RESUMEN / RESUMO Este estudio analiza cómo se configuran las relaciones de poder en el discurso narrativo a través del estudio comparativo de “Cara-de-Bronze”, de João Guimarães Rosa, y Pedro Páramo, de Juan Rulfo. En ambas obras tiene un papel fundamental el concepto de poder entendido como relación que constituye cultural y socialmente a los sujetos, esto es, el concepto de poder tal y como lo entiende el filósofo francés Michel Foucault. El análisis de los mecanismos de control del poder en el discurso que realiza este filósofo sirve de punto de partida para establecer una serie de conclusiones. Así, la presentación de los poderosos desde la perspectiva de los personajes desprovistos de poder permite ver cuáles son los puntos de conflicto donde se establecen los juegos de fuerza que constituyen a los personajes como individuos. Además, esta polifonía de las voces de aquellos a los que otras literaturas no han concedido la palabra permite entender que el poder no es unidireccional y jerárquico, sino que se ejerce en todas las direcciones. El narrador omnisciente que presenta la verdad de los acontecimientos desaparece y, por tanto, ya no hay un solo discurso que tenga el poder de decidir lo que es verdadero y lo que es falso, sino múltiples discursos que entran en conflicto y entre los que se establecen distintas relaciones de poder. Las dos obras analizadas son paradigmáticas de esa categoría literaria de “transculturación narrativa” acuñada por Ángel Rama. La consideración de que esta noción de “transculturación” puede aplicarse también al lugar de enunciación y a la categorización permite interpretar estas narrativas como discursos de resistencia al poder del discurso occidental y colonial. Además, esa resistencia se afirma en el interior de las dos narrativas a través de la validez concedida a dos lenguajes que en la historia occidental del discurso han sido excluidos por considerarse no verdaderos: la poesía en “Cara-de-Bronze” y la locura en Pedro Páramo. Este estudo analisa como é que se configuram as relações de poder no discurso narrativo através do estudo comparativo de “Cara-de-Bronze”, de João Guimarães Rosa, e Pedro Páramo, de Juan Rulfo. Em ambas as duas obras tem um papel fundamental o conceito de poder como relação que constitui cultural e socialmente os sujeitos, isto é, o conceito de poder segundo o filósofo francês Michel Foucault. A analise dos mecanismos de controle do poder no discurso realizado por este filósofo é a base para estabelecer uma série de conclusões. Assim, a apresentação dos poderosos desde a perspectiva dos personagens que não têm poder deixa ver quais os puntos de conflito onde estão os jogos de força que constituem os personagens como indivíduos. Aliás, a polifonia das vozes daqueles a quem outras literaturas não têm outorgado a palavra permete compreender que o poder não é unidirecional e hierarquico, mas exerce-se em todas as direcções. O narrador onisciente que apresenta a verdade dos factos desaparece e, por conseguinte, não há já um único discurso que tem o poder de determinar o que é verdadeiro e o que é falso, mas múltiplos discursos em conflito entre os quais estabelecem-se diversas relações de poder. As duas obras analisadas são paradigmáticas da categoria literária de “transculturação narrativa” cunhada por Ángel Rama. A consideração de que esta noção de “transculturação” pode aplicar-se também ao lugar de enunciação e à categorização permete interpretar estas narrativas como discursos de resistência ao poder do discurso ocidental e colonial. Além disso, essa resistência afirma-se no interior das duas narrativas através da validez concedida a duas linguagens que na história ocidental do discurso têm sido excluídas por serem consideradas não verdadeiras: a poesia em “Cara-de-Bronze” e a loucura em Pedro Páramo.