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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
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AVM FACULDADE INTEGRADA
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A importância da psicomotricidade nas aulas de
Diego Ubiratan Bezerra da Luz
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educação física para crianças da educação infantil.
Orientador
Profª. Maria Esther Araújo
Co-orientadora:
Profª. Giselle Böger Brand
Rio de Janeiro 2012
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
A importância da psicomotricidade nas aulas de
educação física para crianças da educação infantil.
Apresentação de monografia à AVM Faculdade
Integrada como requisito parcial para obtenção do
grau de especialista em psicomotricidade pelo aluno
Diego Ubiratan Bezerra da Luz
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I
O desenvolvimento da motricidade humana
CAPÍTULO II
O processo de maturação da psicomotricidade da criança
CAPÍTULO III
As dificuldades de aprendizagem dos gestos motores
CONCLUSÃO
BIBLIOGRAFIA
RESUMO
4
O Presente estudo evidencia a importância da psicomotricidade na
educação infantil. O trabalho teve como objetivo demonstrar as
dificuldades motoras dos alunos de 2 a 5 anos em que estão matriculado
na escola ou na creche. Utilizamos como referencial a pesquisa
qualitativa por meio de uma revisão bibliográfica sobre o assunto,
enfatizando seus principais aspectos como: O desenvolvimento da
motricidade humana, os processos de maturação da psicomotricidade da
criança e as dificuldades de aprendizagem dos gestos motores. Com isso
buscamos melhorar a vivencia motora das crianças.
METODOLOGIA
5
Buscando alcançar os objetivos propostos, a pesquisa será realizada
em método qualitativo. Essa pesquisa se dará através de um levantamento
bibliográfico sobre o tema psicomotricidade.
Para a coleta dos dados será realizado o método de abordagem
qualitativa. Essa técnica consiste na revisão detalhada da literatura existente
sobre o tema. Sendo ela pesquisa em livros, artigos, revistas e internet.
A bibliografia utilizada terá autores como: Fátima Alves, Jean Le bouch,
Henri Wallon, Francisco Rosa Neto, David Gallahue, Vitor Fonseca, Dalila
Molina Costallat, Jorge Sérggio Gallardo.
INTRODUÇÃO
6
A Psicomotricidade como ciência da síntese, segundo Dalila de Costallat
(1987) com a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os problemas que
afetam as inter-relações harmônicas, que constituem a unidade do ser humano
e sua convivência com os demais.
Sendo a psicomotricidade a educação da integridade do ser, através do
seu corpo, visa privilegiar a qualidade da relação efetiva, a mediatização, a
disponibilidade tônica, a segurança gravitacional, o controle postural, a noção
do corpo e sua lateralização, enquanto componentes essenciais e globais da
aprendizagem e do seu ato mental concomitante. Nela o corpo e a motricidade
são abordadas como unidade e totalidade do ser. Seu enfoque é, portanto,
psicossomática, psicognitivo, psiquiátricos, somático analítico, psiconeurológico
e psicoterapêutico, (Dalila 1987).
A questão centra desse trabalho é a importância da psicomotricidade
nas aulas de educação física da educação infantil. Por meio de atividades as
crianças além de se divertirem, criam, interpretam e se relacionam com o
mundo em que vivem. Por isso, cada vez mais precisamos que os jogos e as
brincadeiras ocupem um lugar no programa escolar desde a educação infantil.
O desenvolvimento global da criança se dá através do movimento, da
ação, da experiência e da criatividade, levando-a a conseguir plena
consciência de si mesma, da sua realidade corporal que sente, pensa,
movimenta-se no espaço, bem como encontra-se com os objetos e
gradativamente distingue suas formas e se conscientiza das relações de si
mesma com o espaço e o tempo, interiorizando, assim, a realidade
(FONSECA, 1995). As crianças estão perdendo a melhor fase da vida delas
com outras ocupações como horas no computador, jogando vídeo games,
realizando muito poucas atividades motoras. Para que aja um desenvolvimento
integral dessas crianças precisamos nos conscientizar desse problema e
buscar profissionais que tenham capacidade para trabalhar na melhoria dessa
situação.
Considerando a psicomotricidade como a ciência que envolve toda a
ação realizada pelo individuo, que represente suas necessidades e permitem
suas relações com os demais, vemos que é indispensável sua atuação durante
7
a vida da pré-escola da criança. Segundo Gallardo (2003), a infância é
caracterizada por concentrar as aquisições fundamentais para o restante do
desenvolvimento humano, pois é nessa etapa da vida que o indivíduo forma a
base motora para a realização de movimentos mais complexos futuramente.
Neste momento é importante que a criança tenha um bom acompanhamento
no seu desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial. O movimento permite
a criança explorar o mundo exterior. Sem contato com o concreto, a criança
pode desenvolver um bloqueio e se isolar por toda vida.
O objetivo desde trabalho foi levantar questões sobre da estimulação
da importância psicomotora na educação infantil. Mostrar que as crianças
estão tendo muitas dificuldades em realizarem atividades motoras simples
como correr, saltar, pular, dentre outras. Demonstrando que a educação infantil
tem finalidade em si mesma e, consequentemente, é a preparação para a vida
posterior á escola. A construção do esquema corporal e a organização das
sensações relativas ao próprio corpo têm um papel fundamental no
desenvolvimento da criança.
Nesse trabalho serão apresentadas as definições de psicomotricidade,
pelo olhar de vários pesquisadores, além de sua importância na vida de
crianças 2 a 5 anos de idade.
No capitulo I será abordado o desenvolvimento da motricidade humana
enfatizando temas relativos à psicomotricidade. Esse desenvolvimento vem
sofrendo transformações o a evolução ser humano. Esse capítulo com tem um
a visão de geral da motricidade humana. Tem como contexto o ponto de vista
conceitual do desenvolvimento humano.
No capitulo II será abordado o processo de maturação da
psicomotricidade da criança. Destacando as questões relacionadas ao
desenvolvimento psicomotor da criança bem como os esquemas de
desenvolvimento infantil. E a relação do individuo com o meio. Também em
destaque fatores pré-natais que afetam o desenvolvimento.
No capitulo III, será enfatizado as dificuldades de aprendizagem
decorrente dos distúrbios psicomotores. E bem clara a diferença de uma
criança que brinca de amarelinha, pega-pega, e jogos de percurso da criança
8
que passa o dia inteiro em frente à TV ou jogando vídeo-game; esta não tem
equilíbrio, boa coordenação motora e raciocínio rápido. Assim a única hora que
essa criança brinca e joga é na aula de educação física escolar. Enquanto que
a criança anterior apresenta bom desenvolvimento da área psicomotora e
cognitiva. A fala também pode ser estimulada pela brincadeira onde a criança
pequena com gestos se comunica com os outros e aos poucos vai
desenvolvendo a linguagem, estruturando-a e enriquecendo seu vocabulário.
CAPÍTULO I
O desenvolvimento da motricidade humana
Desde o momento da concepção, o organismo humano segue uma
lógica biológica dentro de uma organização maturativa, evolutiva e integrada.
9
Entre o nascimento e a idade adulta no organismo humano se produzem
profundas
modificações
que
leva
a
interação e a estimulação. As
possibilidades motoras da criança evoluem de acordo com a sua idade, sendo
cada vez mais variadas, completas e complexas.
Durante a gravidez, os sinais de vida do feto em relação ao mundo
exterior, se da fundamentalmente pela atividade motora, que evolui
amplamente. O movimento conte em si mesmo sua verdade, tem sempre uma
orientação significativa em função da satisfação das necessidades que o meio
promove, portanto, o movimento e o seu fim são uma unidade relacional.
Esses dois aspectos se aperfeiçoam cada vez mais como resultado de uma
diferenciação progressiva das estruturas do ser humano (NETO, 2002 p.11).
Os movimentos do feto são relacionados com o meio. Esses
movimentos são de estrema necessidade para a comunicação com a mãe. O
individuo ao nascer já possui uma conexão motora pré-estabelecida a com o
meio ambiente. Conexão essas que tem com ponto fundamental a
individualidade biológica.
Em 1925, Heuyer (apud Rosa Neto 2002 p.13) partindo da perspectiva
de Dupré, empregou o termo psicomotricidade a fim de ressaltar a associação
estreita entre o desenvolvimento da motricidade, da inteligência e da
afetividade. Dedicou-se a isolar os transtornos das funções motrizes que
acompanham as do caráter. Através de suas investigações comprovou
aplicação de um tratamento motriz às crianças instáveis, com ligeiras
paranoias,
e
as
jovens
delinquentes,
emotivos,
dentre
outros.
A
psicomotricidade para trabalhar na relação de afetividade traz o lazer, a
brincadeira e o desafio com ponte de apoio. O desafio é parte imprescindível
para atuação da psicomotricidade com jovens. As pesquisas de Dupré fizeram
parte do avanço da psicomotricidade.
É importante destacar as contribuições de Wallon (1963 p.25), que
conduzira sua analise sobre os estágios e os transtornos do desenvolvimento
motor e metal da criança; de Piaget por considerá-las pilares fundamentais na
construção teórica do campo da motricidade; e de Freud e Spitz, pelo olhar
psicanalítico contribuindo imensamente com seus estudos.
10
No período que prossegue de 1947 a 1959, no Hospital HenriRousselle de Paris, Ajuriaguerra e Diatkine dão inicio ao trabalho que busca a
identidade da motricidade, impulsionando de maneira significativa a história
moderna da motricidade. Ambos eram alunos de Heuyer e tinham preferência
pelo estudo crítico da debilidade motriz. Contribuíram de maneira a dar um
avanço na pratica motriz, constituindo base cientifica para sequência do
tratamento em crianças.
Suas publicações, uma serie delas, deram lugar a primeira carta de
reeducação motriz na França, publicada em 1960, tendo como conteúdo a
fundamentação teórica do exame motor, uma serie de métodos e técnicas de
tratamento de diversos transtornos motrizes.
A nova metodologia pode ser considerada como a estrutura que
configura as grandes bases da motricidade atual: Coordenação Dinâmica e
Oculomanual; Equilíbrio; Organização Espacial e temporal; Esquema corporal
e lateralidade.
Seguidor de Ajuriaguerra, Berges estudo quase todos os temas que
podem ser suscitados no desenvolvimento do cérebro, entre outros aspectos
(ROSA Neto, p.11 2002).
1.1 - Psicomotricidade
O estudo da psicomotricidade surgiu na França, por volta de 1950, sua
evolução veio da psiquiatria.
É uma técnica em que se misturam vários olhares e que se utiliza das
varias ciências: a Biologia, a Psicologia, a psicanálise, a sociologia e a
lingüística (Coste, 1975 p.14).
Seu objeto de estudo é o homem, através de seu corpo em movimento,
esse mesmo homem em relação com o mundo nas suas possibilidades de
perceber, atuar e agir consigo mesmo, e com o outro e com os objetos.
Segundo o Dr. Julian ajuriaguerra, medico psiquiatra, laureado pela
École de France, considerado pela comunidade cientifica como “pai da
11
psicomotricidade”, ele a define assim: a Psicomotricidade se conceitua como
ciência da saúde e da educação, pois indiferentes das diversas escolas,
psicológicas, condutistas, evolutista, genética, etc., ela visa à representação e
a expressão motora, através da utilização psíquica e mental do individuo”,
(COSTE, 1989, P. 33)
A Psicomotricidade como ciência da síntese, segundo Dalila de Costallat
(1976, p.24), com a pluralidade de seus enfoques, procura elucidar os
problemas que afetam as inter-relações harmônicas, que constituem a unidade
do ser humano e sua convivência com os demais.
.
1. 2 - Elementos básicos da psicomotricidade
Apresento os elementos básicos da motricidade, inspirados nos
referenciais propostos por Jean Claude Costa (A Psicomotricidade, 1989) e
Vitor da Fonseca (Psicomotricidade: Filogênese, ontogênese e Retrogenese,
1998)
•
Motricidade fina (Óculo Manual)
Os três componentes utilizados nesta coordenação, que representa a
atividade mais frequente e mais comum no homem, é o objeto olho e mão.
O homem utiliza da coordenação para pegar um objeto e lança-lo, para
escrever, desenhar, recortar, etc. Ela inclui uma fase de transporte de mão,
seguida de uma fase de agarre e manipulação.
Atividade manual, guiada por um meio da visão, faz intervir, ao mesmo
tempo, no conjunto dos músculos que asseguram a manutenção dos ombros,
braços, do antebraço e da mão que é responsável pelo ato motor ou manual
de agarrar. Já os músculos oculomotores regulam a fixação do olhar, as
sacudidas oculares e os movimentos de perseguição.
Para a coordenação desses atos, participam diferentes centros
nervosos motores e sensoriais que se fazem pela organização de programas
12
motores e pela intervenção de varias sensações vindas de receptores
sensoriais, articulares e cutâneos do membro a ser utilizado.
O córtex pré-central corresponde à motricidade fina e tem um papel
fundamental no controle dos movimentos isolados das mãos e dos dedos faz
ressaltar a fineza extrema dos controles táteis e motores.
As explorações táteis e palmatórias permitem o reconhecimento das
formas sem a intervenção da visão. Por si só, as informações cutâneas e
articulares associadas à motricidade digital proporcionam as indicações a partir
das quais as formas podem ser reconstituídas.
A coordenação viso motora é um processo de ação existente na
coincidência do ato motor e da estimulação visual percebida, portanto esse tipo
de dinamismo só pode dar em indivíduos videntes. Os não videntes transferem
as percepções visuais, que não possuem, para outros meios de informação:
guias sonoros, percepções táteis, entre outros.
A atividade motriz usual que se requer o controle de músculos e
articulações de um membro superior associada à coordenação viso manual é a
escrita considerando que a mão e o olho não são absolutamente
indispensáveis, a escrita manual guiada pela visão proporcionada o modelo
gráfico mais regular e rápido.
Essa coordenação se elabora de modo progressivo com a evolução
motriz da criança e do aprendizado.
•
Motricidade global
O movimento motor global, seja ele mais simples, é um movimento
sinestésico, tátil, labiríntico, visual, espacial, temporal, e assim por diante.
Os movimentos dinâmicos corporais desempenham um importante
papel na melhora dos comandos nervosos e no afinamento das sensações e
das percepções.
O que é educativo na atividade motora não é a quantidade de trabalho
efetuado, mas sim o controle de si mesmo obtido pela quantidade do
movimento executado, da precisão e da maestria de sua execução.
13
O Equilíbrio é a base primordial de toda a ação diferenciada dos
segmentos corporais. Quanto mais defeituoso for o movimento, mais energia o
corpo consome e dessa luta constante, mesmo que inconsciente, contra o
desequilíbrio, resulta uma fadiga corporal, mental e espiritual, aumentando o
nível de estresse, ansiedade e angustia do individuo.
Com efeito, existem relações estreitas entre as alterações ou as
insuficiências do equilíbrio estático e dinâmico e os latentes estados de
ansiedade ou insegurança.
Num breve retomar da historia humana, em relação à complexibilidade
motora ,citaremos, a postura que é a atividade reflexa do corpo com relação
espaço, vinda de uma experiência pessoal e subjetiva, única e personalizada.
Esses reflexos podem fazer intervir os músculos, segmentos corporais ou o
corpo todo, como, por exemplo, a postura tônica em flexão.
A postura está estruturada sobre o tônus muscular. O equilíbrio e o
resultado de um corpo quando forças distintas que atuam sobre ele se
compensam e anulam-se mutuamente.
Do ponto de vista biológico, a possibilidade de manter posturas,
posições e atitudes indicam a existência de equilíbrio.
•
Esquema corpora
A imagem do corpo representa uma forma de equilíbrio que, sendo o
núcleo da personalidade, se organiza em um contexto de relações mutuas do
organismo e do meio.
A construção do esquema corporal é a organização das sensações
relativas a seu próprio corpo em associação com os dados do mundo exterior.
Exercendo um papel fundamental no desenvolvimento da criança, já que essa
organização é o ponto de partida de suas possibilidades de ação, então,
esquema corporal é a organização das sensações relativas a seu próprio corpo
em associação com os dados do mundo exterior.
•
Organização espacial
14
A noção de espaço é ao mesmo tempo concreta e abstrata, finita e
infinita, envolve tanto o espaço do corpo, como o espaço que nos rodeia. A
ideia de espaço esta imbuída em nossas sensações, resultante de
experiências e aprendizagens.
O espaço psicológico, associado a nossa atividade mental, revela-se em
nosso nível de consciência.
A nossa atividade perceptiva baseada na experiência do aprendizado é
que nos permite dar significado a organização espacial. A organização espacial
depende, ao mesmo tempo, da estrutura do nosso próprio corpo, da natureza
do meio que nos rodeia e de suas características.
Todas as modalidades sensórias participam em certa medida na
percepção espacial: a visão, a audição, o tato e o olfato.
A evolução da noção espacial destaca a existência de suas etapas: uma
ligada à percepção imediata do ambiente, caracterizada pelo espaço
perceptivo e a outra baseada nas operações mentais que saem do espaço
representativo e intelectual.
•
Organização temporal
O tempo é, antes de tudo, memória: à medida que leio, o tempo passa.
Dessa maneira existem dois grandes componentes da organização temporal: a
ordem e a duração que o ritmo reúne.
A ordem define a sucessão que existe entre os acontecimentos que
produzem, uns sendo continuação dos outros, em uma ordem física
irreversível.
A duração permite a variação do intervalo que separa o principio e o fim
de um acontecimento. Essa medida possui diferentes unidades cronométricas
como o dia e as suas divisões, as horas, os minutos e os segundos.
A organização temporal inclui uma dimensão lógica, uma dimensão
convencional e um aspecto de vivencia que surge antes dos outros dois.
15
Os aspectos relacionados à percepção do tempo evoluem e amadurecem
com a idade.
No tempo psicológico, organizamos a ordem dos acontecimentos e
estimamos a sua duração, construindo, assim, nosso próprio tempo.
•
Lateralidade
O corpo humano está caracterizado pela presença de partes
anatômicas pares e globalmente simétricas.
A lateralidade é a preferência da utilização de uma das partes
simétricas do corpo: mão, olho, ouvido, pernas; a lateralização cortical é a
especialidade de um dos dois hemisférios quanto ao tratamento da informação
sensorial ou quanto ao controle de certas funções.
A lateralidade está em função de um predomínio que outorga a um dos
dois hemisférios a iniciativa da organização do ato motor, a qual chegará à
aprendizagem e na consolidação das praxias.
CAPÍTULO II
O Processo de maturação da psicomotricidade da
criança
“A
interação
existe
entre
o
pensamento,
consciente ou não, e o movimento efetuado pelos
músculos,
com
a
ajuda
do
sistema
nervoso,
compreende-se como desenvolvimento psicomotor.
16
Dessa maneira, o cérebro e músculos influenciam-se e
educam-se mutuamente, agindo de maneira que leve o
individuo
a
evoluir,
progredindo
no
plano
do
pensamento e da motricidade”. (Conceição, 1984,
p.23)
No Processo evolutivo humano, vê-se que há dois momentos
interessantes: inicialmente, as aprendizagens, ou seja, o método de
estabelecer conexão entre certos estímulos e determinadas repostas. Para
aumentar a adaptação do individuo ao ambiente, fica uma dependência maior
dos aspectos internos, isto é, da maturação do sistema nervoso central; em
seguida as aprendizagens dependem mais das informações provindas do meio
externo que são captadas pelos órgãos sensoriais. Portanto, há uma relação
bastante intima entre as influencias externas e internas, criando a integridade
do sistema nervoso central e subsídios para o estabelecimento de conexão
com os estímulos do ambiente para um desenvolvimento percepto-motor.
Harlow (apud Vitor da Fonseca 1995), demonstrar que o córtex motor
exerce uma função determinante em todas as funções de aprendizagem
efetivamente
inter-relacionadas
em
termos
de
desenvolvimento
psiconeurologico.
A importância de um adequado no desenvolvimento motor está
intimamente relacionada com o desenvolvimento cognitivo. A cognição é
compreendida como uma interação com o meio ambiente, referindo-se a
pessoas e objetos. A diferente fase do desenvolvimento motor tem grande
importância, porque colabora para a organização progressiva das demais
áreas, tal como a inteligência.
Segundo Conceição (1984, p.23) o desenvolvimento humano
implica transformações continuas que ocorrem através da interação dos
indivíduos entre si e com o meio que vivem então quanto mais dinâmicas forem
às experiências da criança, a partir de sua liberdade de sentir agir, através de
17
brincadeiras e jogos, maiores serão as possibilidades de enriquecimento
psicomotor.
O desenvolvimento motor é o resultado da maturação de certos
tecidos nervosos, aumento em tamanho e complexibilidade do sistema nervoso
central, crescimento dos ossos e músculos, portanto comportamento nato,
espontâneo. Somente em casos de extrema privação ou de algum tipo de
distúrbio, esses comportamentos não se desenvolverão.
O desenvolvimento funcional de todo o corpo e suas partes é englobado
pelo desenvolvimento psicomotor. É através dele a criança deixa de ser
criatura frágil da primeira infância e se transforma numa pessoa livre e
independente do auxilio alheio. As atividades motoras desempenham na vida
da criança um papel importantíssimo, em muitas das suas primeiras iniciativas
intelectuais. Enquanto explora o mundo que rodeia com todos os órgãos dos
sentidos, ela percebe também os meios com quais fará grande parte dos seus
contatos sociais.
Durante a primeira infância, até os 3 anos, a inteligência é função
imediata do desenvolvimento neuromuscular. Mais tarde, esta associação e
rompida e a inteligência e a motricidade se torna independente; essa
associação só será mantida nos casos de retardamento mental, em que
consciente intelectual diminuindo corresponde um rendimento motriz também
deficiente.
Um desenvolvimento psicomotor normal apresenta qualidades nos
movimentos que se integram numa certa ordem, ou seja, seguida por etapas:
fase de precisão: do 0 aos 7 anos, de rapidez dos 7 aos 10 anos e a fase
muscular que é dos 10 aos 15 anos.
A coordenação geral da criança alcança seu desenvolvimento definitivo
aproximadamente aos 15 anos, o que vem a facilitar uma educação
progressiva e normal.
Durante a evolução motora da criança vão ocorrendo dois processos que
se completam e se inter-relacionam: a diferenciação e a integração; e ambos
acontecem
de
maneira
recíproca
e
simultânea
o que resulta num
18
desenvolvimento psicomotor normal que leva ao aumento de força, de rapidez,
de precisão e facilidade de movimento.
2.1 Esquema de desenvolvimento infantil dos dois aos
cinco anos
Segundo Gesell. Pcq e Vayer, Savastano, Piaget e Holle (apud FELIX,
2007, P.12) a relação de desenvolvimento da criança de 2 a 5 anos se da
assim:
2 anos
Características físicas e cognitivas
•
Pesa de dez a treze quilos.
•
Necessidade de mais ou menos treze horas de sono a noite e
repouso a tarde.
•A
bexiga
tem
capacidade
para
conter
mais
urina,
mas
o
desenvolvimento neuromuscular ainda é insuficiente para que consiga um
controle esfincteriano perfeito.
•
Apresenta alguma noção de quantidade e começar a enumerar.
•
Lembrar o lugar onde deixou certos brinquedos e objetos.
•
Mantém atenção concentrada por aproximadamente cinco minutos.
Comunicação e expressão
•
Usa frequentemente a palavra não
•
Atende pelo próprio nome
•
Sua língua se torna útil
•
Começa a construir frases curtas e simples
•
Descreve objetos em termos de suas funções.
19
Percepção
•
Tem preferências por cores.
•
Nomeia objetos, reconhece figuras.
•
Percebe-se em fotos e espelho.
•
Explorar o mundo pelos sentidos.
•
Distingue o preto do branco.
•
Classifica algumas figuras geométricas em termos e formas.
Coordenação global, equilíbrio e conhecimento corporal.
•
Coloca-se em posição bípede e anda.
•
Corre com dificuldade, embora não caia muito.
•
Sobe escadas, a cada movimento apoiando os dois pés em cada
degrau.
•
Percebe-se no espelho e aponta algumas partes do corpo.
•
Desenha garatujas.
•
Salta desajeitadamente.
•
Se Mantém de pé e imóvel sobre o banco, como os pés juntos,
durante dez segundos.
Coordenação fina
•
Começa a comer sozinha; usa colher, xicaca ou copo sem derramar
muito.
•
Copia linhas nos sentidos vertical e horizontal.
•
Constrói torres de seis a oito cubos com 3 cm de lado.
•
Fecha o zíper
•
Tirar os próprios sapatos.
•
Apresenta preensão fina nos dedos para: segurar objetos, colocar
objetos um ao lado do outro, folhear, enfiar contas grandes em fio.
20
•
Aponta objetos com o indicador e transporta coisas.
•
Apresenta dificuldade para dobrar papel e pintar.
Orientação temporal
•
Tem noção do agora.
•
Compreende sequência simples, sem referência ao passado.
Orientação espacial
•
É capaz de grandes explorações do espaço
•
Apresenta noções de localização: cima/embaixo, dentro/fora.
•
Compreende as expressões aqui e lá.
•
Com demonstração, encaixa quadrado, circulo e triangulo nos
respectivos lugares.
Características socio-afetivas
•
Chama-se pelo próprio nome.
•
Distingue meninos e meninas.
•
A afetividade é viva e explosiva.
•
Manifesta emoção sem controle.
•
A sociabilidade é pouco diferenciada, com atividade lúdica solitária.
Ainda não divide brinquedos.
• Conhece a diferença entre “eu” e “tu”, mas não entende o que seja o
“nos”.
• Mantém distancia de estranhos.
•
Mostrar a dificuldade para fazer escolhas e manifesta ansiedade
quando fracassa.
21
•
Revela ritualismo: faz as coisas a seu modo e irrita-se se alguém
interfere.
•
Gosta de controlar os outros e dar ordens.
•
Mostrar algumas tendências consideradas agressivas: bate, morde,
belisca.
•
É Teimoso, negativista.
3 anos
Características físicas e cognitivas
•
Pesa de treze a dezesseis quilos.
•
Necessidade de repouso após a almoço.
•
Concentra atenção por aproximadamente dez minutos.
Comunicação e expressão
• Entra na fase dos porquês (pensamento finalista: a criança quer saber
na realidade a finalidade, o “para quê das coisas”).
• É muito curiosa.
• Sabe sua idade.
• Não discrimina realidade e fantasia (pensamento mágico).
• Fala consigo mesma e com pessoas imaginarias.
• Forma frases completas.
• Nomeia o que constrói.
• Sabe dizer seu nome e sobrenome.
• Pode passar por fase de gagueira.
Percepção
• Reconhece as cores primarias.
• Observa detalhes e começa a identificar, classificar e comparar.
22
• Classifica objetos por cor ou forma.
• Aumenta o interesse em ouvir.
• Discrimina quente/frio
Coordenação global, equilíbrio e conhecimento corporal.
• Apresenta postura automatizada e melhor equilíbrio.
• Pode correr saltar, pular e subir escadas (com um pé ada degrau).
• Reconhece as diferentes partes do corpo e sabe nomeá-las
• Coloca o sapato correspondente em cada pé.
• Para com um pé só por momentos.
• Salta com os pés juntos sobre uma corda estendida no solo.
• Sabe se é menino ou menina.
• Tenta desenhar uma pessoa.
Coordenação fina
• Pode guardar suas próprias roupas, vestir-se e desamarrar cordões,
embora não de laços. Não consegue distinguir frente/atrás, de certas
roupas, escova os dentes com ajuda e abotoa apenas botões grandes.
• Constrói torre de novos cubos.
• Realiza construções ordenadas e equilibradas.
• Usa corretamente a colher e o garfo.
• Começa a segurar xícara pela asa e a comer sozinha sem derramar.
• Utiliza tesoura a manipula massa de modelar.
• Não consegue despejar liquido de um a outro recipiente, mas pode
treinar sobe supervisão.
• Pode copiar um circulo uma cruz e dobrar papel na horizontal e na
vertical.
Orientação temporal
23
• Vocabulário de doze palavras para designar o tempo.
Orientação espacial
• Reconhece a ordem dos objetos familiares.
• Percebe o espaço onde se da à ação.
• Tem noção de “casa” e de suas partes.
• Orienta-se em itinerários simples.
Características sócio-afetivas
• Trata-se por “eu”! E fala de “meu” (noção do eu e de posse).
• Percebe os outros e a diferenças fisiológicas entre sexos.
• Pode julgar e escolher entre duas opções.
• Imita principalmente os adultos.
• É capaz de dramatizar.
• Consegue esperar sua vez nos jogos.
• Apresenta expressão emocional variável: ora tímida, ora extrovertida.
• Mostrar mais conformismo com a rotina do que aos dois anos.
• É ainda ritualista.
• Passe pela fase de birra, dos gritos.
4 anos
Características físicas e cognitivas
• Pesa de dezesseis a dezoito quilos.
• Recorda-se de objetos, mesmo na ausência destes.
• Necessita de algum repouso durante o dia.
• Concentra a atenção por períodos de aproximadamente vinte minutos.
24
Comunicação e expressão
•
Aumenta rapidamente seu vocabulário.
• Não para de fazer perguntas.
• Fala sozinha.
• Tem imaginação fértil.
• Apresenta curiosidade aumentada, quer saber “como” e “por que”.
• Sabe dizer seu nome, sobrenome e idade quando lhe perguntam.
• Canta bem pequenas canções.
• Gostam de palavras bobas, sem sentido, palavrões.
Percepção
• Reconhece cores e tonalidades tamanhas e formas geométricas.
• Reconhece objetos pelo tato, mesmo sem vê-los.
Coordenação global, equilíbrio e conhecimento corporal.
• Apresenta integração do automatismo postural.
• Pode andar de bicicleta, jogar bola, aprender a nadar.
• Fica de pé sobre uma perna só, salta para frente com os pés juntos,
da saltos no mesmo lugar, caminhada na ponta dos pés.
• Reconhece as diversas partes do corpo e interessa-se pelas roupas e
gestos dos adultos.
• Demonstra curiosidade pelos órgãos genitais, pelo nascimento dos
bebes e diferenças sexuais.
Coordenação fina
• Realiza construções mais difíceis e combina construções.
25
• Veste-se e abotoa suas roupas, distingue frente/atrás, lava suas mãos
e pode tomar banho sozinho.
• Consegue enfiar fio grosso em agulha para borda em talagarça.
• Desenha uma pessoa.
• Recorta papel, segura pincel e cola com mais precisão.
• Desenha coisas que já viu.
Orientação temporal
• Demonstrar noção de duração de situações.
• Aumenta o vocabulário sobre o tempo.
Orientação espacial
• Tem noção de cidade e rua.
• Representa mentalmente itinerário.
• Emprega com exatidão o vocabulário relativo ao espaço (sentido de
direção e posições).
Características socio-afetivas
• Desenvolve o sentido do “eu”.
• Tem mais noção dos limites (meu/teu/nosso, certo/errado).
• Segrega o sexo nos jogos.
• Demonstra autoritarismo, expansividade e iniciativa.
• Tem grande capacidade de imitação.
• Adora ser elogiada e se elogia.
• É fisicamente afetuosa.
• Demonstrar alguns medos e por isso não deve ser assustada e nem
ouvir muitas estórias que venham a aumentar seus medos.
• Suas emoções são extremas: gosta muito, detesta muito.
26
• Gosta de exageros: ”maior que o céu” etc.
5 anos
Características físicas e cognitivas
• Pesa de dezessete a vinte quilos
• Planeja atividades, a idéia percebe a ação e é menos impulsiva (penas
antes de agir).
•
É mais responsável e organizada.
• Pode começar a perder os dentes de leite.
• Começa a perceber a correspondência termo a termo, quando
compara dois conjuntos.
• Concentra a atenção por períodos de aproximadamente quinze a trinta
minutos.
Comunicação e expressão
• Vence as maiores dificuldades de pronuncia.
• Domina vocabulário rico.
• Faz muitas perguntas.
• Pode começar a ler algumas palavras.
• Define os objetos segundo seu uso.
• Começa a fazer distinção entre realidade e fantasia. É mais realista.
• Escreve primeiro seu nome.
Percepção
• Aprendem os conceitos e noção básicos de cor, forma, tamanho,
espessura, temperatura, sabor, cheiro e peso.
• Tem percepção de detalhes e é capaz de comparar e seriar.
27
Coordenação global, equilíbrio e conhecimento corporal
• Demonstrar precisão e destreza na motricidade: pode sentar-se ereta,
correr, pedalar, pular, nadar, saltitar, atirar, virar cambalhotas.
• Tem melhor conhecimento das partes e das partes e das proporções
corporais.
• Com os pés juntos, salta sem impulsos, por cima de um elástico
colocado a 20 cm do solo e se mantém na ponta dos pés por dez
segundos.
• Apresenta independência total em suas necessidades (bexiga e
intestino).
Coordenação fina
• Apresenta motricidade fina mais hábil: da nos simples; escreve,
modela constrói, manipula, veste-se, alimenta-se, lava-se, colore dentro
de limites, utiliza faca ao comer, abotoa, amarra.
Orientação temporal
•
Interessa-se pelo tempo presente.
•
Compreende as diferenças: dia/noite, manhã/tarde.
•
Maneja adequadamente os termos referentes ao tempo.
Orientação espacial
• Começa a diferenciar direito e esquerda.
• Reconhece alguns limites geográficos e consegue-se orientar na rua.
• Arma quebra-cabeças.
Características socio-afetivas
28
• Demonstra sentido mais seguro do “eu”.
• A mãe continua sendo o centro de seu universo, embora esteja mais
independente dela.
• Inicia atividades grupais, embora com fins mais individuais do que
coletivos.
• Começa a interessar-se pelos vizinhos, por pessoas novas.
• Aceita regras e limites e consegue jogar cooperativamente. É mais
sociável.
•
Aparecem juízos de valor sobre o seu próprio comportamento.
• Tem iniciativa e ideias próprias.
• É mais autocrítica e segura.
• Continua a apresentar ansiedade com relação às coisas cuja
explicação desconhece.
Assim, considerando os esquemas de desenvolvimento psicomotor
infantil apresentado, podemos perceber a importância do trabalho do
professor e também do psicopedagogo, junto a essas crianças.
CAPÍTULO III
As dificuldades de aprendizagem dos gestos motores
O desenvolvimento do conhecimento é um processo espontâneo ligado
ao processo global, inicia-se na infância e só termina na vida adulta.
Aprendizagem é um processo em que suas unidades básicas ocorrem quando
o individuo relaciona-se com outros, essa relação concretiza as aprendizagens
significativas.
O conceito de aprendizagem em muitas situações é restrito aos
conhecimentos escolares, entretanto é bem mais amplo. Abrangendo todo
ambiente social, vida afetiva e valores culturais.
29
O processo de aprendizagem sofre uma intervenção de vários fatores:
social, físico, intelectual, psicomotor. Na educação infantil o foco principal é o
emocional. Há quatro elementos que fazem parte da aprendizagem como
processo de comunicação:
Comunicador: professor ou meios de informação
Mensagem: conhecimento transmitido adequado à idade
Receptor: aluno devendo ser critico
Meio ambiente: escola, família e social. Todos devem ser estimulados
na aprendizagem.
Esses quatros elementos têm papel fundamental no processo ensinoaprendizagem, se ocorrerem falhas e barreira entre a comunicação desses
elementos, poderá causar problemas de aprendizagem.
Na tabela quadro de aprendizagem (anexo 1) relaciona a aprendizagem
com a idade. Crianças de 2 anos e maio a 4 anos o esquema corporal é
abordado por meio de jogos de lateralidade. Assim como no ponto de vista
motor, que trabalha o conhecimento do espaço imediato e desenvolver
diferentes nossos. As crianças de 4 a 5 anos utilizam os jogos de lateralidade
com membros superiores e inferiores. Desenvolve nossos de espaço plano e
em 3 dimensões. Compreende sucessão como os termos “ante” e “depois”.
Desenvolver varias noções corporais e reproduzir um figura humana. A
orientação do espaço corporal do ponto de vista motor tem com objetivo apurar
os sentidos, aprendizagem das diversas posições do corpo e conseguir
reproduzi-las. Essa mesma faixa etária tem a estruturação espacial com
exercícios de reprodução em formas de grandezas movimentos. Na orientação
espacial do ponto de vista motor tem noções de fila, fileira, frente, costa. A
memória espacial das crianças de 4 a 5 anos tem a capacidade de memorizar
um espaço criado. Também podem desenvolver as orientações empregar os
termos “ontem” e “hoje”, colocar na ordem em que as coisas são vistas e
descobrir a ordem cronológica dos gestos da vida cotidiana. Elas têm a
capacidade de compreender a duração do tempo. Associar um material a
manha, à noite, associar um material as estação.
30
3.1 padrões básicos de desenvolvimento psicomotor (0
aos 5 anos )
“É uma ciência que tem por objetivo o
estudo do homem através do seu corpo
em movimento nas suas relações com o
seu mundo interno e externo”. (SPB,
1984, P.32)
O texto a seguir falará os padrões perceptivos visuais, motores e
psicomotores. Padrões esse que serão muito úteis para verificar a dificuldade
de aprendizagem do gesto motor. Tendo conhecimento desses padrões o
professor saberá se o seu aluno está com o desenvolvimento motor atrasado,
ou seja, fora de sua faixa etária. Assim o professor pode fazer uma análise do
desenvolvimento motor de seu aluno. Esse mesmo texto tem com referência a
tabela de escala do desenvolvimento motor feito por Fonseca em 1998.
O bebê ao nascer utiliza o processo de olhar e procurar estímulos
visuais estranhos, reação global e desorganizada dos momentos reflexos. No
primeiro mês o processo perceptivo visual passa a ser perseguição horizontal,
circular no olhar e Olha para as mãos. Ainda no primeiro mês o processo motor
da para o bebê a capacidade de levanta a cabeça e o tronco enquanto em
decúbito facial. Ele passa a segura objetos por longos períodos de tempo
decorrente do seu processo psicomotor.
No 2º mês ocorre a convergência binocular. E o processo motor
desenvolve a capacidade da manutenção das vértebras cervicais e dorsais. O
processo psicomotor começa as primeiras relações entre a mão e visão.
Passando para o 3º mês no processo de perceptivo visual, ocorre a
observação os movimentos dos dedos e das mãos. Isso acontece com o
aparecimento da acomodação visual. O processo motor se desenvolve e o
31
bebê é capaz de realizar movimentos com rotação do corpo para um dos
lados, abrir as mãos frequentemente, senta-se com um suporte e rodar de
decúbito dorsal para decúbito facial. No processo psicomotor a mão é
orientada para atração dos objetos através de preensões.
No 6º mês o processo perceptivo visual, persegue pontos ou
objetos no espaço em diferentes velocidades e discrimina de formas simples
os mesmos. Processo motor da Preferência manual começa a emergi
(lateriadades). Nessa idade o bebê senta-se com ajuda. Pode segurar dois
objetos simultaneamente passando um objetivo de uma mão para outra opõe o
polegar na preensão dos objetos.
Com um ano a criança já tem preferência manual na preensão dos
objetivos, consegue movimenta-se em quadrúpede e anda com suporte. Com
um ano e meio sobe escada engatinhando, anda automaticamente e a
preferência manual é menos diferenciada. Também realiza pequenas
imitações nos gestos, faz imitações espontâneas e executa pequenos jogos
simples, com apanha a bola.
Com 2 anos a criança tem a capacidade de discriminar formas, correr
e Imita movimentos verticais e horizontais. Aos 3 ano a criança melhora a
percepção visual do espaço. Consegue desenvolver os primeiros grafismos.
Equilibra-se num pé por pequeno período de tempo e equilibra-se na ponta do
pé. Tem a capacidade de controla-se em equilíbrio com os olhos fechados e a
capacidade de dissociar movimentos dos braços e das pernas. Com 4 anos
aparece a coordenação oculomotora, a preensão de objetos utilitários, a
Coordenação da marcha e a corrida salta.
Quando a criança chega aos 5 anos ela já tem a capacidade realizar
um grafismos simbólicos, desenho do corpo e da casa. Criança com essa
idade também consegue copiar figuras geométricas. O seu desenvolvimento
motor sofre grandes mudanças. São capazes de salta com os pés juntos, sobir
escadas correndo, noção do corpo em manipula objetos e atira objetivos com
intencionalidade. Possui a Lateralidade e a direcionalidade bem desenvolvidas.
Em todo caso haverá sempre crianças que desenvolve um processo mais
rápido do que o outras.
32
Um professor da pré-escola, tendo em conta a idade cronológica de
seus alunos, prever o que pode esperar deles do ponto de vista da linguagem,
da inteligência e do corpo. A partir daí ele tem condições de dosar a
estimulação em cada dessas áreas, a fim de encaminhar seus alunos para
amadurecer equilibrado intelectual, afetivo e corporalmente.
3.2 A brincadeira e a aprendizagem
"O jogo é, portanto, sob as suas duas
formas essenciais de exercício sensóriomotor e de simbolismo, uma assimilação da
real à atividade própria, fornecendo a esta
seu alimento necessário e transformando o
real em função das necessidades múltiplas
do eu. Por isso, os métodos ativos de
educação das crianças exigem todos que
se
forneça
às
crianças
um
material
conveniente, a fim de que, jogando, elas
cheguem
a
assimilar
as
realidades
intelectuais que, sem isso, permanecem
exteriores à inteligência infantil". (Piaget
1976, p.160).
Segundo Piaget (1976, p.54) brincar vem sendo muito comentada e trabalhada
atualmente. O que antes era visto como pura diversão, hoje é visto como forma
de
aprendizagem
e
ferramenta
extremamente
importante
para
o
desenvolvimento infantil. Até pouco tempo atrás as crianças brincavam para
se distraírem e darem um pouco de “sossego” para pais e professores. As
brincadeiras de esconder, pega-pega, amarelinha, cabra-cega, eram as mais
usadas, assim como dominó, baralho e jogos de percurso que sempre foram a
33
sensação de pré - adolescentes e adolescentes. Brincar na rua era um
sentimento de liberdade; as crianças se juntavam no final da tarde para brincar
e
os
pais
ficavam
observando
e
conversando
com
a
vizinhança.
No entanto, hoje as coisas mudaram um pouco; criança que brinca na
rua não é bem vista, e os pais com medo da violência preferem ficar em casa
As crianças preferem brincar no computador ou com vídeo game, deixando
aquelas brincadeiras tradicionais, que fizeram parte de nossa cultura, de fora.
E como consequência vemos um grande número de crianças com dificuldades
de aprendizagem; escrevem mal e ninguém entende a letra, não resolvem
situações problemas, pois não têm desenvolvido o raciocínio lógico e dedutivo,
não produzem textos, pois não têm criatividade e tantas outras dificuldades.
A questão é que não existe desculpa para essa situação, já que temos
conhecimento de que a brincadeira é fundamental para o desenvolvimento
infantil, seja social, cognitivo, psicológico, dentre outros. A criança que brinca
entra em contato com um mundo que é a representação do mundo em que
vivemos, com regras e valores que fazem parte de sua cultura, e cria
personagens e papéis que representam essa realidade. Entram em conflitos,
experimentam emoções variadas, alegria, tristeza, raiva, sentimento de perda,
além de trabalhar com o auto-conhecimento. É bem clara a diferença de uma
criança que brinca de amarelinha, pega-pega, e jogos de percurso, da criança
que passa o dia inteiro em frente à TV ou jogando vídeo-game; esta não tem
equilíbrio, boa coordenação motora e raciocínio rápido, enquanto que a
anterior apresenta bom desenvolvimento da área psicomotora e cognitiva.
A fala também pode ser estimulada pela brincadeira onde a criança
pequena com gestos se comunica com os outros e aos poucos vai
desenvolvendo a linguagem, estruturando-a e enriquecendo seu vocabulário.
Assim fica fácil concluir o porquê da brincadeira ser tão importante.
As escolas também precisam estabelecer uma rotina para seus alunos, onde o
brincar seja permitido. O aluno aprenderá a ler e a escrever com maior
facilidade se sua rotina for dividida entre lições e brincadeiras. E por que não
ensiná-los a ler e escrever de forma lúdica? Trabalhar com o lúdico não é
perda de tempo, como muitos ainda acham, e muito menos adequar a
34
infraestrutura da escola permitindo um ambiente de integração por meio da
brincadeira.
A brincadeira não faz parte da aprendizagem, pois ela é puramente a
aprendizagem que vai sendo modificada e ficando mais complexa ao longo dos
anos
de
acordo
com
o
crescimento
e
desenvolvimento
humano.
Do ponto de vista da legislação, o Estatuto da criança e do adolescente
(BRASIL, Lei 8.069/90) considera a atividade lúdica um direito da criança e um
dever do Estado, da família e da sociedade proporcionar condições para este
exercício.
A lei, no entanto, não é suficiente para garantir que as crianças possam
dispor de tempo, local, material e acompanhamento de adultos para se
ocuparem
com
brincadeiras.
As
diferentes
condições
socioculturais
vivenciadas determinam uma diversidade de possibilidades de exercício da
atividade lúdica.
CONCLUSÃO
Ao concluir este trabalho posso resgatar os objetivos de ampliar os
estudos sobre a psicomotricidade. Bem como a psicomotricidade das
contribuições das atividades praticas para o desenvolvimento psicomotor da
criança, posso afirmar que a psicomotricidade se constitui em um tema de
estudo altamente relevante. Isto se deve especialmente ao considerar que a
criança se desenvolve a medida que interage com o seu corpo, com os objetos
de seu meio e com as pessoas ao seu redor.
É de suma importância que o educador físico o habito de observa se o
seu aluno possui um desenvolvimento psicomotor adequado. Diante das
observações ele poderá buscar e também aplicar exercícios psicomotores
adequados, que ajudem no processo de desenvolvimento da criança.
Educação psicomotora também pode ser utilizada em caráter preventivo.
Assim os possíveis fatores que influenciariam as dificuldades de aprendizagem
35
decorrentes da falta de vivencia motora fora do ambiente escolar podendo ser
prevenidos, evitados.
O profissional deve sempre estar atento ao trabalho a ser desenvolvido
para uma melhor educação psicomotora. Pois com isso ele sempre realizando
um melhor trabalho, buscando auxiliar o aluno nas suas necessidades através
de atividades psicomotoras diferentes, atuais, tendo sempre a preocupação de
estar despertando o interesse dos alunos nas aulas.
Bibliografia
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Janeiro: Wak Editora, 2008. 164p
CONCEIÇÃO, J. F. et al. Como Entender o Excepcional Deficiente Mental.
Rio de Janeiro: Rotary Club, 1984.
COSTALLAT, Dalila Molina. Psicomotricidade: Coordenação Visomotora e
Dinâmica Manual da Criança Infradotada. Método de Avaliação e Excitação
Gradual Básica. 7 ed. Rio de Janeiro: Globo, 1987.
FONSECA, Vitor. Psicomotricidade. São Paulo: Ed. Martins Fontes, 1996.
LE BOULCH, J. O desenvolvimento psicomotor do nascimento até 6 anos.
Porto Alegre: Artes Médicas, 1986.
GALLAHUE, D.L. e Ozmun, John. Compreendendo o desenvolvimento
motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. Phorte ed. 2001.
GALLARDO, Jorge Sérggio Pérez. Educação Física escolar: do berço ao
ensino médio. Rio de Janeiro: Lucerna, 2003.
36
GALLARDO, Jorge Sérggio Pérez (Coord.). Educação Física (contribuição à
formação profissional). 4º edição. Ed. Unijuí, 2004
NETO, Francisco rosa. Manual de avaliação motora. 1° ed. Porto Alegre:
Artmed, 2002.
WALLON, Henri. Do ato ao pensamento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1947.
WALLON, Henri. As origens do caráter na criança. São Paulo: Difusão
Européia, 1971.
Anexo 1
Quadro da aprendizagem
Idade Esquema
Lateralidade
Estruturação Orientação Pré-
corporal
espacial
De 2 Primeira
Conhecimento
anos
abordagem
das
e
por
meios ponto de vista
meio
dos
“jogos motor:
a
4 de
anos
noções
Conhecer
lateralidade”. espaço
imediato.
Desenvolver
diferentes
noções.
o
temporal
Escrita
37
De 4 Todos
os Desenvolver
anos
de noções
a
“jogos
5 lateralidade”
anos
Ponto
em vista motor
espaço plano Ordem
Membros
e em espaço sucessão:
inferiores
com
Membros
dimensões.
superiores
de
e
três empregar os
termos
“antes”
“depois”;
e
38
Estruturaçã
Orientação
Pré-
o espacial
temporal
Escrita
De 4 Desenvolver
Exercícios
-
anos
de
os
reprodução
“ontem”
Idad
Esquema
e
corporal
a
Lateralidade
varias noções
5 corporais
anos.
empregar
termos
e
reproduzir um
de:
figura
grandezas
colocar
na
humana
movimentos
ordem
em
orientação
orientação
que
espaço
espacial
coisas
são
corporal
ponto
de vistas;
-
ponto
vista
de
motor:
apurar
os
formas hoje”;
vista motor:
-
as
descobrir a
Noções de: ordem
fileira, cronológica
fila,
sentidos
frente,
dos
aprendizage
costas
da
m
contra
cotidiana.
costas.
Duração do
Memória
tempo:
conseguir
espacial:
associar um
reproduzi-las.
descobrir se material
a
lugar,
manha,
a
memorizar
noite;
-
das
diversas
posições
e
um
gestos
vida
-
espaço associar um
criado.
material as
Desenvolver
estações
as
orientações:
Fonte: psicomotricidade e educação e Reeducação (1984 p. 45-46).
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Diego Ubiratan Bezerra da Luz