52 CAPÍTULO VI MOMENTOS ESTÁTICOS, BARICENTROS E MOMENTOS DE INÉRCIA I.MOMENTOS ESTÁTICOS Momento Estático de um elemento de superfície, em relação a um eixo, situado no mesmo plano que a superfície considerada, é o produto da área do elemento pela sua distância ao eixo considerado. Sejam: dA - elemento de área componente da superfície x e y - coordenadas deste elemento em relação ao sistema de eixos sx = y. dA sy = x. dA Momento Estático de uma superfície, em relação a um eixo, situado no mesmo plano que a superfície considerada, é a integral dos momentos estáticos de todos os elementos de superfície, contidos na superfície finita. Sx = y. dA A Sy = x. dA A II. DETERMINAÇÃO DO BARICENTRO DE SUPERFÍCIE A utilização dos conceitos de momento estático se dá no cálculo da posição do centro de gravidade de figuras planas. Seja: G - baricentro da superfície com coordenadas à determinar (xG; yG) Resistência dos Materiais E – DECivil . PUCRS- Profas: Sílvia Baptista Kalil / Maria Regina Leggerini 53 por definição: Sx = y. dA A se o baricentro da superfície fosse conhecido poderíamos calcular o momento estático desta superfície pela definição: Sx = yG . A ∴ yG = Sx A ou como A (área total) pode ser calculado pela soma dos elementos de área que a constituem: A = dA então : A y. dA yG = A dA A analogamente: x. dA xG = A dA A O centro de gravidade de uma superfície é o ponto por onde passam todas as retas do plano da superfície, em relação as quais é nulo o momento estático. Para algumas figuras é obvia a posição do centro de gravidade; assim, se a figura é simétrica, o centro de gravidade coincide com o centro geométrico da figura. Nos casos mais comuns, quando a superfície em estudo for a seção transversal de um elemento estrutural, normalmente seções constituidas por elementos de área conhecidos (perfilados), podemos substituir nas equações a integral por seu similar que é o somatório, e as expressões ficam: n yG = 1 n Ai . yi n 1 Ai ou xG = 1 Ai . xi n 1 Ai III. MOMENTO DE INÉRCIA Resistência dos Materiais E – DECivil . PUCRS- Profas: Sílvia Baptista Kalil / Maria Regina Leggerini 54 Momento de inércia de um elemento de superfície, em relação a um eixo de seu plano, é o produto da área deste elemento pelo quadrado de sua distância ao eixo considerado. jx = y2 . dA jy = x2 . dA Momento de inércia de uma superfície em relação a um eixo é a soma dos momentos de inércia em relação ao mesmo eixo dos elementos de área que a constituem. 2 Jx = A y . dA ou 2 Jy = A x . dA IV. TRANSLAÇÃO DE EIXOS (TEOREMA DE STEINER) Este teorema nos permite relacionar momentos de inércia em relação a eixos quaisquer com momentos de inércia relativos a eixos baricêntricos, desde que eles sejam paralelos. Jx = JxG + A.dy2 Jy = JyG + A.dx2 Resistência dos Materiais E – DECivil . PUCRS- Profas: Sílvia Baptista Kalil / Maria Regina Leggerini 55 V. DECOMPOSIÇÃO DE SUPERFÍCIES O momento de inércia de uma superfície é a soma dos momentos de inércia das diversas superfícies nas quais ela pode ser decomposta.Isto evita, muitas vezes, a necessidade de integrações,desde que se decomponha a superfície dada em figuras geométricas básicas tais como retângulos, círculos, etc, para os quais já se conhecem previamente o valor dos momentos de inércia. VI.RAIO DE GIRAÇÃO Sendo J o momento de inércia de uma superfície, de área A, em relação a um eixo, então: i= J/A é, por definição, o raio de giração, relativamente a este eixo. VII. EIXOS E MOMENTOS PRINCIPAIS CENTRAIS DE INÉRCIA Vimos que o Momento de Inércia de uma área A muda com a mudança do eixo em que o mesmo é calculado.Denomina-se EIXOS PRINCIPAIS CENTRAIS DE INÉRCIA os eixos que passam pelo baricentro da área A e em relação aos quais o Momento de Inércia admite valores extremos (máximo e mínimo). Com o objetivo de projetar de forma mais racional possível, nos interessa conhecer os eixos em relação aos quais a peça estrutural apresenta maior e menor Momento de Inércia, assim como o valor destes Momentos de Inércia. O estudo da variação desta grandeza nos permite demonstrar e concluir que: -Os EIXOS PRINCIPAIS CENTRAIS DE INÉRCIA são ortogonais. -Se a área A apresentar 2 (dois) eixos de simetria os eixos baricêntricos horizontal e vertical serão os EIXOS PRINCIPAIS CENTRAIS DE INÉRCIA. -Se a área A apresentar somente 1(um) eixo de simetria este eixo é um EIXO PRINCIPAL CENTAL DE INÉRCIA o outro eixo é perpendicular a ele passando pelo baricentro. EXERCÍCIOS: 1. Determinar a posição do centro de gravidade das figuras abaixo (medidas em cm): a. b. Resistência dos Materiais E – DECivil . PUCRS- Profas: Sílvia Baptista Kalil / Maria Regina Leggerini 56 c. R: XG = 5,00 YG = 9,66 R: YG = 2,60 XG = 6,57 d. R: XG = 6,00 YG = 9,17 R: YG = 27 XG = 25 2. Determinar o momento de inércia das figuras em relação aos eixos baricêntricos horizontal e vertical. (medidas em cm) a. b. Resistência dos Materiais E – DECivil . PUCRS- Profas: Sílvia Baptista Kalil / Maria Regina Leggerini 57 R: Jx = 3.541,33 cm4 Jy= 1.691,33 cm4 c. R: Jx = 553 cm4 Jy = 279,08 cm4 d. R: Jx = 687,65 cm4 Jy= 207,33 cm4 R: Jx = 1.372,29 cm4 Jy= 1.050,27 cm4 TABELAS: Resistência dos Materiais E – DECivil . PUCRS- Profas: Sílvia Baptista Kalil / Maria Regina Leggerini 58 Jx = b. h 3 3 J xG = Jy = b. h 3 12 h. b 3 3 JyG = h. b 3 12 Jx = b. h 3 12 Jy = J xG = b. h 3 36 JyG = Jx = h. b 3 12 h. b 3 36 b. h 3 12 J xG = b. h 3 36 Jx = Jy = JyG = h. b 3 48 π. R 4 4 Resistência dos Materiais E – DECivil . PUCRS- Profas: Sílvia Baptista Kalil / Maria Regina Leggerini