Nº 218 Taguatinga/DF, 9 de fevereiro de 2012. Evangelho Mc. 1, 40-45 A Boa Nova em Nossas Vidas Pe. Tininho Queridos irmãos e queridas irmãs. O Evangelista São Marcos nos apresenta o relato da cura do leproso. Neste relato somos convidados a buscar a conversão de nossas atitudes perante aqueles e aquelas que se encontram à margem da vida. E como são tantos! Né? Homens e mulheres abandonados nos hospitais, nos centros de recuperação, nas praças etc. Estão nessa situação por causa de uma sociedade que prioriza os “puros”, privando essas pessoas da realização pessoal e comunitária. O leproso vai até Jesus e pede clemência para a sua situação. Jesus estendendo a mão sobre ele devolve a dignidade e a alegria de conviver com seus familiares e amigos. Com este gesto de estender a mão ao leproso Jesus nos convida também a acolher todos e todas que passam pelas agruras da vida. Gestos simples, mas que transformam em bênçãos aqueles e aquelas que se encontram à margem da vida. Jesus também deveria passar ao largo do leproso, pois este é considerado um impuro e com isso Jesus também se tornaria impuro se o tocasse. Mas a misericórdia para com os últimos leva-o a devolver a dignidade ao leproso. Corre o risco para que o outro possa desfrutar da felicidade. E quantos conhecemos que são capazes de sacrificar até a própria vida em benefício do outro? Este gesto de ir ao encontro do leproso demonstra uma nova compreensão de Deus. A mentalidade judaica apresentava um Deus distante, irado, rígido contra os que erraram, distante daqueles que são considerados impuros. Não é a mentalidade de muitas pessoas hoje? Relacionam-se com Ele por medo de ir para o inferno; se dirigem a Ele cheios de temores enquanto que o Deus de Jesus Cristo é um Deus que não sente repugnância dos “leprosos”, pelo contrário, cumula-os de carícias, porque, em cada ser humano, mesmo naqueles que mais se afundam e se precipitam nos abismos do pecado, Ele sabe descobrir uma obra-prima da beleza, um filho extraordinariamente amável. Este gesto cheio de compaixão de Jesus nos obriga, como seus seguidores e seguidoras, a questionar qualquer norma ou tradição que não leve em conta os valores autênticos do ser humano. Jesus mostra que é preciso ter coragem: diante de qualquer pedido de ajuda, deve-se “seguir o coração”. Certamente não teremos a coragem de nos aproximar de alguém que represente um perigo físico ou moral se não sentirmos por ele o amor de Cristo. Queridos irmãos e queridas irmãs. Busquemos ter as atitudes de Jesus e teremos um mundo melhor e reconciliado, pois as diferenças não serão motivos de discórdia, mas de congraçamento. E quanto mais nos deixarmos envolver pelo evangelho seremos homens e mulheres comprometidos com o amor que cura todas as doenças e diferenças. Ser indiferente ao sofrimento do outro nos torna indiferentes ao Evangelho. Quando estamos iniciando o ano letivo nessa Universidade desejo a cada estudante, que começa a fazer parte da família da Católica, uma feliz e profícua estadia. Que todos vocês, aproveitando o máximo que esta casa pode lhes dar, tornem-se cidadãos e cidadãs comprometidos com um mundo melhor, e que a Palavra de Deus os fortaleça na caminhada, tornando-os homens e mulheres cheios de sabedoria, solidariedade e amor para com todos e todas. Rezemos então: Mestre, que teu exemplo em acolher a todos e todas, especialmente os mais excluídos, nos leve também, através de gestos simples, a devolver a alegria e a felicidade a tantas pessoas que necessitam. E que teu Espírito nos lave de todo e qualquer preconceito, a fim de que possamos acolher e amar as pessoas mais desprotegidas. Amém!