EDUCAÇÃO INCLUSIVA: PERSPECTIVA DE INCLUSÃO Vera Regina Alves1 Resumo O estudo teve como objetivo promover a sensibilização dos educadores que trabalham com alunos que necessitam de atendimento educacional especializado e com dificuldades de aprendizagem, para que possam adquirir incentivo, autonomia e formação pedagógica adequada. Frente as grandes mudanças que ocorrem no mundo, sabe-se que a educação é a única maneira de transformação social, difundindo os conhecimentos culturais constituídos, transformando e reconstruindo-os. De certa forma comprometida com a formação do cidadão crítico, participativo, dinâmico e criativo, para que este possa responder adequadamente as situações advindas desta sociedade em constante movimento. Diante desta perspectiva é urgente a universalização do atendimento educacional com igualdade. O movimento de inclusão busca incluir todos os alunos. Porém, é necessário transformações no sistema educacional e nos profissionais de modo geral que lidam diretamente com esses alunos. A formação continuada destes profissionais da educação é fundamental para o sucesso desse desafio: “Escola para Todos”. Palavras-chaves: Formação Pedagógica, Atendimento Educacional Especializado, Inclusão, Compromisso. 1 INTRODUÇÂO Este trabalho busca responder se a proposta de Educação para Todos definida em Jomtien – Tailândia está no plano do discurso demagógico ou contribui para efetivar a prática de educação inclusiva no Brasil. Nesse sentido EDUCAÇÃO INCLUSIVA: PERSPECTIVA DE INCLUSÃO, nasce de uma inquietação em compreender todo o movimento de expansão e reforma em torno da educação INCLUSIVA. Elaborar metas com a finalidade de garantir uma “educação básica de qualidade” para crianças, jovens e adultos foi um compromisso assumido por 155 países, a Organização das Nações Unidas para a Educação – UNESCO, o Fundo das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – UNICEF, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD, e o Banco Mundial, sendo este o maior patrocinador. É bem verdade, que mudanças educacionais são essenciais à implantação de propostas que visem à justiça social, fazendo valer a eqüidade, mas algumas vezes, novos 1 Pós graduanda no curso Lato Sensu em Coordenação Pedagógica, Pedagoga, Pós-graduada em Orientação Educacional, Gestão Escolar e Coordenadora Pedagógica da Escola Municipal Professora Adélia Aguiar Barbosa. 2 problemas surgem como resultado das novas soluções. Com base nessas afirmações, analisar as contribuições da proposta de Educação para Todos verificando sua legitimidade na prática educativa, é um importante recurso de compreensão. Para tal, é necessário estudar as estratégias definidas, referenciar os interesses das políticas educativas e caracterizar esta proposta para responder à inquietude. Nesse contexto, surge a hipótese que a massificação e a padronização das informações para a aprendizagem, defendidas pelas políticas educacionais, marginalizam os alunos que apresentam diversidades individuais. Certamente a sociedade é muito excludente, entretanto, as políticas educacionais têm a missão de socializar as futuras gerações para que se insiram na sociedade numa perspectiva de transformação. Assim sendo, os termos deste trabalho estão na área das políticas públicas que abrange e gerencia todos os aspectos políticos e administrativos da educação. A educação inclusiva surge como perspectiva de uma Escola para Todos, sendo assim, necessário se faz abordar sobre algumas considerações iniciais; o respeito à diversidade; necessidades educacionais especiais e deficiências e os princípios legais no processo de inclusão. Em continuidade, são apresentadas as estratégias definidas em Jomtien Tailândia com uma interpretação reflexiva, no sentido de verificar sua veracidade na proposta de educação inclusiva, sendo este um recurso imprescindível para replicar a problematização levantada no início da pesquisa. Essas observações foram analisadas na prática na Escola Municipal Professora Adélia Aguiar Barbosa e através de pesquisa bibliográfica como subsídio de compreensão aos questionamentos destacados. Sendo que o objetivo principal foi dar subsidio a ação do professor na sua formação por meio da compreensão do processo de desenvolvimento humano inerente a atividade educativa para que possa identificar os alunos que necessitam de atendimento especializado. Durante o processo de pesquisa e análise sobre a necessidade de elaborar um Projeto embasado na Inclusão e na forma como os alunos estão sendo atendidos no Ensino Regular, realizamos pesquisa, leitura, reflexão e formação para os professores como forma de melhor estruturar a prática pedagógica e dessa maneira oferecer mais qualidade de ensino aos alunos. Nesse sentido, se reconhece explícita ou implicitamente, por ação ou omissão, que a igualdade, os direitos e a justiça social são meros artifícios discursivos em uma sociedade, na qual, ainda não há lugar para todos. De um lado, existem as leis que outorgam o direito de uma escola para todos, em contrapartida a sociedade, que é altamente excludente, atribui direito à educação para poucos. Essas considerações nos remetem a SAVIANI numa abordagem sobre as leis, dizendo: “Com a qual ou sem a qual 3 tudo fica tal e qual”. Esta afirmação nos faz perceber que a lei por si só não estabelece o direito. Acreditamos que com mudanças nas atitudes, na prática pedagógica, no atendimento diferenciado a esses alunos com necessidades Especiais na Sala de Recursos Multifuncional poderemos sonhar com mais qualidade de vida dos nossos alunos. A inclusão não é uma utopia é um sonho, e quando os discursos se concretizarem na prática será um sonho possível! Considerando os objetivos estabelecidos no projeto de pesquisa, as formações servirão para que os professores refletissem sobre inclusão e como identificar melhor esse aluno com dificuldade de aprendizagem ou que necessita de atendimento educacional especializado. Através da realização do estudo sistematizado os professores e a comunidade escolar passaram a olhar os alunos e tratar de forma diferenciada, porém sem excluí-los. Foi realizada uma triagem e atendimento aos que necessitam os professores também estão trabalhando com atividades para o nível de cada aluno e reforço paralelo com a parceria dos pais. Fica claro que, a educação de qualidade para todos é um novo paradigma, de pensamento e de ação, no sentido de ter como ideal uma sociedade na qual a diversidade seja mais norma que exceção. O desafio é estender essa proposta a um número cada vez maior de crianças, escolas e comunidades, com o principal propósito de facilitar e contribuir para a aprendizagem de todos. Finalmente, embora seja prioridade máxima incluir todos no processo educativo, cabe insistir que nenhum avanço ou mudança na educação será possível se não for abandonada à antiga mentalidade excludente. 2 EDUCAÇÃO INCLUSIVA: PERSPECTIVA DE UMA ESCOLA PARA TODOS 2.1 Considerações Iniciais A pobreza tem mantido milhares de crianças reféns do fracasso escolar e conseqüentemente do bem estar social2. O êxito do sistema educacional é avaliado, também pela maneira como a escola trata a pobreza. Crianças pobres são as que têm menos poder na escola, são menos capazes de fazer valer suas reivindicações, mas por outro lado, são as que mais dependem da escola para obterem a educação que poderá mudar seu contexto social. 2 Bem estar social representa um pacto social entre o trabalho e o capital, que remonta às organizações institucionais do capitalismo do início do século na Europa, especialmente nas origens da social-democracias escandinavas. (GENTILI, 1995,p.112) 4 Nesse sentido, é dirigida uma educação compensatória a estas crianças a fim de atender suas necessidades educacionais, mesmo que nem todas sejam alcançadas e nem todos os recursos sejam destinados aos pobres. No início do século XX, a maioria dos sistemas educacionais eram estratificados, separados por raça, gênero e classe social. Vários movimentos ocorreram para findar com a segregação existentes nas escolas, na tentativa de estabelecer uma escola secundária abrangente e para atender os grupos excluídos, pois estas escolas eram divididas em: acadêmicas e técnicas, públicas e privadas, protestantes e católicas. Como resultado dessa pressão, os sistemas educacionais de meados do século, tornaram-se mais acessíveis, e logo após o direito à educação foi aceito internacionalmente (com algumas exceções como a África do Sul), sendo legitimado na Declaração dos direitos da Criança pelas Nações Unidas em 1959, estabelecendo igualdade de acesso para todos. Este ato representou apenas um passo para o acesso igual, pois no interior das instituições formalmente igualitárias, crianças proletárias, pobres, pertencentes a minorias étnicas continuavam a ter um desempenho inferior às crianças vindas de famílias ricas ou da classe média. Também estavam sujeitas as reprovações e à evasão escolar e tinham chances bem inferiores de entrar para a universidade. A educação foi trazida para o contexto da assistência social através da correlação entre níveis mais baixos de educação, de um lado, e índices de desemprego mais altos e salários mais baixos, de outro. Surgiu a idéia de um “ciclo de pobreza” autoalimentado, no qual baixas aspirações e carências no cuidado com a criança levavam a um baixo rendimento na escola, que por sua vez levava ao fracasso no mercado de trabalho e à pobreza na próxima geração. A educação compensatória foi vista, então, como um meio de romper este ciclo e de interromper a herança da pobreza. (GENTILI, 1995, p.15) Seguindo essa lógica, o insucesso do acesso igualitário foi transferido das instituições educacionais para as famílias a quem elas serviam. Famílias e crianças transformaram-se em portadoras de um déficit para o qual as instituições deveriam oferecer uma compensação, e esta manobra dá origem à educação compensatória. A Sociologia da educação, nos anos 50 e 60, preocupou-se em descrever a segregação informal, acumulando uma quantidade enorme de evidências, abrangendo desde relatórios oficiais como o relatório Coleman, em 1966, nos Estados Unidos até estudos como a Classe Social e a Escola Inclusiva, na Grã Bretanha. O esgotamento histórico do modelo de sociedade socialista na década de 80 e o conseqüente triunfo do capitalismo em sua versão mais cruel, conhecida como neoliberalismo, foi um dos fatores responsáveis pelo ataque à escola pública a partir de uma série de estratégias privatizantes. Mediante a aplicação de uma política de 5 descentralização autoritária e, ao mesmo tempo, mediante uma política de reforma cultural que pretende apagar do horizonte ideológico de nossas sociedades a possibilidade de uma educação democrática, pública e de qualidade para as maiorias. O governo Collor, na década de 90, “abraçou” o modelo neoliberal ocasionando grandes mudanças no cenário educacional. A desordem neoliberal faz da violência do mercado uma das armas mais certeiras contra o bem-estar das maiorias. Isto impõe as regras de um implacável processo de “seleção natural” que, em sua macrovisão reacionária, expressa o grau mais perfeito de desenvolvimento da espécie humana. (GENTILI, 1995, p. 244) Na retórica neoliberal e neoconservadora, isto não tem nenhuma conotação negativa, pelo contrário, é tal desigualdade que leva, supostamente, os indivíduos a melhorar, a se esforçarem e a competir. As mudanças educacionais são essenciais à implantação de propostas que visem à justiça social, levando em conta as desigualdades existentes dentro do país, transformando a educação em instrumento de formação, de luta pelos direitos de cidadania, contribuindo para diminuir a exclusão educacional que é uma das facetas da exclusão social. Nosso desafio deve (não apenas, ainda que fundamentalmente) situar-se também no terreno da disputa cultural. Devemos projetar e tratar de pôr em prática propostas políticas coerentes que defendam e ampliem o direito a uma educação pública de qualidade. Mas também devemos criar novas condições culturais sobre quais tais propostas adquiram materialidade e sentido para os excluídos que, em nossas sociedades, são quase todos. Ambos os elementos são fatores indissolúveis em nossa luta pela reconstrução de uma sociedade fundada nos direitos democráticos, na igualdade e na justiça. (GENTILI, 1995,p.250) A educação escolar, diferentemente de outro tipo de educação, como a familiar, por exemplo, tem como importante finalidade promover, de forma intencional, o desenvolvimento de algumas capacidades e a apropriação de certos conteúdos da cultura que são fundamentais para que as pessoas usufruam de uma educação eminentemente igualitária. Com essa finalidade, a escola encontra-se diante de um desafio duplo: conseguir que todos os meninos e meninas de um país adquiram essas bases da cultura que lhes permitam inserir-se com maior igualdade de condições à sociedade e, ao mesmo tempo, conseguir conciliar as diferenças individuais. Em outras palavras, visa conseguir o acesso de todas as crianças, jovens e adultas à aprendizagem básica, respeitando as diferenças culturais, sociais e individuais para que sejam efetivamente incluídos na educação e conseqüentemente na sociedade. 6 Para GENTILI (2001), “a consolidação de uma sociedade democrática depende não apenas da existência de programas para “atender” aos pobres, mas de políticas orientadas a acabar com os processos que criam, multiplicam e produzem socialmente a pobreza.” Dessa forma, entende-se que a exclusão não desaparece quando seus efeitos são atacados, necessário se faz atacar suas causas. 2.2 Respeitando A Diversidade Segundo Rosa Blanco3, existem certas necessidades educacionais que todas as crianças, jovens e adultos compartilham. São aquelas aprendizagens que no geral, são expressas no currículo não-oficial de cada país e são via de regra, compartilhadas, constituindo referencial de “educação para todos”, esteja onde estiverem e seja qual for à condição social, cultural ou pessoal. As diferenças culturais, sociais, étnicas, religiosas, de gênero, enfim, a diversidade humana está sendo cada vez mais destacada e é condição imprescindível para se entender como aprendemos e como compreendemos o mundo e a nós mesmos. Dessa forma a escola não pode esquecer que o aluno chega à escola com uma bagagem pessoal própria. A este respeito, MANTOAN afirma que: A escola não pode continuar ignorando o que acontece ao seu redor nem anulando e marginalizando as diferenças nos processos pelos quais forma e instrui os alunos. E muito menos desconhecer aprender implica ser capaz de expressar, dos mais variados modos, o que sabemos, implica representar o mundo a partir de nossas origens, de nossos valores e sentimentos. (MANTOAN, 2003, p.17) Todos iniciam o aprendizado com uma bagagem particular, com suas próprias crenças e visão do mundo, sua cultura de referência e, em alguns casos, sua própria língua, diferente da que é utilizada na escola, com condições pessoais diferentes, com interesses e capacidades distintos. Essa é a bagagem da qual se deve partir, quando se quer progredir na aprendizagem. Em primeiro lugar, não podemos mais desenvolver o processo de aprendizagem a partir do princípio de que o aluno não é o sujeito do conhecimento. Não é mais possível continuar afirmando que o conhecimento é da escola, do professor, e que este tem o poder de decidir o que deve ser ensinado, o que é importante ser aprendido, sem se 3 Rosa Balanço, educadora que atua junto ao Escritório Regional de Educação para América Latina e Caribe – Orealc, da Unesco, em Santiago do Chile, e especialista em necessidades educativas especiais. 7 levar em consideração o que para o aluno é significativo, o que lhe facilitará resolver as situações desafiadoras que a vida constantemente lhe coloca, o que poderá ser útil para a sua libertação. As diferenças são inerentes aos seres humanos e, na diferença ou na diversidade, não estão somente às minorias ou as crianças com deficiências, pois somos todos diferentes e existem muitas diferenças individuais. Nesse sentido, Ferreira e Guimarães, destacam que: As pessoas de diferentes orientações de vida (homens e mulheres, jovens e velhos, adultos e crianças, negros e brancos, índios e mestiços, estrangeiros, pessoas com deficiências) passaram, hoje, a lutar pelo reconhecimento e pela valorização justamente de suas “diferenças”. Em vez de exigirem mais eqüidade entre os seres humanos e lutarem por mais igualdade, de insistirem na demanda de cidadania igual para todos, essas minorias querem respeito e o direito a ser diferentes. (FERREIRA e GUIMARÃES, 2003, p.40). Percebe-se que a sociedade está se tornando mais complexa a cada dia, pois a diversidade aumenta de forma acelerada. Com isso, a forma de compreender o mundo e os próprios semelhantes tem mudado imperceptivelmente. Com estas mudanças nasce um novo paradigma: “viver a igualdade na diferença”, “integrar na diversidade”, onde se faz importante refletir sobre as concepções de educação, de escola e sujeito. A escola como produtora de igualdades preza pela homogeneidade e, com isto, acentua e produz a desigualdade. Na tentativa de garantir a homogeneidade nas turmas e entre os alunos, a escola exclui aqueles que se diferenciam. Na tentativa de garantir a promoção da igualdade, a escola confunde diferenças com desigualdades. Aquelas são inerentes ao humano enquanto estas são socialmente produzidas. As diferenças enriquecem, ampliam e são desejáveis porque permitem a identificação / diferenciação, por conseguinte, contribuem para o crescimento. As desigualdades, ao contrário, produzem inferioridade, porquanto minam o desenvolvimento das potencialidades humanas pelo fato de implicarem relações de exploração. Tais observações são confirmadas por Rita Vieira de Figueiredo4 que diz: Adotar a abordagem da diversidade implica reconhecer as diferenças e, a partir delas, realizar a gestão da aprendizagem, tendo presente o ideário políticopedagógico da escola que pensa uma educação capaz de atender a todas as crianças, tendo em grande consideração as desigualdades sociais. (ROSA e SOUZA. Org. 2002, p.70). 4 Professora da Universidade Federal do Ceará. Doutora (Phd) em Psicopedagogia pela Université LavalQuébec. 8 As escolas para todos caracterizam-se por reconhecer e valorizar as diferenças, a heterogeneidade das turmas e a diversidade dos processos de construção coletiva e individual do conhecimento. Tais escolas são inclusivas, pois não excluem os alunos, ou seja, não têm valores e medidas predeterminantes de desempenho escolar, considerando a pluralidade um fator relevante para o desenvolvimento do pensamento. Nesse novo tempo, o que se espera da escola é que seus planos se definam por uma educação para a cidadania global, plena, livre de preconceitos e que se dispõe a reconhecer as diferenças, a interdependência, à complementaridade entre as pessoas. Nessa dimensão, a escola se redefine como o espaço democrático de pregação de valores, de tolerância e respeito às diferenças, de produção e disseminação de conhecimento e de convivência humana e social, cultural e política, levando em conta a realidade das relações de trabalho. (SILVA. 2002, p.45) Esses planos ou ações requerem o desenvolvimento do espírito de solidariedade, fraternidade, cooperação e de coletividade entre gerações mais novas. Tempos de reconhecer as diferentes culturas, a pluralidade das manifestações intelectuais, sociais, afetivas. Enfim, é necessário abandonar as categorizações e as oposições excludentes entre iguais/diferentes, e que se busque a articulação, flexibilidade, interdependência entre as partes que se conflitavam para que ocorra a inclusão educacional. 2.3 Necessidades Educacionais Especiais X Deficiências Existem algumas necessidades individuais que não podem ser resolvidas pelos meios que os professores conhecem para dar reposta às diferenças, pois requerem uma série de recursos e apoios de caráter especializado. O mesmo acontecerá com as necessidades educacionais especiais, que requerem que se dê ao aluno uma série de meios de acesso ao currículo. Uma criança com deficiência visual não teria problemas para aprender matemática, linguagem, ciências, se lhe fosse ensinado o Braille e lhe fossem proporcionados materiais específicos, pois estes meios de acesso lhe abrem a porta para progredir no currículo escolar. Em contrapartida, existem algumas necessidades que requerem modificações no próprio currículo, pois existem pessoas que necessitam de mais tempo para aprender determinados objetivos e conteúdos. Nestas condições, MANTOAN diz que: Por tudo isso, a inclusão implica uma mudança de perspectiva educacional, pois não atinge apenas alunos com deficiência e os que apresentam dificuldades de aprender, 9 mas todos os demais, para que obtenham sucesso na corrente educativa geral. Os alunos com deficiência constituem uma grande preocupação para os educadores inclusivos. Todos sabem, porém, que a maioria dos que fracassam na escola são alunos que não vêm do ensino especial, mas que possivelmente acabarão nele! (MANTOAN, 2003, p.24) Assim, as necessidades educacionais não se definem pela origem do problema: definem-se pelo tipo de resposta educativa e pelo tipo de recursos e de ajuda que se deve proporcionar aos educandos. Desse modo, o conceito de necessidades especiais deve se abrir em um leque muito mais amplo, não podendo ser sinônimo de deficiência. Na perspectiva inclusiva, suprime-se a subdivisão dos sistemas escolares em modalidades de ensino especial e de ensino regular. A escolas atendem às diferenças sem discriminar, sem trabalhar à parte com alguns alunos. É freqüente o uso indiscriminado das expressões “necessidades especiais” e “necessidades educacionais especiais”. Ambas são abrangentes, o que tem gerado muitas e variadas interpretações, quanto ao entendimento e ao atendimento educativo mais adequado, além de oferecerem o risco de criar um outro sistema de rotulação para categorizar as necessidades. Necessidades especiais podem ser consideradas como as exigências de um determinado indivíduo, em decorrência da falta ou da privação das condições orgânicas ou psicológicas, estruturais ou funcionais, que se manifestam no cotidiano. (FERREIRA e GUIMARÃES, 2003, p.30). Desse modo, necessidades especiais são entendidas como as dificuldades de aprendizagem ou defasagens que as crianças têm com relação ao currículo que lhes corresponde pela idade. Diferenciando-se dos portadores de deficiência, que por motivos diversos, têm necessidades especiais e por isto requerem um ensino um pouco diferenciado. Entende-se por educação inclusiva o processo de inclusão dos portadores de necessidades especiais, de dificuldades ou distúrbios de aprendizagem na rede comum de ensino em todos os seus graus. Tendo como fundamento à adaptação do sistema escolar às necessidades dos alunos, sejam eles portadores de deficiência ou não. 2.4 O processo de inclusão e os princípios legais. Nasce um novo milênio e com ele a percepção de que se faz necessário renovar a escola, renovar os educadores, enfim, renovar o sistema educacional. Desta forma, haverá eqüidade para todas as pessoas, que até então estavam à margem da sociedade, pagando o preço por serem diferentes. 10 3 A PROPOSTA DE EDUCAÇÃO PARA TODOS Em março de 1990, em Jomtien-Tailândia, com a participação de governos, agências internacionais, organismos não-governamentais, associações profissionais e personalidades de destaque do contexto educacional vindos do mundo inteiro, aconteceu a Conferência Mundial sobre Educação para Todos. Estavam presentes nesta conferência 155 governos, assistidos pelos seus representantes legais, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura – UNESCO, o Fundo das Nações Unidas para a Infância – UNICEF, o Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento – PNUD e o Banco Mundial. Estes assinaram uma declaração Mundial e um Marco de Ação, comprometendo-se a garantir uma “educação básica de qualidade” para crianças, jovens e adultos, até o ano 2000. Nesta conferência posicionaram a situação5 da educação básica no mundo, constatando assim, a urgência da Educação para Todos. Os anos 90 foram marcados por muitas iniciativas, em todos os âmbitos da Federação, de se reformarem os sistemas públicos de ensino, objetivando o ajuste necessário entre a oferta de mão-de-obra qualificada e a demanda do mercado de trabalho. A partir da Conferência Mundial sobre Educação para Todos, de 1990, a preocupação com uma educação dirigida à equidade social passou a orientar as recomendações dos organismos internacionais ligados à ONU para as políticas educacionais dos países pobres mais populosos do mundo. Partindo do desenvolvimento das condições humanas, da possibilidade de oferecer um mínimo de dignidade aos pobres em todo o mundo, envolvendo melhores condições de saúde, educação e trabalho. A preocupação com a erradicação da pobreza fez o Banco Mundial e o UNICEF a investirem em Educação Básica, pois acreditam que esta contribui de forma significativa para a promoção do desenvolvimento humano e nacional. Por estes fatores estes organismos apoiaram a proposta de Educação para Todos, recomendando uma política que priorizasse o investimento na educação básica. 5 Situação da educação básica no mundo em 1990: Mais de 100 milhões de crianças – 60 milhões delas, meninas – sem acesso à escola primária; Mais de 960 milhões de adultos – dois terços deles, mulheres – analfabetos, e um número sem estimativa, mas sem dúvida crescente de analfabetos funcionais (pessoas que dizem saber ler e escrever, mas cujo manejo da língua escrita é insuficiente para utilizá-la com sentido na vida diária); Mais de um terço de adultos do mundo à margem das informações e dos conhecimentos elementares necessários para melhorar sua vida e a de seus familiares; Mais de 100 milhões de crianças e incontáveis adultos não conseguem completar a escola primária, e um número indeterminado – mas com certeza alto – consegue concluí-la, mesmo sem ter adquirido os conhecimentos básicos que a escola deve garantir. (Plano Decenal de Educação para Todos) 11 No entanto, dada à importância que esta proposta adquiriu a partir dos compromissos internacionais assumidos pelo governo brasileiro, na já comentada Conferência Mundial sobre Educação para Todos, foi elaborado o Plano Decenal de Educação para Todos. Este plano foi assinado no final de 1993, pelo então presidente da República Itamar Franco, sendo considerado um documento que indica as diretrizes da política educacional em contínua atualização, coincidindo com a reconstrução do sistema nacional de educação básica. Além disso, e fundamentalmente, a Educação Básica pode exercer importante papel na integração social, retirando da marginalidade setores economicamente excluídos. Essa dupla função esperada da educação é que explica tanta atenção voltada agora para a organização e gestão dos sistemas públicos de ensino em todo o mundo, notadamente nos países em desenvolvimento. (OLIVEIRA, 2001,p.308) Estas considerações bem gerais ilustram a necessidade de uma ação decisiva em grande escala, com objetivos e metas claramente definidos e foi isto que a Conferência Mundial de Educação para Todos representou. Por outro lado, a Conferência teve o mérito de recolocar a questão educativa no centro, chamando a atenção mundial para a importância e a prioridade da educação, principalmente da educação básica. Educação para Todos equivale a Educação Básica para Todos, entendendo por educação básica uma educação capaz de satisfazer as necessidades básicas (NEBA) de aprendizagem de crianças, jovens e adultos. Assim, as NEBAs são entendidas como aqueles conhecimentos teóricos e práticos, destrezas, valores e atitudes que, em cada caso e cada circunstância e momento concreto, tornam-se indispensáveis para que as pessoas possam encarar suas necessidades básicas nos seguintes aspectos: a sobrevivência; o desenvolvimento pleno de suas capacidades; a conquista de uma vida e de um trabalho dignos; uma participação plena no desenvolvimento; a melhoria da qualidade de vida; a tomada de decisões consciente e, sobretudo a possibilidade de continuar aprendendo. Dessa maneira, a proposta de Educação para todos reconheceu que os diferentes grupos humanos têm diferentes necessidades básicas e, portanto, diferentes necessidades básicas de aprendizagem, bem como diferentes meios e maneiras de satisfazêlas. A este propósito, afirma-se que tais NEBAs variam em cada país e em cada cultura, diferenciam-se entre setores e grupos sociais (em virtude de raça, idade, gênero, cultura, religião, localização territorial e outros) mudando ao longo do tempo e, por isso, se fazem necessário atualizar constantemente tanto conteúdos como modalidades de ensino. Todas 12 essas observações nortearam a elaboração de estratégias para que se tentasse estabelecer uma educação inclusiva. 3.1 Estratégias definidas em jomtien: uma proposta de educação inclusiva? Segundo Rosa Maria Torres (2001), a Declaração de Jomtien e a iniciativa de Educação para Todos, possibilitam variadas interpretações. Tanto pode ser entendida como um apelo para uma autêntica revolução educativa, como também pode ser mais um discurso demagógico das políticas públicas para o setor educativo. Cada um dos objetivos podem ser entendidos e colocados em prática de maneiras bem diferentes, a saber: 3.1.1 Concentrar a Atenção na Aprendizagem. Este pode ser visto ou entendido em três aspectos diferentes: como algo que vem sendo feito nas instituições escolares; necessidade de aumentar a quantidade de conteúdos, horas de aulas, provas ou acreditar que tudo que é ensinado é aprendido. Ou, pode se entender que concentrar a atenção na aprendizagem implica em mudanças profundas, colocando o aluno no centro, mudando as formas de avaliação e mostrando aos pais e sociedade, através de resultados efetivos, os efeitos que a aprendizagem genuína pode ocasionar. “A tradicional confusão entre educação e ensino e entre ensino e aprendizagem leva a pensar que “melhorar a educação” equivale a “melhorar o ensino” e ambas levam a melhorar a aprendizagem”. É assim que, por um lado, há uma tendência em se atribuir aos docentes à chave da melhoria ou em outro extremo, a chave da “deterioração” da qualidade, desconhecendo-se a diversidade de outros fatores vinculados à questão educativa (e à qualidade da educação) que não passam pelo ensino. Por outro lado, ao se acreditar que melhorando o ensino melhora-se, automaticamente, a aprendizagem, atribui-se aos docentes e à sua capacitação uma relação direta com a melhoria das aprendizagens de seus alunos. (TORRES, 2001,p.45) Com base nessas afirmações surgem discussões em torno da centralidade da aprendizagem como sendo uma forma de emergir um modelo educativo renovado, que não se limita às medidas estanques, tais como: aumento do número de textos escolares, capacitação docente em serviço, merenda, foco nos pobres, estratégias de compensação, etc. Estas geram inovações superficiais e fugazes e não transformações substantivas e sustentáveis, que se mantêm ao longo do tempo. Cabe ressaltar a importância da formação e a educação 13 continuada dos docentes, pois esta é condição de viabilidade e eficácia de qualquer tentativa de avanço e mudança em educação. Todas estas afirmações visam mostrar que sem mudanças significativas, tanto na concepção do ensino quanto na prática do mesmo, não há benfeitorias nos resultados da aprendizagem nas instituições escolares. 3.1.2 Fortalecer o Pacto das Ações. Tanto pode significar a organização de seminários ou conferências de cunho educacional, aquisição de assinaturas de acordos e declarações, propagação dos organismos interministeriais, comitês e comissões. Ou, pode estabelecer uma mobilização de toda a população, todos os setores e instituições e todos os níveis educativos para um debate amplo e um esforço comum na busca de um consenso nacional eficiente em torno da questão educativa, recorrendo também ao processo permanente de informação e comunicação. Note-se que, mesmo existindo diferenças entre as quatro agências internacionais promotoras da Educação para Todos, elas foram capazes de conceituar e construir consensos em torno da proposta, estimulando e lembrando os países de compromissos e metas, colocando sob tensão as vontades e capacidades dos governos e das sociedades nacionais em realizá-las. A UNESCO e o UNICEF foram, sem dúvida alguma, as agências mais ativas no acompanhamento da Educação para Todos. 3.1.3 Ampliar os Meios e o Alcance da Educação Básica. Tanto pode ser visto de maneira simplista, quando recorre aos meios de comunicação de massa para auxiliar a instituição escolar. Ou, este ampliar está relacionado com a diversificação tanto de espaços quanto de modalidades e meios de ensinar e aprender, recusando o modelo único e homogêneo, rompendo com o isolamento da educação às outras esferas igualmente básicas, tais como: economia, trabalho, saúde, nutrição, meio ambiente, etc. Facilmente se presume que deve haver um esforço conjunto para a efetivação de uma educação básica que consiga satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. Os sócios internacionais acreditam poder impulsionar a proposta de Educação para Todos a partir do desenvolvimento das tecnologias. Assim fazendo, possibilitam a informação e comunicação, fundamentais na satisfação das necessidades básicas de aprendizagem, tanto do nível escolar 14 como extra-escolar. Mais uma vez, estes recursos ainda não foram colocados a serviço da Educação para Todos, pelo menos não com a intensidade e expressão prevista em Jomtien. Desse modo, a “visão ampliada” ficou, em grande parte, na formulação e no papel, onde se vigora a ideologia educativa convencional que associa educação a educação escolar e aprendizagem à escola, resistindo outras educações e outros âmbitos de aprendizagem que atuam fora das salas de aula e do sistema escolar formal. Estes impedem as interconexões família-escola, comunidade-escola, meios de comunicação-escola, negando a complementaridade entre educação formal, não-formal e informal e estratégias articuladas necessárias para o desenvolvimento e a transformação da própria educação escolar. É fora de dúvida que a Educação para Todos avançou significativamente por reconhecer que todos – crianças, jovens e adultos – têm necessidades básicas de aprendizagem para resolver, e que estas se interligam sob o conceito de educação básica, tanto a educação de crianças como a de adultos, tanto a educação formal como a informal. No entanto, tudo isto se reduziu ostensivamente à infância, nem sequer a todos eles, mas preferencialmente aos desfavorecidos e desamparados dando ênfase ao ideário compensatório de educação, que estiveram no auge na década de 90. Não se pode mais esperar que as respostas a estes problemas venham de fora, ou seja, dos sistemas educacionais, das organizações e organismos internacionais e dos bancos financiadores de projetos. Antes é preciso redefinir os planos para que haja uma educação voltada para a cidadania global, plena, livre de preconceitos, que reconhece e valoriza as diferenças para fazer valer a eqüidade. A inclusão é comparada por Marsha Forest, citada por MANTOAN (2003), pelo caleidoscópio educacional, pois enquanto este objeto necessita de todas as peças que o compõe para apresentar desenhos bem complexos e variados, as crianças precisam de um ambiente rico e variado para que seu aprendizado se estabeleça. Só a diversidade pode proporcionar um ambiente assim, e para tanto, necessário se faz incluir os excluídos. É preciso deixar de pensar a educação numa perspectiva simplista e reducionista, para compreendê-la de forma complexa e abrangente, possibilitando a todos o direito que tem sido gozado por poucos. 4 CONCLUSÃO Ao término do processo de pesquisa e análise da proposta de Educação para Todos, estabelecida na Conferência Mundial em Jomtien – Tailândia, em março de 1990, os 15 referenciais teóricos mostraram a necessidade de uma reflexão da relação entre a exclusão e a escola. Assim fazendo, foi mensurada a contribuição da política educativa, que tem o poder de tornar visível ou invisível os processos sociais em que os indivíduos são submetidos a brutais condições de pobreza e marginalidade. Esse não é um quadro novo, a novidade consiste de que esta situação não tenha causado tanta indignação como antes. A questão central não é o fato de que, no Brasil, o processo histórico de exclusão educacional, durante os últimos vinte anos, não tenha diminuído sua intensidade, e sim, no fato de que todos nós fomos nos acostumando a isto. E, o pior de tudo, como disse Veríssimo, acostumando a esta situação sem culpa. Foram grandes os esforços dos 155 países e organismos internacionais, presentes na Conferência de Jomtien, buscando definir e patrocinar uma educação básica de qualidade para todos. Contudo, a padronização e massificação das informações para a aprendizagem, defendidas pelas políticas educacionais, impediram o êxito das estratégias traçadas, deixando à margem da educação os alunos que apresentam diversidades individuais. A década de 90 transitou por um grande paradoxo: nunca antes se enfatizou tanto a retórica da diversidade e nunca antes as políticas e, particularmente, a políticas educativas foram tão homogêneas e globais. Mesmo buscando uma melhoria de qualidade para a educação, sob o manto de uma Educação para Todos o Terceiro Mundo, terminou por adotar um modelo universal de reforma educativa, com programas e projetos muito parecidos em todo o mundo. Sendo assim, a visão que era ampliada pelas estratégias que visavam satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem, fornecendo meios e modos de garanti-las, deu lugar a uma visão limitada. A urgência em atingir as metas, no prazo estipulado (10 anos), e o anseio de elevar os índices de acesso escolar fizeram com que a qualidade se perdesse em detrimento da quantidade e a inclusão desse lugar à exclusão. Portanto, diante dessa situação percebe-se que a formação, a busca por conhecer sobre a inclusão e o anseio por incluir nossos alunos como eles merecem por lei, vem sendo bem aceita na Escola Municipal Professora Adélia Aguiar Barbosa. Pois com esse estudo a inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular, na sala de Recurso Multifuncional e a formação de educadores para o atendimento educacional especializado e para o apoio e suporte ao professor do ensino regular não pode se distanciar do que propõem os teóricos da formação geral de professores. Esses aspectos são essenciais na formação de professores para o ensino regular e especial e a reflexão deste tema foi de extrema relevância para todos na escola. O quadro Inclusão não se reverte assim de repente, porém nota-se a diferença após a realização do Projeto quanto à aceitação e o conhecimento 16 adquirido com as formações e palestras propostas com o estudo deste tema, pela Coordenação Pedagógica desta Unidade Escolar. A Coordenação Pedagógica observa que o desenvolvimento das atividades após as ações do Projeto desencadeou uma série de atitudes que visam à melhoria da educação dos alunos e principalmente foi de encontro com as necessidades dos educadores desta Unidade Escolar. O que se pode presumir é que o processo de inclusão não ocorre de uma hora para outra, nem se estabelece por meio de decreto ou formulação de propostas unicamente. Somente a partir de um trabalho conjunto de todos: governo, comunidade e família haverá uma Educação para Todos, pois onde a conscientização ocorre com certeza à realidade acontece mais rápido. A inclusão não é uma utopia é um sonho, e quando os discursos se concretizarem na prática será um sonho possível! REFERÊNCIAS BRASIL, Constituição Federal – 1988. ______. Estatuto da criança e do Adolescente. Lei nº. 8.069 de 13/07/90. ______. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Lei Nº. 9394 de 20/12/96. CARVALHO, Erenice Natália Soares. (Org.). 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