procedimento laboratorial. Portanto, é
imprescindível que o próprio cirurgião
realize essa etapa do planejamento4,23.
Ao final da cirurgia nos modelos, quando estiverem determinadas as alterações a
serem realizadas e a posição final dos arcos,
um guia cirúrgico deve ser construído, em
acrílico, para reproduzir durante o ato
cirúrgico, a relação interarcos planejada.
Este guia deve se apresentar o mais delgado
possível, sendo também utilizado como
contenção, durante a fixação pós-cirúrgica
4,10,23
.
TÉCNICAS CIRÚRGICAS5
A eleição da técnica apropriada e dos
locais das osteotomias depende da extensão da deformidade, da quantidade de
correção esquelética necessária e das alterações estéticas requisitadas.
A técnica mandibular intrabucal mais
utilizada é a osteotomia sagital com separação do ramo. Em alguns casos específicos, a ostectomia de corpo e a
osteotomia subapical são indicadas.
OSTEOTOMIA SAGITAL POR SEPARAÇÃO DO RAMO (Fig. 6 )
Indicada para quando se desejam
grandes alterações bidimensionais para a
correção de problemas esqueléticos
mandibulares. Quando são planejadas
correções verticais e ântero-posteriores , a
osteotomia sagital promove um maior
contato ósseo, contribuindo sobremaneira
para a estabilização dos segmentos.
Resultados semelhantes também são obtidos
com a osteotomia vertical, ficando a opção
a cargo do cirurgião. Nas cirurgias com
separação dos ramos, deve-se atentar para
a posição dos côndilos em relação às
cavidades glenóides, que devem estar
centrados. É importante ressaltar que, uma
posição forçada dos côndilos para posterior
pode recidivar para uma relação esquelética
de Classe III.
OSTECTOMIA DE CORPO
Esta modalidade de técnica cirúrgica
é geralmente indicada quando se deseja
uma pequena redução mandibular, não
mais que o espaço de um dente. Também
é recomendada nos casos em que os
locais eleitos para as modificações situ-
Figura 6 - Osteotomia sagital por separação do ramo.
am-se nas regiões anteriores ao local da
ostectomia, quando não se deseja alterar
a relação oclusal.
Ostectomia em “V”, “Y” ou retangular
As ostectomias em “V” ou “Y” são
indicadas para os casos de mordida aberta anterior resultante de uma reversão
excessiva da Curva de Spee no arco inferior, e quando não estão planejados procedimentos cirúrgicos maxilares (Fig. 7a).
Já a ostectomia retangular promove um
melhor fechamento de mordida quando
a mordida aberta é resultante de degrau
no plano oclusal inferior (Fig. 7b ).
OSTEOTOMIA SUBAPICAL (Fig. 8)
Pode ser efetuada quando a
protrusão mandibular localiza-se, quase
que exclusivamente, em sua porção
alveolar anterior, com ocasional mordida cruzada anterior, porém, sem qualquer tipo de cruzamento lateral. É importante que as relações dentárias na região
posterior sejam satisfatórias. Geralmente, a estética pode estar discretamente
comprometida pela ausência de profundidade de sulco labiomentoniano.
Cirurgia de Le Fort I (Fig. 9)
Nas Classes III, quando a redução
mandibular não favorece uma estética
aceitável, e que o terço médio da face
encontra-se retruído, ou mesmo quando
há uma deficiência maxilar associada à
protrusão mandibular, são requisitados
REVISTA DENTAL PRESS DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA MAXILAR
VOLUME 2, Nº 6
procedimentos para o avanço maxilar. É,
também aplicada, quando se deseja reduzir o excesso alveolar maxilar, contribuindo para a redução da exposição
gengival (excesso alveolar anterior), para
a correção do plano oclusal inclinado nas
mordidas abertas (excesso alveolar
posterior), ou quando ocorra uma
combinação de ambos.
A cirurgia de Le Fort I desloca totalmente a maxila, quando não se exige expansão posterior, podendo ser realizada
por segmentações, para a correção de
mordidas cruzadas ou abertas. A cirurgia
segmentada deve ser cuidadosamente
planejada, pois, nos locais eleitos para as
osteotomias, deve-se contar com um
paralelismo radicular ideal, para evitar o
comprometimento das raízes, durante o ato
cirúrgico .
FIXAÇÃO E CONTENÇÃO
Antes da fixação, deve-se certificar que
os côndilos encontram-se bem
posicionados na cavidade glenóide, isto é,
numa posição de repouso, não forçada.
Uma posição forçada dos côndilos nos
sentidos posterior e superior, pode
ocasionar uma recidiva imediata nas
direções opostas.
A mandíbula apresenta uma forte tendência de rotação em direção posterior e
inferior durante a fixação, como efeito
secundário às forças exercidas pela musculatura. A maioria das recidivas ocorre nos
casos em que a mandíbula é movida no
NOVEMBRO / DEZEMBRO - 1997
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procedimento laboratorial. Portanto, é imprescindível