvolver diferentes noções. o temporal Escrita 37 De 4 Todos os Desenvolver anos de noções a “jogos 5 lateralidade” anos Ponto em vista motor espaço plano Ordem Membros e em espaço sucessão: inferiores com Membros dimensões. superiores de e três empregar os termos “antes” “depois”; e 38 Estruturaçã Orientação Pré- o espacial temporal Escrita De 4 Desenvolver Exercícios - anos de os reprodução “ontem” Idad Esquema e corporal a Lateralidade varias noções 5 corporais anos. empregar termos e reproduzir um de: figura grandezas colocar na humana movimentos ordem em orientação orientação que espaço espacial coisas são corporal ponto de vistas; - ponto vista de motor: apurar os formas hoje”; vista motor: - as descobrir a Noções de: ordem fileira, cronológica fila, sentidos frente, dos aprendizage costas da m contra cotidiana. costas. Duração do Memória tempo: conseguir espacial: associar um reproduzi-las. descobrir se material a lugar, manha, a memorizar noite; - das diversas posições e um gestos vida - espaço associar um criado. material as Desenvolver estações as orientações: Fonte: psicomotricidade e educação e Reeducação (1984 p. 45-46).