Dicas Fertilize 9 – Lucro ou Prejuízo – Eficiência da Inseminação e Produção de
Leite
É bastante complexo o cálculo da perda de uma inseminação em R$. Começa pela
dose de sêmen e entram na conta mão de obra, luva, bainha, nitrogênio e outros
materiais. Soma-se também a produção que ocorreria nos primeiros 21 dias de
lactação da vaca em questão. O cálculo para o rebanho é ainda mais complexo, pois
algumas vacas atrasam 21 dias, outras 150 dias ou mais e quanto maior o atraso e a
produção de leite individual, maior é o prejuízo em reais. Soma-se, além disso, o
atraso para a venda ou aproveitamento da cria.
O atraso na prenhez se reflete em “dias de vaca parada”, aumentando o custo e o
espaço de tempo entre uma produção e outra. Lucro ou prejuízo – essa é a diferença
entre emprenhar ou não essa vaca no pós-parto. 21 dias representam 5,7% dos dias
do ano, o que é muito tempo para se perder, uma vez que nessa situação se aplica
perfeitamente o ditado “tempo é dinheiro”. Veja na tabela e no gráfico abaixo:
Dias de atraso na concepção
PRODUÇÃO
10 Litros
15 Litros
21
210
315
42
420
630
63
630
945
84
840
1260
105
1050
1575
126 147
1260
1470
1890
2205
20 Litros
420
840
1260
1680
2100
2520
Litros de Leite a
2940 menos
Atraso na Concepção e Produção de
Leite
2940 L
2520
2100
840
630
420
420
315
210
21
42
1680
1260
840
1260
945
630
63
10 Litros
84
15 Litros
1890
1575
1260
1050
105
126
2205 L
1470 L
147 Dias
20 Litros
Cada cio perdido significa atraso de 21 dias para o início da próxima lactação e 21
dias a mais de período seco. Com certa frequência, ocorre em gado de leite o fato de
vacas apresentarem 1 ou 2 cios no período de serviço e, não ficando gestantes,
emagrecerem e permanecerem sem dar cio por 4 ou 5 meses. Nessa situação são
150 dias a mais no intervalo de parto e, consequentemente, 150 dias de atraso na
produção de leite. Uma vaca que produz 10 kg de leite por dia deixa de produzir 1500
kg nessa situação (10 kg x 150 dias = 1500 kg) e dez vacas nesse caso deixam de
produzir 15.000 Kg de leite.
De forma ideal, a boa vaca de leite é aquela que produz leite por 305 dias, fica seca
por 60 dias e novamente inicia uma lactação. Dividindo-se 100% por 12 meses,
encontramos 8,5% de partos por mês. Assim, para esse rebanho cujo período seco é
de 60 dias, a relação ideal é de 17% de vacas secas e 83% em lactação. Em
rebanhos ½ sangue Girolando, espera-se lactação em torno de 9 meses e período
seco de 3 meses, onde a relação ideal é de 25,5% de vacas secas e 74,5% em
lactação. Para se obter essa relação ideal, as vacas precisam parir em boa condição
corporal, apresentar cio e serem fecundadas nos primeiros 90 dias após o parto,
obtendo assim intervalos de parto de 12 meses e a maior produção anual de leite
possível para cada vaca.
Sabemos que para a vaca dar leite tem primeiramente que parir, e antes de parir tem
que ser observada em cio, ser inseminada e ficar prenha. As lactações iniciadas hoje
são consequência de prenhezes iniciadas em torno de 9 meses atrás, e estamos
emprenhando hoje as vacas que estarão na ordenha daqui a 9 meses.
Devemos realizar cada inseminação com o maior zelo possível, pois essa é a nossa
chance de impormos ao rebanho o ritmo reprodutivo desejável, maximizando os
lucros. Os parâmetros de eficiência reprodutiva do rebanho e o gasto de
doses/concepção são obtidos levando em conta o resultado de cada vaca. Eles se
relacionam diretamente com a eficiência do ato da IA, por isso cada inseminação deve
ser feita com todos os cuidados para que resulte em prenhez e seja somada
positivamente aos resultados do rebanho.
Quanto menor o rebanho, mais significativo é o resultado de cada inseminação. Em
um rebanho de 50 vacas, cada uma delas representa 2% da fonte de receita, tornando
ainda mais significativo o aproveitamento de cada cio. Todo esse leite pode ser colhido
e vendido quando a inseminação é realizada com excelência e ajuda da tecnologia.
Utilizando-se o Descongelador Eletrônico de Sêmen Fertilize®, eliminamos a
possibilidade de falhas no fator descongelamento do sêmen. Pela comprovação de
usuários e pesquisadores, quando se introduz essa tecnologia na propriedade há
aumento na taxa de prenhez, gerando mais crias nascidas por ano e proporcionando
diminuição dos intervalos de parto e melhora na relação vacas secas/vacas em
lactação. Com o uso do Descongelador Fertilize, verifica-se, por fim, maior produção
anual de leite e maior retorno do investimento realizado na atividade leiteira.
Autor: Ricardo Reuter Ruas - Médico Veterinário, Diretor da Fertilize®
Consultor da ASBIA - Associação Brasileira de Inseminação Artificial
Coautor das cartilhas de Inseminação Artificial do Senar-MG, Senar-SP e da
Associação Brasileira de Inseminação Artificial.
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