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RAZÃO OBJETIVA E RAZÃO SUBJETIVA: ASCENSÃO E
DECLÍNIO DA RAZÃO
TALAVERAS, Rafael Francisco Molina1
Resumo: Horkheimer escreveu o texto denominado Eclipse da Razão num período de
muito pessimismo, pois não conseguiu enxergar outra possibilidade da razão que não
fosse a formalizada. Ele acreditava que os objetivos supremos da vida – justiça,
igualdade, felicidade, amor, amizade – só poderiam ser pensados como tais por meio da
Razão Objetiva. Não obstante, esta razão foi dissolvida pela Razão Subjetiva. Esta
proposição acarreta uma inevitável pergunta: como a Razão Objetiva foi suplantada pela
Razão Formalizada, isto é, o que a Razão Subjetiva tem ou fez que a Razão Objetiva
não tem ou não conseguiu fazer? A Razão Objetiva, por estar em busca de uma verdade
universal – metafísica – não poupou a religião e nem a mitologia de seus ataques. A
Razão Subjetiva, por sua vez, acabou superando a Objetiva por proporcionar uma trégua
com a religião ao institucionalizar o comportamento humano as normas da religião ou
do mito. Deve-se recordar que na história da razão, ser racional nunca significou ser
aquele que desobedece a lei. A burguesia afirmou seus ideais em busca de uma
racionalidade Subjetiva ao banalizar a Razão Objetiva, definindo leis normatizadoras do
comportamento humano, explicou Horkheimer. Os homens se adaptaram a Razão
Subjetiva em vez de regatar a Razão Objetiva. A interpretação feita por Horkheimer é
que o homem está coagido pela lei, sem condições de salvaguardar sua autonomia ou
liberdade de reflexão proporcionada outrora pela Razão Objetiva. Este artigo abordará
esse processo em duas partes: a primeira tratará da Razão Subjetiva e Objetiva; a
segunda parte será focada o ego. Por fim, algumas considerações durante o decorrer do
texto.
Palavras-chave: razão objetiva, razão subjetiva, aufklãrung, ego.
Abstract: Horkheimer wrote this text called "Eclipse of Reason" during a very
pessimistic period, because he could not see any another possibility as to why it was
not formalized. He believed that the supreme goals of life - justice, equality, happiness,
love, friendship - could only be considered as such by means of Objective Reason.
However, this reasoning was dissolved by Subjective Reasoning. This attitude
however, presents the inevitable question: How was Objective Reasoning replaced by
Formalized Reason, that is, what does Subjective Reasoning have or did that
Objective Reasoning does not have, or cannot do? The Objective Reasoning, which
searches for universal truth - metaphysical - spares neither religion nor mythology from
its attacks. Subjective Reason, in turn, surpases Objective Reasoning in that it offers a
truce with religion by institutionalizing human behavior with the norms of religion or
myth. It should be remembered that in the history of reason, to be rational was
never intended to disobey the law. The bourgeoisie placed its ideals in its search of a
rationale in Subjective Reasoning in order to trivialize Objetiva Reasoning, defining
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laws to normalize human behavior, according to Horkheimer. Man has adapted to
Subjective Reason rather than redeem Objective Reasoning. The interpretation made by
Horkheimer is that mankind is coerced by law, unable to safeguard his autonomy or
freedom of thought which was at one time provided by Objective Reasoning. This
article will address this process in two parts: the first deals with Subjective Reasoning
and Objective Reasoning, the second part will focus upon the ego. Finally, some
considerations throughout the course of the text.
Key-Words: Subjective Reason, Objective Reason, aufklãrung, ego.
A SUBJETIVAÇÃO QUE EXALTA O SUJEITO TAMBÉM O CONDENA
Antigamente, o homem possuía como objetivo de sua natureza a felicidade como
um todo. Agora, a preocupação deste homem moderno é a riqueza, o consumo, a saúde,
isto é, a satisfação individual e momentânea. Não há nenhum objetivo transcendente à
realidade, desta forma, é contestada a irracionalidade racionalizada. O homem não mede
mais esforços para chegar um minuto sequer de ascensão. Disposto a chegar neste
diminuto momento de satisfação, utiliza de meios irracionais, sendo este, de tão bem
elaborado, racional, afirmando ainda mais a irracionalidade racionalizada.
A resistência e a revolta que emergem dessa repressão da natureza tem
acompanhado a civilização desde os seus começos, tanto na forma de
rebeliões sociais (...) como na forma de crime organizado transtorno
mental. Típicos de nossa era atual são as manipulações dessa revolta
pela força predominante da própria civilização e o uso da mesma
como meios de perpetuação das próprias condições que a provocaram
e contra as quais se insurge. A civilização como irracionalidade
racionalizada integra a revolta da natureza como outro meio ou
instrumento (HORKHEIMER, 2003, p.99).
Para sobreviver, o homem se ajusta as exigências de preservação do sistema, já
que não tem capacidade de escapar deste. O processo de racionalização é dedicar todas
as suas energias para coisas úteis a fim de alcançar um status exigido pela sociedade
burguesa. Ao almejar o status, o sujeito modifica seu serviço a fim de atingir seu
objetivo, a felicidade momentânea. Este se encontra apto a reagir de acordo com os
padrões de adaptação. As forças econômicas e sociais possuem as características dos
poderes naturais que cegam o homem, e estes, para preservarem a si mesmos, devem-se
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deixar dominar, ajustando-se ao sistema. Adequa-se aos moldes do sistema para
autopreservação. Ele imita, faz-se igual, para não ser excluído.
Antigamente, o homem não era levado tão fortemente a manter sua preservação
através do consumo. Na atualidade, as pessoas são muito mais persuadidas a consumir.
Os meios de persuasão que invadem o cotidiano deste cidadão contemporâneo são
muito mais eficientes do que foram séculos atrás. A necessidade de consumo, na qual a
Razão Subjetiva substitui a razão objetiva, emergiu do não esvaziamento do homem, a
contemplação daquilo que se apresenta como belo, que narcotiza a sociedade para que
esta não sinta falta dos objetivos supremos da vida.
Horkheimer acredita que o homem moderno seja menos hipócrita do que seus
antepassados do século XIX: “A diferença reside no fato de que a humanidade moderna
se submete a esse processo não como uma criança que tem uma confiança natural na
autoridade, mas como um adulto que desiste da individualidade já adquirida”
(HORKEIMER, 2003, p.104). Ainda salienta que a sociedade moderna sabe que se
submete a um processo de dominação, o problema está que esta não faz nada. A
hipocrisia da sociedade moderna tornou-se tão cínica, sequer espera que alguém acredite
nela. O homem antigo se fez hipócrita por se colocar na condição de uma criança
inocente, enquanto o homem moderno se coloca como ignorante, a ponto de justificar
sua submissão ao sistema sócio-econômico. No entanto, a civilização antiga torna-se
mais hipócrita, pois queria que se acreditasse nela devido ao seu estado de imaturidade.
A natureza foi despojada de todo seu valor. Em analogia a esse acontecimento, as
pessoas também são desprendidas de todos os seus objetivos, exceto de sua
autopreservação, afirmou Horkheimer.
“Quanto mais a produção material e a organização social se tornam complicados
e reificados, mais difícil se torna o reconhecimento dos meios como tais, desde que eles
assumem a aparência de identidades autônomas” (HORKHEIMER, 2003, p.106). Há
um número demasiado de produtos feitos que prometem ao indivíduo um final feliz.
Essa felicidade momentânea é proporcionada por produtos vendidos em lojas, enquanto
estas por sua vez, disputam entre si o consumidor com slogans atrativos como, por
exemplo: “vem ser feliz”, ou então é “hora de ser feliz”. Chega-se a uma conclusão que
para afirmar a autopreservação a humanidade caminha para um fim, não se sabe para
onde está indo, mas se vai, e pensar sobre isso já não faz menor diferença.
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O pensamento especulativo visa a compreensão posterior da natureza e não o
serviço de cálculos úteis do pragmatismo. Este se transformou em luxuoso. Somente
aqueles que estão isentos da necessidade do trabalho manual podem tê-lo. Destarte, esse
pensamento é liquidado já que as maiorias das pessoas estão empenhadas em ganhar o
pão nosso de cada dia. Horkheimer acredita que dificilmente o tal almejado progresso
pelas civilizações possa acontecer. Ao ser incapaz de falar nas mentes humanas pelo
pensamento especulativo, a natureza parece estar se revoltando. Mas, antes de ser
demonstrado as pérolas que este trabalho tem a oferecer, é importante relembrar o que
faz e o que dá direito da Revolta da Natureza acontecer: o ego. A ideia de que a raça
humana tem a mais alta faculdade entre todos animais, caracteriza o raciocínio que
aquele que a melhor o usa, através de esforços mentais, tem direito de subjugar outro
homem e a própria natureza. Uma notícia publicada anos atrás – aqui se percebe que a
insensibilidade do homem moderno com a natureza é apenas uma relação subsequente
de atitudes pragmáticas – revelava que as aterrissagens de aviões na África eram
frequentemente atrapalhadas por bandos de animais indisciplinados, selvagens. A
mentalidade do homem como senhor da natureza está admitida no livro do gênese.
Ademais, “O próprio papa Pio IX não permitiu que fosse fundada em Roma uma
sociedade de prevenção a crueldade para com os animais, porque segundo a sua
declaração a teologia ensina que o homem não tem obrigações para com qualquer
animal” (HORKHEIMER, 2003, p 108). Tendo visto este tipo de argumentação, não soa
estranho dizer que os animais atrapalham o tráfego de aviões.
O DESENVOLVIMENTO DO EGO
Contudo, o desenvolvimento do conceito de ego reflete essa idéia. A história da
civilização ocidental pode ser escrita em termos de desenvolvimento do ego. Este,
dentro de cada sujeito, tornou-se a personificação do líder. É nesta personificação que a
revolta da natureza se faz. Por não haver mais tempo para a especulação, as pessoas
idealizam um líder para elas, a fim de que este possa pensar por elas. Na Europa, a
Revolta da Natureza foi marcada fortemente com o fascismo de Mussolini na Itália e o
nazismo de Hitler na Alemanha. Na América, constatou-se que a Revolta da Natureza
está acentuada nas torcidas organizadas de time de futebol, nas facções criminosas, nos
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movimentos sindicalistas e também se demonstra no demasiado número de igrejas
pentecostais que se inauguram onde cada uma delas possui um líder. A personificação
do líder feita pelo ego, não acompanhada com a possibilidade da Razão Objetiva,
desenvolve a Revolta da Natureza. Segundo a filosofia transcendental de Fichte a
relação entre ego e natureza é de tirania. Para Descartes, o ego não está na natureza, mas
próximo dela. Ele é tolerante as emoções agradáveis, no entanto é severo a qualquer
coisa que conduza a tristeza. O ego domina a natureza. Todo o universo se encontra sua
mercê, isto é, o universo é um instrumento. O ego acaba reprimindo os desejos da
sociedade. Quanto mais se proclama a idéia de racionalidade, mais o ressentimento
consciente e inconsciente cresce contra a civilização e seu agente dentro do individuo, o
ego.
Todo ser humano sempre acaba por experimentar o aspecto opressor da
sociedade, a começar quando criança. Esta é obrigada a resistir a seus impulsos
imediatos através da repressão, embora não saiba o motivo dessas exigências, a criança
obedece por medo de perder o amor dos pais por ela tão almejados. Mas, o desprezar
ligado à submissão permanece e com o passar do tempo ela desenvolve profundamente
um sentimento agressivo com os pais e consequentemente com a própria humanidade.
Ela desenvolve o ressentimento. Se a repressão de uma criança for pior do que a de
outra o ressentimento acompanhado com a raiva pode vir à tona de forma pior. Na
escola, a criança menos repreendida bate no colega cuja repressão foi maior. Essa
criança repreendida, mais tarde, quando se juntar a um grupo, fará dissolver toda a
repressão imposta pelos pais, a ponto de cometer atrocidades, que antes, sozinha, não
faria. Haja vista, o caso do jovem torcedor do Palmeiras que matou um torcedor do São
Paulo em 1997 numa briga entre torcidas. O grupo faz com que o indivíduo perda as
responsabilidades individuais e abre margem ao Eros repreendido. Assim, se concretiza
a Revolta da Natureza.
A consequência certa da repressão dos desejos que implica no ressentimento,
que a sociedade realiza através do ego é o aumento de grupos com lideranças: igrejas,
facções criminosas, torcidas de futebol, etc. O ódio da humanidade pode se estender na
adolescência quando essa pessoa renúncia os impulsos instintivos – sexo, por exemplo –
e não é adequadamente compensada. A igreja tenta se interver na questão e estabelece o
matrimônio. Uma vez que a sociedade burguesa se encontra empenhada para abolir os
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pequenos negócios de prostituição, o casamento assume um posto de mecanismo sócio
de sanção.
Na atualidade, o casamento é o preço para que o indivíduo participe do meio
social, neste caso para os homens. Para as mulheres, adquire um sentido de cachet de
que tem de se esforçar para alcançar o prêmio. A jovem que é menos comedida não é
muito desejada para o casamento pelos homens, também não é condenada por perder a
chance de se dar bem na vida, ela simplesmente não tem mais oportunidade.
Os conflitos estabelecidos entre desejo e repressão no adolescente se centram
nos ideais de renúncia. Tal descoberta faz o indivíduo formar um caráter resistente ou
submisso. O resistente, a fim de prevalecer a verdade sobre qualquer circunstâncias em
sua vida tem a grande possibilidade de ter uma vida conflituosa, podendo correr o risco
de chegar a viver na solidão. O submisso é o que a maioria é levada a adotar. Estes
jamais se reconciliam com a humanidade, tornam-se passivos a ponto de aceitarem a
dominação. Essas pessoas se adequam, imitam os outros para mais tarde chegarem ao
poder. O cinismo bem informado é apenas um modo para se chegar a este fim.
Alguns escritores acreditam que é através dos impulsos miméticos que a criança
adquire o conhecimento. É neste estágio que irá se determinar o futuro do caráter do
indivíduo. Portanto, o processo de aprendizado da criança é pela mimes. Sua imitação
inconsciente será superada quando estiver numa fase mais avançada – a imitação será
consciente. Ela é um desejo implacável de manter o sistema que o produz. O impulso
mimético será sempre uma força destrutiva se este não conduzir às realizações das
potencialidades humanas. E se toda a esperança da felicidade que a razão pode oferecer
é preservar o existente tal como ele é, o impulso mimético jamais pode ser superado:
“Qualquer um que tenha assistido um discurso nacional-socialista na Alemanha sobre os
oradores e a audiência retiraram sua principal emoção ao exibir impulsos miméticos
reprimidos” (HORKHEIMER, 2003, p.120).
O ápice dos comícios era o momento em que o orador imitava aquele que queria
ver destruído. As imitações causavam o riso. No século XX, o objeto do riso não é a
multidão conformista, mas sim o excêntrico que ainda se aventura a pensar
autonomamente. O riso se apresenta como uma afronta à repressão. Segundo Vitor
Hugo, o riso sempre conteve elementos de crueldade. O riso da multidão, diz Hugo, é o
riso da loucura. Talvez hoje se apresente como uma válvula de escape para os
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submissos. Seu efeito parece dever ao fato que ao exibir os impulsos reprimidos, eles
parecem estar batendo na face da civilização e patrocinando a Revolta da Natureza. No
entanto, somatizar a natureza revoltada junto as forças de repressão, fazer-se-á que a
própria natureza se extermine. A maioria das pessoas não tem condição sócioeconômica de interpretar essa realidade. Destarte, fazem com que o problema se
multiplique por não saber que existe. São pessoas sem personalidade e que diante das
circunstâncias respeitam o poder, buscam imitá-lo, afim de alcançá-lo também.
Quem protagonizou a Revolta da Natureza na Alemanha foram os camponeses,
as donas de casa, a classe média, os pequenos fabricantes, vítimas da razão
instrumentalizadas, que idealizaram um líder que pudesse pensar por eles. A revolta da
natureza no velho continente foi diferente do modo como ela se apresentou no novo
continente. Na América a idéia que reflete a Revolta é o darwinismo, pois sabendo que
este rompeu com o dogma fundamental do cristianismo – o de que Deus criou o homem
segundo a sua imagem. Concebeu a evolução como uma sequência de adaptação às
condições devidas, mais do que como o desenvolvimento de entidades orgânicas em
acordo com suas inteléquias. A filosofia subjacente a suas ideias era claramente
subjetivista. No darwinismo popular, a razão é simplesmente um órgão, uma coisa da
natureza.
A razão, embora servindo a função de dominar a natureza é
gradualmente reduzida a ser uma parte da natureza; não é uma
faculdade independente, mas algo orgânico com tentáculos ou mãos,
que se desenvolver através da adaptação as condições naturais e
sobrevive porque demonstra ser um meio adequado de dominá-las
(HORKHEIMER, 2003, p.127).
HÁ REMÉDIO PARA A HUMANIDADE?
Como parte da natureza, a razão se coloca ao mesmo tempo contra a natureza –
como inimigo e competidora de toda a vida que não é a sua própria. O darwinismo vem
por fim auxiliar a natureza rebelde, solapando qualquer doutrina teológica ou filosófica
que considere a natureza em si mesma como algo que expressa uma verdade que a razão
deve tentar conhecer. A metafísica idealista anunciava que o mundo era produto da
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mente, porém as coisas passaram a tomar um outro rumo. A mente, agora, é um produto
do mundo, da natureza. A natureza, hoje sustentada pelo darwinismo popular, não
necessita mais da filosofia para falar por ela.
O raciocínio do homem contemporâneo remete a ideia de que a razão está
degredada, enquanto a natureza é exaltada. A Razão Objetiva não proporcionava bemestar, pelo contrário, às vezes causava até sensações de náuseas quando fazia perceber
que nem sempre se tem a verdade consigo. No darwinismo, estar bem é saber adaptar-se
ao ambiente que se encontra, em um mais alto grau aponto de enfrentá-lo, mas não
mudá-lo. No entanto, a Razão se colocou como um órgão natural desfazendo-se de seu
primado e professando ser apenas uma simples serva da seleção natural. “Essa razão
empírica parece ser mais humilde em relação à natureza do que a razão tradicional
metafísica” (HORKHEIMER, 2003, p.129). Trata-se de uma mente prática arrogante
que ridiculariza o espiritual – Razão Objetiva – considerando-o inútil. Ao fazer da
natureza seu principio, o homem reduz seu conhecimento aos impulsos miméticos.
A renúncia da razão feita pelos filósofos e políticos através da submissão à
realidade justifica a proliferação da Revolta da Natureza. O único meio de auxiliar a
Natureza é libertar, fazer voltar, o pensamento independente ou então se conformar e
aceitar a realidade que esta, por sua vez, propõe.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ADORNO, Theodor W; HORKHEIMER, Max. Dialética do esclarecimento. Tradução
de Zeljko Loparic. 5. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991.
BUENO, Sinésio Ferraz. Pedagogia sem sujeito: qualidade total e neoliberalismo na
educação. São Paulo: Annablume/ Fapesp 2003.
HORKEIMER, M. Eclipse da Razão. São Paulo: Centauro, 2003.
RUANET, Sérgio Paulo. Teoria crítica e psicanálise. São Paulo: Cia. Das Letras,
1986.
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Mestre em Filosofia pelo programa de pós-graduação em Filosofia na UNESP/Marília-SP.
Atualmente realiza estudos nos seguintes temas: Liberalismo, Comunitarismo, teoria do
discurso e teoria da Justiça. Docente da Faculdade de Presidente Venceslau (UNIESP) e da
Faculdade de Presidente Prudente (UNIESP). Também é professor efetivo de filosofia na rede
pública do Estado de São Paulo pela E.E. "Alfredo Westin Junior" em Presidente Bernardes SP.
Artigo Recebido em 17 de maio de 2009.
Aprovado em 05 de junho de 2009.
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