LABORATÓRIO DE FÍSICA: UMA EXPERIÊNCIA DIDÁTICA PARA O ENSINO DE MOVIMENTO UNIFORME E MOVIMENTO UNIFORMEMENTE VARIADO EM TURMA DO I SEGMENTO EJA BEIJA-FLOR DO ENSINO MÉDIO Elda Sousa e Silva (Graduanda) - [email protected] José da Silva (Orientador) - [email protected] Licenciatura Plena em Ciências Naturais e Matemática: Habilitação em Física (UFMT) RESUMO O presente trabalho consiste em apresentar uma experiência didática na qual utilizamos o laboratório de Física, como ferramenta didática para o ensino de Movimento Uniforme e Movimento e Uniformemente Variado em turma do EJA-Projeto Beija-Flor, primeiro segmento do ensino médio. Verificamos a eficácia do laboratório de ciências como meio de trazer os fenômenos físicos para a realidade dos educandos, provocando assim melhorias no aprendizado de Física. Nesta pesquisa utilizamos o laboratório de Ensino de Física, com roteiros programados e instruções detalhadas das práticas, sendo que os experimentos foram montados e realizados pelos alunos em sala de aula. A metodologia adotada é qualitativa com uma abordagem do tipo pesquisa-ação, pois, para compreendermos um grupo, é necessário aproximação e um contato direto com a realidade comum aos seus membros. Em nosso trabalho a abordagem pesquisa-ação é ideal por ter o caráter de investigar e propor ações no sentido de provocar melhorias a fim de conseguirmos um ensino menos traumático. Foi possível verificar, com o uso de laboratório, uma melhor compreensão dos fenômenos Físicos abordados, bem como, relações entre a Ciência e o cotidiano do educando. Palavras-chave: Experiência didática, Ensino de física, Pesquisa-ação. INTRODUÇÃO O trabalho que aqui se apresenta é fruto de um longo processo de discussão, reflexão e busca para uma construção de amparo didático visando uma nova política educacional em prol da turma do I segmento Eja Beija-Flor da Escola Estadual “São Domingos Sávio” do município de Ponte Branca – MT. Nessa expectativa buscou-se identificar elementos necessários à formulação de uma proposta pedagógica capaz de acolher as especificidades relativas à modalidade da educação que no caso é de jovens e adultos. Entretanto, examinamos seu significado numa perspectiva mais aprofundada e verificamos que seu sentido é outro: compreender a realidade do ensino aplicado, a realidade de conhecimento que o educando possui e a realidade social a qual se encontra. A princípio, o trabalho de aprendizado revela por parte dos alunos uma enorme dificuldade quanto à assimilação dos conteúdos de forma abstrata - deficiência detectada na disciplina de Física, a qual pertence este estudo - propiciando assim um ensino a partir do concreto. Tal percepção levou-nos a formular um projeto de experimentos e demonstrações para complementar o entendimento dos alunos, servindo também para despertar curiosidades pela ciência e tecnologia. Os conteúdos abordados na disciplina de Física, no decorrer do ano letivo, foram contemplados por experimentos e demonstrações com roteiros programados e instruções detalhadas das práticas, sendo esses montados e realizados pelos próprios alunos em sala de aula. Esse trabalho oportunizou aos alunos criar condições para melhorar conceitos prévios, por meio da formulação de hipóteses e do confronto destas as práticas apresentadas, resolvendo problemas num processo ativo de interação sujeito-objeto. De acordo com Seduc (2003), nas instruções prescritas no projeto, procuramos ainda, em todos os temas abordados, apresentar conceitos justificando as razões que originaram as suas definições físicas, bem como, as formulações matemáticas, mostrando assim, que a ciência é evolutiva e dinâmica, sendo construída a partir de necessidade humana, tomando após um corpo modelado pela matemática. O aprendizado pela experimentação é mais significativo, propondo resoluções de exercícios, os alunos criam seus próprios desafios, sentem-se mais confiantes e perdem o medo de abordar novos conteúdos em ciências. Diante das resoluções de exercícios sobre movimento uniforme e movimento uniformemente variado notamos que, não basta saber apenas a teoria. Resolver um exercício é um novo aprendizado, é preciso saber identificar ou decodificar as grandezas e as variáveis apresentadas no enunciado, saber utilizar expressões matemáticas adequadas, saber equaciona-las e resolve-las e, por fim saber expressar as respostas adequadamente. Nenhum desses saberes pode ser adquirido sem aprendizado específico, que muito pouco tem a ver com o conhecimento teórico ao qual o exercício se aplica. Daí a tamanha importância do projeto “Laboratório de Física”. De acordo com nossa pesquisa, obtivemos que o aprendizado em Física necessita uma experimentação para a fixação e a contextualização dos conteúdos, a resolução estanque de exercícios oferece ferramentas de treinamento matemático e muitas das vezes não tem uma contextualização com a realidade que cerca o aluno, em especial, alunos que não obtiveram condições de um ensino regular, com um número considerável de aulas semanais. A metodologia adotada para este trabalho é qualitativa com uma abordagem do tipo pesquisa-ação, pois para compreendermos um grupo, é necessário aproximação e um contato direto com a realidade comum aos membros, sendo necessária a proposta de ações e verificações das melhoras dos conceitos de ciências proporcionadas. Produzindo análises efetuadas antes e depois da aplicação da metodologia, a qual objetivou melhorias no aprendizado da ciências, em especial, a Física. Houve a possibilidade de rever aspectos da educação de jovens e adultos, tais como a oferta de atendimento adequado, promoção da inclusão social e a inserção no mercado de trabalho, bem como, aumentar o nível de escolarização (assegurado pela Constituição Federal, no artigo 208, inciso I, onde obriga o Estado a garantir a Educação Básica também para jovens e adultos), resgatando o conhecimento, de forma a responder com pertinência e eficácia às necessidades de vida e participação social como também de compreender a Física como um processo de produção de conhecimento e como atividade humana, inserida em contextos sociais, econômicos políticos e culturais. Referências Bibliográficas CARVALHO, Pessoa. Física: Proposta para um ensino Construtivista, São Paulo, E.P.U, 1998; DACORSO, Jane Grazia & LAMBACH, Marcelo. Ciência & Tecnologia, Editora Educarte, Curitiba,2000; FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia, Editora Paz e Terra, São Paulo, 1996; FREIRE,Paulo, Medo e Ousadia. 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