Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A
TÍTULO: SISTEMA INFORMATIZADO PARA CONTROLE DE LACRES DE HIDRÔMETROS
Autores:
Nome:
Sílvia Regina Reginato Passini
Formação:
Arquiteta pela PUCC, em 1982, com Especialização em Informática pela PUCC, em 1987; Mestre
em Informática pela PUCC, em 2000 - tema da tese: “Mineração de dados para detecção de
fraudes em ligações de água”.
Cargo Atual: Coordenadora de Sistemas.
Nome:
Nelson Rubens da Silva
Formação:
Administrador de Empresas pela PUCC, em 1995, com Especialização em Análise de Sistemas
pelo IPEP, em 1998.
Cargo Atual: Analista de Sistemas Pleno.
Endereço para Correspondência:
Av. da Saudade, 500
Ponte Preta
Campinas – São Paulo CEP: 13041-903
Fone: 0XX19 3735.5364 / FAX: 0XX19 3735.5072
End. Eletrônico : [email protected]
Palavras-chave:
Sistema corporativo, Lacres, Hidrômetros, Fraudes.
Material de apoio para a apresentação: Projetor multimídia com computador; Programa Power Point; Quadro
Branco.
Avenida da Saudade, nº 500 - Ponte Preta
- Campinas - SP
CEP 13.041-903
(0 XX 19) 3735-5000
Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A
1.
OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é apresentar o sistema informatizado que dá suporte à implantação de um projeto
piloto em desenvolvimento na SANASA Campinas, que tem por meta lacrar 100% dos hidrômetros da cidade, a
fim de coibir fraudes nas ligações. Esse projeto tem como premissa básica a total integração com os demais
sistemas corporativos da empresa para garantir um maior controle dos lacres instalados. Acredita-se que com a
instalação de lacres nos hidrômetros as fraudes serão reduzidas sensivelmente, uma vez que para a violação do
hidrômetro o lacre precisaria ser rompido. Atualmente estima-se que 5% dos atuais 27,08% (nov-2003) de
perdas físicas de água são devido a fraudes nas ligações. Essas fraudes podem ser do tipo: violação nos
hidrômetros, ligações clandestinas, etc. Uma vez instalado o lacre, com numeração controlada pela Sanasa, em
caso de fraudes, o próprio leiturista poderá trazer essa informação e gerar uma nota de serviço de vistoria no
local.
2.
METODOLOGIA E DESENVOLVIMENTO
Para o desenvolvimento desse sistema foi empregada mão de obra própria de análise e programação. Os
programas novos foram desenvolvidos em Visual Age e a manutenção dos sistemas corporativos foi feita na
linguagem utilizada até o momento: Mantis para a parte on-line e Cobol para os processos batch. O banco de
dados utilizado é DB2 em conjunto com arquivos VSAM.
Foram desenvolvidos programas de manutenção na tabela de lacres que permitem o registro da numeração
de cada lacre, local onde está armazenado e matrícula do responsável. O histórico de movimentação dos lacres é
alimentado automaticamente pelos sistemas corporativos à medida que as ordens de serviço de campo são
baixadas. Os leituristas trazem a informação do estado em que o lacre se encontra no local (ausente, violado,
instalado ou de impossível visualização) para garantir a manutenção dos lacres. Os serviços foram previamente
classificados e para cada um foi relacionada a obrigatoriedade de se ter ou não um lacre associado ao mesmo.
Serviços do tipo novas ligações, troca de hidrômetro, cortes e que exijam a abertura da caixa de proteção do
hidrômetro, exigem que a informação do número do lacre instalado seja digitada bem como a confirmação do
número do lacre retirado. Inconsistências geram relatórios de análise e podem gerar notas de vistoria de lacre
para o setor de Micromedição da empresa.
Para a implantação do referido sistema, alguns passos foram seguidos, os quais detalhamos abaixo:
2.1 Reuniões periódicas com a área técnica (Micromedição e Gerência de Controle de Perdas) para
definição de padronizações. Essas reuniões ocorreram num período de mais de um ano e algumas das
definições estabelecidas estão relacionadas abaixo:
2.1.1.
Numeração dos lacres
A numeração dos lacres está normalizada da seguinte forma: NNNN TT LLLLLLL
NNNN Æ 4 dígitos numéricos para indicação do ano de fabricação do lacre (fornecedor)
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TT Æ 2 dígitos alfa-numéricos para indicação do tipo de lacre, sendo:
CM -> lacre em caixa no muro para ligações de ¾” (padrão atual SANASA)
CA -> lacre para ligação de ¾” que estão no padrão antigo de proteção em alvenaria
ES -> lacre para ligações com diâmetro igual ou maior a 1” (consumidores especiais)
FA -> lacre para ligações em Fonte Alternativa
LLLLLLL Æ 7 dígitos numéricos para numeração sequencial do lacre do fornecedor.
Este número não se repete dentro do ano.
2.1.2
Estimativa de consumidores a lacrar
Foi feito um levantamento da quantidade de consumidores por tipo de lacre obtendo-se o
seguinte resultado:
•
Consumidores com diâmetro de ligação ¾”
-
com padrão de proteção de hidro com caixa no muro: 62.542
-
padrão alvenaria: 156.377 (incluindo 294 caixas no passeio)
•
Consumidores especiais (diâmetro igual ou maior que 1”): 1516
•
Consumidores com Fonte Alternativa: 338
Total de consumidores a lacrar (posição JAN/2004): 220.773
Decidiu-se que seria estratégia da empresa, iniciar a lacração pelos consumidores com caixa
no muro.
2.1.3
Procedimentos das equipes de campo
Em algumas reuniões foram definidos os procedimentos tanto para a instalação de lacres,
quanto para a troca de lacres já existentes (equipes de serviços operacionais da SANASA e
empreiteiras).
Os lacres recebidos do fornecedor possuem número em alto relevo e uma etiqueta com mesmo
número para ser colada no formulário apropriado para evitar que se escreva o número do lacre.
Todos os Sistemas entraram em produção na mesma data: 17/02/2004.
Os seguintes procedimentos foram adotados para a empreiteira efetuar a instalação de lacres:
•
O serviço é feito por região de leitura (iniciou-se pela região com maior número de caixas
metálicas), classificada por roteiro de leitura. É emitida uma listagem que contém apenas
os consumidores com caixa padrão de proteção no muro e apresenta além do código do
consumidor: endereço completo, número do hidrômetro e espaço reservado para colar a
etiqueta com o número do lacre.
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•
Diariamente a empreiteira traz de volta a listagem com o serviço executado para que a
SANASA possa efetuar a baixa o mais rápido possível no Sistema Informatizado.
Procedimentos para serviços de corte e religação (empreiteiras e setores operacionais da
SANASA):
•
Saída a campo com os formulários previamente identificados quando se tratar de caixa de
proteção (CM).
•
Hidrômetros sem lacre são lacrados e respectivas etiquetas são coladas nas Ordens de
Serviço.
•
2.1.4
Ordens de Serviço são fechadas diariamente.
Formulários (SSE1, Corte2, Religação)
Estes formulários foram alterados para indicar se há um lacre no local, através da palavra
“LACRE”;
O número do lacre encontrado é apresentado e foi reservado um espaço para a colagem da
etiqueta contendo a numeração do novo lacre.
2.1.5
Treinamentos Internos / Externos
Tanto empreiteiras como áreas operacionais da SANASA, receberam os equipamentos
adequados para a troca / instalação do lacre e foram treinados quanto aos procedimentos
adotados.
Foi elaborado um manual que foi entregue a cada profissional treinado.
Além disso, a necessidade da empresa em relação a esse serviço foi esclarecida, bem como os
benefícios que o mesmo traria para todos. Foi enfatizada a importância de todos os
profissionais neste trabalho.
Foram elaborados treinamentos específicos para as áreas administrativas que controlariam o
processo de lacração dos hidrômetros, seus efeitos e resultados através de consultas on-line e
relatórios batch.
2.1.6
Documentação
Todo o processo foi documentado através de manuais, entregues durante os treinamentos.
1
2
SSE = Solicitação de Serviço a executar pela SANASA
OS de corte e OS de religação = Ordens de Serviço executadas pela Empreiteira
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2.1.7
Divulgação interna e externa
O novo procedimento foi disponibilizado na Internet, Intranet e divulgado em rádio, TV e
principais jornais da cidade. Foi distribuída uma carta para a população explicando o motivo
dos lacres, qual a responsabilidade dos consumidores perante esta novidade e procedimentos
para os casos de violação nos lacres.
2.1.8
Procedimentos do fornecedor
No edital da Licitação é informado, entre outras coisas, que os lacres devem ser enviados de
acordo com os modelos aprovados pela SANASA, que os mesmos devem apresentar a
numeração em alto-relevo e uma etiqueta de boa qualidade; devem ser embalados em
seqüência numérica e em sacos plásticos contendo 50 lacres cada.
Cada saco plástico, deve conter uma etiqueta com a numeração “de/até” dos lacres e o número
do lote de fabricação. Outras especificações técnicas também são detalhadas.
2.1.9
Definição dos serviços com obrigatoriedade na troca de lacres
A SANASA (Setor Técnico) definiu quais serviços de campo exigem a instalação de lacre. O
sistema foi preparado para que, quando esses serviços forem executados, na baixa da SSE o
número do lacre instalado seja informação obrigatória.
2.2. Desenvolvimento e manutenção dos sistemas informatizados
2.2.1.
Sistema de Hidrômetros
O sistema de hidrômetros permite o controle cadastral dos hidrômetros utilizados pela
SANASA, contendo informações técnicas e mantendo um histórico dos mesmos. Esse sistema
permite o controle dos lacres, que são previamente cadastrados por lotes. Após a instalação, o
cadastro de lacres é atualizado e associado ao hidrômetro e ao consumidor existente no local
onde o serviço foi executado. A partir daí, se for necessário a execução de qualquer serviço em
locais já lacrados, o lacre precisa ser rompido e substituído pelo responsável pela execução do
serviço. Desta forma, será possível também agregar históricos de lacre por número de
hidrômetro, por código do consumidor e por matrícula do responsável pelo lacre.
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2.2.2.
Sistema técnico-operacional
A função deste sistema é permitir o registro e controle dos serviços executados, pendentes ou
suspensos pela SANASA e/ou por empreiteiras, desde serviços emergenciais até os
programados, tais como: rompimento de redes de água, desobstrução de redes de esgoto,
vazamentos, ligações de água e esgoto, serviços de pavimentação asfáltica, etc. A interface
deste sistema possibilita a atualização on-line dos hidrômetros e lacres instalados ou
substituídos. No momento da programação do serviço a ser executado em campo, o sistema
imprime uma ordem de serviço (SSE) contendo as informações do hidrômetro e lacre
encontrados no local, com o respectivo código de consumidor. Em tempo de baixa dos serviços
executados, o sistema verifica a obrigatoriedade ou não da troca do lacre (de acordo com o tipo
de serviço) e efetua diversas consistências para garantir a integridade da informação.
2.2.3.
Módulo de corte e religação do sistema de faturamento
O sistema de faturamento, através do módulo de corte e religação está interligado com os
sistemas mencionados acima. Esse módulo é acionado através do controle das inadimplências
das faturas de consumo ou dos parcelamentos de débitos. O corte no fornecimento atualmente
passa por 3 fases: FL – corte simbólico através de lacre no registro do cavalete fechado; FP –
corte através da instalação de um punho mudo no cavalete; F4 – corte do ramal no passeio. As
duas primeiras fases são executadas através de ordens de serviço emitidas para uma empreiteira
e implicam obrigatoriamente em troca do lacre do hidrômetro. A última fase é executada pela
própria SANASA e neste caso, não há troca de lacres, porque o serviço é executado no passeio.
Para serviços de religação das duas primeiras fases, há troca de lacre. Esse serviço também é
executado por uma empreiteira e somente a religação de corte efetuado no passeio é executada
pela SANASA.
2.2.4.
Módulo de leitura do sistema de faturamento
O módulo de leitura também está integrado com os demais sistemas. As informações do
consumidor, do hidrômetro e do lacre instalado no local são carregadas no coletor de leitura.
Os leituristas saem para o campo com essas informações e fazem o percurso de acordo com a
região determinada e o roteiro de leitura mais apropriado. Ao efetuar a leitura, o leiturista
verifica a situação do lacre e confirma ou não a existência do mesmo no local. Após o
processamento do faturamento de cada região de leitura, relatórios podem ser emitidos
contendo as divergências encontradas, os quais são encaminhados para o setor de
Micromedição para análise e vistoria em campo, quando necessário. As seguintes ocorrências
podem ser encontradas pelos leituristas: LI – Lacre Instalado (não há irregularidade); IV –
Impossível Visualização do lacre (pode ou não haver alguma irregularidade); LV – Lacre
Violado (irregularidade constatada).
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3.
CONCLUSÃO
A previsão para se ter 100% das ligações lacradas é até o final de 2004. Até essa data, serão analisados
setores isolados, onde os lacres foram instalados inicialmente e que apresentavam um percentual de perda
significativo em relação aos demais. Através do estudo de dados históricos será possível analisar o consumo
antes e depois da instalação dos lacres nesses setores e fazer uma análise dos resultados. Alguns problemas
foram encontrados durante a implantação: baixas nas ordens de serviço que não ocorriam no mesmo dia, falta de
informação ou informação incompleta, inconsistências nos dados informados, etc. A reciclagem dos
treinamentos foi a forma mais eficiente para reduzir os problemas encontrados. O sistema foi adaptado para
prever inconsistências nas baixas e nesse caso, houve necessidade de se voltar ao local e checar as informações.
Isso gerou um retrabalho e um custo adicional não previsto inicialmente, mas que pretende-se que seja reduzido
com o tempo, após reciclagens e conscientização dos empregados. A análise dos resultados para verificação do
impacto da implantação na redução do índice de perdas será feita após 100% dos lacres estarem instalados.
4.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
SANASA Campinas – Intranet
SANASA Campinas – Documentação de Sistemas Internos
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TTULO: PROGRAMA DE REENQUADRAMENTO DO RIO