Disciplina: Elementos de Microscopia e Microanálise Discentes: Lilian Campos Pires Marina Curado Valsechi Células e tecidos Sistema Imune: Reações antígenoanticorpo Reações químicas Histologia Química Imunologia Imunohisto química Conjugação de distintos marcadores, com moléculas de imunoglobulina, que com auxílio de um substrato específico localiza o antígeno tecidual Conjunto de métodos de detecção de antígenos em corte histológico Processo de fixação Detecção de estruturas bioquímicas; Localização de antígenos em células utilizando anticorpos específicos; Produto da reação é visível ao microscópio; Antígeno: qualquer substância que sob condições apropriadas é capaz de estimular a formação de anticorpos. Anticorpo: proteína que é formada em resposta à exposição de um antígeno e reage especificamente com esse formando imunocomplexos. Epítopo Determinante antigênico, o sítio exato de ligação do anticorpo na molécula do antígeno Sítio de Ligação ao antígeno Monoclonal Único clone de célula produtora de anticorpos Possuem sítios de ligação ao antígeno idênticos Policlonal Múltiplos clones de célula produtora de anticorpos Possuem diversas especificidade antigênicas Mecanismo Básico Reconhecimento do antígeno pelo anticorpo Substâncias são utilizadas para “tingirem” essa ligação Métodos utilizados para marcar anticorpos: Conjugação com composto fluorescente; Conjugação com uma substância que não se deixa atravessar pela luz e que dispensa elétrons (ouro ou prata); Conjugação com uma enzima; Peroxidase Px + H2O2 Px. H2O2 + doador de elétrons (cromogênico) Molécula colorida + Px + H2O Cromógeno, mas o mais utilizado é o diaminobenzidina (DAB): Específico para Peroxidase; Origina um precipitado marrom, visível ao microscópio óptico; Carcinoma ductal Direto Indireto Anticorpo primário é marcado diretamente por uma enzima Anticorpo primário serve como antígeno para o anticorpo secundário Anticorpo marcado Anticorpo Primário Anticorpo secundário 1. Método da Peroxidase-Antiperoxidase Complexo Peroxidase-antiperoxidase: estáveis e sensíveis Evitar a perda da peroxidase durante as lavagens com a solução tampão Anticorpo secundário Complexo PAP Produto final com DAB é acastanhado Sistema PAP contém anticorpos de alta afinidade para peroxidase Aumento da eficiência 1. Método da Peroxidase-Antiperoxidase 2. Método Avidina-Biotina Biotina Conjugada a anticorpo e enzimas Complexo ABC Anticorpo secundários Biotina Ligações entre o tecido ligados anticorpos primários e um complexo avidina-biotina-peroxidase 2. Método Avidina-Biotina 3. Método Streptavidina-Biotina Anticorpo secudário biotinilado Streptavidina conjugada com peroxidase Anticorpo primário Um anticorpo primário associado com múltiplas moléculas de peroxidase. Grande razão enzima-anticorpo Aumento de sensibilidade 3. Método Streptavidina-Biotina Procedimentos de imunohistoquímica: Secções de parafina Esfregaço Suspensões celulares 1. Coleta e fixação do material Fixação Formol Preservar a morfologia e imunorreatividade; Características de um fixador Prevenir o deslocamento do antígeno durante as etapas que seguem a fixação; Não interferir com as reações subseqüentes na localização do antígeno; Soluções fixadoras Aldeídicas Pontes Covalentes Formaldeído 4-10% Paraformaldeído 4% PLP Periodato-lisinaformaldeído Glutaraldeído Alcóolicas Coagulação de Proteínas Carnoy 70% etanol 20% clorofórmio 10% ac. acético Metacarn 70% metanol 20% clorofórmio 10% ac. acético glacial Com adição de Metais Pesados Zinco: antígenos de membrana Mercúrio-B5: intracelulares Ig 2. Corte e Identificação do Material Cassete Corte Identificação 3. Desidratação Pouco efeito na imunorreatividade da maioria dos antígenos. 1ª : álcool 70% 2ª : álcool 80 % 3ª : álcool 95 % 4ª : álcool absoluto (3X) 4. Clarificação Xilol (2X) 5. Inclusão Parafina (2X) Não se deve ultrapassar a temperatura de 60°C quando da inclusão em parafina. 6. Corte histológico Secagem na estufa 60°C por 24h Desparafinização Xilol I Xilol II Etanol absoluto Etanol 95% Etanol 70% Bloqueio da peroxidase endógena Recuperação Antigênica Peróxido de hidrogênio 3% Solução de tripsina 0,1% por 10 minutos à 37ºC em câmara úmida Lavar as lâminas em água corrente e destilada e, em seguida, com solução salina tamponada (PBS) com pH de 7,4 à 7,6 por 30 minutos Lavar as laminas em água corrente e destilada e, em seguida, com solução salina tamponada (PBS) Bloqueio da Peroxidase Endógena Pode ocorrer interferências pela ação de enzimas endógenas; Ligação inespecífica de anticorpos com as proteínas do tecido; Principais causas de coloração de fundo sem especificidade e indesejável em imunohistoquímica. Necessárias reações para bloqueio destas moléculas. Recuperação Antigênica Falhas nesse procedimento podem acarretar na total ausência de coloração específica. Solução Tampão (Citrato) aquecida: 95°-99°C 30-40 min Lâminas resfriarem Incubação com anticorpo Aplicação do Ac. Primário (1h à 37°C) Aplicação do Ac. Secundário Biotinilado (30 min à 37°C) Aplicação do Reagente Peroxidase (20min à 37°C) Pinga o cromógeno, DAB, na lâmina Contra-coloração Hematoxilina Álcool 95% Álcool Absoluto Xilol Monta as Lâminas Receptor de Estrogênio Marcação nuclear Oncoproteína c-erbB-2 Marcação de membrana GFPA Marcação citoplasmática E-caderina É uma proteína que confere aderência às células e é de grande importância na diferenciação epitelial. É um potente supressor de invasão nos tumores mamários e a perda da sua expressão tem relação com um prognóstico ruim Expressão de E-caderina na membrana e citoplasma Expressão de E-caderina em carcinoma mamário Marcadores de proliferação celular Ki-67 PCNA Presente nas fases G1, S, G2 e mitose; Proteína cromatina; Correlação metástase; associada positiva Maior síntese na Fase S; à Proteína associada ao reparo de DNA; com Célula está em processo ativo de divisão celular ou em processo de reparo do DNA;; Mostra células em replicação; Quanto maior a proliferação, mais agressiva é a lesão; Ki-67 PCNA Marcadores de proliferação celular Anticorpos para camada basal mioepitelial em tumor de mama Actina de musculo liso Citoqueratinas 5-6 Como considerar positivo e como relatar o resultado??? Ausência ou menos de 10% de imunopositividade na membrana citoplasmática das células tumorais: = 0 = Negativo Imunopositividade fraca em parte da membrana citoplasmática em mais de 10% das células tumorais: = 1+ = Negativo Imunopositividade fraca a moderada em toda a membrana citoplasmática em mais de 10% das células tumorais: = 2+ = Fracamente positivo Imunopositividade intensa em toda a membrana citoplasmática em mais de 10% das células tumorais: = 3+ = Fortemente positivo Oncoproteína c-erbB-2 Receptor para o fator de crescimento epitelial (EGF-R). A B A. 1+ Negativo B. 2+ Positivo C. 3+ Positivo C 0 +1 Câncer de mama +2 +3 Imunohistoquímica e Câncer “O Câncer é, em essência, uma doença genética”. Kenneth W. Kinzler e Bert Vogelstein Imunohistoquímica e Câncer Carcinógeno Luz solar Célula Normal Radiação Derivados de petróleo Corantes e conservantes Hormônios Fumo Poluição Lesão ao DNA Vírus, etc... X Reparo e apoptose ineficientes Mutações adicionais Apoptose Imunohistoquímica e Câncer Câncer Imunohistoquímica e Câncer Células tumorais benignas crescem localmente e não têm capacidade invasiva Mutação inativa supressor de tumor Proliferação celular Células tumorais agressivas invadem tecidos vizinhos, caem na corrente sanguínea e colonizam diferentes sítios Mutação inativa genes do reparo Proto-oncogene Oncogene Mais mutações Mais instabilidade genética Metástases Imunohistoquímica e Câncer Aplicações em câncer Diagnóstico de tumores indiferenciados; Diagnóstico diferencial entre tumores e estados reacionais a inflamações; Determinação de fatores preditivos de neoplasias; Determinação de fatores prognósticos de neoplasias; Determinação de sítio primário de metástases; Determinação de subtipos de leucemias e linfomas. Imunohistoquímica e Câncer Imunohistoquímica no diagnóstico de câncer de pulmão Câncer de pulmão Carcinoma neuroendócrino Baixo grau Cromogranina no citoplasma Carcinoma de células escamosas Carcinoma de grandes células adenocarcinoma Alto grau CK5 CK6 de alto peso Negativos para Sinaptofisina no citoplasma molecular 34βE12 p65 CK5 CK6 Positivos Citoqueratinas de CK5 CK6 baixo peso molecular CK7 35βH11 SP-A Imunohistoquímica e Câncer Imunohistoquímica no prognóstico de câncer de pulmão p53 Adenocarcinoma c-erbB-1 VEGF Carcinoma de células escamosas Expressão relacionada com pior prognóstico Carcinoma não-pequenas células C-erbB-2 Adenocarcinoma Expressão relacionada com prognóstico favorável Imunohistoquímica e Câncer Adenocarcinoma – citoqueratinas de alto e baixo peso molecular Adenocarcinoma – citoqueratina CK7 Tumor carcinóide Imunohistoquímica e Câncer Adenocarcinoma primário Origem mesenquimal Imunohistoquímica e Câncer EXPRESSÃO IMUNO-HISTOQUÍMICA DOS MARCADORES PCNA, Ki67 E P53 EM CARCINOMAS EPIDERMÓIDES DO TRATO AERODIGESTIVO SUPERIOR Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões — Vol. 27 – no 5 — 327 Parâmetros usados para classificar este tipo de tumor são muito subjetivos e os tumores apresentam comportamento muito heterogêneo Necessidade de se encontrar novos procedimentos capazes de melhor classificar este tipo tumoral IHQ para os genes PCNA, Ki67 e P53 Imunohistoquímica e Câncer OBJETIVO Correlacionar a expressão IHQ dos marcadores de proliferação PCNA e Ki67 e de supressão tumoral P53, com parâmetros prognósticos clínicos e patológicos em carcinomas epidermóides do trato aerodigestivo superior. Imunohistoquímica e Câncer MÉTODO Controles positivos Controles negativos Lâminas sem anticorpo Carcinoma de mama Ki67 e P53 Adenocarcinoma gástrico PCNA Pesquisador único Periferia do tumor 200 células núcleos positivos Grupo como um todo Correlação de Pearson Grupo A –laringe e hipofaringe Grupo B – cavidade oral e orofaringe Imunohistoquímica e Câncer RESULTADOS Ki67 PCNA Expressão em todos os tumores Expressão em todos os tumores 5,5% a 95% dos núcleos positivos 10,5% a 98% dos núcleos positivos 46,5% Total 66,5% Total 58,5 % Grupo A 69% Grupo A 35% Grupo B 64% Grupo B P53 Expressão em 44 tumores (86.27%) 0,5% a 96,5% dos núcleos positivos 36,5% Total 37% Grupo A 35,5% Grupo B Imunohistoquímica e Câncer CONCLUSÃO A determinação imunohistoquímica do Ki67 e PCNA pode subsidiar as informações prognósticas do TNM (AJCC) e do grau de malignidade histológico, como eficientes indicadores de proliferação celular nestes tipos de tumores. Imunohistoquímica e Câncer Impacto prognóstico da expressão imuno-histoquímica do BRCA1 nos carcinomas mamários esporádicos J Bras Patol Med Lab • v. 41 • n. 3 • p. 197-203 • junho 2005 Imunohistoquímica e Câncer BRCA1 Gene supressor tumoral Participa da regulação do ciclo celular nas células da glândula mamária Mutações nesse gene levam a defeito no reparo do DNA e instabilidade genética Pacientes com mutações no BRCA1 • Menor tempo de sobrevida livre de doença • Perfil fenotípico característico Carcinoma pouco diferenciado Alta taxa de proliferação Imunohistoquímica e Câncer OBJETIVO Analisar a expressão IHQ do BRCA1 em carcinomas mamários esporádicos e comparar os resultados obtidos com dados clínicos e histopatológicos de importância prognóstica, incluindo a expressão de receptores hormonais, p53, c-erbB-2 e Ki67. Imunohistoquímica e Câncer MATERIAL E MÉTODO Grau I bem diferenciado (34) Amostras – Carcinomas ductais invasivos Grau II moderadamente diferenciado (39) Grau III pouco diferenciado (29) Sem qualquer outro tratamento adjuvante Sem história familiar Método avidina-biotina-peroxidase BRCA1, P53, c-erbB2, Ki67 Imunohistoquímica e Câncer RESULTADOS BRCA1 Epitélio normal - somente nuclear Carcinomas - nuclear e citoplasmática Expressão maior nos tumores bem diferenciados Imunohistoquímica e Câncer Imunohistoquímica e Câncer 51% dos carcinomas baixa expressão do BRCA1 • Alto grau histológico • Alta taxa proliferativa alta expressão do Ki67 • Negativos para receptores de estrógeno e progesterona • Positivos para c-erbB2 • Menor sobrevida global • Menor tempo livre de doença ( metástases e recidiva) A baixa expressão do BRCA1 está associada a ocorrência de metástases Papel na progressão tumoral do carcinoma esporádico Imunohistoquímica e Câncer CONCLUSÃO A IHQ do BRCA1 pode representar um método de identificação deste gene que pode ser considerado um marcador útil na identificação de mulheres portadoras de carcinoma esporádico de mau prognóstico e alto risco de recorrência precoce. Imunohistoquímica e Câncer CONCLUSÃO A baixa imunoexpressão desta proteína nesses tumores e a sua correlação com fatores de mau prognóstico indicam que o grau de expressão deste gene pode desempenhar importante papel na tumorigênese mamária Versos negros (mas nem tanto...) Carlos Drummond de Andrade “ Ao levantar, muito cuidado, amigo. Não ponha os pés no chão. Corre perigo Se há nylon no tapete: ele dá câncer. Pise somente no ar, mas com cautela. Uma pesquisa nos revela Esta triste verdade: o ar dá câncer. À hora do café, não seja pato, Pois tanto açúcar como ciclamato E xícara e colher, sorry: dão câncer. O banho de chuveiro? Não tomá-lo. O de imersão, também. Sinto informa-lo Do despacho londrino: água dá câncer. Não se vista, meu caro ou minha cara Um cientista famoso eis que declara: Na roupa, qualquer roupa, dorme o câncer...” OBRIGADA !!