Ética nas organizações
Por Célio Gentil
Estamos vivendo num período conturbado cheio de inovações e avanços científicos, característicos da nossa era
contemporânea. Em todas as organizações, há mudanças e
avanços. Gestão de Qualidade, Sustentabilidade, Gestão por
competência, Governança Corporativa, Ética nos Negócios e
nas Empresas, Gestão de Pessoas, Balanço Social, Kaizen, Grau
de Reputação, Empresa Cidadã, Responsabilidade Sócio-Ambiental, Marketing Relacionado a Causas e tantas outras que
proporcionam avanços nas instituições e organizações, principalmente nas empresas privadas.
Nosso título trata de um tema ainda crítico, porém, indispensável na visão de grandes estudiosos do meio acadêmico e
empresarial. Para compreensão da palavra “ética”, faremos algumas considerações lembrando resumidamente seu conceito
e resgatando sua origem que vem do grego “ethos” que significa uso, comportamento ou costume.
Esta matéria tem como propósito contribuir para o diaa-dia dos Empresários, Executivos, Gestores em Geral, Empreendedores e Profissionais que atuam no mundo dos negócios a
pensar sobre esta questão em seu ambiente de trabalho. A ética, sem qualquer questionamento, têm sido tema e alicerce de
grandes discussões, cujo objetivo, é a evolução sadia de uma
sociedade mais justa e um Estado mais eficiente e eficaz.
Conceitualmente, a “Ética Empresarial” pode ser compreendida como o “Valor da Organização”, que assegura sua
sobrevivência, sua imagem ou sua reputação, consequentemente, seus bons resultados. Para alguns autores, “Ética
Empresarial” é o comportamento da organização lucrativa
quando ela age respeitando os princípios morais, regras de
boa conduta aceitas pela coletividade. A ética profissional ou
das organizações é um fator importantíssimo para a sobrevivência futura, tanto para as pequenas quanto para as grandes
empresas.
Quando observamos, na prática, as mudanças organizacionais nas décadas passadas consideradas pós-modernas,
muitas empresas ainda tratavam a ética como adversária, contudo, não existe uma causa única e explicação lógica deste
movimento, mas é possível que a concorrência entre empresas,
aliadas às crescentes exigências de mercados e consumidores
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menos tolerantes com os abusos, estejam forçando as empresas a dar mais atenção a este tema.
A “Ética do Lucro” é parte crítica e sensível de uma organização exigindo cuidados no momento do planejamento para
atingir suas metas. Isto significa que ser antiético, enganando
seus clientes, não é uma boa cultura para a empresa que deseja
crescer e desenvolver perante sua concorrência.
Os valores éticos de uma organização são ações que norteiam gestores e funcionários a tomar decisões de acordo com
os princípios da organização, e se bem implementados, tenderá
a especificar a maneira como a organização administrará seus
negócios e consolidará as relações com todo seu Stakeholders
— Fornecedores, Clientes, Sociedades, Governos, Sindicatos
e etc...
Percebemos que já é comum nas grandes organizações,
em especial do setor privado, tratar deste assunto juntamente com os demais temas relacionados às metas empresariais,
incorporando no processo de melhoria continuada, um instrumento criado para orientar o desempenho em suas ações e na
interação com seus diversos públicos. Para a eficácia deste relacionamento, é necessário que a empresa desenvolva o conteúdo do seu código de ética, com objetividade e clareza, tornando-o acessível para entendimento dos seus colaboradores.
Diante deste conceito, a ideia é mostrar que a ética não
deve ser entendida como ameaça ou obstáculo em seus negócios, mas como alavanca para multiplicar a força e impulsionar
o sucesso da empresa.
Entender, compreender e aceitar esses novos paradigmas
ou optar pela autodestruição, são as vertentes discutidas no
meio empresarial, e já é determinante para a maioria dos líderes que acreditam que podem manter padrões éticos nas
práticas dos negócios.
Inúmeros empresários e gestores têm discutido a concepção da “Ética Empresarial”, e esta discussão resulta em ações
críticas e concretas dentro das empresas, principalmente
ações de auditorias, onde as respostas justificam estas ações,
fortalecendo cada vez mais, sua posição no contexto da Responsabilidade Social Corporativa.
Finalizo, lembrando o pensador David Hume, que viveu
no século XVIII e foi um grande defensor das questões da ética, e afirmou que estas questões e os conflitos causados por
ela, estão sempre presentes nas sociedades. Muitos filósofos
e estudiosos contemporâneos das diversas áreas da ciência e
do conhecimento também defendem este pensamento, registrando que “o homem está condenado a decidir sobre seu próprio destino”. Também há registros de grandes nomes que definem o homem como um “ser que valora”, logo, um “ser ético”.
Destes conceitos concluímos que a ética está relacionada
à ação prática dos homens, não a discursos ideológicos bem
intencionados, mas longe da realidade do mundo e da necessidade da vida humana.
Naturale
dezembro/janeiro - 2012
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