AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE EIXO Escola Básica Integrada de Eixo Ano letivo 2011/2012 Regimento Interno Unidade de Apoio Especializado para a Educação de alunos com Multideficiência e Surdocegurira Congénita Ano Letivo 2011/2012 De acordo com a legislação em vigor e no âmbito do regulamento interno do agrupamento de escolas de Eixo, foi elaborado o presente regimento interno que define as tarefas inerentes ao desempenho da unidade. Enquadramento legislativo - Definição/Resposta Organizativa As unidades especializadas constituem um recurso pedagógico da escola. Para que possam responder adequadamente à singularidade de cada aluno é necessário cuidar da sua organização. As unidades especializadas são um recurso pedagógico especializado dos agrupamentos de escola e das escolas, destinados aos alunos com multideficiência ou com surdocegueira congénita e visam a participação ativa destes alunos no seu processo de aprendizagem e a vivência de experiências de sucesso. A frequência específica destes ambientes educativos constitui apenas mais uma na vida destes alunos, pelo que esta resposta tem de ser articulada com o trabalho que se desenvolve na escola. A existência, por todo o país, de um número importante de unidades de apoio especializado, a necessidade de regular o seu funcionamento, bem como as solicitações de muitos profissionais, levaram à elaboração de normas orientadoras, as quais visam ajudar as escolas e os docentes a organizar o processo educativo dos alunos com multideficiência e com surdocegueira congénita. As normas orientadoras para a organização e o funcionamento das unidades de apoio especializado pretendem ser um instrumento de apoio, constituindo-se como um conjunto de diretrizes, para a implementação de uma resposta educativa adequada às necessidades dos alunos com multideficiência e com surdocegueira congénita. O que as justifica: A educação de alunos com multideficiência e com surdocegueira congénita exige recursos humanos e materiais específicos, escassos e de difícil generalização. A criação de unidades de apoio especializado possibilita uma melhor gestão desses recursos humanos e materiais e permite a respetiva concentração e potencialização. A diversidade de competências dos alunos deve corresponder a uma variedade de estratégias que ajudem a vivenciar experiências de sucesso. Verifica-se a necessidade de aceder à informação, a oportunidades para o desenvolvimento e envolvimento ativo nas aprendizagens e nas interações sociais. Criação: As unidades especializadas devem ser criadas em função: Do número de alunos com multideficiência e com surdocegueira congénita existentes nos diferentes ciclos de ensino; Da natureza e exigência da resposta educativa; Das condições de acessibilidades existentes nos estabelecimentos de ensino; Da disponibilidade de espaços nos estabelecimentos de ensino; Da disponibilidade de apoios diferenciados considerados necessários para responder às necessidades individuais de cada aluno; Da garantia dos processos de transição entre ciclos. Deve resultar de um trabalho de equipa em que participam: A família do aluno; O órgão de gestão do agrupamento de escolas; Os docentes de educação especial do estabelecimento de ensino; Os docentes titulares de grupo/turma e diretores de turma que têm o aluno com multideficiência e com surdocegueira congénita; 1 Os técnicos especializados (terapeutas); Os assistentes operacionais; Os responsáveis pelos diferentes serviços da comunidade, que se preveem necessários para responder às necessidades individuais do aluno. Frequência das unidades especializadas: Cabe aos órgãos de gestão, à família e aos restantes intervenientes no processo educativo a tomada de decisão acerca dos alunos que podem beneficiar da frequência nas unidades de apoio especializado, tendo em conta as capacidades e as necessidades de cada aluno e as necessidades da família; O tempo de permanência no espaço pedagógico da unidade de apoio especializado depende da especificidade de cada aluno. Esta decisão deverá constar do programa educativo individual do aluno. Organização e Gestão (administrativa e pedagógica) As unidades de apoio especializado dependem, em termos hierárquicos e funcionais, do órgão de gestão do agrupamento de escolas a que pertencem, A comunicação deve ser considerada a principal área a desenvolver, com particular ênfase nos alunos que não usam a fala para comunicar. Responder às necessidades individuais dos alunos, aos seus interesses e desejos; Organizar-se com base numa perspetiva funcional; Proporcionar experiências significativas organizadas e diversificadas; Promover a autonomia dos alunos, nomeadamente na realização das atividades de vida diária; Proporcionar oportunidades para que os alunos possam apropriar-se de informação no presente e no futuro; Assegurar a participação ativa na comunidade; Criar oportunidades para os alunos participarem em atividades no mesmo contexto educativo que os pares sem necessidades especiais, sempre que estas se revelem fonte de aprendizagens significativas; Criar oportunidades para os alunos participarem em atividades terapêuticas exteriores ao contexto educativo; Assegurar a generalização das competências desenvolvidas, nos vários contextos que frequentam. As aprendizagens devem: Atender às prioridades definidas pela equipa que apoia cada aluno em parceria com a família; Planificar a participação dos alunos nas atividades desenvolvidas com os seus pares conjuntamente com os docentes titulares da turma ou com os diretores de turma; Utilizar tecnologias de apoio adequadas às necessidades individuais de cada aluno, de modo a facilitar o acesso à informação e a promover a sua autonomia; Na organização das aprendizagens considera-se fundamental que: Tenham oportunidades para interagir com os outros e para se envolverem ativamente nessas interacções; Tenham oportunidades para controlar o ambiente onde se encontram e experimentar diferentes situações; Tenham possibilidade de ter iniciativas, tomar decisões e fazer escolhas. Processos de transição: As experiências de aprendizagem dos alunos devem garantir: Considerar os processos de transição dos alunos entre ciclos, na organização das aprendizagens, nomeadamente aquando da estruturação do programa educativo individual; Assegurar os processos de transição, de modo a que o aluno possa continuar a usufruir de respostas educativas adequadas às suas necessidades individuais; Planear e organizar a mudança de ambiente educativo, de forma a garantir a continuidade educativa entre os ciclos de ensino. Agrupamento/Escola de Referência Agrupamento de Escolas de Eixo – Escola Básica Integrada de Eixo Composição da Unidade: Docentes: 2 2 docentes com formação especializada em educação especial, de acordo com o número e características dos alunos Técnicos: terapeuta ocupacional a tempo parcial terapeuta da fala a tempo parcial Assistentes Operacionais: 2 assistentes operacionais Objetivos: Promover a participação dos alunos com multideficiência e surdocegueira congénita nas atividades curriculares e de enriquecimento curricular junto dos pares da turma a que pertencem; Aplicar metodologias e estratégias de intervenção interdisciplinares visando o desenvolvimento e a integração social e escolar dos alunos; Assegurar a criação de ambientes estruturados, securizantes e significativos para os alunos; Proceder às adequações curriculares necessárias; Adotar opções educativas flexíveis, de carácter individual e dinâmico, pressupondo uma avaliação constante do processo do ensino e de aprendizagem do aluno e o regular envolvimento e participação da família; Assegurar os apoios específicos ao nível das terapias, da psicologia e da orientação e mobilidade aos alunos que deles possam necessitar; Organizar o processo de transição para a vida entre ciclos População Alvo: Nesta escola, os alunos que frequentam esta UAEM são alunos com multideficiência que apresentam acentuadas limitações no domínio cognitivo, associadas a limitações acentuadas no domínio motor e/ou no domínio sensorial (visão ou audição) e que podem ainda necessitar de cuidados de saúde específicos. Estas limitações dificultam a interação natural com o ambiente, colocando em grave risco o desenvolvimento e o acesso à aprendizagem. Salvaguardam-se casos pontuais de alunos, cuja problemática exige a sua integração na Unidade, uma vez que possuem um nível de dependência muito elevado. A Unidade de Apoio Especializado concentra alunos de um ou mais concelhos, em função da sua localização e da rede de transportes existente. Pré-escolar 1 criança Distribuição dos alunos / Número de alunos atendidos 1º Ciclo 2º Ciclo 1 aluno – 3º ano 1 aluno – 7º ano 3º Ciclo 3 alunos – 8º ano 1 aluno – 9º ano Horário de Funcionamento: Cada aluno pertence a uma turma do ensino regular de acordo com o seu ciclo de ensino; Cada aluno frequenta um número de disciplinas (ou tempos) do horário da turma de acordo com as suas possibilidades e necessidades. Nos restantes tempos letivos, são desenvolvidas atividades alternativas individualizadas na sala de recurso/outros locais; A sala de recurso da unidade constitui-se também como um recurso aberto à comunidade escolar podendo ser utilizada para atividades conjuntas com as turmas. Horário Nº de Alunos (*) das 9h 15m às 16h 05m 7 Alunos Recursos materiais (mobilidade, comunicação e outros): Sala de Recurso (Sala 6); Elevador, contíguo à sala; Casa de banho adaptada com marquesa para muda de fraldas; Materiais de comunicação (digitalizadores da fala, brinquedos adaptados, etc.) Materiais de posicionamento e mobilidade (multiposicionadores, colchões, etc.) 2 computadores (1 portátil); Transporte da Câmara Municipal de Aveiro; 3 Funções do Agrupamento: Acompanhar o desenvolvimento das metodologias de apoio; Adequar os recursos às necessidades dos alunos; Promover a participação social dos alunos com multideficiência e surdocegueira congénita; Criar espaços de reflexão e de formação sobre estratégias de diferenciação pedagógica, numa perspetiva de desenvolvimento de trabalho transdisciplinar e cooperativo entre os vários profissionais; Organizar e apoiar os processos de transição entre os diversos níveis de educação e de ensino; Planear e participar, em colaboração com as associações da comunidade, em atividades recreativas e de lazer dirigidas a crianças e jovens com multideficiência e surdocegueira congénita, visando a integração social dos seus alunos. Funções do Diretor do Agrupamento: Organizar, acompanhar e orientar o desenvolvimento da Unidade de Apoio Especializado. Funções do Coordenador da Unidade de Apoio Especializado: Promover a troca de experiências e a cooperação entre todos os docentes/ técnicos que integram a Unidade de Apoio Especializado; Assegurar a aplicação e a coordenação das orientações dos Programas Educativos Individuais e dos Currículos Específicos Individuais, promovendo a adequação dos seus objetivos e conteúdos à situação concreta dos alunos da Unidade de Apoio Especializado; Propor ao Departamento o desenvolvimento de componentes curriculares locais e a adoção de medidas destinadas a melhorar as aprendizagens dos alunos; Assegurar o acompanhamento dos docentes com menor experiência profissional; Orientar e coordenar todos os docentes da unidade, numa acção reguladora. Promover a articulação com outras estruturas ou serviços do Agrupamento, com vista ao desenvolvimento de estratégias de diferenciação pedagógica; Funções dos Docentes de Educação Especial: Programar, adaptar e avaliar atividades com professores e outros técnicos; Proceder à avaliação dos alunos em conjunto com o professor/ diretor de turma; Acompanhar, orientar e dirigir os alunos nas atividades, na sala de aula, na sala de recursos e noutros contextos e espaços; Preparar materiais específicos; Articular com toda a equipa da unidade (docentes, assistentes operacionais e terapeutas); Tomar decisões conjuntas com os pais/encarregados de educação; Articular com os técnicos externos à escola (saúde, serviço social e outros). Funções do Terapeuta da Fala Rastreio, avaliação, diagnóstico, aconselhamento e intervenção em alterações da comunicação humana, englobando a compreensão e produção de linguagem oral e escrita e formas de comunicação não-verbal, em crianças e jovens; Atuar ao nível da prevenção dessas alterações (estas alterações distribuem-se por problemas de voz, de articulação, de fluência, de deglutição e de linguagem verbal e não-verbal, podendo ser de etiologia congénita ou adquirida. Em muitos casos, a alteração da comunicação é resultante de situações patológicas, como défices sensoriais, incapacidade física ou intelectual e outras; noutros casos, é resultante de fatores de ordem psicológica, familiar, cultural ou social); Propor e ajudar a implementar meios alternativos e aumentativos de comunicação (tabelas ou cadernos de comunicação, Língua Gestual Portuguesa, digitalizadores de fala, entre outros); Estabelecer planos de intervenção, no sentido de promover a generalização das competências comunicativas nos vários contextos que o aluno frequenta e com os seus diferentes interlocutores. Funções do Terapeuta Ocupacional Rastreio, avaliação, diagnóstico, aconselhamento e intervenção para a participação nas atividades e no ambiente, considerando os compromissos de desenvolvimento neurológico, sensorial, cognitivo e social das crianças e jovens; Avaliar e habilitar os contextos em prol das necessidades e características dos alunos. Habilitar ou facilitar a adaptação e funcionalidade do indivíduo na escola e contribuir para a generalização noutros contextos; 4 Elaborar um programa de intervenção individual, selecionando técnicas terapêuticas específicas, estratégias e atividades que facilitem o desenvolvimento normal e a aquisição de comportamentos adaptados; Selecionar e criar equipamento e material pedagógico e terapêutico, de forma a compensar características que representam limitações; Colaborar na delineação de programas e currículos educativos e na formação e orientação dos restantes técnicos de educação e elementos da equipa da Unidade. Funções dos Assistentes Operacionais: Proceder à marcação das refeições diárias; Comunicar o número de refeições ao refeitório; Passar os cartões eletrónicos diariamente referentes a cada um dos alunos; Marcar diariamente as presenças dos alunos; Tirar fotocópias a pedido dos docentes/ técnicos; Ajudar na preparação de materiais; Limpar e desinfetar os materiais utilizados pelos alunos; Acompanhar, orientar e dirigir os alunos na sala de aula (sempre que se justifique), na sala de recursos e noutras, segundo as orientações dos docentes; Proceder aos registos diários de avaliação dos alunos, de acordo com as indicações dos docentes; Fazer a transferência física dos alunos; Fazer a higiene dos alunos, de acordo com as orientações estabelecidas; Dar o almoço aos alunos, de acordo com as orientações definidas; Zelar e manter organizados os materiais específicos de cada um dos alunos (calendário, quadro de comunicação, prateleira e outros). Planificação das Reuniões e da articulação entre os diferentes intervenientes: Trabalho Cooperativo – 4ª feira, 45 minutos, (avaliação, reflexão e programação de atividades/tarefas); Organização das respostas educativas – na sala da unidade, sala da turma, outros locais e contextos Na Turma Sala de Recurso Outros Locais e Contextos Os alunos devem estar ▪ Comunicação: Alternativa / ▪ Escola Equestre d’ Aveiro preferencialmente na Aumentativa ▪ Piscina - S. João de Loure turma/sala de aula, de acordo ▪ Motricidade ▪ Pavilhão e Sala de Ginástica da com as suas possibilidades e ▪ Matemática Funcional EBIE necessidades. ▪ Conhecimento do Mundo ▪ APPACDM ▪ Educação Musical Adaptada ▪Saídas ao meio exterior ▪ Programa Movimento ▪ AVD`S Ausências de Docentes/Assistentes Operacionais: No caso de um docente/assistente operacional se encontrar a faltar, o mesmo deve ser substituído. A substituição deve ser feita sempre preferencialmente pelo mesmo, quer docente, quer assistente operacional, atendendo às especificidades dos alunos que integram a UEAM. Plano de Actividades: (Mapas em anexo) Organização e planificação do sistema de transportes, tempos livres e atividades complementares Sistema de transportes Actividades complementares Transporte cedido pela Câmara Municipal de Equitação Terapêutica Aveiro. Natação Terapêutica Atividade Motora Adaptada Atividade Musical Adaptada Bóccia Processo de avaliação dos alunos/instrumentos a utilizar Processo de Avaliação dos Alunos Instrumentos a Utilizar Feito de acordo com o definido na legislação e nos Grelhas de registos individuais diários; respetivos programas educativos individuais (PEI). Grelhas de registo de desempenho de 5 A avaliação sumativa dos alunos da UEAM – currículos específicos individuais, é feita de forma descritiva em boletim próprio e de acordo com o seu PEI. atividades/tarefas individuais (natação terapêutica, equitação terapêutica, comunicação, movimento e outras); Registos multimédia. Avaliação do trabalho desenvolvido no âmbito da Unidade com os diferentes intervenientes e parceiros A avaliação será feita da seguinte forma com cada um dos intervenientes e parceiros: Pais/Encarregados de educação – reunião de elaboração do programa educativo individual; reunião de avaliação do programa educativo individual; contactos sistemáticos através da caderneta e contacto telefónico; reuniões de avaliação intercalar e final de período; análise relatório final de ano. Professores do ensino regular – reunião de elaboração do projecto curricular de turma; reunião de avaliação/ programação; avaliação final de cada período e avaliação das medidas educativas no final do ano lectivo (PEI). Educação musical adaptada – registo semanal e avaliação no final de cada período. Terapia ocupacional – registo semanal e avaliação no final de cada período. Terapia da fala - registo semanal e avaliação no final de cada período. Actividade motora adaptada – registo semanal e avaliação no final de cada período. Natação terapêutica – registo semanal e avaliação no final de cada período. Equitação terapêutica – registo semanal e avaliação no final de cada período. APPACDM – uma reunião no início do ano lectivo de forma a programar o trabalho; reunião no final de cada período para avaliar/reestruturar/programar. Considerações Gerais As dificuldades das crianças/jovens com multideficiência fazem com que não se envolvam na procura de informação e afeta as suas capacidades de aprendizagem, de formação de conceitos e de resolução de problemas. O estabelecimento de uma relação afetiva securizante é essencial para o sucesso da aprendizagem. Aprender em ambientes naturais, onde existam oportunidades para interagir com pessoas e objetos. Pensar no que se vai ensinar e como se vai organizar o processo de aprendizagem. As medidas educativas devem conduzir à autonomia pessoal e social e à melhoria da qualidade de vida. O processo educativo exige alterações em termos das aprendizagens, das estratégias e dos recursos – nem sempre é fácil de concretizar. Sensibilizar a comunidade para a especificidade destas crianças/jovens. Qualquer situação/omissão ao presente regimento, será objecto de reflexão pela equipa da UEAM e pelos órgãos de gestão da escola – administrativo e pedagógico. No final de cada ano letivo será objeto de revisão. Eixo, 28 de Setembro de 2011 A coordenadora Maria Paula Cerdeira 6