Arquivos Pernamentes Aula 9 Descrição • A descrição é uma atividade que se segue após a classificação. Somente a descrição arquivística garante a compreensão ampla do conteúdo de um acervo, possibilitando tanto o conhecimento como a localização dos documentos que o integram. • O trabalho de um arquivo só se completa com a elaboração de instrumentos de pesquisa, que consistem na descrição e na localização dos documentos no acervo. • A descrição deve ser feita em relação à sua: – Substância: orientando os usuários nas diversas modalidade de abordagem a um acervo – Estrutura: indicando o plano de classificação adotado. • Sem a descrição, corre-se o risco de criar uma situação análoga à de um analfabeto diante de um livro. • Os arquivistas devem facilitar a consulta e difundir os meios para o conhecimento do acervo através dos instrumentos de pesquisa. • A descrição é a análise realizada pelo arquivista sobre os fundos/sistemas e documentos a fim de sintetizar e condensar as informações em conteúdos para oferecê-la aos interessados. É a ponte que comunica os documentos com os usuários. • Vários são os instrumentos de pesquisa que se pode dispor um arquivo: – Guias; – Inventários; – Catálogos; • Cada um deles diz respeito a um nível de análise arquivística. 1º Nível: Arquivo Guia 2º Nível: Série Inventário 3º Nível: Documento Catálogo • Listagem para sintetizar as principais etapas da confecção de um instrumento de pesquisa: 1. Planejamento e definição de prioridades • • • • • Escolha do material a ser descrito; Escolha do tipo de instrumento; Definição da forma de divulgação do instrumento; Definição dos recursos materiais, humanos e financeiros; Estabelecimento de cronograma; 2. Estabelecimento do conteúdo do instrumento • • Definições das informações a serem apresentadas; Estabelecimento do sistema de coleta e de processamento de dados 3. Preparação para recolhimento da informação; • • • • Definição dos elementos do sistema informatizado; Elaboração de normas para preenchimento das fichas de coleta de informação; Teste das atividades em parte do acervo; Treinamento do pessoal responsável e escolha do coordenador; 4. Recolhimento das informações; 5. Confecção do instrumento de pesquisa; 6. Divulgação do instrumento de pesquisa. • Para se conseguir bons instrumentos de pesquisa a descrição deverá ser o mais exata possível. • Cada Arquivo, Fundo/Sistema, deve ter um instrumento de pesquisa que reflita a totalidade de seu conjun-to documental. Quanto as séries que integram o dito fundo não requerem obrigatoriamente a confecção de um catálogo, cuja a necessidade só dependerá do interesse informativo da mesma e de sua demanda. • Porém, há os velhos problemas de normalização da arquivística, pois as nossas práticas estão marcadas por tradições administrativas estabelecidas por cada país, inclusive na produção dos instrumentos de pesquisa. – Termos claros e exatos – Conceitos universais • Inclusive de tradução: – Canadá: instruments de recherche e instruments de reperage; – USA: finding aids; – Espanha: instrumentos de investigación. • A falta de uma uniformização terminológica levou a constituição de grupos de trabalho constituídos pelo CIA para tentar solucionar. – 1931 – Comitê consultivo permanente de especialistas de arquivo – 1950 – Criação do Conselho Internacional de Arquivo – 1977 - Elaboração do Dictionary of Archival Terminology • Neste sentido foi iniciado um trabalho para elaborar uma norma de descrição internacional que é atualmente conhecida como ISAD (G). • ISAD(G) evolução cronológica: – Reuniões entre 1988 e 1993 com o apoio do CIA e da UNESCO. O Canadá é o país que a muito tempo vem levantando a bandeira da normalização da descrição. – Tomada de consciência da necessidade de normalizar – Há uma clara ruptura entre a análise dos documentos de arquivo e os livros partindo de um elemento essencial e distinto: a origem administrativa do 1º. – Comprova-se que todos tinham dado regras para os seus arquivos, mas poucos tinham normalizado em sentido mais rigoroso. – Estabelecimentos de normas gerais e específicas (cada país) • • • • 1990 – Comissão de normas e descrição; 1992 – Aprovado a declaração de princípios 1993 – Foi aprovado o ISAD-G e abriu-se um período de 5 anos para experimentá-la e questioná-la Revista Quinquenalmente. • Áreas do ISAD(G): 1.Área de Identidade; (ISO 3.166) 2.Área de Contexto; 3.Área de Conteúdo; 4.Área de Condições de Acesso e Utilização; 5.Área de Materiais relacionados; 6.Área de Notas • Área de Identidade: 1.1 – Nome e localização do Arquivo ou da Instituição Arquivística; 1.2 – Nome do Fundo/Série documentais/ Unidades documentais 1.3 – Datas-limites dos documentos 1.4 – Nível de Descrição: Fundo/Série/Documento; 1.5 – Volume; 1.6 – Notas. • Área de Contexto: 2.1 – Nome do Produtor; 2.2 – História Administrativa; 2.3 – Data de Acumulação; 2.4 – História da Custódia; 2.5 – Forma de Ingresso; 2.6 – Notas. • Área de Conteúdo 3.1 – Resumo do conteúdo; 3.2 – Resumo sobre seleção e eliminação; 3.3 – Novos Ingressos; 3.4 – Sistema de Organização 3.5 – Notas • Área de Condições de Acesso 4.1 – Língua dos Documentos; 4.2 – Características Físicas (se há necessidade de algum meio para leitura dos documentos); 4.3 – Condição de acessibilidade (situação legal do acervo); 4.4 – Direito de Autor; 4.5 – Instrumentos de Pesquisa; 4.6 – Notas. • Área de Materiais realcionados 5.1 – Localização de Originias; 5.2 – Existência de Cópias; 5.3 – Unidades de Descrição Relacionadas (outros fundos ou séries); 5.4 – Documentação Complementar em outros arquivos ou instituição; 5.5 –Nota de publicação ou bibliografia. • Área de Observações. Nobrade • Estabelecimento de áreas específicas estabelecidas pelo país. • Área de Controle de Descrição 7.1 – Informações sobre a elaboração da descrição (nome do arquivista ou equipe, metodologia usada, data da descrição) 8.1 – Pontos de Acesso: elaboração de índices e controle de vocabulário adotado.