Fundamentos Arquivísticos Aula 11 Formação e Pesquisa em Arquivologia “Toda profissão se baseia no conhecimento da prática e da teoria”. Assim, a formação e a investigação constituem dois apoios indispensáveis para a teoria e a pratica. Uma área do conhecimento pode ser apreciada pelos seus programas de formação e o desenvolvimento de suas atividades de investigação. Sem o contributo das duas a Arquivística arrisca a permanecer numa prática repetitiva de métodos que relevam a técnica. Os profissionais que estão a forma-se devem munir-se de um verdadeiro corpus teórico. “Ser arquivista é compreender e aprender a teoria e a metodologia da Arquivística e sabe empregar os conhecimentos adquiridos não só na sua formação universitária mas também percorrer todos os meandros da educação continuada.” (Bellotto, 2002, p. 6) A consolidação de uma disciplina como área de conhecimento e como profissão é possível na medida em que estejam consolidadas: teoria, metodologia, prática, termiologia, legislação e formação profissional. Considerada no contexto da Ciência da Informação sua participação junto com a Biblioteconomia, Museologia e Documentação reside no seu objeto de análise: a Informação social produzida e recebida na consecução das atividades/funções jurídico/administrativas de uma instituição. Neste conjunto: A teoria é o conjunto de ideias (princípios fundamentais da Arquivística) que o profissional tem sobre o seu objeto e A Metodologia é o conjunto de ideias que se tem sobre como tratar o material de arquivos na sua organicidade. Para torna-se ciência qualquer disciplina deve desenvolver uma terminologia através de expressões de cunho técnico que sejam comunicadas entre profissionais da área. A terminologia é essencial no desenvolvimento da ciência, pois trás uma harmonia dos conceitos, diminuindo dificuldades de entendimentos, reduzindo a qualidade técnica. Os glossários ou dicionários técnicos são importantes na divulgação dos conceitos da área. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. Acervo; Acesso; Acondicionamento; Aquisição; Arquivo; Carta régia; Catálogo; Classificação; Códice; Conservação; Contrato; Data-limite; Depósito; Descrição documental; Diplomática; Documento; Atividade 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. Doc. Iconográfico Eliminação; Função-meio; Fundo; Gestão documental; Indexação; Instrumento de pesquisa; Inventário; Manuscrito; Ofício; Organização; Parecer; Plano de classificação; Recuperação de informação; Reprodução; Série; Tabela de temporalidade; Tipologia documental Valor primário/secundário A Arquivística é uma profissão antiga, porém seu desenvolvimento e sua terminologia são recentes. Dificuldades na tradução e na leitura a aplicação dos conceitos de maneira uniforme por todos os profissionais. Como qualquer ciência é preciso desenvolver-se e para tal mudanças sempre ocorrem. O ensino da Arquivística é recente, tendo as primeiras escolas surgido na idade Moderna. O século XIX foi o início das primeiras escolas para arquivistas (École des Chartes 1821, Nápoles 1811, Munique, 1821, Milão 1842, Vaticano, 1884 etc.) Com a criação dessas escolas leva a Europa a tomar consciência do valor de testemunho dos arquivos, dá-se o aparecimento de uma Arquivística melhor estruturada, porém ao serviço do historiador-arquivista. Fato que se modificou apenas no séc. XX. A partir das novas tecnologias com o (re) surgimento da Informação como elemento mais importante que o suporte, separa-se o arquivista do historiador, ao trabalhar a perspectiva da gestão de informação. Interrelações interdisciplinares da Arquivística: Administração; Biblioteconomia; História; Paleografia; Diplomática e Ciência da Computação, entre outras. O arquivista deve estar interligado a gestão da informação, ocupando seu lugar devido na administração, apoiando os gestores no que toca a produção, trâmite e busca da informação. A formação do arquivista deve ser então integrando valores administrativos e culturais da informação de uma instituição. Integração teoria e prática. É necessário uma base teórica sólida que só a reflexão e a investigação pode dar. Porém, o equilíbrio ocorre quando integra-se a prática, permitindo ao aluno confrontar-se em situações cotidianas