REMOÇÃO DE FENOL DE SOLUÇÕES AQUOSAS ATRAVÉS DA OXIDAÇÃO ENZIMÁTICA COM TIROSINASE IMOBILIZADA Deodato M.F.B.¹; Brito, P.M ² ; Palma, M.S.A.¹ 1 - Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo; 2 - Universidade Nove de Julho Introdução Os fenóis e seus derivados de efluentes industriais são altamente tóxicos para o homem e organismos aquáticos. Devido a tal toxicidade é necessário o tratamento dos compostos fenólicos sendo o uso de fenol oxidases uma opção para o tratamento. A tirosinase (fenol oxidase) proveniente de frutas, verduras, cogumelos é uma das enzimas que atuam na oxidação do fenol a o-quinona utilizando apenas o oxigênio molecular como substrato. O tratamento enzimático com polifenol oxidases imobilizadas em quitosana é interessante, pois as o-quinonas, produtos menos tóxicos e que inativam a enzima, obtidas da oxidação do fenol pela tirosinase são adsorvidas pela quitosana. Objetivos O objetivo do trabalho é oferecer técnicas inovadoras, baratas e eficientes para o tratamento de efluentes contendo fenol por oxidação em tirosinase imobilizada em quitosana. Materiais e Métodos A solução de tirosinase (0,47mg/mL e pH 7,0) foi imobilizada em 20 esferas de quitosana ativadas com glutaraldeído[1] a 4ºC durante 8 horas. As esferas contendo a tirosinase foram adicionadas a 100mL de fenol de concentração 100 ppm, em solução tampão de fosfato de potássio. Os ensaios foram realizados em um sistema composto de banho-maria termostatizado, béquer contendo a solução tampão (pH = 6,5), pHmetro, termômetro, agitador e borbulhador de oxigênio. Os ensaios de reprodutibilidade foram realizados a temperatura de 45°C. A temperatura e o pH dos ensaios de reprodutibilidade são as condições ótimas da oxidação de fenol por Tirosinase[2]. As amostragens do meio eram feitas em intervalos de 20 min, num total de 80 min. As amostras, de 300 µL cada, eram colocadas em frascos contendo 60 µL de ácido fosfórico 8,5% m/v e 600 µL de água destilada. A primeira amostragem foi com o sistema já em funcionamento, ainda sem a tirosinase. Para a determinação das concentrações de fenol, foi utilizado o método CETESB[3], que consiste na adição de 960 µL de solução tampão borato (pH=9,0), 960 µL de solução de 4-aminoantipirina 0,1% e 960 µL de solução de ferricianeto de potássio 5% após 10 min. da mistura dos reagentes. O método utilizado para a análise da atividade da enzima foi o de Worthington[4] (100 μL de amostra, 1000 μL de tampão fosfato pH 6,5, 1000μL de solução de tirosina 0,001M e 900μL de água deionizada). Todas as análises foram realizadas em espectrofotômetro a 546nm e 280nm, respectivamente. Para obtenção da atividade total do ensaio em cada amostra, utilizou-se as seguintes equações: Uamostra(100 µL) = ∆280 x 1000 Utotal = Uamostra(100 µL) x K (1) (2) ∆280 é a variação da absorbância ou o coeficiente angular da equação de reta obtida; Fd é o fator de diluição para análise de cada amostra; K é o fator de diluição da enzima;