ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO DIÁRIO ECONÓMICO Nº 5862 DE 13 DE FEVEREIRO DE 2014 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE Prémio Excelência no TRABALHO Os grandes vencedores da edição do Prémio Excelência no Trabalho numa fotografia de família tirada RANKING 2013 no hotel Tivoli, em Lisboa, no dia 11 de Fevereiro. Paulo Figueiredo GRANDES EMPRESAS MAIS DE 1000 COLABORADORES 1º Banco Popular pág.4 2º EDP pág.5 3º RE/MAX pág.6 4º Delta Cafés pág.8 5º Galp Energia pág.8 Grupo ACA pág.8 Conheça os grandes vencedores no ano de participação recorde Foram 222 as empresas a concorrer. O índice de satisfação dos colaboradores caiu. RAQUEL CARVALHO GRANDES EMPRESAS 1º TNT 2º Rainbow Carnaxide 3º Everis 4º ROFF 5º Grupo Accor 6º Grupo Conduril 7º Agap2 8º GrandVision 9º Zurich 10º Vila Galé Serv. soc. Univ. Minho pág.10 pág.11 pág.12 pág.14 pág.14 pág.14 pág.14 pág.16 pág.16 pág.16 pág.16 MÉDIAS EMPRESAS 1º Gatewit 2º CH Consulting 3º Edge Innovation 4º Penha Longa Resort 5º Grupo Ramos Ferreira 6º Unilogos 7º Gelpeixe 8º Vortal 9º Grupo Jordão 10º Bi4all Calçado Samba AON AEVA Jaba Recordati Lipor pág.18 pág.19 pág.20 pág.22 pág.22 pág.22 pág.22 pág.23 pág.23 pág.23 pág.23 pág.24 pág. 24 pág. 24 pág. 24 PEQUENAS EMPRESAS 1º Ilumina 2º Novo Ocul. de Loures 3º Zona Verde 4º Bresimar 5º Resul 6º Grenke 7º MC&A advogados 8º LCG 9º Aguirre Newman 10º InovPrime HTecnic Scince4you pág.26 pág.27 pág.27 pág.28 pág.28 pág.28 pág.28 pág.29 pág.29 pág.30 pág.30 pág.30 [email protected] Em quatro anos de prémios Excelência no Trabalho, uma iniciativa da Heidrick & Struggles, em parceria com o Diário Económico, e o INDEG - ISCTE, pela primeira vez, o índice global de satisfação dos colaboradores das empresas participantes baixou. Até agora tinha sempre vindo a subir, mas em 2013 desceu 2%, exceptuando nas grandes e micro empresas, de acordo com a análise feita pela consultora. Para Pedro Rocha e Silva, ‘principal’ da Heidrick & Struggles, a explicação está “num sinal de retoma da economia”, que leva as pessoas a “serem mais exigentes com a sua organização”. As empresas do sector público são as que apresentam um índice de satisfação mais baixo, 61,4%, mantendo a tendência seguida em anos anteriores. A edição deste ano - cujos vencedores foram revelados anteontem - teve ainda outros da- dos reveladores. Um número recorde de empresas participantes, 222, que Pedro Rocha e Silva, diz “ter um grande potencial de crescimento”, e um número recorde de pessoas a responderam aos inquéritos de satisfação: 28 mil. Mas não só. Houve ainda uma inovação ao nível dos inquéritos, uma vez que, além das perguntas referentes ao que gostam mais e menos na empresa, a Heidrick & Struggles pediu aos colaboradores para darem conselhos à gestão de topo e o que acham que se devia mudar em 2014. Outra inovação é a criação do sector de consultoria, tendo em conta o número crescente de empresas a participar do sector. O que não mudou em relação às edições anteriores foi a prevalência das médias empresas na análise, representando 40% da amostra. 37% da amostra são grandes empresas com mais de 250 colaboradores, sendo que as pequenas empresas têm um peso de 30%. A cerimónia de entrega de prémios decorreu na terça-feira de manhã, no Hotel Tivoli, em Lisboa, tendo sido precedida por um debate com Miguel Portela, administrador da Bial, Luís Rodrigues, administrador da Tap, e João Couto, CEO da Microsoft, que falaram sobre a importância de se dedicar grande parte do tempo à gestão das pessoas, na aposta em planos de desenvolvimento e objectivos pessoais, de carreira e a aposta na internacionalização dos seus quadros como criação de valor. Nas pequenas empresas, a grande vencedora foi a Ilumina, nas médias empresas a Gatewit, nas grandes empresas a TNT. Nas grandes com mais de mil colaboradores, foi o Banco Popular que conseguiu o primeiro lugar. Foi ainda distinguida a Smartvision na categoria de micro-empresas, tendo ainda sido entregues prémios sectoriais e e prémios inovação. ■ MICRO EMPRESAS 1º SmartVision pág.31 II Diário Económico Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 PRÉMIO EXCELÊNCIA NO TRABALHO P&R Pedro Rocha e Silva na entrega do Prémio Excelência no Trabalho. >>Regras para uma empresa ser excelente na sua relação com o trabalho Pedro Rocha e Silva garante que para ser excelente nas relações com o trabalho, uma empresa não pode ter falta de transparência na comunicação. Não pode ter fortes barreiras hierárquicas, nem falta de ligação entre áreas funcionais. Não pode ser uma organização com falta de liderança e sem uma cultura de meritocracia. Paulo Figueiredo >>Sectores com mais peso nas candidaturas: Tecnologia, Media e Telecomunicações; Serviços, Consultoria; Sector Público. E N T R E V I S TA PEDRO ROCHA E SILVA, ‘PRINCIPAL’ DA HEIDRICK & STRUGGLES “A crise veio acentuar a valorização de aspectos básicos” O emprego e a relação com chefias e colegas é hoje muito mais valorizado, acredita. IRINA MARCELINO [email protected] Pedro Rocha e Silva, ‘principal’ da Heidrick & Struggles diz que a crise veio atenuar a pressão sobre aspectos determinantes há alguns anos, como o caso de aumentos salariais, prémios ou subidas na carreira. As relações humanas são hoje mais valorizadas lariais, a atribuição de prémios de desempenho ou as promoções na carreira. Veio acentuar a valorização dos aspectos básicos, a começar por uma muito maior valorização do emprego, e por aspectos mais intangíveis como a relação com a chefia ou colegas. Que diferenças tem sentido nas candidaturas e vencedores ao longo das edições do Prémio? A principal diferença prende-se com o aumento de ano para ano do número de organizações que aderem ao estudo, o que faz com existam novos participantes que vêm trazer uma cada vez maior competitividade no que concerne ao acesso aos lugares de topo. Há que reconhecer as organizações que, ano após ano, se mantém em lugares de premiação, o que significa a existência de um modelo de gestão sustentável. O que querem os gestores dos colaboradores? Em primeiro lugar, resultados. Mas cada vez mais encontramos organizações que valorizam quase de igual modo a forma como esses resultados são atingidos, valorizando-se os comportamentos que garantem no fundo a sustentabilidade desses resultados a prazo. E aí, aspectos como o trabalho em equipa, a resiliência, a iniciativa e proatividade são determinantes. A crise está a fazer com que os colaboradores dêem mais (e menos) importância a determinados temas? Quais? A crise veio retirar um pouco a pressão sobre aspectos que eram determinantes há uns anos atrás, tais como a existência de aumentos sa- O que ambos querem está em sintonia? Porquê? Na teoria, sim. Os resultados da organização são determinantes para que possam existir “resultados” para os colaboradores, pelo que é fundamental que todos estejam cientes dos objectivos da organização e que possam remar no mesmo sentido. Na prática, nem sempre é assim, e é comum presenciarmos situa- ções de metas/aspirações individuais ou sectoriais que não estão alinhadas com as metas organizacionais. Enquanto recrutador e gestor de talentos, o que acha que falta às empresas e aos gestores portugueses fazer nesta área? Falta ainda uma maior abertura para ouvir a opinião dos colaboradores e comparar os próprios resultados com o mercado. Apesar de 200 organizações inscritas ser um número considerável e ser um record neste tipo de estudos, considero que existe espaço para a participação de um número bem maior de inscrições. Não há que ter receio de dar voz aos colaboradores, mesmo que exista a expectativa de “más notícias”. Só o facto de o fazer considero que é algo que os colaboradores valorizam, logo aí os gestores estarão a “marcar pontos”. Para além disso, quer sejam os resultados globalmente baixos ou altos, haverá aspectos que os colaboradores valorizam mais e outros que serão mais penalizados, gerando informação de enorme valor para a definição de acções de melhoria organizacional. ■ >>Sectores com mais prémios Tecnologia, Media e Telecomunicações; Consultoria; Grande Consumo e Retalho; Construção, Gestão de Infra-estruturas, Transportes e Logística. >>Como foi feita a selecção A selecção foi partilhada entre a Heidrick e o ISCTE-INDEG, através de uma metodologia de apuramento de resultados definida em conjunto. Ao INDEG cabe toda a componente de análises estatísticas dos dados recolhidos nos inquéritos de satisfação. À Heidrick a análise das práticas evidenciadas por cada empresa, integrando os resultados apurados pelo INDEG para apuramento de resultados globais e elaboração de rankings. Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 Diário Económico III E N T R E V I S TA PAULO BENTO, PRESIDENTE DA INDEG-IUL “Uma empresa excelente tem de promover equidade, mérito e cooperação” Os temas de gestão de talentos e desenvolvimento de competências são os mais penalizados. Não há fórmulas mágicas para se marcar a diferença ao nível dos recursos humanos, mas Paulo Bento, presidente do INDEG-IUL garante ao Diário Económico que as vencedoras dos Prémios Excelência no Trabalho fazem, todas, em comum, uma gestão efectivas dos seus colaboradores. O responsável frisa ainda resultados globalmente menos positivos este ano. Qual é a função do INDEG-IUL ISCTE Executive Education no Prémio Excelência no Trabalho? O INDEG-IUL é a participada do ISCTE-IUL parceira nos Prémios Excelência no Trabalho. O INDEG-IUL operacionaliza a vertente académica que está na base do prémio, reunindo e financiando parcialmente a equipa de investigação (investigadores e assistentes) que efectuam o tratamento científico dos dados. PUB Quais são os factores que mais pesam na eleição para o Prémio Excelência no Trabalho? Os principais factores decorrem de um modelo desenvolvido pela equipa de investigação do ISCTE-IUL acerca do clima e da dinâmica organizacional, o qual tem em consideração a evolução da organização, os processos de comunicação, de coordenação e de liderança, a qualidade de vida no trabalho e as práticas de gestão dos recursos humanos. Para além da percepção e opinião dos colaboradores acerca destas dimensões, considera-se também a taxa de resposta aos inquéritos e a opinião da gestão de topo sobre as práticas de gestão e a dinâmica da organização. O que é que uma empresa tem de ter para ser excelente no trabalho? Não existe uma fórmula mágica, mas existem alguns traços comuns que não poderão deixar de estar presentes. Um exemplo disso é uma gestão efectiva de recursos humanos, que proporcione o desenvolvimento individual e colectivo. Para isso, é necessário que a dinâmica organizacional, nas suas várias vertentes, não atropele e de preferência promova a equidade, o mérito e a cooperação internos. Que diferenças encontrou o INDEG-IUL face aos anos anteriores? As empresas evoluíram? De uma forma geral, os resultados deste ano são globalmente menos positivos que nos anos anteriores, sendo as questões relacionadas com o desenvolvimento de competências e a gestão de talentos as mais penalizadas. Verifica-se ainda uma diminuição geral da frequência das emoções positivas dos colaboradores e do nível de satisfação global. Salientam-se, todavia, algumas empresas que conseguiram contrariar esta tendência. ■ I.M. “De uma forma geral, os resultados deste ano são globalmente menos positivos que nos anos anteriores, sendo as questões relacionadas com o desenvolvimento de competências e a gestão de talentos as mais penalizadas”. IV Diário Económico Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 PRÉMIO EXCELÊNCIA NO TRABALHO 1.º Rui Semedo, presidente do Banco Popular lugar GRANDES EMPRESAS em Portugal Paula Nunes + de 1000 colaboradores Banco Popular aposta em relações de proximidade Chefias centram a política de recursos humanos no que gravita à volta das pessoas. RAQUEL CARVALHO [email protected] “No Banco Popular as pessoas não são números, são tratados pelo nome”, garante Carla Gouveia, directora de recursos humanos. O que caracteriza a relação entre todos no banco Popular, vencedor na categoria de grandes empresas com mais de mil colaboradores, “é a política de proximidade”, diz. Essa política de proximidade reflecte-se no dia-a-dia, com a ausência de hierarquias quando há um problema para resolver, nas reuniões de equipas, e nos encontros fora do banco, como os ‘team building’, ou as várias acções sociais em que o banco está envolvido. E há uma regra a seguir. Tratar bem as pessoas, dar-lhes atenção e tentar de alguma forma ajudá-las. “A responsabilidade começa em casa e antes de fazermos benfeitorias para o mercado, é importante olharmos para dentro de casa, ter a sensibilidade de perceber quem está com problemas e tentar ajudar, de forma a minorar qualquer preocupação que o colaborador tenha”, diz Carla Gouveia. O sucesso do banco passa naturalmente pelo seu desempenho e a meta dos bons resultados nunca é esquecida. Porém, a responsável sublinha que “a política de recursos humanos é muito centrada naquilo que gravita à volta do BI >>Origem: Espanha >>Número de colaboradores: Cerca de 1.500 em Portugal >>Área de negócio: Banca >>Lema: Tratar as pessoas como pessoas >>Facturação: Lucro de 325,3 milhões de euros em 2013 ser humano. É óbvio que há políticas a seguir, mas estas não se sobrepõem às pessoas”, diz. Das várias medidas seguidas pelo banco, com vista ao crescimento e reconhecimento de quem lá trabalha, Carla Gouveia destaca “as políticas de avaliação de desempenho e de remuneração variável, o sistema de incentivos e a formação”. Mas não só. Todos os funcionários bancários têm condições especiais de acesso ao crédito habitação. Porém, aqui, Carla Gouveia diz que o banco Popular marca a diferença, uma vez que esse beneficio “é extensível a todos os colaboradores, o que não acontece nos outros bancos”, garante. Há ainda as medidas de conciliação, que “são medidas extraordinárias que vão além do acordo colectivo de trabalho, pelo qual estamos abrangidos”, explica. São elas um incremento de valor financeiro a quem tem filhos com problemas profundos, um alargamento do período de aleitamento e licença, e a possibilidade de um colaborador ter uma licença sem vencimento, se necessitar, o que aliás, já aconteceu. Além disso, o banco firmou um conjunto de protocolos com empresas a fim de obter descontos para os colaboradores. São de facto muitos os motivos para a satisfa- ção das pessoas. Mas Carla Gouveia adverte haver mais. “As pessoas sentem que nós acreditamos nelas, uma vez que mesmo fechando balcões, não estamos a despedir, pois integramo-las noutros departamentos”, frisa. Há ainda a preocupação de as envolver noutros projectos, para além da sua própria função, “gerando dinâmica e novos desafios”, refere. No fundo, e de acordo com Rui Semedo, presidente do banco Popular, “cria-se um forte sentido de utilidade às pessoas. Tentamos criar um ambiente em que se sintam envolvidas, úteis e identificadas com o banco. Que não desistam do projecto, apenas porque a conjuntura é de crise”. E isso é conseguido, em parte, garante, “porque 90% do que se passa no banco é partilhado, por conversas no corredor, por e-mail, ou newsletter interna, e porque tentamos dar-lhes importância, porque as reconhecemos perante todos, porque mostrarmos que são importantes, o que é um combustível para a motivação”, sublinha. O presidente do banco diz mesmo passar grande parte do seu tempo dedicado aos seus activos humanos, frisando ser defensor de que as pessoas se sintam livres para falar e expor as suas questões sempre que quiserem. ■ Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 Diário Económico V 2.º EDP: o desafio de gerir pessoas de diferentes geografias lugar GRANDES EMPRESAS + de 1000 colaboradores A EDP tem mais de 12 mil colaboradores. Em Portugal quer incentivar a mobilidade. IRINA MARCELINO [email protected] BI >>Origem: Portugal >>Núimero de colaboradores: 12 mil (número global) >>Área de negócio: produção e distribuição de energia >>Lema: Conhecer bem as realidades de todas as geografias >>Facturação (Global): 16,3 mil milhões de euros em 2012 Paula Carneiro directora de Recursos Humanos da EDP. O grupo venceu ainda na categoria Paulo Alexandre Coelho Mais de 12 mil pessoas trabalham hoje no grupo EDP. Cerca de sete mil em Portugal. Os outros cinco milhares estão distribuídos por geografias como Espanha e Brasil e, na área das renováveis, pelos Estados Unidos e países como a Roménia. Operacionais, quadros superiores e quadros directivos são as três grandes áreas humanas. A grande fatia está na base. E como é que se consegue passar o sentimento de pertença a todos eles? “Temos de conhecer bem as realidades”, afirma Paula Carneiro, directora de Recursos Humanos da empresa. Para especificar: “o Brasil tem desafios muito mais parecidos com os Estados Unidos em termos de atractividade. A EDP não tem a mesma imagem no Brasil que tem em Portugal. É mais difícil contratar lá porque a EDP é só mais uma empresa. São mercados onde podemos perder algum talento”, afirma. É que em Portugal, sendo a EDP uma empresa de referência, “as pessoas vestem todas as camisolas que a EDP quiser”, diz, em tom de brincadeira, a responsável. Mas apesar de ter de se perceber cada uma destas especificidades, tem também de se “pensar no todo”. E é isso que a direcção coordenada por Paula Carneiro faz. A directora serve, no fundo, de ponte de contacto para que o todo faça sentido. Sobre os factores valorizados pelos trabalhadores da EDP, Paula Carneiro acredita que têm que ver com o “grande amor à camisola e à casa”. Além disso, considera, as pessoas “são bem tratadas. É uma empresa estável, sólida, onde há segurança. Quem aqui está não quer sair. E quem está no mercado quer entrar”. Por outro lado, dá “muitos benefícios aos seus trabalhadores”. O departamento de recursos humanos não precisa de ter um discurso para as pessoas, porque elas é que têm um discurso para quem entra”. É isso que lhe tem acontecido desde que entrou na empresa, em Outubro do ano passado: “toda a gente na empresa em Portugal me vende a EDP”. Responsável por gerir o tronco comum da empresa na área de recursos humanos, com enfo- de grandes empresas sector Indústria e Energia. ANTÓNIO MEXIA CEO da EDP que em áreas como a atractividade, as competências, a avaliação de desempenho, mas também a transmissão de valores e o desenvolvimento de carreira e a compensação e benefícios, entre outras, um dos grandes projectos da direcção é incentivar a mobilidade interna. “As pessoas não têm de estar a vida inteira a fazer as mesmas funções”, defende a responsável, que conta ao Diário Económico que “existe vontade” da parte dos colaboradores, apesar de “uma certa renitência da parte das chefias em deixar sair as pessoas”. O número de pessoas que aderiram à mobilidade duplicou entre 2012 e 2013. E este ano a EDP introduziu objectivos por direcção. A política de mobilidade inclui também a ida para fora do país, não como expatriação mas por projectos, por exemplo. O objectivo é que as pessoas desenvolvam competências e, também, que conheçam novas geografias. Em contrapartida, esta ida para fora ajudará a resolver o problema de falta de quadros com forte ligação à EDP que ainda não existe nos países onde o grupo tem os seus negócios. Internamente, e em Portugal, continuará a ser feita uma grande aposta na comunicação interna (que inclui eventos de empresa) e, também, na formação. Com uma universidade interna, a EDP quer aproveitar o conhecimento dos trabalhadores mais antigos. “A ideia é que de geração para geração se vá passando conhecimento” através das aulas que dão na universidade, por exemplo. Nos próximos anos, prevê-se que algumas centenas de pessoas da EDP se reformem. O programa, que decorre desde 2010, já está implementado em Portugal e no Brasil. ■ VI Diário Económico Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 PRÉMIO EXCELÊNCIA NO TRABALHO RE/MAX motiva através das emoções e do reconhecimento 3.º lugar GRANDES EMPRESAS + de 1000 colaboradores Empresa organiza gala de luxo anual para dar prémios aos que mais se distinguiram. RAQUEL CARVALHO [email protected] BI >>Origem: Rede de franchising espanhola. Em Portugal desde 2000. >>Número de colaboradores: 2.800 >>Área de negócio: mediação imobiliária >>Lema: Trabalhar a emoção das pessoas >>Facturação: (franchisados) 1.200 milhões de euros A Re/Max dá formação constante aos seus colaboradores. A cada mês e meio, há também reuniões de motivação. Paula Nunes Passadeira vermelha, vestidos de gala, ‘smoking’, muito ‘glamour’ e direito a chegar de limousine. Podia ser o cenário dos óscares de Hollywood. De facto, eles são a inspiração, mas falamos dos óscares da RE/MAX, que todos os anos têm lugar em Abril e premeiam os melhores profissionais da empresa. Com direito a cabeleireiro, maquilhagem e uma estadia de uma noite num hotel de luxo, os vencedores sobem ao palco e ostentam os prémios, sendo reconhecidos como os melhores entre os seus pares. Os ‘óscares’ são o grande momento do ano, mas são muitas as iniciativas organizadas ao longo do ano com o objectivo de premear o mérito, entre elas viagens. Beatriz Rubio, CEO da RE/MAX, revela que todos os anos, “o melhor vendedor da semana anda durante uma semana com carros topos de gama e com uma faixa a dizer vendedor da semana RE/MAX. Aumenta o ego”, diz. “Também já alugámos uma limousine para os vendedores que conseguiram as melhores captações. A limousine ia buscá-los, levá-los a jantar num restaurante de luxo e levá-los a casa”, conta, acrescentando: “trabalhamos muito a parte dos sonhos, porque queremos marcar as pessoas, queremos que elas desfrutem de bons momentos e queiram estar cá”, frisa, informando que para este ano já está prevista a oferta de bilhetes para o mundial de futebol no Brasil para os melhores vendedores. Segundo Beatriz Rúbio, na RE/MAX trabalhar a motivação torna-se imprinscindível, uma vez que há “ quem não tênha ordenados. Ganhe por aquilo que vende”, frisa. Daí que seja fundamental “criar estabilidade emocional nas pessoas”. Os primeiros seis meses do negócio são fundamentais para a aprendizagem e para levantar a moral. É que a esmagadora maioria das pessoas fica cerca de quatro meses sem conseguir um único negócio e, por isso, além da formação obrigatória, é importante um grande apoio e um reforço da motivação. “A cada mês e meio há reuniões de motivação. Há um trabalho no terreno. Há visitas às lojas para dar apoio directo aos fran- BEATRIZ RUBIO CEO da Re/max chisados e aos vendedores. O objectivo é fazer com que a realidade cinza, passe a ser cinza mais claro”, justifica a CEO da RE/MAX, terceira nas grandes empresas com mais de 1000 colaboradores. E se há a preocupação de motivar as pessoas, há também a preocupação de não fazer com que sonhem demais, ensinando os vendedores “a gerir o negócio e o dinheiro. Ensinar a não gastar tudo nos meses em que facturam muito”, esclarece. No fundo, “trabalhamos as emoções, porque acredito que mexem com as pessoas, levam a que sejam mais lutadoras, mais confiantes”, diz. Beatriz Rúbio frisa também que tudo é partilhado na empresa. Todos ficam a saber do que se passa através de vídeos, emails, e uma revista, órgãos de comunicação interna, que servem ainda de meio para agradecer e reconhecer os melhores. Outra forma de reconhecimento é subir na hierarquia da empresa. E, no que se refere aos vendedores, consoante o desenvolvimento pessoal das pessoas a comissão pode começar nos 40% e ir até aos 80%. De frisar que a empresa tem várias convenções com empresas de forma a proporcionar preços acessíveis aos colaboradores em vários serviços. E porque na RE/MAX grande parte das visitas são feitas à noite e ao sábado, a empresa tenta compensar as familias dos vendedores. “Desenvolvemos actividades com a família, levamo-la à convenção anual, que tem sempre uma confraternização, com almoço, levamo-los às reuniões trimestrais, e oferecemos bilhetes para o circo no Natal”. ■ PUB VIII Diário Económico Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 PRÉMIO EXCELÊNCIA NO TRABALHO Prémio Na Delta todos os colaboradores são envolvidos no processo de crescimento da empresa. Galp Energia capta, retém e valoriza os melhores Grupo ACA focado no cliente e na criação de valor lugar + de 1000 colaboradores Ana Brígida Integridade, transparência, lealdade, qualidade, sustentabilidade, solidariedade, responsabilidade social, humildade e verdade são os valores de referência da Delta Cafés, quarta na categoria grandes empresas com mais de 1.000 colaboradores. O modelo de gestão de recursos humanos é baseado nestes valores, assentando “no desenvolvimento pessoal, na igualdade de oportunidades, na garantia da saúde e segurança no trabalho e na defesa dos direitos humanos”, informa Cristina Lages, coordenadora de gestão de recursos humanos da Delta Cafés, que faz questão de fomentar a participação e envolvimento de todos “no sentido de fortalecer o compromisso para alcançar os objectivos estabelecidos”, explica, frisando a preocupação permanente em melhorar a forma como se gerem as pessoas. Tendo em conta isso, está a decorrer o programa ‘Atrair, Reter e Desenvolver’, que visa actuar no reconhecimento e desenvolvimento de competências dos colaboradores. E porque aprender e reforçar conhecimentos é essencial para garantir a qualidade, a Delta Cafés tem como uma das vertentes essenciais a educação e formação de jovens. Todos os anos de- 4.º GRANDES EMPRESAS zenas de jovens recebem formação profissional através de estágios, facilitando e promovendo a sua inserção na vida activa. Paralelamente, a empresa apoia, desenvolve e executa medidas de promoção de emprego através da realização de estágios curriculares e profissionais. De salientar o desenvolvimento do programa de gestão de competências, e a importância dada à área social e comportamental. A Delta Cafés prima ainda por uma parceria e proximidade dos gestores de pessoas na relação com os gestores de topo, na condução do negócio e num envolvimento de todos os colaboradores no processo de crescimento da empresa. ■ R.C. A Galp Energia incentiva a iniciativa, diz o gestor de recursos humanos. Neves Antonio Delta promove programa ‘Atrair, Reter e Desenvolver’ EVOLUÇÃO GRANDES EMPRESAS O Grupo Alberto Couto Alves ganhou o prémio evolução grandes empresas, que Rui Loureiro, director de recursos humanos justifica com a premissa de que “toda a gestão das pessoas é feita tendo como foco os clientes finais e a criação de valor ao acionista”. O grupo procura por isso, “identificar competências técnicas, comportamentais e de gestão críticas para a excelência no exercício de funções ‘core business’, através de programas formativos específicos”, o que, diz, “permite estruturar perfis de competências e indicadores de performance que orientam os quadros no desenvolvimento da carreira e permite à organização identificar e gerir mais eficazmente os profissionais de elevado potencial em áreas críticas de negócio”. Rui Loureiro dá conta ainda que muitas tomadas de decisão são facilitadas pela análise feita à evolução dos colaboradres e informa que em 2014 o grupo ACA vão implementar um novo sistema de avaliação de desempenho. ■ R.C. O grupo ACA nasceu há 25 anos e é de Famalicão. 5.º lugar GRANDES EMPRESAS + de 1000 colaboradores “considerando todas as suas fases, desde o recrutamento e selecção, o acolhimento e integração, a formação, nomeadamente a participação nos cursos da academia Galp Energia, os processos de mobilidade, a definição e avaliação de objectivos e de competências e os percursos de evolução profissional”. De ressalvar o desenvolvimento de um amplo e participado processo de redefinição da matris de valores da empresa, estando actualmente em curso a fase de implementação e consolidação – Galp: Growing Together, Action, Looking to the future, Passion. ■ R.C. Bruno Barbosa Tudo o que se faz na Galp Energia visa a criação de valor. E os objectivos prioritários da empresa são “a captação, o desenvolvimento, a retenção e a valorização de talento”, diz Vasco Ferreira, director de recursos humanos. Os valores da empresa reflectem-se, de forma natural, na evolução das políticas e da gestão de recursos humanos, no âmbito dos quais se procuram desenvolver acções que visam reforçar o espirito de equipa, a iniciativa, o dinamismo, a proactividade e a paixão e compromisso na prossecução de todas as actividades. A empresa conquistou o 5º lugar na categoria grandes empresas com mais de mil colaboradores e parte da responsabilidade do prémio advêm de uma política de recursos humanos que, de acordo com o responsável, “privilegia o desenvolvimento contínuo das competências técnicas e comportamentais dos colaboradores e incentiva a iniciativa, a inovação e a participação em projectos transversais à organização”. E tudo alinhado com a evolução dos negócios e a melhoria dos produtos e serviços. São muitas as medidas desenvolvidas pela empresa a pensar nos melhores talentos. Vasco Ferreira destaca a gestão de talento, PUB X Diário Económico Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 PRÉMIO EXCELÊNCIA NO TRABALHO TNT: falar claro é o seu segredo 1.º lugar GRANDES EMPRESAS + Prémio Sectorial Depois de uma reestruturação, a empresa teve o seu segundo melhor resultado de sempre. IRINA MARCELINO [email protected] BI >>Origem: multinacional holandesa. Em Portugal, a sede é Lisboa >>Número de colaboradores: 284 >>Área de negócio: transporte e entrega expresso >>Lema: Falar claro >>Facturação: 41 milhões de euros Neves António Os últimos anos não foram fáceis para a TNT. Em Setembro de 2012 um novo CEO assumiu os comandos. José Domingos Correia, 54 anos, conhecia bem os cantos à casa. Na empresa há 14 anos, começou como director de operações, depois director de vendas e, agora, director geral. Foram esses anos dentro da TNT e o facto de ter passado por vários departamentos - “andei com eles a ‘acartar’ caixas no armazém. Acho que as pessoas me vêem como um deles”, refere, a propósito - que tornaram menos difícil a reestruturação que teve de ser feita. Uma reestrutração que podia ter sido pior. Passou pela rescisão com contratados a prazo e com oito trabalhadores efectivos, encaminhados, todos eles, para processos de ‘outplacement’ que os responsáveis da TNT seguiram com atenção. Durante um ano, a empresa teve também de cortar nos bónus dados aos seus trabalhadores. Mas foi com a renegociação de contratos com fornecedores, por exemplo, que se conseguiu poupar bastante. Exactamente, 300 mil euros por ano. Nos seus próprios preços, no entanto, não houve cortes. “Não baixámos o preço junto dos clientes. Os que baixámos, foi com contrapartidas. Continuamos a aumentar os preços, tal como fazemos todos os anos. Baixar preço a todo e qualquer custo não”, defende Carlos Courelas, director de recursos humanos da TNT, que este ano venceu o primeiro lugar nas Grandes Empresas e foi também o vencedor sectorial na Construção, Gestão de Infra-Estruturas, Transportes e Logística. Além disso, “pedimos ideias às pessoas sobre as poupanças em processos. E recebemos várias. Lançámos temáticas, grupos de supervisores. Lançámos novos serviços na sequência da proposta de um colaborador: mais uma carrinha na zona de Felgueiras para recolher as últimas encomendas, por exemplo. E deu certo”, conta, com orgulho, o mesmo responsável para quem o segredo na gestão de recursos humanos é “falar claro”. José Domingos Correia explica melhor: “comunicamos de forma directa, com respeito, mostrando exactamente o que se passa na empresa. Não retemos informação. Dizemos tudo o que é aceitável. Há coisas que não temos a certeza se vão acontecer ou não” porque as grandes decisões partem da sede da Uma sala na sede é disponibilizada aos colaboradores. JOSÉ DOMINGOS CORREIA Director geral da TNT Portugal multinacional. “A estratégia está a ser definida no momento em que estamos aqui a falar”. Depois da reestruturação, os resultados melhoraram. “O ano passado foi o segundo melhor ano da empresa. E foi pela equipa que temos”, afirma convicto José Domingos Correia. “As pessoas tiveram um ano de extremo cansaço. Mas obtiveram os resultados”, diz, por seu turno, Carlos Courelas. E pela necessidade de “pensar nas pessoas que ficam”, resolveu-se inovar nas formas de motivação. A que mais marcou foi a actividade “tipo ‘master chef’” que promoveram para os colaboradores da área de vendas. “As pessoas pensavam que ia ser ‘paintball’ ou alguma coisa do género. Quando chegou um ‘chef’ a dizer que não tinha pessoas suficientes para fazer um jantar para 120 pessoas toda a gente ficou espantada”, conta, divertido, o responsável pelos recursos humanos. A intenção foi trabalhar a gestão de equipa e de cumprimento de objectivos “Eles não estavam à espera. Mas conseguiram fazer tudo. Teve impacto”. A experiência será, seguramente, repetida. “Foi o final de um ano feito com muito esforço”, afirma. Entretanto, os bónus mensais voltaram. “Não vou cortar custos penhorando o futuro – não fazemos como o governo”, defende Carlos Courelas. E como as pessoas “querem mais: o desenvolvimento pessoal, a interacção. Só vamos buscar ao mercado em último caso. As pessoas sentem-se felizes com o seu trabalho de uma forma global”. No inquérito anual interno que é feito anualmente, os resultados são animadores, apesar de um pouico mais baixos que no ano anterior (86% e 89%, respectivamente). “Temos os melhores resultados da TNT no mundo. Só há mais dois países com resultados idênticos ao nosso”, conta com orgulho Carlos Courelas. Para o futuro, o director geral da TNT diz querer apostar na profissionalização da formação “ Julgo que enriquece bastante o ADN da empresa trazer experiências externas”. ■ Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 Diário Económico XI 2.º Mattias Schmelz, lugar GRANDES EMPRESAS presidente da empresa (primeiro à esquerda) e parte da sua equipa. Paula Nunes + Prémio Sectorial Rainbow Carnaxide: empresa de máquinas que valoriza as pessoas Empresa dá manhã a colaboradores para compensar saída tardia e sábados de formação. BI >>Origem: Carnaxide >>Número de colaboradores: 160 e 100 demonstradores >>Área de negócio: Sistemas de limpeza RAQUEL CARVALHO [email protected] Manhãs livres. O horário de entrada na Rainbow Carnaxide é às 13h30 e a saída é às 22h30. Quem quiser aproveitar as manhãs para exercitar o físico pode sempre ir ao ginásio montado na empresa e usufruir de um ‘personal trainer’ duas vezes por semana. Este horário tem uma justifição, diz Daniela Biscaia, directora de marketing da Rainbow Carnaxide, segunda na categoria das grandes empresas, e vencedora sectorial grandes empresas, grande consumo e retalho. “Fechamos às 22h30 para podermos dar apoio aos demonstradores. Podem querer aprovar um crédito ou precisar de alguma máquina e por isso decidimos fazer este horário”. É que a maioria das visitas para apresentar o produto é feito em horário pós-laboral, depois dos potenciais clientes chegarem a casa do trabalho, e por isso é preciso apoio administrativo. Se ter a manhã livre é uma vantagem, sair tarde podia ser um factor desmotivador para os colaboradores da Rainbow. Mas não é. Isto porque todos vestem a camisola. O ambiente de trabalho é descontraído e, de acordo com Daniela Biscaia, “o reconhecimento pelo trabalho e empenho é uma constante”. Matthias Schmelz, presidente da empresa tem uma relação de grande proximidade com todos, o que se reflecte na forma como trata os seus funcionários, a quem disponibiliza sempre uma semana de férias durante o verão na sua própria casa de férias no Algarve. Ao Diário Económico o responsável garantiu que “humildade e gratidão são os valores da empresa”, frisando que a Rainbow Carnaxide “dá sempre valor às pessoas. Queremos reconhecê-las, pelo que acho que não somos uma empresa de máquinas, mas sim uma empresa de pessoas”, garante o responsável que vê em todos os colaboradores uma família. A família, é aliás, um factor fulcral para o sucesso da empresa e para a motivação de todos. Porque existe a consciência que os horários roubam tempo à família, a empresa faz questão de a mimar de forma a ter nela um aliado. É por isso que as principais celebrações da empresa contam sempre com a presença dos filhos e conjuges, como a festa de Natal, a festa dos santos populares, no terraço da empresa, ou a gala anual que visa premiar os melhores. Além disso, usufruem das viagens ganhas pelo colaborador como reconhecimento do seu trabalho e há uma sala exclusivamente dedicada aos mais pequenos. E porque as máquinas da Rainbow Carnaxide estão sempre a ser alvo de inovações, há formação contínua para que todos estejam a par das novidades. Helena Oliveira, directora de recursos humanos da empresa, destaca “as formações exteriores, com formadores de renome nacionais e internacionais que visam o desenvolvimento pessoal, a gestão da carreira e do dinheiro, a organização de várias palestras e uma formação geral todos os sábados de manhã”. Há ainda encontros anuais onde se recolhem as avaliações de desempenho que cada pessoa faz a quem com ela trabalha directamente, informação essa analisada e “que serve para melhorar a performace de todos”, diz. Privilegia-se também a recolha de opiniões e sugestões através de uma caixa de sugestões, havendo um incremento no ordenado para quem der a melhor sugestão, um sinal de que a empresa gosta de pessoas proactivas. Neste contexto, é também premiado quem levar mais pessoas para a empresa. E porque as pessoas são o activo mais importante, a empresa está atenta ao perfil e desejos dos colaboradores, reaproveitando-os para outras funções ou departamentos. ■ >>Lema: “Não somos uma empresa de máquinas, somos uma empresa de pessoas”. >>Facturação: oito milhões. XII Diário Económico Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 PRÉMIO EXCELÊNCIA NO TRABALHO 3.º lugar GRANDES EMPRESAS + Prémio Sectorial Paula Nunes António Brandão Vasconcelos, CEO da Everis. Everis atrai, retém e transforma os melhores talentos Querer evoluir e subir na carreira é condição fundamental para trabalhar na Everis. BI >>Origem: A Everis Portugal pertence ao Grupo Everis, multinacional espanhola. >>Número de colaboradores: 260 RAQUEL CARVALHO [email protected] Atrair, reter e transformar é o paradigma da Everis, terceira na categoria de grandes empresas, e vencedora no sector grandes empresas consultoria. A Everis tem protocolos com universidades que lhe facultam os curriculos para que possa ir buscar os melhores. Depois de atrair, o passo seguinte é proporcionar as melhores condições. “Tentamos que as pessoas sejam felizes, que tenham um bom ambiente de trabalho”, diz António Vasconcelos, CEO da Everis, assumindo que a empresa tem na sua génese o bem estar das pessoas, visando “ajudá-las a crescer e a transformar o seu conhecimento e capacidades em valor para os clientes”. O objectivo é sempre “trabalhar as pessoas como pessoas e colocar as boas práticas ao serviço da organização”. E porque o trabalho não pode ser estanque e a motivação é a palavra de ordem, a Everis ambiciona os maiores e melhores clientes, e projectos complexos que permitam aos consultores “crescerem e ficarem mais motivados pelos novos desafios”. Vestir a camisola é essencial para o sucesso e para isso é necessário que as pessoas se sintam em casa desde sempre. Assim, quando chegam à Everis, os novos trabalhadores têm >>Área de negócio: consultoria e serviços tecnológicos sempre um mentor que os acompanha, que lhes apresenta a empresa, dá a conhecer a sua missão e visão. Não só ficam logo com uma referência dentro da empresa, como ficam a conhecer ao pormenor a empresa, uma vez que recebem um manual de atendimento. Além disso, recebem formação e são incluidos num programa de ‘mentoring’. Aliás, há vários programas formativos ao longo da carreira dentro da Everis, uma vez que, sublinha António Vasconcelos “quem vai para a Everis tem que querer evoluir”. Daí que o processo de selecção seja rigoroso e passe por várias fases e entrevistas. Há sempre um plano de carreira e a ajuda do mentor para “irem o mais longe possível na empresa”. O “objectivo é sermos dispensáveis onde estamos, ou seja, melhorar e evoluirmos. Libertarmo-nos das funções onde estamos e desempenhar funções mais complexas”, afirma, acrescentando haver “sempre alguém a ensinar outra pessoa para que ambas subam de lugar”. E se este é um motivo de motivação, a boa relação entre todos também ajuda ao sucesso. O CEO garante não haver hierarquias. “Há abertura total para se falar sobre tudo entre todos. É importante que as pessoas falem do que gostam e revelem os seus gostos e ambições”, diz. É a pensar nisso, que todos podem dar sugestões, através de uma caixa de sugestões, e nas reuniões periódicas. Duas vezes por ano, reunem-se cerca de 30 pessoas numa sala, sem tema específico. “A ideia éque os temas sejam criados ali. Perguntamos o que as pessoas acham que se deve melhorar. Pedimos para que se imaginem CEO e que medida implementariam nesse dia. Aparecem sugestões muito interessantes”, assume António Vasconcelos, que garante haver uma análise criteriosa de todas as sugestões e a tentativa de implementar as medidas, indo de encontro às necessidades dos colaboradores. De frisar que a empresa não tem por hábito o reconhecimento individual de cada pessoa através de prémios, privilegiando as promoções através da progressão na carreira. De destacar ainda a importância dada ao convívio entre todos. “De dois em dois meses juntamos as pessoas que fizeram anos nesses dois meses, fazemos um ‘cocktail’ ao fim do dia e distribuímos presentes”, explica, garantindo que “tentamos que de forma recorrente haja momentos de descontração”. ■ >>Lema: Atrair, reter, transformar >>Facturação: 591 milhões de euros(global) PUB XIV Diário Económico Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 PRÉMIO EXCELÊNCIA NO TRABALHO lugar Francisco Febrero é CEO da ROFF. Agap2 aposta no recrutamento interno Jean Charles Delgado, CEO do Grupo Accor. GRANDES EMPRESAS + Prémio Sectorial Paula Nunes 5.º lugar GRANDES EMPRESAS + Prémio Sectorial ROFF: tempo e dedicação são o maior investimento Criada por um grupo de amigos, já lá vão 18 anos, as contratações nos primeiros cinco, seis anos de vida da ROFF pautaram-se pelas recomendações dos próprios colaboradores. “Esta forma de actuar gerou um grupo muito unido, potenciando assim um conjunto de relações interpessoais fortes”, diz Sílvia Gusmão, coordenadora de Recursos Humanos, Formação e Qualidade da ROFF, quarta nas grandes empresas e vencedora no sector tecnologias, media e telecomunicações. Na consultora tecnológica acredita-se que “são as recompensas não monetárias que intensificam a continuidade do sentimento de dedicação à empresa” dos cerca de 500 consultores espalhados por escritórios no mundo inteiro, explica a responsável. O investimento nestas práticas “é, acima de tudo, em tempo de dedicação da equipa de gestão e da equipa de suporte ao bem-estar dos nossos colaboradores” e não financeiro, adianta. São exemplo disso as diversas políticas de flexibilidade e apoios aos colaboradores, além dos benefícios como seguro de saúde, etc.: cultura de responsabilização evitando o controlo, horário de trabalho flexível, apoio aos colaboradores que vão ser ou foram pais, dias adicionais de compensação a quem tenha num determinado período efectuado um esforço adicional, etc. ■ C.C. As práticas mais apreciadas pelos colaboradores da cadeia hoteleira Accor são os esquemas de remuneração e benefícios, bem como o plano de desenvolvimento de carreira, revela Isabel Heitor, directora de Recursos Humanos do grupo, quinto nas grandes empresas e vencedor no sector grandes empresas hotelaria, imobiliário, turismo, lazer e restauração. E a formação é a “escada” que permite subir na hierarquia da empresa e obter tudo isso. “O grupo dispõe de programas de formação bem definidos que permitem a cada pessoa que integra o grupo iniciar uma carreira e desenvolver-se, aprendendo uma profissão se for o caso”, adianta a mesma responsável. Para os que estão na empresa, esses programas de formação “permitem o desenvolvimento constante e a evolução na carreira”. As 16 academias de formação da Accor, com uma vastidão de cursos e parcerias com escolas de hotelaria internacionais, são uma fonte de motivação, acredita Isabel Heitor. O grupo que tem marcas como o Ibis, o Novotel, o Mercure, entre outros, e está em mais de 90 países, aposta ainda no “Women at Accor Generation”, que pretende colocar mais mulheres em cargos de direcção nos hotéis (35% até 2015). ■ C.C. Fundo de pensões da Conduril é muito valorizado Maria Benedita Martins, presidente do Conselho de Administração da Conduril. Na Conduril, sexta nas grandes empresas, há muito quem tenha subido a pulso. “Apostamos muito na formação e no desenvolvimento dos colaboradores tendo como objectivo a progressão da carreira. Exemplo disso são os nossos directores e administradores que foram formados internamente”, diz Filipa Lemos, directora de recursos humanos, acrescentando que cerca de 45% dos colaboradores têm mais de 15 anos de casa. Ao fim de 25, recebem um relógio de ouro. .º lugar Aliás, a formação contínua, asGRANDES sim como o Fundo de Pensões da EMPRESAS empresa de obras públicas, “que na situação actual que o país se encontra tem sido muito valorizado”, são as duas medidas implementadas na empresa que mais feedback têm tido junto dos colaboradores, diz. “São medidas dispendiosas, mas que a longo prazo nos trazem retorno”, acredita Filipa Lemos. Além disso, os engenheiros da Conduril têm a oportunidade de fazer parte de projectos internacionais, o que lhes proporciona um grande desenvolvimento profissional. ■ C.C. 7.º lugar GRANDES EMPRESAS 6 Bruno Barbosa Paulo Figueiredo Formação é a prioridade dos hotéis Accor A Agap2 aposta na criação de um ambiente de trabalho descontraído ou não fosse uma jovem empresa, criada em 2005, de um sector onde impera a gente mais nova. A consultora tecnológica, sétima nas grandes empresas, promove a proximidade de relações entre colaboradores, envolve-os no crescimento da empresa, apoia as suas iniciativas e delega poderes e responsabilidades. O apoio ao desenvolvimento e valorização pessoal e profissional é um dos pilares da gestão dos recursos humanos na Agap2, 7ª nas grandes empresas. Daí que sempre que possível aposte “no recrutamento interno, dando prioridade aos seus colaboradores de evoluir organicamente”, revela Cristina Teixeira, a directora de recursos humanos. As práticas mais apreciadas e com maior feedback por parte dos colaboradores, diz, são as formações/certificações, o acompanhamento contínuo que gera proximidade, e os eventos realizados ao longo do ano. Mas admite: “São práticas com alguma dificuldade de implementação pela heterogeneidade dos colaboradores em termos de ambições, autonomia, preferências pessoais e necessidades”. Mas tem valido a pena. ■ C.C. Frank Deschodt é CEO da AGAP2. Neves António 4.º PUB XVI Diário Económico Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 PRÉMIO EXCELÊNCIA NO TRABALHO Ajudar a subir na carreira é prioridade na Grandvision Paulo Alexandre Coelho 8 Rui Borges, o CEO da Grandvision. Paulo Alexandre Coelho O que os colaboradores mais valorizam é “o facto de haver oportunidades de crescimento e desenvolvimento de carreira (inclusive a nível internacional) e o ambiente informal”, acredita Rosário Carmona, directora de recursos humanos da Grandvision, 8ª nas grandes empresas. Além disso, é muito relevante toda a política de incentivos implementada, “quer através de remuneração variável em função de objectivos quer através de diferentes concursos in.º lugar GRANDES ternos que a empresa leva EMPRESAS a cabo frequentemente”, sublinha a responsável do grupo que detém a MultiOpticas e conta com cerca de 700 colaboradores. “A questão do custo tem de ser visto sempre em função do benefício para a organização”, defende a responsável. E se algumas medidas representam um investimento significativo, como a aposta na formação, “outras são-no em termos de tempo e disponibilidade”, nomeadamente em comunicação, partilha de informação e tempo para ouvir. ■ C.C. António Bico, CEO da Zurich. 9.º lugar GRANDES EMPRESAS + Prémio Sectorial Zurich tem planos de desenvolvimento individual Na Zurich, 9ª nas grandes empresas e vencedora sectorial grandes empresas banca, seguros e serviços financeiros “cada colaborador tem um plano de desenvolvimento individual, que é revisto anualmente em função da avaliação de desempenho e de competências efectuada entre si e a chefia”, diz Cláudia Vajão, directora de recursos humanos da seguradora em Portugal. Sendo a formação uma prioridade à qual é alocado parte do orçamento, “é um investimento cujo retorno é deveras compensatório”, acredita a responsável. A Zurich oferece aos colaboradores a oportunidade de participação em formações não só nacionais mas também internacionais como MBA e outras e “de assumirem funções internacionais num determinado período de tempo, que pode ir de três a 12 meses” e que são experiências bastante valorizadas”, acrescenta Cláudia Vajão. Bianualmente, a companhia de seguros suíça realiza o “Global Employee Engagement Survey” a nível mundial, “cujos resultados têm colocado Portugal no topo do envolvimento e participação”. E depois há as iniciativas dos próprioscolaboradores como o o laboratório interno de ideias LabZ ou o clube desportivo e recreativo Clube Z. ■ C.C. Jorge Rebelo de Almeida, CEO do Grupo hoteleiro Vila Galé. 10.º lugar GRANDES EMPRESAS Vila Galé acredita em relações de confiança As possibilidades de progressão, os incentivos, os sistemas de participação, etc. são muito importantes na motivação, mas “a âncora fundamental é a relação de confiança que se estabelece”, acredita Fernando Magalhães, director de recursos humanos da Vila Galé, 10ª nas grandes empresas. “Um dos aspectos mais valorizados pelos colaboradores na avaliação da nossa empresa é a sua segurança e estabilidade, o facto de saberem que ela tem um rumo e uma gestão cuidada. Isso é um forte factor da sua retenção.”, acrescenta o mesmo responsável. A dificuldade maior, diz Fernando Magalhães, é encontrar “criatividade e reinvenção permanentes na criação e comunicação de novas práticas”. Além dos benefícios mais comuns como seguro de saúde, Natal das crianças, parcerias comerciais, entre outros, há alguns mais originais como a bolsa de mérito escolar de mil euros ou o presente de aniversário: um jantar com acompanhante num hotel Vila Galé. Mesmo que não se traduzam em dinheiro, todas as medidas custam a sua concepção e comunicação, sublinha o director da cadeia hoteleira. ■ C.C. A principal preocupação dos Serviços de Acção Social da Universidade do GRANDES Minho, vencedor sectorial grandes EMPRESAS empresas sector público, passa por Sector promover uma cultura de diálogo e PÚBLICO envolvimento de todos os colaboradores na formulação dos objectivos, acompanhamento da sua aplicação, divulgação e reconhecimento dos que colaboram na sua concretização. “Este envolvimento é muito importante para as dinâmicas, espírito de equipa e vital para o sucesso da nossa organização”, diz Carlos Silva, o administrador. Por outro lado, “fomentamos a formação interna e externa para que os colaboradores possam evoluir pessoal e profissionalmente”, acrescenta. Estas medidas começaram a ser pensadas neste serviço público em 2004/2005 e “não se pode dizer que foram difíceis, mas sim trabalhosas”, acrescenta Carlos Silva, que acredita: “Quando se partiCarlos Silva lham os mesmos objectivos, a mesma vié administrador dos serviços de acção são e o mesmo ideal, a motivação surge social da Universidade do Minho. de forma natural”. ■ C.C. Bruno Barbosa João Paulo Dias (arquivo Económico) UMinho promove diálogo e reconhecimento PUB XVIII Diário Económico Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 PRÉMIO EXCELÊNCIA NO TRABALHO Gatewit: a empresa que pode sempre melhorar 1.º lugar MÉDIAS EMPRESAS + Prémio Sectorial Carla Carvalho, directora de recursos humanos, e Pedro Vaz Paulo, CEO da Gatewit. Os vários espaços de descontracção na sede contribuem para a produtividade. IRINA MARCELINO [email protected] BI >>Origem: Lisboa >>Número de colaboradores: 130 (com os internacionais) >>Área de negócio: desenvolvimento de plataformas electrónicas >>Lema: Podemos sempre fazer melhor >>Facturação: 8 milhões de euros Paula Nunes Longe vão os tempos em que a Gatewit vivia no Instituto Superior Técnico, em Lisboa. Hoje, esta empresa que se dedica a desenvolver plataformas electrónicas ocupa três andares num prédio da Avenida da Liberdade. “Hoje, a empresa tem ambição e essa ambição fez crescer as pessoas”, resume Pedro Vaz Paulo, CEO. Há três anos a equipa tinha 20 pessoas. Hoje, tem 99 (fora os colaboradores internacionais). Com a empresa a crescer, “uma das maiores preocupações foi nunca perder o sentimento de pertença”, explica a directora de recursos humanos Carla Carvalho. A Gatewit tenta estar sempre atenta ao que os seus trabalhadores valorizam. Nos três inquéritos que lançam todos os anos as conclusões são claras: “o que é mais valorizado é o ambiente e a satisfação. Logo a seguir vem a satisfação técnica e os conhecimentos adquiridos”, conta a responsável. O trabalho da empresa vai nesse sentido. No edifício onde é a sua sede, há vários espaços ‘lounge’ onde as pessoas podem “sair do conceito trabalho por momentos. E podem parar e descansar”. O tipo de trabalho que fazem leva a essa necessidade. “No centro de apoio técnico recebemos centenas de chamadas por dia. É uma grande pressão”. E é por achar que um momento de descontracção contribui para maior criatividade que a empresa tem várias salas para esse efeito. Os espaços disponíveis são a sala ‘freedom’, com relva sintética e céu azul, além de um aparelho Wii e de livros e CD que são partilhados e trocados entre os colaboradores. A sala ‘discover’ é usada como sala de reuniões em assuntos “mais e menos formais”. Uma outra sala tem puffs, mesas, café, jogos de mesa e didácticos, playstation e máquina de café. A vista sobre o castelo de São Jorge completa a moldura. Na copa está ainda disponível televisão, jornais, e cestos de fruta para todos os colaboradores. Além de torradeira, chaleira, microondas e frigorífico. Para Carla Carvalho, “não há problema nenhum que as pessoas vão meia hora jogar playstation entre as 15h e as 16h. Esse momento faz com que ela seja muito mais produtivas por exemplo entre as 18 e as 19h”. A responsabilização dos trabalhadores é, apesar dos factores de distracção, factor chave. “O trabalho aparece feito. Trabalhamos com objectivos, definidos no início do ano”. Com um departamento de recursos humanos atento a áreas que vão do recrutamento e selecção à área de motivação, responsabilidade social, ambiental, sustentabilidade, assim como higiene, segurança e saúde no trabalho e análise de progressão de carreira e política salarial, a Gatewit quer dar ainda mais atenção aos seus colaboradores e ao bom ambiente de trabalho em 2014. “Acreditamos que as pessoas são o nosso capital principal. A tecnologia está acessível a qualquer organização. Por isso a nossa vantagem competitiva são as pessoas. Queremos que se sintam bem e que sintam que estão a evoluir. Queremos também promover a progressão técnica da aprendizagem” e apostar no “positivismo”, conta Carla Carvalho. Além disso, vão manter as políticas que incluem seguro de saúde, comissões de cumprimento de objectivos de vendas mensais ou o prémio anual KPI médio, baseado em indicadores chave performance. Os colaboradores têm ainda direito a um prémio dedicação extra de 600 euros líquidos que todos podem receber uma vez por ano e que depende do “esforço do trabalhador, que pode nem atingir os objectivos”. Carla explica: “neste prémio consideramos a disponibilidade da pessoa para participar por exemplo em eventos de responsabilidade social”. Há vários onde se pode participar. Em parceria com a AMI, a Gatewit desenvolveu a plataforma Prenda Amiga. E dá formação tanto a colaboradores desta associação como a crianças da associação Moinho da Juventude, na Cova da Moura. A capacidade de “conseguirmos contribuir para a sociedade envolvente” é um dos pontos fortes desta empresa que venceu em duas categorias: na das Médias Empresas e no sector da Tecnologia, Media e Telecomunicações. “Podemos sempre melhorar é o nosso lema. Tanto em gestão de RH como nos outros departamentos”. ■ Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 Diário Económico XIX 2.º Fotografia de família lugar MÉDIAS EMPRESAS da CH Consulting. A empresa ficou em 2º lugar entre as empresas de média dimensão e venceu no sector de consultoria . Bruno Barbosa + Prémio Sectorial BI >>Origem: Coimbra >>Número de colaboradores: 120 internos e 300 externos >>Área de negócio: consultoria >>Lema: ‘Be a monster’ (“seja um monstro”) >>Facturação: 5,7 milhões de euros CH Consulting atirou colaboradores de um avião Coesão da equipa e gestão do imprevisível era a proposta. Número de colaboradores continua a crescer. ANTÓNIO FREITAS DE SOUSA [email protected] Ao fim de 48 prémios na área das melhores práticas de gestão, nomeadamente de comunicação, segmento da responsabilidade de Filipa Prenda – onde pontificam, entre muitos outros, um terceiro lugar sectorial como a melhor empresa para trabalhar na Europa (a que correspondeu um 13º lugar na geral) – já ninguém tem dúvidas sobre o que é trabalhar na CH Consulting. De facto, aquilo que a consultora originária de Coimbra e com escritórios em Lisboa e no Porto quer é que cada colaborador seja um monstro. ‘Be a monster’ é a proposta que o CEO, António Henriques, engendrou ao longo de vários anos e que consta do prospecto que todos os candidatos recebem no minuto em que pela primeira vez dão entrada nas instalações da consultora. Depois, é seguir as regras e não se surpreender excessivamente quando for inevitavelmente surpreendido. Seria no mínimo fastidioso listar as dezenas de ferramentas internamente criadas pela CH para tornar a empresa num lugar de felicidade colectiva, mas aquilo que António Henriques saliente é que todas elas têm um sentido: “delegar, responsabilizar toda a pirâmide de recursos humanos, apostar no mérito como forma de desenvolvimento da carreira” e remu- nerar o empenhamento de forma condigna. “No meio disto também se trabalha”, graceja António Henriques, enquanto mostra uma foto onde ele próprio surge com a boca deformada por um esgar que podia ser de pânico porque está a despenhar-se a muitos metros de altura a mais de 300 quilómetros por hora. Uma empresa radical É um dos últimos actos de gestão do CEO da consultora: há uns tempos, sabendo das suas dificuldades com as alturas (tem vertigens), António Henriques foi prendado com um salto de pára-quedas em queda livre; quando acabou de o cumprir resolveu que um salto semelhante seria o próximo desafio dos colaboradores da CH. Já várias dezenas saltaram e os que ainda não o fizeram estão na fila de espera para cumprir essa decisão que, diz António Henriques, “tem feito muito pela coesão da empresa e permite aprender a gestão do imprevisível”. Filipa Prenda – que também mostra uma foto da sua queda vertiginosa onde, em vez do esgar, mostra um belo sorriso de quem está a divertir-se – confirma: “mesmo os que tinham decidido não saltar acabaram por o fazer”, como se não fizesse sentido não aderir ao desafio da empresa. Com os primeiros saltos realizados – o Económico foi desafiado a participar mas no dia previsto estará com uma enorme enxaqueca – o barómetro da felicidade (um barómetro que mede em tempo real a motivação, os desconfortos e as reivindicações dos colaboradores) está claramente em alta. É nesse patamar que os 40 colaboradores que, apenas em 2013, entraram na CH Consulting vão encontrar a empresa. Sabendo que no final do ano o mais provável é que o barómetro tenha subido muito: “temos neste momento em estudo 35 projectos internos de melhoria das condições de trabalho aos mais diversos níveis”, revela António Henriques. Paralelamente, “2014 é o ano do crescimento” – que tem a ver com um projecto de alargamento dos horizontes e da dimensão da CH, com a captação do ‘know how’ de futuros colaboradores com mais de 45 anos, mas que o CEO da consultora não quer ainda desvendar. Tudo isto, dir-se-ia, consome enormes recursos financeiros da empresa, que facturou 5,7 milhões em 2013. Nada disso: “ao contrário do que se possa pensar, a maioria das iniciativas tem muito poucos custos”, remata Filipa Prenda. ■ XX Diário Económico Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 PRÉMIO EXCELÊNCIA NO TRABALHO Edge Innovation: uma empresa atenta aos estados de espírito 3.º lugar MÉDIAS EMPRESAS A Edge é jovem e tem crescido muito. O grande desafio é integrar todos no espírito da empresa. IRINA MARCELINO [email protected] BI >>Origem: Lisboa >>Número de colaboradores: 80 >>Área de negócio: tecnologia >>Lema: Resolver problemas através de soluções inovadoras >>Facturação: 3 milhões de euros A Edge Innovation faz consultoria tecnológica e desenvolve novos produtos. Tem clientes como a ZON ou a Accenture. PEDRO MALHEIRO CEO da Edge Innovation cursos humanos e os colaboradores em outsourcing sejam constantes. “Reunimos com eles, tentamos perceber o que está bem e o que não está, se há necessidade de formação, por exemplo” Depois, há um ‘mood board’ - ou seja, um quadro de estados de espírito, onde as pessoas vão sendo avaliadas segundo estão felizes, normais ou tristes. “Felizmente vemos muitos ‘smiles’”, afirma Pedro. “A equipa de inovação é normalmente a equipa mais contente. Mas é também onde o ‘mood’ varia muito mais”, conta o fundador e CEO da Edge Innovation. Mas o que tem esta empresa de diferente das outras? É uma empresa muito jovem. E por isso - e porque organização transmite confiança - há sempre alguém a ajudar a definir objectivos. Pedro Malheiro resume assim as vantagens que a empresa oferece aos colaboradores: “Proximidade na relação com as pessoas. A organização que temos. Controlo na metodologia de trabalho. As pessoas sabem o que fazer, não andam perdidas”. Recentemente premiada por ter sido uma “das empresas que mais cresceu na Europa”, o CEO da Edge Innovation diz que “isso só aconteceu porque os sóciosnundca daqui retirarm dividendos. Reinvestimos tudo o que ganhamos”. Além da sede em Lisboa, a Edge Innovation já deu também origem a outras empresas. É o caso de uma na Covilhã, constituída por pessoas que estao a aplicar as suas teses de doutoramento na empresa. “Penso que a Covilhã vai ser uma incubadora de empresas e novos empresários. Pela proximidade com a Universidade da Beira Interior e pela proximidade com o ‘data center’ da Covilhã”, afirma. Rita Silva, do departamento de recursos humanos, faz outro resumo: “Somos uma equipa dinâmica que veste a camisola. Temos já a nossa tribo. Objectivo comum é o crescimento da empresa”. ■ Paulo Figueiredo O que acharia se, de entrevista marcada, ninguém aparecesse para o receber? E que na sala onde espera, apenas estivesse uma câmara de filmar, uma televisão a passar um video institucional e um iPad para responder a perguntas técnicas e psicotécnicas? Este pode ser o futuro das entrevistas na Edge Innovation, uma empresa tecnológica que além de prestar serviços em regime de outsourcing de consultoria em empresas externas, quer marcar o mercado pelos produtos inovadores que desenvolve. As entrevistas sem factor humano presente é apenas um exemplo de um produto que a empresa quer implementar. “Um dos problemas que detectámos no recrutamento era o tempo que demoravam as entrevistas. Não temos capacidade de resposta. Não podemos ter as pessoas a entrevistar oito horas por dia. E nem sempre os candidatos podem vir na hora de expediente”, conta Pedro Malheiro, CEO. Depois de ser “recebido” pelo video e pelo tablet, o entrevistador fica com um relatório completo e faz, então, uma entrevista de 15 minutos. “A pré avaliação está feita. Numa segunda fase de recrutamento não é precisa de uma nova entrevista”. Além desta vertente tecnológica, a Edge tem mais ideias - ou não fosse uma empresa especializada em resolver problemas através de soluções inovadoras. Neste caso, quer resolver problemas, criando situações: “queremos criar desafios concrectos relacionados com ambiente de trabalho através de actores”, desvenda Pedro Malheiro. O facto de estarem constantemente a recrutar pessoas foi o que os levou a imaginar esta solução que hoje estão a criar. De facto, a empresa, que há alguns anos tinha 10 pessoas, agora tem 80. Iniciada oficialmente depois da fusão de duas empresas em 2008, dois terços dos seus colaboradores vão trabalhando em clientes - ou seja, tanto estão na empresa dos clientes como na própria sede da Edge. A motivação dos colaboradores que estão fora é um dos maiores desafios desta empresa. “É muito difícil”, reconhece Pedro Malheiro. Daí que os contactos entre o departamento de re- PUB XXII Diário Económico Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 PRÉMIO EXCELÊNCIA NO TRABALHO Penha Longa Resort quer alargar benefícios Carla Ferreira, CEO do Grupo Ramos Ferreira 5.º Pedro Aperta + Prémio Sectorial Ramos Ferreira aposta na melhoria de competências 4 A gestão na Ramos Ferreira está focada no cliente e colaboradores, pois “todos concorrem activamente para a competitividade e o sucesso da empresa”, diz Cláudia Vale, directora de marketing. Premiada com o 5º lugar médias empresa e vencedora sectorial médias empresas construção, gestão de infra-estruturas, transportes e logística, a Ramos Ferreira aposta na melhoria contínua ao nível de recursos humanos, tecnologia, investigação e desenvolvimento, “havendo a preocupação de dotar as pessoas das competências necessárias para o seu desenvolvimento pessoal e profissional, procurando estimular a sua criatividade e iniciativa pessoal”, informa. Para tal, investe em formação, na valorização do capital humano através de planos de remuneração acima da média, num bom ambiente de trabalho e na envolvência de todos nos processos de decisão de topo, promovendo a partilha de experiências em diferentes áreas geográficas. A empresa aposta ainda em actividades lúdicas entre todos, festeja datas importantes e proporciona aos filhos dos colaboradores uma semana de actividades. ■ R.C. Gelpeixe garante descontos em várias entidades João Gouveia e João Mendes Gouveia , administradores da Unilogos. Manuel Tarré 6.º é o presidente da Gelpeixe. lugar MÉDIAS EMPRESAS Unilogos premeia o mérito e aposta na formação Prémio de produtividade, uma viagem de sonho por ano com alojamento entre os melhores, possibilidade de solicitar um vale de adiantamento de vencimento, combustível a preços atractivos, reduções de 40% em seguros, telecomunicações e serviços jurídicos, são alguns dos benefícios que a Unilogos dá aos colaboradores, que têm ainda direito a viaturas da empresa renovadas de quatro em quatro anos. Vencedora do 6º lugar na categoria de médias empresas, a Unilogos “vai implementar alguns prémios e incentivos pontuais em 2014”, garante João Mendes Gouveia, administrador, que acredita que “os colaboradores são a chave do sucesso”. O responsável diz que “os princípios de gestão e liderança inspiram todos nas suas acções e relações ”, e que a gestão de pessoas “é orientada através de um conjunto de políticas baseadas em desenvolvimento profissional, igualdade de oportunidades, e criação de novas competências através de um modelo de formação”. Realça ainda a promoção de actividades de investigação, e o potenciar da capacidade de iniciativa, criatividade e valorização profissional através de planos de carreira. ■ R.C. “A Gelpeixe acredita numa remuneração justa e competitiva, que inclui salário base, e uma componente variável, de acordo com a avaliação de desempenho”, diz Emilia Aguiar, directora de recursos humanos. A empresa, 7ª na categoria de médias empresas, e vencedora no sector médias empresas industria e energia, oferece a um colaborador com três anos de antiguidade, um seguro de doença e um seguro de vida, que corresponde a 14 vezes o ordenado. Dá ainda descontos em farmácias, ginásios, clínicas médicas e den.º lugar tárias, ópticas, cabeleireiro, pisMÉDIAS EMPRESAS cinas, agentes de viagens, e na + Prémio Sectorial compra de produtos Gelpeixe. A ter em conta as tardes livres às sextas-feiras, e a oferta de bebidas quentes e pão ao pequeno- almoço e lanche todos os dias, e de uma caixa de camarão no natal aos colaboradores. Emilia Aguiar frisa ainda, a oferta, por altura do nascimento de um filho, de um cabaz de natalidade , sendo que os filhos com melhoras notas têm direito a um quadro de honra. Realça ainda a aposta na formação. ■ R.C. 7 Pedro Monteiro Neves António lugar MÉDIAS EMPRESAS Bruno Barbosa Valorizar e respeitar as pessoas, motivá-las para que sejam melhores profissionais e permitir que evoluam, é o lema da Penha Longa Resort que ganhou o 4º lugar nas médias empresas, e o prémio sectorial empresas hotelaria, imobiliárias, turismo, lazer e restauração. Jaume Valldaura, director de recursos humanos frisa a existência de vários beneficios e a intenção de os aumentar a médio prazo. Realça “o respeito e a igualdade entre todos”, e a politica de ‘porta aberta’, que “facilita a .º lugar comunicação com a direcção”. MÉDIAS A formação é obrigatória, havenEMPRESAS do um ‘core training’ para todos e + Prémio Sectorial mais de 500 cursos online. “Parte da equipa está focada e orientada exclusivamente para a formação e acompanhamento de todos”, diz Jaume Valldaura, que realça as “inúmeras formas de comunicação interna para que todos estejam sempre bem informados”. Salienta o fomento da participação e enO director geral volvimento da pro-actividade, “para que do Penha Longa tragam ideias e sugestões, com o bjectivo Resort, David Martinéz. , de satisfazer e amntecipar as necessidades dos hóspedes”. ■ R.C. Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 Diário Económico XXIII Vortal tem como meta o desenvolvimento profissional Paula Nunes 10.º lugar MÉDIAS EMPRESAS Bi4all quer recursos humanos certificados Formar, especializar e certificar os recursos humanos, são as três prioridades de José Oliveira, CEO da Bi4all. O responsável sublinha que o valor da empresa de serviços “reside nas nossas pessoas”, acreditando que as características que melhor definem o modelo de gestão de talento da Bi4all são “a transparência e a proximidade”. A empresa que ficou em 10º lugar na categoria de médias empresas tem como foco principal “desenvolver as pessoas, reforçar as suas competências e potenciar o seu crescimento profissional”, diz José Oliveira. Aproveitar ao máximo o talento das pessoas é uma das chaves do sucesso da empresa. Porém, a motivação é um factor essencial para isso e não é esquecida. Segundo explica o CEO, há a preocupação de “integrar pessoas de elevado potencial que tragam valor acrescentado à equipa. Formamos para a excelência e reconhecemos o importante equilíbrio da relação cliente/família”. José Oliveira diz não ter dúvidas de que “é a partilha de valores como o espirito de equipa , a atitude perante os desafios, a competência e a ambição de sermos os melhores que nos confere a nossa identidade”. ■ R.C. lugar MÉDIAS EMPRESAS + Prémio Sectorial Grupo Jordão tem política de incentivos “Estamos cientes de que não há boas empresas sem bons recursos humanos. Desta premissa nascem todas as estratégias e acções da Jordão”, diz Fábia Martins, directora de recursos humanos do Grupo Jordão. A empresa, que obteve o 9º lugar entre as médias empresas, que acumulou com o prémio sectorial Indústria e Energia, tenta “atrair os melhores activos humanos, e manter e desenvolver os colaboradores”. A cultura da empresa tem privilegiado a componente do relacionamento interpessoal e as relações informais entre as pessoas e aposta muito nas questoes motivacionais. Existe uma política de remuneração e incentivos. Os salários auferidos estão, defendem, acima da média. E há ainda prémios monetários atribuídos ao longo do ano, como gratificação de aniversário e prémio de assiduidade. São ainda oferecidos serviço médico e de enfermagem e um seguro de saúde extensível ao agregado familiar que também beneficia dos vários protocolos com diversas entidades. Os filhos dos colaboradores têm ainda direito a um kit escolar em valor pecuniário atribuído aquando do regresso às aulas, salientando-se ainda uma folga à sexta à tarde. ■ R.C. Calçado Samba criou uma equipa José Oliveira é o CEO da Bi4All. Paula Nunes 9.º Prémio EVOLUÇÃO MÉDIAS EMPRESAS A Calçado Samba, sediada em Felgueiras, imprime diariamente o espírito de equipa junto dos seus 81 colaboradores. Com um volume de negócios da ordem dos oito milhões de euros – 98% obtidos nos mercados externos –, a empresa assume o seu cariz familiar e sublinha que “mais do que simples ‘patrões e empregados’ somos uma equipa, uma família”. A remuneração está “bem acima da tabela” e, numa altura de cortes fiscais, a empresa tem conseguido manter “o salário intocável”, desmistificando a ideia que o sector do calçado assenta em salários baixos, sublinha Rui Ferreira, director-geral da empresa. Para manter o espírito de equipa, a Samba organiza anualmente um jantar de Natal – altura em que agracia os seus colaboradores com um bacalhau –, promove um magusto no Outono, um piquenique no dia do aniversário da empresa, além da organização de jogos de futebol. Parte das iniciativas são idealizadas pelos colaboradores, motivo de “orgulho” para a administração. ■ S.S.P. Jorge Freitas e Armando Adelino Freitas, administradores da Calçado Samba. Bruno Barbosa lugar MÉDIAS EMPRESAS administrador do Grupo Jordão. Bruno Barbosa 8.º Rui Dias Ferreira é CEO da Vortal. Na Vortal, 8ª na categoria de médias empresas, os colaboradores “são vistos como pessoas e não como recursos humanos”, diz Bernardo Bastos Lopes, director de recursos humanos. A gestão é feita “com uma elevada proximidade entre todos”, e a meta é “sempre o desenvolvimento profissional”. Garante que a Vortal “tem a determinação de atrair e reter os melhores talentos e garantir o seu desenvolvimento, através de avaliação 360º, avaliação de desempenho individual e de equipa e de um plano de formação”. Há ainda um plano de carreira que, diz, “permite uma progressão profissional estruturada e com desafios crescentes, premiando o desempenho e o mérito”. Essencial é também a “forte aposta na atribuição de responsabilidade a jovens com talento, fomentando o seu espírito empreendedor”, salienta o responsável, que garante serem “proporcionadas oportunidades ímpares de crescimento nacional e internacional”. De frisar ainda o investimento de 15% do resultado líquido anual numa componente salarial variável. ■ R.C. José Puga Lobo, XXIV Diário Económico Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 PRÉMIO EXCELÊNCIA NO TRABALHO Pedro Penalva, administrador-delegado da AON. AON valoriza potencial das pessoas O foco primordial da Aon, que ganhou no sector médias empresas banca, seguros e serviços financeiros, “está em atrair, desenvolver e reter o melhor talento”, admite Pedro Penalva, administrador. Só assim “teremos capacidade de prestar um serviço de excelência aos clientes”, garante, afirmando que a Aon quer dar aos colaboradores “todas as condições para executarem o seu potencial e assim acrescentar valor”. Para a sua concretização, tenta-se “criar um ambiente caracterizado pela meritocracia, pela liberdade de desenvolvimento de ideias e projectos e pela aprendizagem contínua”, esclarece Pedro Penalva. São muitos os bons exemplos de boa gestão dos recursos humanos. O modelo de gestão de carreiras que possibilita a realização de escolha que, em cada fase da carreira, melhor se adequa aos objectivos individuais de cada indivíduo, é uma delas, com Pedro Penalva a garantir que este modelo “torna claros e transparentes os mecanismos de evolução”. Outra medida a salientar é o processo de avaliação e de identificação de oportunidades para o crescimento individual. O administrador salienta ainda “o investimento em formação, em benefícios sociais e as medidas de apoio e promoção à geração de ideias e ao intra-empreendedorismo”. ■ R.C. Prémio SECTORIAL MÉDIAS EMPRESAS Serviços Jorge Almeida Castro, o director da Associação para a Educação e Valorização da Região de Aveiro. Nélson Pires é director-geral MÉDIAS EMPRESAS Saúde e Farmacêuticas da Jaba Reccordati. Lipor centra atenção nas famílias A Lipor – Serviço Intermunicipalizado de Gestão de Resíduos do Grande Porto emprega 208 pessoas. Uma das suas preocupações centrais enquanto empresa que quer primar a sua actuação pela responsabilidade social são os colaboradores e respectivas famílias. Ao nível da educação, a empresa tem disponíveis explicações gratuitas para os filhos dos funcionários, assim como a atribuição de um subsídio a filhos que apresentem necessidades especiais. E os melhores alunos dos colaboradores são agraciados com prémios. Já nas férias escolares, a Lipor ajuda a ocupar o tempo livre dos mais pequenos, nomeadamente no campo de férias na empresa. Quando a família está prestes a aumentar, a Lipor oferece um saco de bebé, uma ajuda para as primeiras semanas. A empresa tem também por hábito organizar vários eventos para promover o convívio e a amizade entre funcionários e famílias. O Natal é festejado na empresa, altura em que é atribuído um cabaz a cada colaborador e os filhos até aos 12 anos recebem um presente. O 1º de Maio é também celebrado em conjunto com a família, com a Lipor a promover o convívio com ‘buffet’ e animação. Magusto ou um concurso de pesca são outras das iniciativas que a empresa organiza em prol de um bom ambiente entre todos. ■ S.S.P. Jaba paga extra para contornar crise Num mundo onde o emprego se foi desmoronando e o fisco se transformou num pesadelo, a farmacêutica Jaba Recordati, subsidiária de um grupo italiano, andou ao contrário: manteve o quadro de pessoal em 2013 e, segundo um dos seus responsáveis, Pedro Nunes, “pagámos um bónus especial aos colaboradores para enfrentarem o aumento da política fiscal”. Isto num quadro em que a Jaba já atribui “condições remuneratórias e regalias sociais acima do mercado” e propicia “perspectiva de desenvolvimento contínuo de cada colaborador ao nível das suas competências e da sua carreira”. O segredo, para Pedro Nunes, é claro: “temos um rumo estratégico bem definido, que garante solidez e sustentabilidade financeira no médio e longo prazos”. Resultado: com o sector a encolher cerca de 9% em 2012, a Jaba Recordati, cresceu 9%. A internacionalização (nomeadamente para os PALOP) foi um dos factores de sucesso, mas também a formação a que os colaboradores têm acesso (com um MBA interno) e a constante capacidade de inovação. “A companhia tem recebido inúmeros prémios nacionais e internacionais”, recorda Pedro Nunes. ■ A.F.S. Prémio SECTORIAL MÉDIAS EMPRESAS Sector Público Hernâni Pereira ‘Confiança de todos, em todos e por todos’ é a marca da Associação para a Educação e Valorização da Região de Aveiro (AEVA), vencedora sectorial de médias empresas serviços. Jorge de Almeida Castro, director, garante que “todos os recursos humanos sabem que podem contar com uma gestão de topo que valoriza ‘a medida da pessoa’”. Lembra que como organização que actua na inclusão, a AEVA valoriza muito as necessidades de cada colaborador, “seja na compaginação da vida pessoal com a vida profissional, seja na formação individual para o colectivo”. Na AEVA “todos sabem que o sucesso da organização se deve à dedicação e ao compromisso”, diz, destacando a aposta na formação técnica e especializada dada diariamente a mais de 600 alunos, e na formação contínua dos profissionais, através de protocolos com universidades e institutos politécnicos . De futuro, a empresa quer alargar os benefícios médicos e de assistência, aumentar a rede de benefícios gerais aos colaboradores e reforçar a gestão entre vida privada e profissional. Na calha está também a atribuição de ‘smartphones’ a todos e um plafond de valor em chamadas em telemóvel de uso pessoal. Uma medida de extrema importância é a criação de uma creche-infantário para os filhos dos colaboradores. ■ R.C. Hernâni Pereira Paula Nunes MÉDIAS EMPRESAS Banca, Seguros e Serviços Financeiros Prémio SECTORIAL Paulo Alexandre Coelho AEVA aposta na confiança entre todos Prémio SECTORIAL Fernando Leite dirige a Lipor. PUB XXVI Diário Económico Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 PRÉMIO EXCELÊNCIA NO TRABALHO 1.º 2.º Vítor Granchinho, lugar PEQUENAS EMPRESAS lugar PEQUENAS EMPRESAS gerente da Ilumina. Neves António + Prémio Sectorial Uma ida ao ginásio, ou massagens semanais são alguns benefícios dados aos trabalhadores. >>Origem: Iniciou a actividade em Setubal. Está desde 2007, na Quinta do Anjo, em Palmela [email protected] mas. Daí que também lhes facilite o acesso a um advogado que lhes trata dos assuntos jurídicos. É também a empresa que paga semanalmente aulas de alemão a dois colaboradores que sentiram essa necessidade, depois de aberta uma filial da empresa na Alemanha. Já antes tinha havido aulas de inglês, além de acções de formação interna sobre as novidades do mercado. Vítor Ganchinho está convicto que o sucesso da empresa está na polivalência e na qualidade técnica dos colaboradores e acredita que a sua ‘performance’ deve ser compensada. “Reconhecemos o trabalho e o esforço das pessoas”, diz. Uma forma de motivar é dar prémios monetários a quem se destaca ou a progressão na carreira. Há também a preocupação de perceber as necessidades das pessoas. “2013 não foi fácil e por isso foi decidido dar como prenda de Natal dinheiro, pois fazia mais falta às pessoas”, assume Pedro Rosa, responsável pela certificação e responsabilidade social da empresa, que destaca a decisão do presidente em alterar em meia hora o horário. “Agora saímos às 18h30 e assim há quem consiga ir buscar os filhos à escola”. Quanto a benefícios, “todos têm direito a telemóvel e carros da empresa e não estou preocupado em controlar o seu uso”, diz Vitor Ganchinho, que diz fazer questão de alargar mais um mês a licença de maternidade. ■ 3.º lugar PEQUENAS EMPRESAS + Prémio Sectorial >>Número de colaboradores: 30 >>Área de negócio: comercialização de lâmpadas >>Lema: Polivalência e qualidade técnica dos colaboradores >>Facturação: mais de 15 milhões de euros em 2013. Bruno Barbosa RAQUEL CARVALHO Todas as quartas-feiras à tarde, duas massagistas deslocam-se às instalações da Ilumina, em Palmela, para, durante 15 minutos a cada colaborador, proporcionarem momentos de relaxamento e evitarem possíveis consequências para a saúde das funções que desempenham. Prevenir eventuais problemas de saúde é, aliás, para Vitor Ganchinho, presidente da Ilumina, vencedora na categoria de pequenas empresas e vencedora sectorialpequenas empresas grande retalho e consumo, uma forma de reter e valorizar as pessoas. Fã incondicional do ginásio, Vitor Ganchinho paga a mensalidade a quem o queira acompanhar, e são muitos que com ele frequentam o ginásio mesmo ao lado da empresa. A empresa assegura ainda um seguro de saúde a todos e garante uma avença mensal com um médico e um dentista. Exames e análises são sempre por conta da Ilumina. “Ter pessoas alegres, felizes e motivadas nunca fez mal a empresa nenhuma. E se contribuirmos para que sejam saudáveis, melhor”, justifica, frisando que também ao almoço essa preocupação está inerente. “Almoçamos juntos num restaurante que me dá garantia de comida saudável e paga a empresa”, diz. De facto, a proximidade entre todos é notória e, por isso, Vitor Ganchinho faz questão de ajudar os colaboradores a resolverem os seus proble- BI Paula Nunes Ilumina: colaboradores saudáveis e felizes Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 Diário Económico XXVII Novo Oculista de Loures: trabalhar lado a lado Gestores sentem-se como colegas dos seus colaboradores. [email protected] António Nicolau e Paula Silva, sócios fundadores e gestores do Novo Oculista de Loures. Jorge Pereira e Susana Brandão, sócios da Zona Verde. >>Número de colaboradores: 42 >>Lema: Que os trabalhadores se sintam em casa soas que aqui trabalham. Trabalhamos todos para o mesmo. Temos sempre a preocupação de apoiar quem connosco trabalha”, defende a também directora da empresa que ficou em segundo lugar na categoria das Pequenas Empresas. Para a responsável, concorrer a este prémio faz com que se passe a olhar com mais cuidado para as pessoas. Além disso, refere, “os exemplos das outras empresas são também inspiração para nós”. Além dos benefícios que consideram “normais” e que dão aos colaboradores (por exemplo, seguro de saúde, cabeleireiro, etc.), os gestores do Novo Oculista de Loures querem que os seus trabalhadores sintam que não estão perante uma “entidade patronal”, mas sim “com colegas que trabalham com eles até a loja fechar. Não vimos cá só fazer a caixa. Lutamos com eles, desempenhamos as mesmas funções e trabalhamos lado a lado”, defende. “Vivemos mesmo como uma família”. ■ Zona Verde no rumo da internacionalização A empresa de consultoria e formação quer apostar em Angola. >>Facturação: 4 milhões de euros BI >>Origem: Santa Maria da Feira >>Número de colaboradores: 21 (e carteira de 200 formadores) >>Área de negócio: empresa de consultoria e formação SÓNIA SANTOS PEREIRA [email protected] A Zona Verde, especialista em serviços de consultoria e formação, assumiu este ano o desafio de internacionalizar a actividade. Angola é o país escolhido, até porque a empresa de Santa Maria da Feira já fez há três anos uma pequena incursão naquele mercado. Agora “é tempo de colher as sementes já lançadas”, diz Jorge Pereira, director-geral da empresa. Com 21 colaboradores internos, a que se junta uma carteira de 200 formadores, que são recrutados de acordo com a formação a ministrar, a Zona Verde já responde por receitas globais de 1,3 milhões de euros. A Zona Verde dá formação de formadores, higiene e segurança no trabalho, segurança alimentar, qualidade, línguas, informática e desenvolvimento pessoal e comportamental. Uma das vertentes mais procuradas é a formação à medida. Neste âmbito, trabalha com mais de 200 PME, mas também para grupos como a Sonae ou a Corticeira Amorim. A empresa da Feira faz também consultoria, como espe- >>Origem: Loures >>Área de negócio: Oculista IRINA MARCELINO “Quero que os nossos trabalhadores se sintam em casa”. É assim que Paula Alves Silva, uma das fundadoras, com António Nicolau, do Novo Oculista de Loures, resume a sua política de gestão de recursos humanos desta empresa que começou por ser uma loja no centro de Loures e que hoje tem cinco lojas em Loures, Vila Franca de Xira e Lisboa (conceito Olhar de Prata). Com 25 anos de existência, a cadeia teve início quando os dois sócios, na altura com 20 (António Nicolau) e 28 anos (Paula Silva), decidiram avançar com o seu sonho. Um quarto de século depois, Paula Silva diz ter orgulho da empresa que fez e, também, do facto de nunca ter despedido ninguém. “Digo com muito orgulho que nunca despedi ninguém. Para um empresário, a forma mais fácil e rápida que tem de cortar custos é cortar salários. Mas para mim é uma questão de princípio. A empresa e aquilo que somos tem a ver com o nosso trabalho, mas também com o grupo de pes- BI cialistas em financiamentos e candidaturas a incentivos e fundos. Jorge Pereira reconhece que para gerir bem a actividade é essencial ter a equipa motivada. Por isso, a Zona Verde desenhou uma estratégia de proximidade entre colaboradores, que passa por momentos de convívio como o dia de aniversário do funcionário e o dia Zona Verde. A comemoração da constituição da empresa é aberta aos familiares dos trabalhadores e pretende ser um dia de diversão e entretenimento entre os mais novos e os mais velhos. Para o jantar de Natal são convidados os colaboradores e os filhos, que recebem um presente. No último inquérito interno que realizam anualmente, o grau de satisfação dos colaboradores ficou nos 3,57 (escala de um a quatro). Há ainda um espaço para sugestões e críticas, no sentido de promover o diálogo. A empresa ficou em 3º lugar entre as Pequenas Empresas e venceu o prémio sectorial entre as pequenas empresas de Consultoria. ■ >>Lema: Ter uma equipa motivada >>Facturação: 1,3 milhões de euros XXVIII Diário Económico Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 PRÉMIO EXCELÊNCIA NO TRABALHO Carlos Breda director geral da Bresimar, que venceu Carlos Cunha Torres, também no sector Tecnologia, presidente do Conselho Media e Telecomunicações. de Administração da Resul. Além do 5º lugar, MC&A Advogados aposta na diversficação a empresa venceu PAulo Alexandre Coelho no sector de Indústria e Energia. 5.º “A espécie que vence não é a mais forte ou a mais inteligente mas aquela que melhor se adapta”. A frase de Charles Darwin é seguida pela MC&A sociedade de advogados o que na prática quer dizer que “temos que dar o nosso cunho pessoal e adaptarmo-nos às necessidades do cliente, ou seja, o cliente é crucial pelo que temos um serviço personalizado e especializado”, refere Teresa Pala, associada da empresa. Para isso, acrescenta, é “preciso que as pessoas estejam satisfeitas”. A mesma responsável garante que “temos uma equipa muito diversificada e que a nossa política de recursos humanos assenta na responsabilização individual”. Uma responsabilização que, acrescenta, “nos permite ter flexibilidade de horários”. Criada em 2012, a sociedade de advogados sediada em Lisboa, tem hoje escritórios em Angola e Moçambique. A empresa distribui prémios de produtividade aos 25 colaboradores que tem actualmente. Para estimular o espírito de equipa há ainda dois encontros anuais, um no Verão e outro no Natal e que conta com a participação de todos os funcionários, mesmo daqueles que ao longo do ano estão em Angola e Moçambique. ■ E.F. lugar PEQUENAS EMPRESAS + Prémio Sectorial A política da Resul é valorizar os colaboradores + Prémio Sectorial Bresimar incentiva a participação activa Uma empresa que “recebe cinco a dez pedidos de emprego por dia” não tem, de certeza, um mau ambiente de trabalho – e esse é o principal ‘cartão de visita’ da Bresimar, uma empresa de automação cuja gestora de recursos humanos, Adelaide Martins, tem claramente muito que fazer. Apesar disso, a empresa “sente algumas dificuldades em arranjar colaboradores” específicos para o sector, até porque “Aveiro, onde estamos inseridos, não é uma cidade saturada em termos de emprego”. Quem consegue um lugar na empresa passa a contar com uma remuneração acima da média, seguro de saúde familiar, telemóveis e portáteis para uso profissional, eventos empresariais (a dar para o radical), folga no aniversário, e um ou outro acontecimento a expensas da Bresimar – que vão do jantar de Natal ao fim-de-semana na neve. Carlos Breda, accionista e gestor, gosta que todos os colaboradores – 42, quando em Setembro eram 39 – pensem na empresa e incentiva a participação activa. É por isso que, depois de facturar 7,3 milhões em 2013, espera que a Bresimar cresça 12% este ano - preparando os primeiros passos da internacionalização. ■ A.F.S. GRENKE: uma empresa sem hierarquias Houve um silêncio quando Cecília Almeida teve de responder à pergunta, simples, sobre que cargo ocupa na .º lugar PEQUENAS Grenke. Tinha dúvidas? Nada disso: EMPRESAS na empresa de ‘renting’ informático + Prémio Sectorial a cadeia hierárquica não tem sentido e essa mistura – que muitas organizações olhariam com reserva – é, afinal, uma das suas mais-valias. “A gestão partilhada é uma regra: tudo o que tem a ver com a empresa é debatido por todos”, diz. Marco Souto, que faz as vezes de líder da Grenke – uma subsidiária do grupo alemão com o mesmo nome – é o primeiro a partilhar preocupações, soluções e decisões em que todos se empenham. É por isso que, quando é preciso, ninguém dá mostras de ter pressa em ir para casa: a empresa lá se encarregará de compensar as horas extras e de, a prazo, promover a atribuição de prémios pecuniários trimestrais e anuais. Um seguro de saúde familiar, prendas de aniversáMarco Souta, ‘managing director’ rio, formação e ginásio pago (50%) são da Grenke em Portugal. A empresa alguns dos outros ‘mimos’ colocados à recebeu também o prémio sectorial disposição dos 36 colaboradores da pequenas empresas Banca, Seguros Grenke, que factura mais de 50 milhões e Serviços Financeiros de euros. ■ A.F.S. 6 7.º lugar PEQUENAS EMPRESAS + Prémio Sectorial Paula Nunes lugar Sara Matos Hernâni Pereira 4.º PEQUENAS EMPRESAS A Resul, empresa que opera na área dos equipamentos de energia, já garante 60% do seu volume de negócios consolidado nos mercados externos. A empresa liderada por Carlos Torres fechou o exercício de 2013 com vendas de 52 milhões de euros, valor para o qual contribuíram os actuais 143 colaboradores. A Resul actua de Portugal - mercado onde tem a sua sede instalada na Bobadela, Loures, e uma fábrica em Braga –, empregando 111 pessoas. Mas já está representada em Cabo Verde, Angola, Moçambique e no Canadá. Ter um “bom ambiente de trabalho”, onde os colaboradores possam realizar-se profissionalmente, é uma das preocupações da empresa. Para isso, a Resul desenvolveu uma política de valorização dos colaboradores, de incentivo a uma proximidade com a empresa e aos interesses do negócio e de benefícios. A política de valorização é feita através do fomento de acções de formação definidas pelas avaliações anuais de desempenho. São ainda atribuídos prémios anuais a todos os trabalhadores, de um bolo que corresponde a 50% dos lucros distribuídos no ano anterior. ■ S.S.P. Vítor Marques da Cruz, sócio fundador da MC&A, que recebeu também o prémio sectorial Serviços. Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 Diário Económico XXIX 8.º Na Aguirre Newman há proximidade entre colaboradores lugar PEQUENAS EMPRESAS 9.º Paulo Alexandre Coelho Pedro Rebelo e André Coutinho, presidente lugar PEQUENAS EMPRESAS do Conselho de Administração e administrador do Grupo + Prémio Sectorial LCG, respectivamente.. “Cada pessoa, uma missão”. É este o lema do grupo LCG, que se dedica à consultoria, e que conquistou o prémio do 8º lugar entre as pequenas empresas. Criado em 2009, como resultado do ‘spin-off’ da unidade do grupo Digisis, a LCG reúne um grupo de consultores com vários anos de experiência em consultoria, que trabalharam em diversas consultoras internacionais. A empresa, que começou por operar apenas em Portugal, está hoje em Angola, Moçambique e Colômbia. Tem 60 profissionais. Andreia Almeida, responsável pelo programa de recursos humanos, adianta que “como somos uma consultora mais pequena conseguimos ouvir os nossos colaboradores e se há um com um perfil mais financeiro, alocamo-lo mais à área financeira”. À parte da realização pessoal, a LCG tem uma política de incentivos que passam pelos seguros de saúde, telemóveis, políticas de formação interna e prémios de produtividade. A empresa realiza ainda dois eventos anuais, um em Janeiro que serve de reflexão sobre o ano que passou e de preparação do ano que entra e outro em Setembro para marcar a reentre. Os dois eventos têm como objectivo desenvolver o espirito de união dentro da empresa. ■ E.F. PUB Paulo Alexandre Coelho LCG: cada pessoa, uma missão Paulo Silva, director geral da Aguirre Newman em Portugal. A empresa recebeu também uma distinção no sector Hotelaria, Imobiliária,Turismo, Lazer e Restauração. A Aguirre Newman, empresa internacional de mediação imobiliária com presença em Portugal, prima a sua acção por actividades que envolvem toda a equipa, constituída por 30 colaboradores. A empresa desenvolve ao longo do ano acções de ‘team building’, como descida do rio Mondego em kayak, deslocações a feiras regionais e jogos de vóle. O último dia da semana de trabalho é designado por ‘Mimos de 6ª feira’, iniciativa que integra um pequeno lanche oferecido a todos os colaboradores e que semanalmente é sujeita a temáticas diferentes. As comemorações natalícias não se cingem ao habitual jantar. A empresa convida os funcionários para um convívio com actividades durante a tarde e dias antes realiza um concurso. O vencedor ganha um prémio. Para valorizar os colaboradores, a mediadora comunica o sucesso específico de cada um, dá bónus por resultados comerciais e de produtividade, além dos habituais seguros de saúde.■ S.S.P. XXX Diário Económico Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 PRÉMIO EXCELÊNCIA NO TRABALHO Prémio SECTORIAL A InovaPrime, empresa que se dedica à consultadoria em áreas de governação das tecnologias de informação deverá a breve prazo entrar na Dinamarca e na Suécia. João Cavalheiro, responsável pela operação em Portugal, adianta que “o nosso sucesso depende do facto de nos termos posicionado num nicho de mercado e, pelo facto, de sermos os melhores nessa área”. É por isso, salienta, que “trabalhamos com as empresas do PSI 20, como a Portucel, a Zon/Optimus, EDP, Brisa, etc.”. A empresa que nasceu há nove anos tem escritórios em Lisboa, Madrid e Amesterdão e conta com 23 colaboradores com média de idades nos 32 anos. A nível de política de recursos humanos, aposta na flexibilidade, “fruto de sermos uma equipa pequena”. Em termos de avaliação, a InovaPrime, além das práticas habituais, tem ainda a chamada avaliação a 360 “onde todas as pessoas deliberam sobre todas as pessoas”. No que concerne a regalias, além de prémios de produtividade, há seguros de saúde, telemóveis e PC a cada funcionário. Às quartas-feiras de 15 em 15 dias, os colaboradores são chamados a jogar jogos de tabuleiro. E em termos lúdicos, há ainda lugar a passeios de BTT. ■ E.F. 10.º Paula Nunes ‘country manager’ da Inova Prime. João Farinha, director geral da H Tecnic. HTecnic: custos com motivação são compensados Dar a cada colaborador a disponibilidade para poder conciliar a vida profissional com a familiar e ainda com a sua vida particular. É assim que se resumem as várias medidas implementadas na HTecnic para motivar os seus colaboradores, diz o director geral, João Farinha. A empresa de construção, fundada em 2002, tenta ainda dar tempo, um benefício cada vez mais apreciado, para que possam resolver assuntos particulares que, muitas vezes, não têm a ver com a família ou com os filhos, mas que são importantes, como consultas médicas, actividades desportivas ou outros de cariz pessoal. “Se as empresas conseguirem motivar os seus colaboradores e permitirem uma boa conjugação entre a sua vida profissional, familiar e particular estarão a contribuir para que o grau de felicidade destes aumente, aumentando assim a sua produtividade na empresa”, acredita João Farinha. “Claro que todas estas medidas têm os seus custos associados, mas são largamente compensados pelos benefícios que trazem para a empresa”, acrescenta. Pelo menos, têm tido “resultados bastante positivos”, segundo o responsável. Na HTecnic a motivação tem várias frentes: desde logo remuneração (prémios, distribuição de resultados, subsídio de casamento, de maternidade) e regalias sociais (seguro de saúde, seguro de vida, complemento de reforma), mas também outras não financeiras como organização de eventos (comemoração do aniversário da empresa, encontros para promover a geração de ideias, jantar de Natal, etc.), formação (cursos, feiras, reuniões gerais, formações ‘on the job’), ou ainda fazendo os colaboradores participar nas decisões da empresa. ■ C.C. Todos dão a sua opinião na Science4you lugar PEQUENAS EMPRESAS João Cavalheiro Paula Nunes PEQUENAS EMPRESAS Construção, Gestão de Infra-Estruturas, Transportes e Logística Na Science4you o lema é “todos os colaboradores têm oportunidade de dar a sua opinião, sendo a mesma sempre levada em conta na tomada de decisões”, garante João Saramago, ‘manager’ da jovem empresa, que nasceu de um projecto de final de curso do ISCTE e se desenvolveu na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Começou em 2008 com brinquedos científicos e já alargou a sua área de actuação à formação e animação. Os colaboradores gostam, particularmente, dos “Dinners4you” onde participam todos os departamentos da empresa. “Temos ainda um evento trimestral, em que todos são convidados a passar um fim-de-semana. É onde se discute o caminho a seguir no trimestre seguinte”, conta João Saramago. O gestor considera que este tipo de práticas não são difíceis de implemen- tar, pelo menos na Science4you, que é uma empresa pequena (cerca de 60 colaboradores). “São medidas muito importantes e a participação tem vindo a aumentar. Neste momento temos uma taxa de participação média em todas as actividades de 98%”. João Saramago acredita que “hoje em dia, a nova geração de gestores sabe a importância que tem no desempenho das pessoas e nos resultados da empresa estas medidas” motivacionais. Por isso, na Science4you tentam apostar cada vez mais nelas para que todos vistam a camisola. Seis anos depois de ter sido pensada, na Faculdade de Ciências, a vencedora do Prémio Evolução nas pequenas empresas tem já duas filiais, uma em Madrid e outra em Londres, e exporta para vários países em vários continentes. ■ C.C. Prémio EVOLUÇÃO PEQUENAS EMPRESAS Miguel Pina Martins, CEO da Science4You. Paulo Alexandre Coelho InovaPrime: todos deliberam sobre todos Quinta-feira 13 Fevereiro 2014 Diário Económico XXXI 1.º lugar MICRO EMPRESAS Sérgio Chéu, Bruno Barbosa director geral da SmartVision Smart Vision: a aposta na relação com os clientes Empresa cortou nas regalias dos funcionários devido à crise, mas ainda assim é vista como um bom sítio para se trabalhar. ELISABETE FELISMINO [email protected] O lema da Smart Vision, empresa de consultoria e auditoria estratégica focalizada e especializada no sector público, assenta numa relação especial com o cliente. A empresa sediada em Aveiro- e que acaba de ser distinguida com o primeiro lugar na categoria de micro empresas- nasceu de um IPO dentro da Pricewaterhousecoopers e pauta a sua actividade pela assumpção formal de valores como o rigor, o profissionalismo, a idoneidade, a competência e a imparcialidade. Sérgio Chéu, director geral da Smart Vision diz que “este prémio é particularmente importante numa altura em que as empresas se deparam com sérias dificuldades e, por via dessas dificuldades se viram obrigadas a cortar nas regalias dadas aos seus funcionários, mas ainda assim são vistas como bons sítios para se trabalhar”. Com sete funcionários, a Smart Vision, por via dessa mesma crise económica e financeira cortou nas regalias dadas aos funcionários. A empresa viu-se obrigada a cortar no seguro de saúde dos colaboradores, não dá aumentos salariais e até os prémios de produtividade aguardam por melhores dias. Sérgio Chéu faz questão de frisar que isto é as- sim “e esperemos que não seja por muito tempo”. Para trás ficaram também iniciativas como as reuniões gerais de empresas, as festas de Natal,ou as saídas de dois dias marcadas para falar da empresa, mas sobretudo para descontrair e para “estarmos juntos”. Mas Sérgio Chéu frisa: “é uma medida que chega a todos”. À parte isso, Sérgio Chéu diz que “a empresa tem especial preocupação com a vida pessoal das pessoas e que o nosso lema é máxima autonomia, máxima responsabilização”. Um lema que, de resto, era quase obrigatório se pensarmos que a Smart Vision tem os seus colaboradores espalhados de Norte a Sul do país. De resto, acrescenta: “todos na empresa sabem de quanto é a facturação e quais são os lucros e sabem- porque isso é essencial para a Smart Vision- que existe seriedade, e que todos os compromissos são cumpridos ao minuto, e que no dia 28 de cada mês lá está o pagamento de salários a todos os funcionários”. Mas como consegue uma empresa que tem o Estado como principal cliente- a empresa realizou 300 projectos para o sector público, tendo 130 câmaras municipais como clientester as contas em ordem? BI >>Origem: Aveiro >>Número de colaboradores: sete >>Área de negócio: consultadoria >>Lema: máxima autonomia, máxima responsabilização >>Facturação: um milhão de euros Sérgio Chéu sorri perante a pergunta e dá a resposta de imediato:”em 2012, o Estado pagava a um ano, em 2013 melhorou um pouco, mas ter as contas em ordem consegue-se com base numa gestão sem ser extravagante”. O director geral da empresa de consultadoria acrescenta mesmo que “o facto de trabalharmos muito para o sector público coloca-nos hoje numa posição cimeira e de destaque no panorama concorrencial em que nos inserimos”. Com uma facturação na ordem de um milhão de euros, a Smart Vision começou agora o seu processo de internacionalização ao deslocar-se para Moçambique. E a expectativa não podia ser melhor: “temos em mãos dois projectos para a administração central moçambicana e um dos projectos, que é para começar este ano, ascende à melhor facturação de sempre da Smart Vision”. A par da Smart Vision, tida como empresa-mãe, o grupo criou ainda mais três sociedades, um especializada em recursos humanos, outra especializada no mercado privado e uma nova que se dedica a investimentos imobiliários. Uma área em que Sérgio Chéu, acredita “há agora muitas oportunidades”. ■ PUB