2a Lista de Exercı́cios de Introdução à Álgebra Linear IMPA - Verão 2009 Professor: Marcelo Viana Exercı́cio 1. Dê exemplos de matrizes A e B tais que: (i) A + B é não invertı́vel embora A e B sejam invertı́veis. (ii) A + B é invertı́vel, embora A e B não sejam invertı́veis. (iii) A, B e A + B são todas invertı́veis. No último caso, use A−1 (A + B)B −1 = B −1 + A−1 para mostrar que B −1 + A−1 é também invertı́vel - e obtenha a fórmula de sua inversa. Exercı́cio 2. Se possı́vel, obtenha matrizes 3 por 3, B, tais que: (i) BA = 2A, para qualquer A (ii) BA = 2B, para qualquer A (iii) BA tem a primeira e última linhas de A invertidas, para qualquer A. (iv) BA tem a primeira e última colunas de A invertidas, para qualquer A. Exercı́cio 3. Seja A uma matriz com componentes 1 sobre a diagonal: 1 a12 · · · a1,n−1 a1n 0 1 · · · a2,n−1 a2n . . . . . . . . . . . . . . . . . . . A= 0 0 · · · 1 an−1,n 0 0 ··· 0 1 Seja N = A − I. Mostre que N n+1 = 0 . Note que A = I + N . Mostre que A é invertı́vel, e que sua inversa é (I + N )−1 = I − N + N 2 − ... + (−1)n N n . Exercı́cio 4. Se N é uma matriz quadrada tal que N r+1 = 0 para algum inteiro positivo r, mostre que I − N é invertı́vel e que sua inversa é I + N + N 2 + ... + N r . Exercı́cio 5. Seja A = (aij ) uma matriz de ordem n. Defina seu traço, tr(A), pela soma dos elementos da diagonal principal, tr(A) = a11 + ... + ann Por exemplo, o traço de 2 −1 3 2 é igual a 2 + 2 = 4. 1 2 (i) Sejam A, B matrizes de ordem n. Mostre que tr(AB) = tr(BA) . (ii) Se é B invertı́vel, mostre que tr(B −1 AB) = tr(A) . Exercı́cio 6. Seja S um subconjunto de Rn . Dizemos que S é convexo se, dados quaisquer dois pontos P e Q em S, o segmento ligando P a Q está contido em S. (i.e., tP + (1 − t)Q ∈ S, ∀ 0 ≤ t ≤ 1.) Seja L : Rn → Rm uma transformação linear. Mostre que a imagem sob L de um conjunto convexo é convexo. Exercı́cio 7. Seja L : Rn → R uma transformação linear. Seja S o conjunto de todos os pontos A de Rn tal que L(A) ≥ 0 . Mostre que S é convexo. Exercı́cio 8. Sejam V e W espaços vetoriais e suponha que dim V = dim W . Seja F : V → W uma aplicação linear. Se F é sobrejetora, prove que F é um isomorfismo. Exercı́cio 9. Sejam V e W espaços vetoriais, e suponha que dim V < dim W . Prove que a aplicação F : V → W não pode ser sobrejetiva. Exercı́cio 10. Mostre que se U , W são subspaços de V de dimensão finita, então dim U + dim W = dim(U ∩ W ) + dim(U + W ). Exercı́cio 11. Sejam V um espaço vetorial e P : V → V uma aplicação linear tal que P ◦ P = P . Sejam U e W a imagem e o núcleo de P , respectivamente. Mostre que V é a soma direta de U e W . (Dica: Para mostrar que V é a soma, escreva um elemento de V na forma v = v − P v + P v). Exercı́cio 12. Sejam V um espaço vetorial e, P1 , P2 aplicações lineares de V em si mesmo. Suponha que elas satisfazem as seguintes condições: (i) P1 + P2 = I (aplicação identidade) (ii) P1 ◦ P2 = 0 e P2 ◦ P1 = 0 (iii) P1 ◦ P1 = P1 e P2 ◦ P2 = P2 . Mostre que V é igual a soma direta das imagens de P1 e P2 , respectivamente. Exercı́cio 13. Seja A uma aplicação linear de um espaço vetorial em si mesmo e suponha que: A2 − A + I = 0 (onde I é a aplicação identidade). Mostre que A−1 existe e é igual a I − A. 3 Exercı́cio 14. Seja V um espaço vetorial de dimensão finita e seja T um operador linear sobre V . Suponha que posto(T 2 ) = posto(T ). Prove que a imagem e o núcleo de T são disjuntos, i.e., tem somente o vetor nulo em comum. Exercı́cio 15. Seja V o espaço das funções polinomiais com coeficientes reais p : R → R que tem grau 2 ou menor: p(x) = c0 + c1 x + c2 x2 Defina três funcionais lineares sobre V por: Z 1 Z 2 f1 (p) = p(x)dx, f2 (p) = p(x)dx, 0 0 Z f3 (p) = −1 p(x)dx. 0 Mostre que {f1 , f2 , f3 } é uma base para V ∗ exibindo uma base para V da qual ela é a base dual. Exercı́cio 16. Seja E = F1 ⊕ F2 = G1 ⊕ G2 . Se F1 ⊂ G1 e F2 ⊂ G2 , prove que F1 = G1 e F2 = G2 . Exercı́cio 17. Verdadeiro ou falso. Dada uma transformação linear A : E → F: (i) Se v ∈ E é tal que Av = 0 então v = 0. (ii) Se Aw = Au + Av então w = u + v. (iii) Se v é uma combinação linear de u1 , ..., um então Av é combinação linear de Au1 , ..., Aum . (iv) Se u, v, w ∈ E são colineares (isto é, pertencentes a uma mesma reta) então Au, Av, Aw são colineares. Exercı́cio 18. Seja A : R2 → R2 a projeção sobre o eixo x, paralelamente à reta y = ax(a 6= 0). Isto significa que, para todo v = (x, y), tem se Av = (x0 , 0), tal que v − Av pertence à reta y = ax. Exprima x0 em função de x e y e escreva a matriz de A relativamente à base canônica de R2 . Exercı́cio 19. No espaço vetorial P sobre R, dos polinômios com coeficientes reais, considere os operadores lineares D, A : P → P de derivação (Dp(x) = p0 (x)) e multiplicação por x (Ap(x) = xp(x)) respectivamente. Determine DA − AD. Exercı́cio 20. Escreva a expressão de um operador A : R2 → R2 cujo núcleo seja a reta y = x e cuja imagem seja a reta y = 2x. Exercı́cio 21. Dadas as tranformações lineares A : E → F , B : F → G, diga se cada uma das seguintes implicações é verdadeira ou falsa: (i) BA sobrejetiva ⇒ B sobrejetiva. (ii) BA sobrejetiva ⇒ A sobrejetiva. 4 (iii) BA injetiva ⇒ B injetiva. (iv) BA injetiva ⇒ A injetiva. Prove ainda que se, E = F = G tem dimensão finita, então as quatro implicações são verdadeiras. Exercı́cio 22. Encontre uma base para o núcleo da transformação linear A : R3 → R2 dada pela matriz 1 0 2 A= 1 1 4 e verifique que ele é ortogonal ao espaço V , gerado pelas linhas. Dado x = (3, 3, 3), decomponha-o em uma componente x1 , em V , e outra x2 , no núcleo de A. Exercı́cio 23. Seja V um espaço vetorial de dimensão n sobre uma corpo F . Seja V ∗∗ o dual do espaço V ∗ . Mostre que cada elemento v ∈ V dá origem a um elemento λv ∈ V ∗∗ e que a função v 7→ λv é um isomorfismo. Exercı́cio 24. Sejam A, B duas matrizes que podem ser multiplicadas. Mostre que posto(AB) ≤ posto(A) e posto(AB) ≤ posto(B). Exercı́cio 25. Seja Pn o espaço vetorial de todos os polinômios de grau menor ou igual a n. Se f, g ∈ Pn , defina Z1 hf, gi = f (t)g(t)dt 0 Encontre a matriz deste produto interno com relação à base {1, t, ..., tn }. Exercı́cio 26. (i) Uma matriz é chamada anti-simétrica se At = −A. Mostre que qualquer matriz M pode ser expressa como uma soma de uma matriz simétrica com uma anti-simétrica, unicamente determinadas.(Dica: A = 21 (M + M t )) (ii) Mostre que se A é anti-simétrica, então A2 é simétrica. (iii) Seja A anti-simétrica. Mostre que det(A) = 0 se A é uma matriz quadrada de ordem ı́mpar. Exercı́cio 27. Dizemos que uma matriz quadrada real e simétrica é positiva definida se hAv, vi > 0 para todo v 6= 0. Se A, B são são matrizes reais simétricas e de mesma ordem, dizemos que A < B se B − A é positiva. Mostre que se A < B e B < C então A < C.