O que é desenvolvimento?
do livro “Desenvolvimento sustentável: o
desafio do século XXI de José Eli da Veiga”
Elena Piedra Bonilla
Fórum: texto “PIB
Felicidade”
Felicidade (consumismo)
é contrario à
sustentabilidade (16)
A felicidade é difícil de
definir. O lucro não
acompanha o bem estar
social (7)
Felicidade (egoísmo ≈
consumismo), ligado aos
valores (11)
A felicidade é difícil de definir, porém a maioria dos alunos (16) concordaram que na
sociedade atual, este termo está muito ligado ao consumismo. Consequentemente, este tipo de
procura da felicidade não é compatível com a sustentabilidade, porque explora o ambiente e a
vida social das pessoas.
Além disso, muitos alunos (11) acharam que este debate deveria ficar ao redor dos valores.
Então, nasce várias duvidas: Valores de que? Valores de quem? As pessoas tem que cumprir
estes valores ou é livre alvedrio? Fica difícil integrar os valores na discussão científica.
Precisa-se debater com o razoamento, com fatos. Em geral, estes dois grupos foram muito
similares nos seus depoimentos.
Por outro lado, vários alunos (7) não concordaram com pegar a felicidade como parâmetro
para medir o desenvolvimento já que é difícil de defini-la. Mas, eles consideram que o lucro
não acompanha tanto o bem estar social quanto o ambiente.
Finalmente, este exercício ajudou aos alunos a iniciar nos debates atuais da sociedade. Para
vários dos alunos foi difícil trazer uma discussão do texto e ficaram mais na resenha dele.
Fórum: texto deJosé Eli da
Veiga
O crescimento do PIB O crescimento do PIB Precisa-se incluir
não
significa pode não estar ligado também o meio
desenvolvimento,
ao desenvolvimento
ambiente. (9)
precisa-se
melhor em saúde, educação e
distribuição (4)
demografia. (11)
Muitos dos alunos (11) acharam que o crescimento do PIB pode não estar
ligado ao desenvolvimento em saúde, educação e demografia. Isto indica
que o PIB não indica a complexidade do desenvolvimento. De tal jeito,
que outros alunos (9) observaram que se precisa incluir o meio ambiente
nos indicadores de desenvolvimento. Entanto que poucos alunos (4)
acharam que se precisa melhor distribuição da riqueza na população.
Vários alunos não colocaram uma crítica senão o que entenderam do
texto. É importante lembrar que o objetivo deste exercício é aproximar os
alunos com textos atuais, como também iniciar o debate científico.
Como pode ser entendido
o desenvolvimento
 1º resposta: o desenvolvimento como sinônimo de
crescimento econômico. Ex. Produto Interno Bruto
per capita.
 2º resposta: o desenvolvimento como sustentável,
mas que fica no desenvolvimento econômico.
 As dois respostas não olham a complexidade do
desenvolvimento
O que é o PIB (Produto
Interno Bruto)?
 O PIB é uma medida macroeconômica, principal medidor do
crescimento econômico de um pais.
 Mede o valor monetário dos bens e serviços finais (os que
adquire o consumidor final) produzidos por um pais em um
período determinado e toma em consideração todo o produzido
dentro das fronteiras.
 A formula é a seguinte:
PIB = consumo privado + investimentos totais feitos na região +
gastos do governo + exportações – importações
 Muito similar ao PNB (Produto Nacional Bruto), mas este
indicador só considera todo o produzido por os residentes de
um pais.
O que é o PIB (Produto
Interno Bruto)?
 Existe o PIB nominal e o PIB real.
 O PIB nominal leva em conta os preços do ano
corrente, ou seja contabiliza a inflação no valor
calculado.
 O PIB real é medido com o preço fixado no período
anterior, tirando do valos calculado o efeito da
inflação.
 Pode-se ver o aumento da produção.
O que é o PIB (Produto
Interno Bruto)?
 O PIB per capita é calculado dividendo o PIB pelo
número de habitantes de um pais ou região.
 Mas não mede a distribuição dentro do pais e dentro
da população.
Mapa dos estados brasileiros segundo o
PIB em 2008. Em bilhões de reais:
██ + 500
██ + 120
██ + 60
██ + 10
██ + 5
██ até 5
Foto fonte: Wikipédia, 2008
Limitações do PIB
 Distribuição de riqueza
 Qualidade de vida o de bem-estar de um pais.
 As externalidades. Ex. Destrução do meio ambiente,
restar tempo de lazer, esgotar os recursos naturais no
renováveis.
 O autoconsumo. Ex. Hortas familiares e atividades
domésticas.
 Qualidade dos bens e serviços
O Desenvolvimento como
crescimento econômico
 O crescimento econômico não se traduziu
necessariamente em maior acesso de populações
pobres a bens materiais e culturais.
 O PNUD (Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento) lançou o IDH (Índice de
Desenvolvimento Humano)
O Desenvolvimento como
quimera
 Giovanni Arrighi estudou se seria possível algum
tipo de mobilidade ascendente na economia
capitalista mundial.
 O pequeno núcleo orgânico de países centrais
 Uma extensa periferia de países pobres
 Uma semiperiferia de países considerados
“emergentes”
 Concluiu que até aqui forma muitos ratos os saltos da
semiperiferia para o centro.
Virose dupla
 A inviabilidade econômica da maioria dos países
periféricos é dado pela falta de investimento
científico-tecnológica.
 A demanda mundial de produtos e serviços de alta
tecnologia aumenta 15% ao ano.
 A demanda de matérias-primas não chega aos 3%
 A demanda de produtos com baixo grau de
transformação não supera o 4% ao ano.
 Se esta inviabilidade coincide com a explosão
demográfica urbana, então o não-desenvolvimento
é quase inevitável.
Rendas estratégicas
 Os países periféricos obtiveram renda estratégica na época de
guerra fria.
 As superpotências precisavam daqueles países para apoio e
aliados.
 Uns poucos países periféricos exportavam para eles petróleo ou
alimentos (recursos muito importantes na explosão do crescimento
urbano) (Na atualidade também estão os minerais)
 Também têm renda estratégica os países localizados em estreitos e
canais vitais para economia global. Ex. Canal de Panamá.
 Com o fim da guerra fría, estes paises perifericos foi
recomendável dar prioridade estabilizar o crescimento urbano e
aumentar a disponibilidade de água, energia e alimentos.
O Mito segundo Furtado
 Celso Furtado (1974) indicou que a ideia de
desenvolvimento econômico é um simples mito.
 Tem-se desviado as atenções de necessidades básicas da
coletividade para concentrá-las em objetivos abstratos.
 Investimentos
 Exportações
 Crescimento
 Mito: “Os padrões de consumo da minoria da humidade
que atualmente vive nos países altamente
industrializados poderão ser acessíveis às grandes massas
de população em rápida expansão que formam a
periferia.
Sen-sacional
 O indiano Amartya Sen entre 1996-1997 membro da
presidência do Banco Mundial indicou a necessidade de
reconhecer o papel das diferentes formas de liberdade no
combate às absurdas privações, destituições e opressões
existentes.
 Conceitos de direitos humanos e liberdade política
 Privação de liberdade: pobreza e tirania, negligencias dos
serviços públicos, carência de oportunidades econômicas.
 A industrialização, o progresso tecnológico ou a
modernização social contribuem para a expansão da
liberdade humana, mas esta depende também de outras
influencias.
Todos são
subdesenvolvidos
 A liberdade de participar do intercâmbio econômico
tem um papel básico na vida social.
 Não concorda entre a renda per capita e a liberdade
das pessoas para ter uma vida longa e viver bem
Coesão social
 Existem populações negras em certas cidades dos
Estados Unidos que são superadas no quesito de
sobrevivência pelos habitantes da China ou de
Kerala. Apesar de os estadunidenses terem maior
renda per capita.
 Tem-se observado que nas décadas de expansão da
expectativa de vida, o crescimentos da renda per
capita foi mais lento.
Dois caminhos
 Sen indica dois tipos de caminho na redução rápida da
mortalidade:
 Mediados pelo crescimento econômico
 Conduzido pelo custeio público
 Programas sociais de serviços de saúde, educação, etc.
 O desenvolvimento precisa de mais visões além da centrada
na renda per capita.
 Mas também é melhor ter renda alta e longevidade do que
apenas esta última.
 A qualidade de vida pode melhorar com programas
públicos, se ter de esperar “ficar rico” primeiro
Crescimento e distribuição
de renda
 Se insistia na necessidade de que primeiro o bolo
precisava crescer primeiro para depois ser
repartido.
 Nos anos de 1954 existia poucas evidencias
disponíveis sobre a evolução da distribuição de
renda, mesmo nos países industrializados.
Mudança de consenso
 A distribuição da renda é independente do que se
possa fazer pelo crescimento econômico.
 Ex. Desde a 2º Guerra Mundial, o crescimento variou
muito entre os países, mas que a distribuição de renda
quase não mudou.
 O papel da renda e riqueza é importante, porém
tem de ser integrado a uma maior complexidade.
 A pobreza inclui privações de liberdade e não só de
baixa renda.
Crescimento = expansão
 O crescimento é um fator muito importante para o
desenvolvimento, mas no crescimento a mudança é
quantitativa, enquanto no desenvolvimento é
qualitativa.
 Assim, a produção para exportação estimula a
expansão econômica de uma região.
Combinação
 Do ponto de vista qualitativo, o trabalho humano é
o mais importante
 As economias mais expandidas são sempre
diversificadas.
 Então, “a correlação prática entre desenvolvimento
econômico (trabalho humanos) e expansão
econômica (produção) é a diversidade econômica”,
segundo Jane Jacobs.
Des milênios de
crescimento
 A esperança de vida praticamente dobrou, de 35
para 70 anos.
 As inovações nas áreas da saúde pública e da
medicina (final do século XIX) foram as
responsáveis pelos aumentos da esperança de vida.
 Tais inovações não foram incentivadas pela
propriedade privada e pela busca do lucro.
 Determinantes na Revolução industrial (XVIII)
 O que provocou a inovação foi o casamento entre
ciência e tecnologia.
Em suma: o que é
desenvolvimento?
 O desenvolvimento não é resultado da livre interação
das forças de mercado. Tem sido exceção histórica e não
regra geral.
 Os países que não aplicara o Consenso de Washington
saíram razoavelmente na ultima década do século XX.
 Ignacy Sachs conclui “que o desenvolvimento pode
permitir que cada indivíduo revele suas capacidades,
seus talentos e sua imaginação na busca de autorealização e da felicidade, mediante esforços coletivos e
individuais, combinação de trabalho autônomo e
heterônomo e de tempo gasto em atividades não
econômicas. Aspectos qualitativos essências”.
Em suma: o que é
desenvolvimento?
 Vai desde a proteção dos direitos humanos até o
aprofundamento da democracia.
 Revista de Economia Política:
 O crescimento económico ligado na preservação dos
privilégios das elites
 O desenvolvimento se caracteriza pelo seu projeto
social subjacente.
Como pode ser medido o
desenvolvimento
 Segundo Sen e Mahbud, “só há desenvolvimento quando
os benefícios do crescimento servem à ampliação das
capacidades humanas, entendidas como o conjunto das
coisas que as pessoas podem ser, ou fazer, na vida.




Ter uma vida longa e saudável
Ser instruído
Ter acesso aos recursos necessários a um nível de vida digno
Ser capaz de participar da vida da comunidade.
 O objetivo básico do desenvolvimento é alargar as
liberdades humanas.
Cifra cega
 O PNUD publicou o IDH.
 Permite ilustrar a diferença entre rendimento e bem-estar.
Ex. O PIB per capita da Bolívia é muito inferior ao da
Guatemala, mas atingiu um IDH alto, porque traduziu esse
rendimento em desenvolvimento.
 O IDH este resulta da média aritmética dos três índices:
 Renda (PIB per capita)
 Escolaridade (Anos médios de Estudo e Anos Esperados de
Escolaridade)
 Longevidade (Expectativa de vida ao nascer)

Contudo, não inclui indicadores como o ambiental, a cívica ou
a cultural.
 Perigo da “ranking-mania”
Abismo
 Exemplo de “rankig-mania”:
 As cidades médias do interior paulista ( ostentam de
seus IDH-M ao se comparar a municípios rurais, mas
estes são prejudicados na repartição das receitas
fiscais, não estão perto dos “polos” no estímulo a
empreendimentos.
 É infantil a ideia de que o grau de desenvolvimento
possa ser medido pela média aritmética dos três
principais indicadores de qualidade de vida.
 Evitar a armadilha do PIB per capita sem reproduzir
a insuficiência do IDH.
Indicadores de Terceira
geração
 É infantil a ideia de que o grau de desenvolvimento possa
ser medido pela média aritmética dos três principais
indicadores de qualidade de vida.
 Evitar a armadilha do PIB per capita sem reproduzir a
insuficiência do IDH.
 O Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS) e ou
gaúcho IDESE
IPRS
Riqueza Municipal
 Consumo de energia
elétrica por ligação
residencial
 Consumo de energia
elétrica por ligação no
comercio, na agricultura e
nos serviços
 Remuneração média dos
trabalhadores com vínculo
empregatício formal.
 Valor adicionado per capita
Indicador de
longevidade
 Mortalidade infantil
 Mortalidade perinatal
 Mortalidade de adultos
com 60 anos e mais
 Mortalidade de adultos de
15 a 39 anos
Indicador de Quarta
geração?
 Frente a indicadores de crescimento , um médico não se deixaria
enganar se aumentasse mais massa muscular e mais gordura.
Oswaldo Sunkel propus Qualidade do Crescimento.
 O Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (NEPP) da Unicamp
propus o DNA-Brasil
 Usa 24 indicadores referentes a sete dimensões: bem-estar
econômico, competitividade econômica, condições socioambientais,
educação, saúde, proteção social básica e coesão social
 É muito duvidoso usar um índice sintético que pretenda
expressar em um único número a complexidade do
desenvolvimento, é preferível ter um conjunto integrado de
indicadores.
Como pode ser medido o
desenvolvimento
 A maior dificuldade está na natureza multidimensional do
processo de desenvolvimento.
 É duvidoso qualquer índice sintético.
 Precisa-se dos índices que estimulem a examinar também o
conjunto de tabelas estatísticas.
 “Os vários índices sintéticos apresentados poderão todos
ser muito úteis se servirem apenas de isca para que cada
uma das dimensões do desenvolvimento seja examinada
em paralelo, de forma que as principais discrepâncias
sejam enfatizadas”.
ESTADISTICAS PARA ECONOMISTAS
Y OTROS CALCULADORES QUE
DESPRECIAN LA RETORICA *
El medio ambiente no es
Y la renta per cápita - sinécdoque en latín - ,
el 50% del ambiente.
no son los beneficios que reciben
Es mitad nada más - para entendernos -
los propietarios de las guillotinas.
de una relación que no tiene mitades:
la vida.
(Aunque, en el fondo, si se piensa bien...)
Ni el hombre medio
*De la serie Poemas para los que no leen
poemas (Terapia Poética). Jesús López
Pacheco 1930-1997
es medio hombre, como creen
los que multiplican por él sus beneficios.
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Como pode ser entendido o desenvolvimento