UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ CAMPUS DE TOLEDO GRACIELE FABIANA DO CARMO PÓS-VENDA E A SATISFAÇÃO DOS CLIENTES DA EMPRESA BABY DOCES MOMENTOS DE TERRA ROXA – PR TOLEDO 2010 GRACIELE FABIANA DO CARMO PÓS-VENDA E A SATISFAÇÃO DOS CLIENTES DA EMPRESA BABY DOCES MOMENTOS DE TERRA ROXA – PR Relatório Final de Estágio apresentado à disciplina de Estágio Supervisionado em Secretariado Executivo da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE, Campus de Toledo, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Secretariado Executivo. Professor Orientador (a): Patrícia S. Sala Battisti, Ms TOLEDO 2010 TERMO DE APROVAÇÃO GRACIELE FABIANA DO CARMO PÓS-VENDA E A SATISFAÇÃO DOS CLIENTES DA EMPRESA BABY DOCES MOMENTOS DE TERRA ROXA – PR ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ ^ DEDICATÓRIA Dedico este trabalho aos meus amigos e, principalmente, à minha família, que amo muito. AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus, pois Ele é o senhor da vida e quem me deu forças para concluir esta caminhada. À minha Mãe que sempre esteve ao meu lado e muito me motivou a executar este trabalho e a pessoa a quem devo o que sou e o que tenho hoje, Agradeço aos meus colegas acadêmicos, em especial aos amigos Sabrina e o Ricardo que sempre estiveram ao meu lado e considero-os exemplo de companheirismo e amizade sincera, que sempre levarei comigo. Aos professores que apoiaram e incentivaram o meu desenvolvimento, em especial, à minha orientadora Patrícia Sala Battisti. Ao atingir este momento tão mágico, devo gratidão às pessoas que efetivamente colaboraram para a realização deste trabalho, agradeço à direção da empresa Baby Doces Momentos, que disponibilizou informações necessárias para que eu concluísse este trabalho e a Direção da Sicredi que entendeu minha ausência nos últimos dias para conclusão deste trabalho. RESUMO O presente estudo busca conhecer como está o nível de satisfação do cliente com a empresa Baby Doces Momentos de Terra Roxa – PR. E para tanto, verificou-se através da bibliografia estudada, que satisfação do cliente é a maior das preocupações que a empresa deve ter para seu negócio seguir com sucesso no mercado. Pois, é o cliente que faz uma empresa funcionar, assim sendo, para uma empresa ser competitiva, é preciso que a satisfação de seus clientes esteja em primeiro lugar, para que ele se sinta bem em poder retornar novamente à empresa depois de cada compra efetuada. Quanto à metodologia, trata-se de caráter bibliográfico, utilizou-se como instrumento de coleta de dados uma entrevista não-estruturada, aplicada ao gerente da empresa e, na sequência, foi aplicado um questionário aos clientes. E por fim, os dados foram analisados de forma qualitativa e quantitativa e apresentados em gráficos. Concluindo, com os resultados todos analisados, compreendeu-se a necessidade de ter na empresa um programa de pós-venda, pois auxiliará a empresa a ter um melhor relacionamento com seus clientes, conhecendo assim, com mais clareza, as necessidades deles, para que estes se sintam satisfeitos a ponto de se tornarem clientes fieis à empresa. Diante disso, ficou a sugestão da empresa que no próximo ano de 2011, iniciasse o processo de implantação de um programa de pós-venda, como estratégias, sugeriu-se à empresa que criasse um sistema de SAC - Serviço de Atendimento ao Cliente, através do (0800), onde a empresa disponibilizará aos clientes um número para chamadas gratuitas, favorecendo a eles o acesso direto com a empresa. Palavras-Chave: Satisfação do Cliente, Marketing, Pós-Vendas. ABSTRACT This study seeks to know how the level of the client satisfaction is at the Baby Doces Momentos Company from Terra Roxa – PR. And for this reason, it was checked through the studied bibliography that the client satisfaction is the biggest concern a company must have in order to assure its business become successful on the market. For this reason, the client is the one capable to make a company works and for a company to work properly, it is necessary that its clients is in the first place so they can feel fine about returning back to the company after the purchase is done. About the methodology, first it was made a bibliographic research about the studied subject. After, it was used an interview as a way to collect data. This interview was non-structured and applied to the manager of the company and, after that, it was applied a questionnaire to the clients. In the end, the data was analyzed in quantitative and qualitative ways and represented by graphics. In conclusion, all the results analyzed made possible to understand the necessity of the company to have a post sale program and it also encourages the manager to keep on this process through the suggestions offered by the trainee in order to help the company to improve its relationship with the clients, getting to know clearer the needs of the clients providing the loyalty of them to the company. Key words: Client satisfaction, relationship marketing, post sales. RESUMEN Esto estudio buscó conocer como está el nivel de satisfacción de los clientes de la empresa Baby Doces Momentos de la ciudad de Terra Roxa – PR. Y por esta razón, fue percibido por medio del estudio bibliográfico que los clientes y su satisfacción es la mayor preocupación que una empresa debe tener para seguir con suceso en el mercado. Esto se explica pues el cliente es el responsable por hacer una empresa funcionar y para la empresa ser competitiva, es necesario que la satisfacción de los clientes este puesta en primer sitio para que también él se sienta bien en regresar a la empresa después de la compra tener sido efectuada. A cerca de la metodología utilizada, en primero fue hecha una pesquisa bibliográfica del tema estudiado. Luego, se utilizo como instrumento de colecta de dados una encuesta no estructurada aplicada a lo gerente de la empresa y en seguida fue aplicada un cuestionario a los clientes. Y por fin, los datos fueran analizados de manera cuantitativa y cualitativa y representados en gráficos. Concluyendo, con los resultados analizados, se comprendió la necesidad de una empresa tener un programa de post ventas, también sensibilizó la gerencia da continuar esto proceso por medio de las sugerencias ofrecidas por la practicante, pues ayudará la empresa a tener un mejor relacionamiento con sus clientes, conociendo así con más claridad sus necesidades en punto de tornárense fiéis a la empresa. Palabras Clave: Satisfacción de los clientes, Marketing de relacionamiento, post ventas. LISTA DE GRÁFICOS GRÁFICO 1 – PRONTIDÃO COM QUE O CLIENTE É ATENDIDO NO MOMENTO EM QUE CHEGA A EMPRESA................................................................................. 47 GRÁFICO 2 – TEMPO HÁBIL DE ATENDIMENTO POR PARTE DO FUNCIONÁRIO. ........................................................................................................ 48 GRÁFICO 3 – TRABALHO EM EQUIPE. .................................................................. 49 GRÁFICO 4 – EFICIÊNCIA DOS COLABORADORES NO REPASSE DAS INFORMAÇÕES........................................................................................................ 50 GRÁFICO 5 – COMUNICAÇÃO ADEQUADA DOS FUNCIONÁRIOS QUANTO ÀS INFORMAÇÕES SOLICITADAS. .............................................................................. 51 GRÁFICO 6 – HABILIDADE DO FUNCIONÁRIO QUANTO À SUA FUNÇÃO. ........ 52 GRÁFICO 7 – COMPROMETIMENTO COM O TRABALHO. ................................... 53 GRÁFICO 8 – DEMONSTRAÇÃO DO FUNCIONÁRIO PELO GOSTAR DO QUE FAZ. .......................................................................................................................... 54 GRÁFICO 9 – INTERESSE DA EMPRESA PELO CLIENTE. ................................... 55 GRÁFICO 10 – CONFIABILIDADE NA EMPRESA ................................................... 56 GRÁFICO 11 – PREFERÊNCIA DE COMPRAS....................................................... 57 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11 2. OBJETIVOS .......................................................................................................... 13 2.1 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 13 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................ 13 3. JUSTIFICATIVA.................................................................................................... 14 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................ 16 4.1 O ATENDIMENTO E A SATISFAÇÃO DO CLIENTE .......................................... 16 4.2 O RELACIONAMENTO COM OS CLIENTES E O MARKETING DE RELACIONAMENTO ................................................................................................. 21 4.3 PÓS-VENDA ....................................................................................................... 28 4.4 FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE .............................................................................. 33 5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.............................................................. 37 5.1 LOCAL DA PESQUISA ....................................................................................... 37 5.2 MÉTODOS E INSTRUMENTOS ......................................................................... 37 6. ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS COLETADOS ............................................................................................................ 39 6.1 DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL .................................................................. 39 6.1.1 Caracterização ................................................................................................. 39 6.1.2 Estrutura organizacional ................................................................................... 39 6.1.2.1 Sócia Administrativa ...................................................................................... 41 6.1.2.2 Auxiliar Administrativo ................................................................................... 41 6.1.2.3 Gerente Geral ................................................................................................ 41 6.1.2.4 Desenvolvimento e Criação ........................................................................... 41 6.1.2.5 Gerente de Produção .................................................................................... 41 6.1.2.6 Produção ....................................................................................................... 42 6.1.2.7 Embalagem ................................................................................................... 42 6.1.2.8 Expedição...................................................................................................... 42 6.1.3 Histórico da empresa ....................................................................................... 42 6.1.4 Ambiente organizacional .................................................................................. 43 6.1.5 Operacionalização da organização .................................................................. 44 6.2 OPERACIONALIZAÇÃO DO ESTÁGIO .............................................................. 45 6.2.1 Entrevista aplicada ao gerente ......................................................................... 46 6.2.2 Questionário aplicado aos clientes da empresa ............................................... 47 6.2.3 Processo de implantação de um programa de pós-venda ............................... 58 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 61 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 62 APÊNDICES ............................................................................................................. 65 APÊNDICE 1 - QUESTÕES DA ENTREVISTA APLICADAS AO GERENTE DA EMPRESA BABY DOCES MOMENTOS .................................................................. 66 APÊNDICE 2 - QUESTÕES DO QUESTIONÁRIO APLICADO AOS CLIENTES .... 69 11 1. INTRODUÇÃO O presente estudo demonstra a importância de uma empresa manter um bom relacionamento com seus clientes, a fim de cultivar clientes fiéis e atrair novos clientes. São os clientes que fazem uma empresa funcionar, portanto, para uma empresa ser competitiva, é preciso que a satisfação de seus clientes esteja em um bom nível, para que ele sinta-se atraído para retornar à empresa depois de cada compra efetuada. Observa-se que os clientes são essenciais para o desenvolvimento econômico das empresas e, por isso, torna-se necessário entender e compreender todos os meios e formas possíveis de se manter um relacionamento duradouro e correto com os clientes, procurando assim, satisfazê-los em todos os seus desejos, através da aquisição dos produtos ou serviços oferecidos pelas empresas. Visando a manutenção dessa relação, um bom atendimento pode fazer a diferença na hora de satisfazer ao cliente, seja esse atendimento antes, durante ou depois da compra, a fim de torná-lo um consumidor sempre presente na vida econômica da empresa. A satisfação é vital para o sucesso de uma empresa, pois a satisfação do cliente representa o grau de felicidade experimentada por ele. E essa felicidade é produzida por toda a organização, por todos os seus departamentos e setores. Por essa razão, é imprescindível que toda a empresa esteja envolvida nas ações de relacionamento com os clientes (DESATNICK e DETZEL, 1995, p. 8). O primeiro passo para atingir este objetivo envolve uma série de ferramentas que permitam identificar critérios e avaliar seus clientes. Além disso, ela deve ser capaz de manter a continuidade desses procedimentos a fim de assegurar a manutenção dos clientes conquistados. Porém, essa tarefa vem se tornando cada vez mais complexa. A qualidade, o bom atendimento e o cumprimento de prazos deixaram de ser os diferenciais de concorrência, mesmo que continuem sendo importantes para a manutenção da empresa. Tais aspectos devem fazer parte da rotina de qualquer empresa. Eles se tornaram requisitos básicos para a permanência da organização no mercado, mas, para competir, a empresa precisa muito mais do que isso. Ela precisa manter seus 12 clientes fiéis à marca, para só assim, mantê-los longe da concorrência. Essa fidelidade ocorre através da satisfação de suas expectativas. Conservar um bom relacionamento com os clientes (atuais e futuros) atualmente é um fundamento básico no mundo dos negócios. É através da manutenção de uma carteira de clientes fiéis que uma empresa pode minimizar a dependência de tentar conquistar continuamente novos clientes, numa frenética luta com um número gigantesco de concorrentes e cada vez mais capacitados. (SOBRINHO, 2010). Em virtude da crescente concorrência, uma das armas de diferenciação utilizadas atualmente no mercado é o pós-venda. Muitas vezes relevado, ele deve ser encarado com seriedade já que, cada vez mais o bom serviço prestado é um elemento de fidelização dos clientes e certamente os impede de comparar seu serviço oferecido ao de outra empresa. Diante da necessidade do gerenciamento de um sistema de pós-venda, verifica-se a importância da empresa Baby Doces Momentos de Terra Roxa – PR investir em um programa de pós-venda, podendo assim, tornar-se um forte instrumento de relacionamentos e confiança entre empresa e clientes. 13 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Identificar o nível de satisfação dos clientes da empresa Baby Doces Momentos de Terra Roxa – PR e, com base nas suas expectativas, propor a implementação de um programa de pós-venda. 2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS a) Compreender através da literatura estudada o conceito de Pós Venda. b) Verificar quais ações de fidelização e Pós Venda existe na empresa pesquisada. c) Avaliar o nível de satisfação e as expectativas atuais dos clientes da empresa; d) Propor a implementação de um programa de pós-venda que contemple às expectativas, críticas e sugestões dos clientes da empresa Baby Doces Momentos. 14 3. JUSTIFICATIVA O presente estudo justifica-se uma vez que é o cliente quem impulsiona as engrenagens que fazem funcionar a empresa. Quando o cliente está insatisfeito com o que lhe foi oferecido, ele procurará suprir suas expectativas em alguma outra empresa que lhe ofereça melhores condições. De acordo com Bateson e Hoffman (2001, p. 49), “a satisfação do consumidor é o resultado fundamental do processo de marketing”. Trata-se de um fim em si mesmo, mas que também possibilita outra fonte de negócios. Essa fonte refere-se às recomendações boca a boca, que atraem novos clientes em potencial e ainda podem estimular compras futuras. Além da divulgação, as empresas precisam empenhar-se em conhecer seus clientes e também, conhecer as futuras tendências, tanto do mercado quanto dos próprios clientes, como observa Hamel e Prahalad (1995): “A satisfação é vital para o sucesso de uma empresa, pois a satisfação do cliente representa o grau de felicidade experimentada por ele. E essa felicidade é produzida por toda a organização, por todos os seus departamentos e setores. Por essa razão, é imprescindível que toda a empresa esteja envolvida nas ações de relacionamento com os clientes (DESATNICK e DETZEL, 1995, p. 8).” Assim, há uma série de medidas que devem ser aplicadas em se tratando da satisfação dos clientes. Identificar as expectativas e o nível de satisfação deles é apenas o primeiro passo para implementar mudanças na empresa. Verifica-se através deste estudo, a oportunidade de definir um processo de relacionamento e atendimento ao cliente, visando dar condições a todos os envolvidos na organização de se atualizarem quanto às necessidades e prioridades do cliente. Com base nessa perspectiva, acredita-se ser possível mobilizar a empresa e todos os seus setores para implementar um Programa de pós-venda. Um meio para isso, segundo Nickels e Wood (1999) é o marketing de relacionamento. Essa ferramenta consiste no processo de estabelecer e manter relacionamentos de longo prazo mutuamente benéficos entre organizações e seus clientes, empregados e outros grupos de interesse. 15 Segundo Kotler (1995), manter o cliente fiel à empresa por muitas vezes é difícil, mas ao mesmo tempo essencial para sobrevivência da mesma. Alguns estudos desenvolvidos mostram, que o cliente fiel é mais barato e gera maiores oportunidades de negócio para a empresa. O objetivo da fidelização é reter os clientes, evitando que migrem para a concorrência, e aumentar o valor dos negócios que eles proporcionam. As empresas desejam clientes fiéis para obter vantagens financeiras. Diante disso, acredita-se que a sugestão da adoção de um Programa de pós-venda na empresa Baby Doces Momentos seja relevante, pois possibilita atender às expectativas dos clientes e as necessidades da empresa para manter-se competitiva no seu ramo de atuação. 16 4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Esta seção apresenta a fundamentação teórica deste estágio supervisionado, e assim, são abordados métodos e maneiras de manutenção de relacionamento com os clientes, objetivando satisfazê-los e fidelizá-los, de forma a constituir-se uma carteira de clientes fiéis e resistentes às investidas da concorrência. Além disso, são demonstrados os processos que envolvem a implementação de um Sistema de pós-venda, bem como a importância desse processo na fidelização dos clientes. 4.1 O ATENDIMENTO E A SATISFAÇÃO DO CLIENTE O atendimento é muito mais que um treinamento, sendo o treinamento uma linha de componentes que visa melhorar a excelência no atendimento. Este tipo de treinamento faz com os funcionários valorizem mais os produtos que vendem e se tornam mais atentos e capacitados, para que percebam que podem fazer sempre mais para aperfeiçoar seus empregos. (HOPSON, 1995) De acordo com Pilares (1989), o atendimento ao cliente, em cada situação é único, varia de pessoa para pessoa e de momento para momento por isso o atendimento precisa ser diferenciado, já que muitas pessoas sentem necessidade de serem tratadas como únicas. Muitas vezes, essa necessidade é mais importante que os negócios ou problemas que procuram resolver. Portanto, o cliente supõe que tanto a organização como os funcionários devam atendê-lo de forma única. “Todos querem um bom atendimento. Mas os clientes o definem de diferentes formas. Todo atendimento se desdobra em uma lista de tributos: velocidade, cordialidade, conhecimento, solução de problemas e assim por diante. Cada pessoa atribui diferentes pesos a esses atributos de atendimento em diferentes momentos e contextos. Dizer que oferece um bom atendimento não é o bastante (KOTLER, 1995, p. 19).” Um atendimento é dito eficaz quando o cliente fica satisfeito. Isso envolve, entre outros fatores, a sinceridade e clareza (ser franco ao falar sobre o produto, procurar falar a verdade, com sinceridade) e a competência (ter conhecimento das coisas, ser firme, decisivo). 17 De acordo com Gordon (1998), quando os clientes reclamam é sinal de um processo avariado em algum ponto dos negócios. Talvez isso tenha a ver com o entendimento e a formulação das expectativas dos clientes, ou com o atendimento a essas expectativas. “Quando se fala em atendimento, não importa o nível hierárquico do funcionário dentro da organização. Todos que tiverem contato direto ou indireto com o cliente serão considerados pessoas envolvidas na função de atendimento. Como cliente considera-se toda pessoa que entra em contato com a empresa para solicitar um serviço, falar com um funcionário ou simplesmente pedir uma informação. Isso significa que o comportamento de qualquer funcionário para com as pessoas que entrem em contato com a empresa deve ser o de tratá-las como clientes (PILARES, 1989, p. 72).” Observa-se, portanto, que a criatividade em relacionamento deve resultar em ações para manter os clientes, e para isso é preciso buscar a sua fidelização, que exigirá uma relação transparente e comprometida com eles, conforme os padrões de ética, moral e bons modos, obtida principalmente pela qualidade no atendimento e nos produtos. “A qualidade do atendimento tem de fato se tornado uma força significativa no mercado e o que ela representa pode ser avaliado” (ZEMKE e SCHAAF, 1991, p. 9). A qualidade do atendimento é um assunto que pode ser enfrentado de forma mais direta, através das ações de gerentes treinados e motivados para satisfazer seus clientes. Embora o bom atendimento seja frequentemente visto pelo consumidor como o resultado satisfatório de uma interação com o pessoal de linha de frente de uma empresa, a influência mais poderosa sobre essa interação provém daqueles inúmeros aspectos aos quais se refere como sendo o leque da gerência. Verifica-se que durante o atendimento o cliente precisa sentir-se satisfeito. O cliente, segundo Chiavenato (2008, p. 150), constitui “o maior capital intangível da empresa. A clientela representa o conjunto dos consumidores ou usuários dos produtos que a empresa coloca no mercado”. São os tomadores dos resultados - produtos ou serviços - das operações da empresa que, portanto, asseguram seu sucesso e constituem o alvo principal de toda a atividade empresarial. Sem a clientela, o esforço da empresa de nada valeria, seria inútil, já que é a clientela que permite a colocação no mercado dos produtos produzidos pela empresa. Nesse sentido, a clientela constitui um 18 patrimônio valioso, um ativo intangível que faz parte do capital intelectual e que a empresa não pode perder sob hipótese alguma. Assim, cabe destacar como são caracterizados os clientes, na visão de Chiavenato (2008, p. 151): “A clientela é constituída pelos clientes da empresa, podendo ser empresas ou pessoas. Quando empresas, é denominada clientes industriais ou comerciais; quando pessoas, chama-se clientes finais ou consumidores finais. Os clientes são denominados consumidores quando consomem os produtos produzidos. São denominados usuários quando utilizam os serviços prestados pela empresa. Isso significa que, quando a empresa é produtora de bens (como produtos ou mercadorias), seus clientes são consumidores desses bens. Quando a empresa é prestadora de serviços, seus clientes são usuários desses serviços.” Como notado através da citação, há várias definições e nomenclaturas utilizadas para definir àqueles aos quais os serviços ou produtos são direcionados. Em meio a essa grande variação, o ideal é que cada empresa se empenhe em conhecer seu próprio negócio, bem como seus próprios clientes. Outra perspectiva de análise para as empresas diz respeito ao uso dos produtos ou serviços pelos clientes. Nesse sentido, os clientes são chamados reais quando efetivamente já consomem ou utilizam os produtos/serviços da empresa. São os clientes reais que compram ou consomem no presente os produtos da empresa. Os clientes são chamados potenciais quando, embora ainda não consumam ou utilizem os produtos da empresa, têm todas as condições para fazêlo. Os clientes potenciais precisam ser conquistados pela empresa para poderem ser incluídos em sua clientela (CHIAVENATO, 2008). Conclui-se, portanto, que o primeiro passo a ser dado na busca pela satisfação dos clientes consiste na prévia identificação de quem são esses clientes. Só ao se conhecer o alvo, ou seja, os clientes, é que se torna possível delinear as estratégias cabíveis para alcançar tal objetivo. Depois de identificados os clientes, Desatnick e Detzel (1995) atentam ao fato de que manter o cliente e assegurar sua satisfação, é um grande negócio, não importando o tamanho da empresa. Deve-se sempre enfatizar a necessidade da excelência no serviço ao cliente e da disseminação da mentalidade de que o cliente deve vir sempre em primeiro lugar, já que quando os clientes estão insatisfeitos com a qualidade do atendimento, eles não voltam e, quando vão para os concorrentes, levam consigo os seus amigos. 19 Embora a maioria das empresas afirme tratar o cliente muito bem, a maioria fica longe do ideal, e poucas sabem como conceber e implementar mudanças no sentido de atingi-lo. Sem um excelente atendimento ao cliente, nenhuma organização irá sobreviver no mercado competitivo de hoje. “A satisfação do cliente é vital para o sucesso de uma empresa. Mas o que é satisfação do cliente? A definição é: satisfação do cliente é o grau de felicidade experimentada por ele. Ela é produzida por toda uma organização – por todos os departamentos, todas as funções e todas as pessoas. Entre os clientes se incluem compradores externos de bens e serviços da organização, fornecedores, a comunidade local, funcionários, gerentes e supervisores (e acionistas, se a organização for de capital aberto) (DESATNICK e DETZEL, 1995, p. 54).” Constata-se então que, independente da definição atribuída aos pormenores inerentes aos processos que levam à satisfação dos clientes, é imprescindível que toda a empresa esteja engajada e comprometida com a promoção dessa fidelidade. Todos os departamentos devem ser recrutados, bem como todas as pessoas, independentemente da posição hierárquica que ocupam. Cabe, portanto, às empresas difundirem em sua cultura a ideia de que os clientes são o topo da hierarquia e que, em virtude dessa posição, todas as ações da organização estejam voltadas para eles. Assim, qualquer que seja a definição, os fatos mostram que a satisfação do cliente merece atenção primordial de cada empresa, uma vez que a finalidade de uma empresa e a razão de sua existência vai além de gerar lucros, empregos, ganhar mercado, tecnologia ou qualquer resposta semelhante. Quanto mais as empresas correrem atrás da rentabilidade, mais ela se afastará de suas mãos. Essas empresas precisam ter em mente que só se alcança os lucros por meio dos clientes. Com base nessa inversão de foco, Churchill e Peter (2000, p. 554) explicam que quando “as organizações estão voltadas para o valor, a satisfação do cliente é uma importante medida de controle. E , para mensurá-la, os gerentes de marketing precisam determinar como os clientes percebem os produtos e o valor de suas transações”. Embora a satisfação do cliente não seja o resultado mais fácil de ser avaliado, os gerentes devem, constantemente, se empenhar em melhorar os métodos para receber feedback dos clientes. Todos os funcionários, por exemplo, 20 podem ser treinados para encorajar, observar e informar sobre comentários, críticas e sugestões dos clientes. Uma maneira de avaliar a satisfação do cliente é desenvolver sistemas para colher avaliações sobre os produtos. Pode-se acrescentar na embalagem, por exemplo, um número de telefone para chamadas gratuitas. Produtos como softwares e CD-ROMs geralmente trazem em seus manuais uma hot-line para suporte técnico. Além disso, muitos profissionais de marketing oferecem aos clientes, nas lojas ou dentro das embalagens, formulários para elogios, sugestões ou reclamações sobre produtos e serviços. No entanto, esses métodos são úteis apenas para identificar o desempenho excepcionalmente bom ou ruim, já que tendem a gerar feedback de clientes que experimentaram fortes ligações com os produtos e serviços. Porém, para analisar mais profundamente a satisfação do cliente, os profissionais de marketing podem conduzir outros tipos de pesquisa, perguntando diretamente aos clientes, por exemplo, sobre a compra e utilização de produtos, bem como se o cliente pretende comprar novamente ou recomendar os produtos aos seus amigos. Além dessa análise da satisfação, tais pesquisas podem ainda ser utilizadas para aprimorar os produtos e motivar os funcionários: “A organização também pode medir a satisfação do cliente através de pesquisas independentes. Os profissionais de marketing podem utilizar essas informações de dois modos. Em primeiro lugar, podem usá-las para melhorar os produtos e o atendimento ao consumidor, naturalmente. Em segundo lugar, as informações sobre satisfação do cliente podem ser utilizadas para motivar os funcionários (CHURCHILL e PETER, 2000, p. 555)".” Além dessas vantagens, as declarações do cliente sobre sua satisfação também oferecem uma oportunidade para a organização comunicar-se com ele. Os clientes tendem, por exemplo, a ser mais compreensivos em relação a um atraso ou a um aumento de preço se alguém da organização lhes der uma explicação ou pedido de desculpa. Na realidade, se as organizações tomam a iniciativa de manter os clientes informados, estes podem, de fato, ficar mais satisfeitos com a organização do que antes, mesmo que as notícias sejam ruins. (CHURCHILL e PETER, 2000). 21 O investimento nessa comunicação com os clientes agrega muito valor à relação que será estabelecida. O cliente que busca a empresa não está interessado em fazê-la perder tempo, nem tampouco está interessado em prejudicá-la de alguma forma. As críticas são proferidas ao produto ou serviço e não a empresa. O cliente quando entra em contato com a organização e, até mesmo quando reclama, está buscando um aliado que lhe ajude a solucionar o problema e não um inimigo. E é nesta relação que consiste a parceria e a consequente fidelização (MAHFOOD, 1994). 4.2 O RELACIONAMENTO COM OS CLIENTES E O MARKETING DE RELACIONAMENTO Uma vez identificadas as expectativas dos clientes, o passo seguinte deve ser a iniciativa da empresa em adequar o seu relacionamento com os clientes para mantê-los fieis. Conforme Boone e Kurtz (1998, p. 116): “Trata-se da tentativa da organização de desenvolver ligações em longo prazo com seus clientes e que sejam efetivas em termos de custos, procurando benefícios mútuos”. Boas relações com os clientes podem ser armas estratégicas vitais para a empresa. Identificando seus clientes atuais e mantendo com eles relações estreitas, é possível concentrar a atenção nos melhores clientes. Além disso, estudar os hábitos e preferências dos consumidores pode ajudar na identificação de novos clientes potenciais e na manutenção de um contato permanente com eles. O melhor a ser feito, portanto, é manter os clientes o mais próximo possível da organização e valer-se de todas as ferramentas existentes para conhecer cada cliente pessoalmente, identificando seus gostos e preferências. Em posse dessas informações, fica muito mais fácil para a empresa satisfazê-lo, já que ela saberá que produtos ou serviços lhe agradarão. Essa atitude também propicia uma enorme economia de tempo e de esforços, já que assim a empresa evita de oferecer bens que os clientes jamais imaginaram adquirir. 22 Mas as empresas, principalmente as grandes corporações, lidam com um número relativamente grande de clientes, o que traz à tona a necessidade de um sistema capaz de gerenciar todas as informações obtidas de cada cliente. Essa gama de informações pode ser organizada em bancos de dados e softwares. Conforme Chiavenato (2008, p. 152), “as empresas que estão intensificando seus relacionamentos com os clientes utilizam a tecnologia da informação (TI) para desenvolver técnicas de gestão da clientela”. Dentre os softwares utilizados destaca-se o CRM - Customer Relationship Management. CRM é uma expressão em inglês que pode ser traduzida para a língua portuguesa como Gestão de Relacionamento com o Cliente. Foi criada para definir toda uma classe de ferramentas que automatizam as funções de contato com o cliente, essas ferramentas compreendem sistemas informatizados e, fundamentalmente, representam uma mudança de atitude corporativa, que objetiva ajudar as companhias a criar e manter um bom relacionamento com seus clientes armazenando e inter-relacionando de forma inteligente informações sobre suas atividades e interações com a empresa. Assim, torna-se necessário um sistema integrado baseado na Tl e uma logística bem programada como pontos de partida para um tratamento impecável do cliente. O CRM utiliza softwares sofisticados para envolver o cliente e oferecer serviços de pós-venda que possam servi-lo adequadamente; além disso, o CRM funciona como uma ferramenta que permite abranger todos os parceiros do negócio e os clientes como uma comunidade (CHIAVENATO, 2008). O CRM é necessariamente a resposta da tecnologia a crescente necessidade das empresas de fortalecer as relações com seus clientes. O CRM é uma tática que permite à empresa como um todo ter uma visão única do cliente. Através desse ponto, a empresa explorará melhor as oportunidades de negócio. Com isso, aproveita todas as interações que o cliente tem com a corporação para captar dados e transformá-los em informações que possam ser disseminadas pela organização. Segundo Felipini (2010), o objetivo do CRM não é apenas conhecer melhor o cliente, mas, principalmente, buscar de forma incessante o atendimento de suas necessidades de forma que a satisfação desse cliente se transforme em fidelidade à marca. 23 Boone e Kurtz (1998, p.117), em concordam com esta idéia, ao afirmar que: “Tecnologias de informação, como bancos de dados em computador e planilhas, podem tornar efetivo o marketing de relacionamento. Os gerentes de marketing podem manter bancos de dados sobre o perfil de seus clientes atuais com informações sobre suas preferências, estilo de vida e poder aquisitivo, através das quais poderão obter outros nomes e informações sobre novas perspectivas de negócios.” Portanto, em virtude da grande quantidade de informações que pode ser recolhida a respeito dos clientes, é imprescindível a existência de um banco de dados capaz de organizar essas informações e torná-las disponíveis quando preciso. Outra noção de marketing de relacionamento foi proferida por Etzel, Walker e Stanton (2001, p. 12), que afirmam que, “a noção inicial de marketing de relacionamento era de que as organizações deveriam se empenhar na construção de laços pessoais e duradouros com os clientes”. Esta relação pode ser mais uma parceria do que simplesmente uma relação de atividades de troca de produtos e somente ocorre se um sentido de confiança e comprometimento for estabelecido. Além disso, estas relações, segundo Chiavenato (2008, p. 152), representam “a base para facilitar o acesso dos clientes a informações relevantes e aos produtos oferecidos pela empresa. O importante é transformar o cliente em parte essencial da empresa e não simplesmente em um comprador de seus produtos”. Sob esse ponto de vista, os clientes podem ser vistos como informantes capazes de fornecer a empresa uma posição de como está a imagem da corporação no mercado e como ela é vista sob a ótica dos consumidores. Para a obtenção desse tipo de informação, as reclamações dos clientes devem ser mais bem vistas do que os elogios. Uma queixa será uma oportunidade de suprir uma necessidade de um cliente que nenhuma outra empresa está suprindo e ainda pode ser considerada como uma chance de retratar e aperfeiçoar algum serviço que, por alguma razão até então desconhecida, não estava agradando. 24 “As empresas muitas vezes ignoram as reclamações dos clientes porque não sabem como lidar com elas e não têm um plano para encontrá-los por meio da resolução das reclamações. Além disso, algumas organizações vêem a resolução de problemas como custo e não como investimento e lealdade e no futuro do negócio, não entendem o quanto custa não resolver eficazmente os problemas dos clientes. Fazem isso de forma econômica e, portanto, os consumidores continuam insatisfeitos (OUVIDORIA EM REVISTA, 2007, p. 2).” Marques (2006, p. 50) mostra que cerca de 80% dos consumidores abandonaram as empresas que costumavam negociar em decorrência de falhas no atendimento. Desses 80%, 14% das críticas foram proferidas por causa de uma reclamação não atendida ou mal gerenciada. Dessa forma, o cliente se sente frustrado e entende que seus direitos não foram respeitados, já que suas solicitações não foram atendidas. Por isso, Lebarbenchon (2001, p. 17, apud DINIZ e FUERTH, 2010) destaca que: “Toda reclamação ou qualquer outra forma de manifestação dos clientes ou usuários deverá ser bem recebida e vista como uma oportunidade de aperfeiçoamento. [...] Uma reclamação pode não refletir apenas a inconformidade de um cliente sobre determinada situação, mas deve ser vista como uma possibilidade de que essa mesma situação já ocorreu, está ocorrendo ou poderá ocorrer com um número desconhecido de outros clientes.” Levando tudo isso em consideração, as empresas contemporâneas estão investindo em reclamações e solucionando-as. Por isso, persuadir as pessoas a queixarem-se é a melhor iniciativa que uma companhia pode tomar. Tomando-se os números, constata-se que as empresas perdem em média 91% dos clientes insatisfeitos que não reclamam e apenas 18% dos que reclamaram e tiveram suas queixas ouvidas e solucionadas. O melhor a ser feito então, é a criação ou o aperfeiçoamento e adequação de uma central de relacionamentos na empresa. Tal departamento será responsável por reter e fidelizar clientes, identificar quais setores têm problemas e geram aspectos de insatisfação, estudando qual seria a melhor maneira de resolver o problema nessa área e quanto se está disposto a investir pelos clientes para evitar esses erros. Indo além da gerência de informações e reclamações, Cobra (2003, p. 403), expõe que: “O relacionamento é uma conquista que precisa ser mantida e, 25 para isso, é importante proporcionar ao cliente de tudo um pouco”. Assim, é preciso considerar também: a) preço: quem faz o preço é o mercado e não os custos de produção ou distribuição. A empresa precisa rever seu foco buscando parcerias que permitam a prática de preços suportáveis em um mercado altamente concorrencial; b) conveniências: o consumidor compra um produto ou serviço pela melhor oferta de preço, qualidade, benefícios e, sobretudo, conveniências desde facilidades para a escolha, pagamento, recebimento manutenção e garantia alongada do bem; c) ofertas: a oferta precisa ser o diferencial da empresa para com a concorrência. Para isso é preciso surpreender o consumidor indo muito além do que ele possa esperar; d) posicionamento: o novo marketing deve posicionar a emoção do produto mais do que atributos e benefícios óbvios. A mente encharcada de ofertas precisa ser conquistada pelo lado emocional mais do que pela racionalidade do produto ou serviço; e) mass marketing: o marketing de massa muda com a variedade de bens e serviços disponíveis no mercado global. As pessoas podem comprar de tudo e de qualquer lugar e isso muda o foco do marketing de massa, antes especializado por segmento, para uma oferta para todo e qualquer mercado no mundo; f) controle de consumo: os códigos de barra e outros sistemas de informação permitem hoje validar as ofertas e conferir os impactos da propaganda na venda. Com informações em tempo real pode-se controlar o resultado dos esforços de marketing. As atividades para a formação de um relacionamento efetivo podem incluir também visitas pessoais de acompanhamento de vendas, que servem para garantir que os clientes estão satisfeitos com suas compras. Além das visitas pessoais, as empresas podem valer-se de telefonemas para descobrir, por exemplo, se os produtos foram entregues na hora certa e sem danos, se estão funcionando corretamente ou simplesmente para certificar-se de 26 que os clientes estão satisfeitos. Também é útil fornecer informações escritas sobre como obter o máximo dos produtos ou oferecer programas de treinamento para os usuários. Finalmente, os vendedores podem pedir aos clientes que preencham um questionário sucinto para avaliar sua satisfação e identificar quaisquer problemas que possam ser solucionados. Nota-se aqui, a grande importância que os Recursos Humanos possuem no processo de criação de relacionamento com os clientes. O papel do vendedor ou do atendente é tão determinante nos processos de venda que de nada adianta o produto ou serviço ser exatamente o que o cliente precisa, se por falta de tato ou motivação, o vendedor aborrecer ou ofender o cliente. Invariavelmente, o vendedor é o cartão de visita da empresa e quando ele é capaz de fazer os clientes se sentirem confiantes, aumenta-se exponencialmente as chances de ele se tornar fiel à empresa. Outro problema capaz de interromper as relações estabelecidas entre cliente e empresa é a falta de continuidade. Se o cliente que cada vez que retornar a empresa encontrar um atendente diferente, dificilmente retornará mais vezes. Isto porque, ninguém gosta de passar pelo processo de conhecer o vendedor todas as vezes que quiser fazer negócio com a empresa. Além dessa relação de confiança, a continuidade traz um adicional. A experiência. Quanto mais tempo uma pessoa está em determinada função, mais conhecimento ela adquiriu e menos são as chances de erros. Ninguém se sente completamente seguro ao ser atendido por um profissional pouco experiente, seja um médico, um barbeador e até o vendedor. Portanto, as empresas devem investir ao máximo na redução de rotatividade, pois, como visto, há uma relação direta entre os padrões elevados de serviço e um elevado nível de satisfação do cliente. Tendo em vista tamanha a importância dos funcionários na retenção dos clientes, as empresas não devem ignorar o fato de que eles devem ser constantemente instigados a melhorar e a trabalharem motivados. Para isso, muitas organizações investem em detalhes que, além de servirem de recompensa por excelência no trabalho, servem para impulsionar o empregado a trabalhar disposto. Este funcionário disposto é uma verdadeira raridade e seu valor é imensurável. 27 Para incentivar esse tipo de atitude positiva, algumas táticas simples e baratas são eficazes. Entre elas, as principais são: a) a empresa deve ser simpática e franca com os funcionários, estabelecendo uma comunicação aberta; b) realizar concursos e competições amigáveis entre os empregados; c) recompensa monetária por desempenho superior; d) reconhecer o “funcionário do mês”, por exemplo, fixando uma foto do escolhido em um local visível da empresa; e) bonificações e outros créditos. Trabalhar com um sorriso no rosto ainda dará ao cliente algo mais do que a empatia: mais confiança no compromisso da empresa em fazê-lo feliz também. Dessa forma, todas as técnicas expostas, desde as visitas pessoais, os telefonemas, a gerência de reclamações e a motivação do vendedor são maneiras de gerar uma relação duradoura e propiciar de transações benéficas e geradoras de valor tanto para o cliente quanto para a empresa. Essas atitudes são vistas como um acompanhamento, uma espécie de supervisão de suas atitudes e comportamentos. Seguindo essa linha, Churchill e Peter (2000, p. 518) também enfatizam a necessidade de um follow-up, ou acompanhamento, para manter o cliente ciente de que está sendo devidamente assessorado pela empresa: “Ter um relacionamento de longo prazo com os clientes é particularmente importante no caso de compras caras, em especial quando os clientes têm dúvidas sobre a decisão de compra (a chamada dissonância cognitiva ou remorso do comprador). Acompanhamentos eficazes podem aliviar essas sensações. Algumas pesquisas sugerem que a realização dos acompanhamentos, úteis para obter a repetição de vendas aos atuais clientes, custa cerca da metade da quantia necessária para se fechar uma venda com um novo cliente (CHURCHILL e PETER, 2000, p. 518).” Percebe-se que há muito tempo o setor de vendas busca compreender o comportamento do comprador e o processo de tomada de decisão associado aos clientes principais e como eles podem ser influenciados vantajosamente. Em casos extremos, a venda de relacionamento pode se concentrar em auxiliar uma empresa a evitar a concorrência de preço, ao se criar os valores que os clientes querem e pelos quais se sentem felizes em pagar (GORDON, 1998). 28 Sobre isso, Churchill e Peter (2000, p. 511) concluíram que: “As empresas procuram desenvolver um relacionamento de vendas na qual os vendedores desenvolvem relações mutuamente benéficas e de longo prazo com os clientes. Os clientes geralmente valorizam mais as relações de envolvimento do que a simples tiragem de pedidos (CHURCHILL e PETER 2000, p. 511).” A importância da continuidade nas relações com a clientela ao afirmarem que o fechamento de uma venda jamais pode ser considerado o fim de um processo, muito pelo contrário, é o primeiro passo. As empresas brilhantemente colocadas no mercado continuarão trabalhando num relacionamento de longo prazo com cada um de seus clientes. (CHURCHILL e PETER, 2000) Assim, uma vez estabelecido o relacionamento com os clientes, a empresa poderá dedicar-se ao processo de pós-venda, o qual tem bastante impacto na efetivação de novas vendas ao garantir o retorno dos clientes. 4.3 PÓS-VENDA Verifica-se que a opinião expressa pelos clientes por intermédio do serviço de pós-venda é de grande valia para a empresa, já que dessa maneira, ela poderá auferir como anda sua imagem no mercado e na opinião dos consumidores. Como constatado anteriormente, quando o cliente adquire certo bem, ele não deseja apenas saciar sua necessidade pelo produto. Ele espera sentir-se beneficiado, ser respeitado e bem atendido. Esse atendimento deve sempre superar as expectativas do consumidor, mesmo que ele já possua uma opinião formada da empresa. Por isso, cada atendimento deve ter um diferencial. Esse diferencial pode ser facilmente conquistado valendo-se dos mecanismos do pósvenda, onde um cliente bem atendido e principalmente “bem pós-atendido” certamente retornará a empresa, trazendo consigo mais clientes. Conforme Vavra (1993, p. 33), “manter clientes exige que as empresas e organizações demonstrem cuidado e interesse por eles após terem feito uma compra”. O autor ainda complementa que o cuidado e a atenção da empresa em manter seus clientes é hoje denominado after marketing (marketing pós-venda) ou marketing de relacionamento porque aplica princípios de marketing aos clientes após eles terem comprado bens ou serviços de uma empresa. O referido autor 29 também afirma que os principais objetivos dessa modalidade do marketing consistem em: manter clientes satisfeitos após a compra; aumentar a probabilidade de os clientes atuais comprarem novamente o produto ou a marca da mesma empresa em futuras ocasiões; aumentar a probabilidade de que os clientes atuais comprarão outros produtos da mesma empresa (um produto ou linha de produtos complementares) em vez de procurarem um concorrente quando necessitarem de tais produtos; reconhecimento dos clientes como indivíduos; deixar os clientes conscientes de que estão sendo bem cuidados. Tal interesse no cliente, mesmo depois de fechada a compra é confirmado por Angelim (2002), ao alegar que é exatamente no fechamento do primeiro negócio que a venda realmente começa, principalmente nos segmentos onde o produto ou serviço são comprados pelo cliente com certa freqüência, o fechamento da venda é apenas o início de uma relação comercial que, dependendo da performance do vendedor e da empresa, pode ser extremamente lucrativa e por longos anos. Segundo Sobrinho (2010), para se manter um bom cliente é preciso ter muito “jogo de cintura”. A qualidade, o bom atendimento e o cumprimento de prazos deixaram de ser os diferenciais de concorrência. A redução da diferenciação entre os produtos fazem com que atualmente as empresas busquem uma nova forma de comunicar sua marca e seu produto. Para evitar o insucesso, uma das armas de diferenciação mais fortes hoje do mercado é, portanto, o pósvenda, que deve ser encarado com seriedade já que, cada vez mais, esse tipo de serviço é um elemento de fidelização dos clientes que certamente os impede de comparar seu serviço ao de outra empresa. Além disso, o serviço pós-venda, de acordo com Inglis (2008), está cada vez mais sendo admitido como parte que integra a cadeia de valor, pois tal atividade realmente cria valor econômico e traz benefícios reais, já que frequentemente, representa a melhor oportunidade de maior margem de lucro. Mostra também ser um excelente mecanismo para reunir informações sobre os clientes e acompanhar o desempenho dos produtos. E, quando ajustado apropriadamente, serve de base sobre a qual as empresas podem alimentar fortes e crescentes relacionamentos com seus mais desejados clientes, isto é, os mais lucrativos. 30 As empresas que superam as expectativas em suas atividades de pósvenda também conseguem aumentar a lealdade dos clientes e sua retenção de longo prazo, o que proporciona à empresa clientes fiéis. Trata-se de um benefício significativo, visto que o custo de conquistar um novo cliente é estimado em três a seis vezes o custo de manter um cliente. Apesar desse alto custo, muitas empresas perdem mais da metade de seus clientes a cada cinco anos (INGLIS, 2008). Assim, para que o pós-venda seja eficiente e eficaz torna-se necessária uma conjugação de esforços para que o cliente se sinta confortável e seguro na sua decisão de comprar e, principalmente, de continuar comprando. Esses esforços envolvem além da definição de preços competitivos, de modo que o cliente aceite trocar seu dinheiro pelo produto, promoção e propaganda para divulgar e promover o produto e da distribuição do produto para que chegue prontamente às mãos do cliente. É muito improvável que as empresas que se baseiam apenas nas estratégias fixas de marketing acima citadas consigam se manter no mercado sem um programa de pós-venda. Ao basearem-se apenas em tais estratégias de vendas e em campanhas de marketing, elas demonstram preocupação em aumentar o número de clientes, e que, muitas vezes, procurarão uma concorrência que seja mais atenciosa e persuasiva. Além da sintonia entre empresa e cliente, é preciso deixar claro que os clientes receberão toda a assistência técnica em relação ao funcionamento e peculiaridades do bem que adquiriu. Afinal, de nada adianta o relacionamento ser excelente se o produto adquirido não trazer os benefícios esperados: “A parte decisiva para tais relacionamentos e intercâmbios é a venda. Contudo, a venda não é a parte final ou conclusiva, pois hoje as empresas se preocupam mais com o pós-venda, a assistência técnica e o atendimento contínuo ao consumidor, quando ele necessita de esclarecimentos ou informações sobre o produto adquirido. A satisfação do cliente não se limita apenas à venda, mas ao antes, durante e após a venda, para garantir pleno atendimento às suas expectativas. O cliente deve estar seguro de que, após comprar o produto, terá a garantia necessária, assistência técnica adequada e certeza de que o produto atenderá às suas necessidades (CHIAVENATO, 2008, p. 153).” Finda a venda, Churchill e Peter (2000, p. 151) alegam que, “os consumidores avaliam formal ou informalmente o resultado da compra. Em 31 particular, eles consideram se ficaram satisfeitos com a experiência da compra e com o bem ou serviço que adquiriram”. Essa fase de avaliação pós-compra é decisiva para os profissionais de marketing, pois, se um consumidor tem repetidamente experiências favoráveis com determinada marca, pode desenvolver lealdade a ela. Além disso, os consumidores podem conversar com (e influenciar) familiares, amigos e conhecidos sobre suas experiências de compra e uso de produtos. A avaliação pós-compra concentra-se no fato de os consumidores terem ou não recebido um bom valor. Para determinar isso, os consumidores ponderam os benefícios recebidos pela compra em relação aos custos envolvidos. Quando os benefícios pesam significativamente mais do que os custos, valor alto é percebido e os consumidores ficam satisfeitos. Quanto mais satisfeitos ficarem, mais é provável que se tornem leais à marca e ao vendedor e, maior a possibilidade de que o vendedor estabeleça uma relação de longo prazo com eles. Em outras palavras, a satisfação do consumidor e o valor recebido por ele influenciam decisões de compra futuras: “Em contraste, se os consumidores decidirem que os benefícios de uma compra foram menores do que os custos, eles podem concluir que receberam um valor baixo e ficar insatisfeitos. Os consumidores reconhecem então que suas necessidades ainda não foram satisfeitas ou que foram satisfeitas com um custo muito alto. Esse reconhecimento os leva a tentar, novamente, satisfazer suas necessidades - provavelmente comprando um produto ou marca diferentes (CHURCHILL e PETER, 2000, p. 151).” Para atingir esse nível de satisfação, o marketing pós-venda é manifestado em muitas diferentes atividades de marketing, todas elas enfocadas em clientes atuais tais como: identificação da base de clientes; pesquisa para conhecimento de suas necessidades e expectativas; mensuração repetida da extensão da satisfação dos clientes pelos produtos ou serviços atuais; fornecimento de canais de comunicação amplos; demonstração ativa de sentimentos de reconhecimento a eles (VAVRA, 1993). De acordo com Sobrinho (2010), diversas formas de pós-venda podem ser adotadas dependendo da necessidade do cliente e do produto/serviço oferecido pela empresa. Grandes empresas que comercializam seus produtos em nível nacional utilizam-se de diversas formas de atendimento ao cliente, sendo que uma 32 das mais utilizadas é a terceirização de centrais de telemarketing. Neste serviço, o cliente entra em contato através de um número de discagem gratuita (0800) e o atendimento presta as informações solicitadas. Portais de auto-atendimento no próprio site da empresa na internet também são boas ferramentas de relacionamento com o cliente e não estão restritas às empresas de grande ou pequeno porte. Quando a venda é realizada através de representantes o contato pessoal é fundamental, nesse caso o pós-venda pode ser realizado a cada nova visita, ou mesmo com o envio de material promocional e mala-direta, o que sempre enaltece o cliente. Mas, de acordo com Azevedo (2008), é necessário muito mais do que disponibilizar uma linha telefônica para os serviços de SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente), ou então, um e-mail destinado a receber reclamações e sugestões. “O que é preciso é realmente estabelecer um serviço de pós-venda funcional e compensador de seus custos, que facilite para seus clientes o acesso por telefone, internet e também na própria empresa, lembrando que isso é o dever de toda empresa que se dispõe a oferecer seu produto ou serviço ao consumidor (AZEVEDO, 2008, p. 35).” Nota-se aqui que, uma empresa que se dispõe a ofertar um produto ou serviço no mercado jamais pode abster-se da responsabilidade de responder por esse bem, devendo aos consumidores o direito de esclarecer todas as suas dúvidas, bem como ouvir todas as possíveis sugestões. Claro que não é necessário sobrecarregar o cliente que fechou o negócio com telefonemas, convites e novidades, pois isso acaba saturando em vez de satisfazê-lo. Tampouco é necessário criar um novo departamento exclusivo para esse setor. O primordial é a sintonia entre a empresa e o cliente, sem cobranças ou insistências. A empresa deve simplesmente deixar o cliente saber das novidades e mantê-lo informado sobre todas as movimentações, fazendo com que ele se lembre da empresa sempre que precisar. Agindo dessa forma, as organizações estão desfrutando de maior fidelização e retenção, diminuição da inadimplência, redução do custo da venda, elevação dos lucros e melhor direcionamento do capital para ser investido em marketing. 33 Mas, infelizmente, conforme explica Bomfim (2008), há relatos de que os recursos de pós-venda vêm sendo utilizados numa escala ainda muito pequena diante de tudo o que pode e deve render. Isso acontece porque a busca por novos clientes é uma necessidade tão urgente no dia-a-dia, que, com freqüência, muitas empresas, ao conquistarem novos clientes, descuidam dos atuais, perdendo-os para a atenção oferecida pelos concorrentes – igualmente empenhados na conquista de novos clientes. Os concorrentes, por sua vez, igualmente prejudicados pela perda de alguns clientes, também acabam sendo levados por este ciclo vicioso. Cabem as empresas, utilizarem das ferramentas do pós-venda para mantê-los. Percebe-se, portanto, que há diversas formas de envolver o cliente na rotina empresarial através de ferramentas disponíveis para o serviço de pós-venda. Vale ressaltar que se torna estratégico para uma organização pensar, analisar e implantar uma ferramenta que ofereça aos seus clientes a possibilidade de satisfazer suas expectativas, de se sentir ouvido e respeitado pela empresa de tal forma que, o cliente se considere parte relevante do processo produtivo. Ao mesmo tempo, a empresa consegue se diferenciar no seu ramo através de um relacionamento mais duradouro com seus clientes, garantindo não somente a continuidade dos lucros, mas também o retorno desses clientes bem assessorados, juntamente com outros clientes em potencial. E por fim, as empresas trabalhando num processo contínuo de relacionamento com seus clientes, com certeza alcançar a fidelização desses clientes. 4.4 FIDELIZAÇÃO DO CLIENTE Através de um processo de pós-venda, contendo um bom atendimento, relacionamento eficiente entre empresa e cliente, atingindo um alto grau de satisfação dos mesmos, as empresas obterão o que mais desejam ter, clientes fieis. O conceito de fidelidade possui definições distintas nos campos das ciências comportamentais e da psicologia. Antes da década de 1970, o conceito de fidelidade era entendido apenas como um padrão de compras repetido, retratando uma abordagem puramente comportamental. Como observa BOGMANN (2000) cliente fiel é aquele que sempre volta à organização por ocasião de uma nova 34 compra ou transação, por estar satisfeito como produto ou serviço. E fidelização é o processo pelo qual o cliente se torna fiel. Segundo Oliver (apud LEOCÁDIO, 2010), fidelidade do consumidor é um comprometimento profundo em recomprar um produto ou serviço favorito consistentemente no futuro, apesar de influências situacionais e esforços de marketing que existam buscando o comportamento de troca de fornecedor no consumidor. A definição de fidelidade torna-se mais relevante, a partir do momento em que as empresas começarem a perceber que a fidelidade dos seus clientes é que irá garantir retornos financeiros futuros. A fidelidade é construída com a diferenciação positiva percebida pelo consumidor através do consumo de um serviço de qualidade superior, proporcionando, assim, o preenchimento de uma necessidade individual entendido como satisfação. A importância da satisfação na proteção à fidelidade pode ocorrer na medida em que é possível ao consumidor, em uma situação de extrema satisfação, superar aspectos cognitivos negativos. Conforme Oliver (apud LEOCÁDIO, 2010), a fidelidade tem efeito sobre a lucratividade na medida em que tem uma influência direta sobre o fluxo futuro de clientes. Atualmente, é destacada a forte tendência das empresas em migrar de estratégias baseadas em satisfação para estratégias orientadas à fidelização, pois são evidentes os resultados positivos financeiros quando se tem uma base de clientes fiéis. A busca contínua pela fidelização e garantia de um relacionamento duradouro não deve ser entendido como um custo, mas como um investimento que gera margens de lucro crescentes e superiores às conseguidas com clientes eventuais e esporádicos. A criação de valor é essencial para a fidelização dos clientes, afirma Gale (1996), ao defender que é necessário oferecer uma proposta de valor melhor que a da concorrência e não simplesmente a oferta de utilidades imediatas. Esse valor precisa ser também administrado por meio do gerenciamento da qualidade na organização. Criar valor é oferecer algo que destaca um produto ou serviço sob a visão do cliente. Não é o que o produto faz, mas o que aquele espera que o produto faça por ele de maneira destacada e, se possível, única. 35 Fidelizar clientes é uma das conquistas mais importantes para se manter boa performance. É essencial manter-se atento a tudo o que acontece no mercado e principalmente ao que possa interessar aos clientes, porque é a partir da satisfação das necessidades deles que se chega ao sucesso empresarial. A satisfação do cliente já não é mais o bastante, é preciso deixá-lo encantado, considera Whiteley (1995). Além de ouvir sua opinião é necessário amarrá-la completamente à forma da empresa agir, e essa forma de agir está pautada em um compromisso baseado em relações sólidas, em que a honestidade é o princípio básico para o relacionamento, resguardando os interesses de ambas as partes. Isto as máquinas não podem fazer, somente as pessoas. Aceitar a opiniões e sugestões dos clientes é um fundamento básico no mercado de negócios. Pois, o ato de ouvir o cliente pode não só apressar a resolução de problemas como, em muitos casos, reverter uma experiência negativa. Através dessa ação, a empresa pode alcançar a fidelização duradoura de um cliente em potencial. A construção de um bom relacionamento com o cliente e a conseqüente fidelização do mesmo é classificada em uma “escala de lealdade” com cinco estágios, de modo a incentivar o cliente a passar para o estágio seguinte até que atinja o nível de “divulgador” do negócio. De acordo com Raphel (1999, p. 72), os cinco estágios, com suas respectivas características, são: “Cliente potencial: É aquele que pode conhecer seu negócio, mas nunca comprou nada de você. É necessário saber como atrair esse cliente a efetivar uma compra. Não quer dizer que o cliente está sempre em busca de variedade de produtos e preço. Ele deve ser cativado de maneira inteligente. Cliente pesquisado: É aquele que vai testar seu estabelecimento. A primeira impressão será decisiva para sua elevação ao estágio de cliente eventual. É necessário convencê-lo de que o valor agregado de seus produtos é mais relevante que o preço. Por meio de pesquisa realizada, constatou-se que a maioria dos clientes buscam confiança, não preço. O importante é saber como conquistar essa confiança desde o primeiro momento e torná-lo um divulgador de seu negócio. Cliente eventual: É aquele que compra de você por algum motivo – bons sentimentos, boa sensação, solução de problemas. Porém, se um cliente compra simplesmente porque encontrou um bom preço, se a relação com esse cliente não foi valorizada, você poderá perdê-lo amanhã para um concorrente que apresente preço menor. É necessário saber o que o cliente precisa e, para isso, é preciso ouvi-lo. Satisfazendo suas necessidades, você não só efetua uma venda, mas também conquista um cliente, que poderá tornar-se assíduo. Cliente assíduo: O cliente torna-se assíduo quando ele se sente importante. Para tal, é necessário uma dedicação ao cliente e saber 36 surpreendê-lo. Dessa forma, tais clientes devem ser recompensados e tratados de maneira especial, sendo recompensados de forma diferente. Cliente divulgador: É aquele cliente satisfeito que recomenda seu produto ou serviço a outras pessoas, sendo capaz de testemunhar sobre o tratamento recebido. Porém, ao atingir esse nível, o cliente divulgador não deve ser esquecido. Mais do que nunca, deve ser bem tratado e recompensado, criando-se talvez programas de fidelidade e relacionamento constantes para que todo o trabalho não seja perdido. (RAPHEL, 1999, p.72).” Para criar valor superior, e desta forma fidelizar o cliente, é preciso muito esforço. É preciso conhecer o que ele considera como valor superior e transformar esta informação em especificações do serviço, investir em equipamentos, pessoas, instalações, tecnologia, enfim nos recursos necessários para realmente criar um valor superior (FIGUEIREDO, 2007). O gerenciamento de um banco de dados de clientes permite melhor entendimento do cliente e a construção de uma relação baseada em uma série contínua de interações colaborativas. Com o preço mais acessível dos recursos computacionais tornou-se prático em grande escala. Assim, ao invés de trabalhar com amostras de mercado de clientes potenciais para determinar as necessidades do cliente "médio", as três tecnologias básicas de um CRM (base de dados, interatividade e personalização) permitem a preocupação com cada cliente individualmente (FIGUEIREDO, 2007). Verificou-se através dos conceitos teóricos, a real importância de a empresa Baby Doces Momentos ter a preocupação em buscar novos conhecimentos sobre marketing e relacionamento com clientes, pois, através destes conhecimentos a empresa pode vir a alcançar a fidelização de novos clientes. Na sequência, ao conhecermos a empresa melhor, analisaremos fatores que nos ajudarão a compreender a necessidade de se fazer a implementação de um programa de pós-venda, procurando assim, estar mais próximo aos clientes no que se refere à fidelização e a satisfação dos mesmos. 37 5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 5.1 LOCAL DA PESQUISA Este estudo foi realizado na empresa Baby Doces Momentos, localizada na cidade de Terra Roxa – PR, com o objetivo de propor a implementação de um programa de pós-venda. 5.2 MÉTODOS E INSTRUMENTOS A classificação desta pesquisa refere-se ao ponto de vista de Roesch (1999, p. 75), quando se fala em “apresentar propostas de planos ou sistemas para solucionar problemas organizacionais”, podendo ou não incluir a sua implementação. A princípio, foi necessário o desenvolvimento de uma pesquisa bibliográfica do tema em estudo, na qual foram coletadas informações e teses de autores renomados, conhecedores do tema em questão. Para o levantamento dos dados da clientela, como instrumento de coleta foi realizada uma entrevista não estruturada (apêndice 1) aplicada ao gerente da empresa, com a finalidade de levantar os meios aplicados para medir a satisfação dos clientes. Na seqüência, foi enviado um questionário (apêndice 2) à 50 clientes, clientes estes de vários estados, que se encontram localizados nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso. Foi feita uma amostragem aleatória, através de emails a um total de 200 clientes, com a finalidade de se medir o grau de satisfação desses clientes com relação aos serviços e produtos oferecidos pela empresa. Para o levantamento de dados secundários, foram consultados os registros da empresa, revistas, jornais, internet entre outros meios cabíveis, a fim de esclarecer melhor o conhecimento sobre marketing e satisfação dos clientes. Os dados foram analisados de forma qualitativa e quantitativa. Enquanto a análise qualitativa foi viável em virtude da extensa pesquisa bibliográfica realizada, na qual utilizou-se os conceitos pesquisados para garantir uma boa interpretação dos resultados e através da pesquisa de campo fornecer esses dados quantitativos (ROESCH, 1996); os dados quantitativos puderam ser mensurados 38 numericamente, através da contagem dos dados obtidos pelos questionários e, posteriormente tabulados em tabelas e gráficos, que permitiram melhor visualização, interpretação e agrupamento dos dados estatísticos. Os questionários, por sua vez, foram compostos por questões abertas e fechadas. Isso porque, de acordo com Oliveira (1999), as pesquisas que se utilizam de perguntas abertas possuem a facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada hipótese ou problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos experimentados por grupos sociais, apresentar contribuições no processo de mudança, criação ou formação de opiniões de determinado grupo e permitir, em maior grau de profundidade, a interpretação das particularidades dos comportamentos ou atitudes dos indivíduos. Já as perguntas fechadas, mesmo sendo mais fáceis de serem analisadas e tabuladas, podem acabar restringindo a opinião do entrevistado em razão da sua objetividade. Um questionário misto cobrirá, portanto, os dois pontos primordiais do embase do estudo em questão. Findo o período de levantamento de dados, a análise dos resultados obtidos permitiu o delineamento de estratégias viáveis para sanar os problemas encontrados no trato com os clientes. Com a posse desses dados, foi possível propor para a empresa a implementação de um sistema de pós-venda, designado para suprir as necessidades encontradas. Foi feita uma amostragem não probabilística, ou seja, amostragem por conveniência, que segundo Mattar (2001, p. 138), este tipo amostra significa que “o elemento pesquisado foi auto-selecionado ou selecionado por estar disponível no local e no momento em que a pesquisa estava sendo realizada”. Os resultados levantados foram analisados quantitativamente e qualitativamente, ou seja, através de percentuais, com apresentação em gráficos, e em forma descritiva, procurando também apresentar algumas sugestões de melhorias. 39 6. ANÁLISE DA ORGANIZAÇÃO E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS COLETADOS 6.1 DIAGNÓSTICO ORGANIZACIONAL 6.1.1 Caracterização A empresa Baby Doces (Razão Social: Célia Fernandes Domene Matias Me.), está localizada no endereço estrada PR 364 Km 20 S/Nº, na cidade de Terra Roxa - PR. Seu ramo de atividade é a confecção de moda bebê. A empresa Baby Doces Momentos atua nos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso, e o contato com os clientes é efetuado por meio de representantes comerciais e in loco. Observa-se que na cidade de Terra Roxa, onde a Baby Doces Momentos está instalada, há outras 25 empresas no mesmo segmento (Moda bebê), que são seus concorrentes diretos, além das demais marcas conhecidas nacionalmente, como: Malwee, Lilica Ripilica, Tip Top, etc. 6.1.2 Estrutura organizacional A Baby Doces Momentos possui a seguinte estrutura organizacional: são duas sócias administrativas as responsáveis pela empresa. A empresa encontra-se dividida em basicamente dois departamentos; a administração e a produção e conta com serviço terceirizado para a contabilidade. Essa estrutura foi definida conforme as tarefas semelhantes e relativas a cada cargo. O organograma a seguir atende aos objetivos e estratégias necessárias para que a empresa atinja suas metas. 40 Sócio Administrador Auxiliar Administrativo Contador Gerente Geral Gerente Produção Desenvolvimento Criação Produção Corte Costura Embalagem Bordado FIGURA 1 - ORGANOGRAMA DA EMPRESA BABY DOCES MOMENTOS. FONTE: DADOS DA PESQUISA Expedição 41 6.1.2.1 Sócia Administrativa A função deste setor é: a) tomar decisão a respeito dos assuntos administrativos; b) recrutar, selecionar e contratar funcionários; c) controlar o financeiro; d) realizar pedidos de matéria-prima; e) planejar reformas e mudanças na logística e na estrutura física e f) desenvolver os custos das mercadorias. 6.1.2.2 Auxiliar Administrativo O auxiliar administrativo é responsável pela emissão de notas fiscais; controle de pedidos; emissão de duplicatas; auxílio nos custos das mercadorias; e atender telefone. 6.1.2.3 Gerente Geral O gerente geral é encarregado de: a) supervisionar as atividades dos demais funcionários; b) assegurar que os funcionários estejam seguindo as metas estabelecidas; e c) fiscalizar o comportamento dos funcionários. 6.1.2.4 Desenvolvimento e Criação A pessoa encarregada deste setor é responsável pelo desenvolvimento e criação das peças das coleções e pelo acompanhamento do desenvolvimento do mostruário. 6.1.2.5 Gerente de Produção A função do gerente de produção é de: a) dar assistência necessária para a produção; b) conferir se a produção está de acordo com a qualidade exigida; c) controlar a quantidade de peças produzidas diariamente; e d) treinar colaboradores da área de produção. 42 6.1.2.6 Produção No setor de produção, os serviços se dividem em: a) corte: fornecer à costura, as partes das peças devidamente cortadas a fim de que estas sejam confeccionadas; b) costura: efetuar o desenvolvimento das peças; e c) bordado: desenvolver o processo do bordado, aplicações, desenhos. 6.1.2.7 Embalagem Colocar os respectivos códigos de barra e embalar a mercadoria. 6.1.2.8 Expedição Separar os pedidos e conferi-los para enviar aos clientes. 6.1.3 Histórico da empresa A indústria de moda bebê teve início no município de Terra Roxa em 1988 com a empresa Paraíso Bordados, que com o passar do tempo obteve conhecimento e sucesso nesse município e consequentemente nos demais estados. Diante do sucesso da Paraíso surgiram outras empresas no mesmo segmento, uma destas a Baby Doces Momentos. Esta se inseriu no mercado em 18 de dezembro de 1996, constituída de duas sócias, Célia Fernandes Domene Matias e Suely Fernandes Diniz. Inicialmente com o nome fantasia Baby Mania; no início, o principal foco era a produção de moletons, porém, o resultado não era satisfatório e assim, as sócias resolveram direcionar para o segmento moda bebê, incluído peças mais sofisticadas e bordadas. No início a capacidade produtiva era de apenas 400 peças mensais, a própria família produzia e uma das sócias trabalhava como representante comercial vendendo seus produtos no estado do Paraná. Com o passar do tempo a demanda foi aumentando e essa sócia sentia-se muito atarefada, sendo representante comercial e tendo que ajudar na 43 administração da empresa, assim, surgiu a necessidade de contratar representantes comerciais. O primeiro representante comercial apenas substituía a senhora Célia vendendo os produtos Baby Doces Momentos no estado do Paraná, consequentemente os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul passaram a ser atendidos, mais tarde, no ano de 2000 por meio de anúncio na internet. Contratou-se um representante para atender o estado de Minas Gerais e Mato Grosso, da mesma forma; no ano de 2001 contratou-se outros representantes, para atender os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia. Desde o início os princípios básicos da Baby Doces Momentos foram: qualidade, praticidade, beleza e conforto; para se manter no mercado competitivo, a empresa está constantemente em busca de inovações para conquistar e manter seu clientes; estes princípios fizeram com que ela, além de ganhar forma, ganhasse proporções. Hoje conta com uma moderna e arrojada estrutura e conta com 24 colaboradores diretos e 5 terceirizados, produzindo em média 10.000 peças por mês, que são comercializadas em diversos estados através de representantes comerciais. 6.1.4 Ambiente organizacional A sua principal atividade econômica é a indústria de confecção infantil, seguida pelo cultivo de grãos e criação de bovinos de corte. A empresa possui mão de obra local, no entanto, as vendas são efetuadas em diversas cidades/estados, assim, vários fatores podem influenciar nas vendas dos produtos. A obtenção de resultados positivos depende em grande parte das condições do clima, pois a matéria-prima principal da fabricação são malhas originadas do algodão; na ocorrência de estiagens, geadas e até mesmo os temporais, danificam as plantações de algodão, tornando-o mais caro e consequentemente o preço do produto se torna menos atrativo para o consumidor final. Outro fator que influencia é a alta dos juros e da inflação, pois aumenta o valor dos produtos e baixa o poder aquisitivo dos consumidores, afetando as possibilidades de compra. 44 Para acompanhar as inovações do setor, a empresa constantemente visa melhorias por meio da tecnologia, adquirindo produtos atuais no mercado; por exemplo: máquina computadorizada de bordar, máquinas de corte, Ploter que efetua o molde das peças, Galoneiras que efetuam acabamentos, máquinas para tirar fio, máquinas estas que aumentam a produção e a perfeição das peças, e se torna garantia de qualidade e padronização dos produtos confeccionados. A preocupação social das empresas é uma realidade, assim, a Baby Doces Momentos, no que tange à questão ambiental, está sempre preocupada com as consequências que podem acarretar, por meio das sobras das matérias primas, pois, estas poderiam provocar efeitos maléficos para o meio ambiente através de acúmulos poluindo e prejudicando a natureza e comprometendo a fertilidade do meio ou se queimadas causar poluição atmosférica e contaminação de lençóis d’água. Assim toda a sobra de malhas, cone de linhas são doados para associações (APAE, Creches, Aldeias Indígenas) a fim de que efetuem artesanatos e brinquedos, desempenhando também um papel social perante à comunidade. 6.1.5 Operacionalização da organização A Baby Doces Momentos, efetua a maioria de suas vendas por meio de representantes comerciais e as entregas destas são efetuadas por meio de transportadoras ou pelo Correio, sua capacidade é de 10.000 peças/mês, incluindo: Macacão, Pagão, Mantas, Calcinhas, Vestidos. Veste de zero a um ano. As atividades são coordenadas por resultados, ou seja, os colaboradores possuem metas a serem entregues em prazos determinados e os que se destacam são recompensados financeiramente, desta forma a empresa visa motivar os setores a produzirem e atingir as metas estabelecidas. O cálculo da remuneração dos funcionários é feito por meio do escritório contábil, todos os colaboradores possuem registro no Ministério do Trabalho e são remunerados através de folha de pagamento. O controle das horas de serviço é realizado por meio de relógio ponto digital. As horas que excedem às 44 horas semanais são pagas mensalmente como horas extras. A empresa efetua o recrutamento e seleção de maneira informal, geralmente por meio de indicações dos atuais funcionários, e o responsável pelo 45 treinamento da área da produção é a gerente de produção que os ensina a produzirem de acordo com a qualidade exigida. Perante a concorrência do mercado e a exigência do consumidor, a Baby Doces Momentos visa a qualidade como fator primordial. Não é permitido peças fora do padrão estabelecido, além da beleza das peças que são diferenciais de mercado, através de bordados, matéria-prima de alta qualidade e perfeição nos acabamentos. Os colaboradores da Baby Doces Momentos efetuam diariamente a ginástica laboral, a fim de garantir a qualidade de vida no trabalho, pois devido a repetição dos movimentos a grandes possibilidades dos colaboradores adquirirem DORT (Doenças originadas por repetições trabalhistas), também, como no ambiente de trabalho há resíduos sonoros, há acompanhamento e exames de audiometria periodicamente. As máquinas utilizadas pela empresa são de alta tecnologia, desde o desenvolvimento do molde, através da Ploter, uma máquina que através de um software desenvolve o risco das peças. O desenvolvimento dos bordados também é efetuado por meio de softwares que garantem a sofisticação e qualidade, e bordado por meio de máquina computadorizada que com apenas um operador trabalha com seis cabeças. A costura desenvolvida com overloques, retas e galoneiras de última tecnologia visando a perfeição das peças. A gerência acontece geralmente de modo autoritário, sem participação dos demais funcionários, e as duas sócias são responsáveis pelas tomadas de decisões e pelo bom desenvolvimento da empresa. 6.2 OPERACIONALIZAÇÃO DO ESTÁGIO Buscou-se por meio da pesquisa aplicada, identificar o nível de satisfação dos clientes e, com base nas suas expectativas, analisar a possibilidade de propor a empresa Baby Doces Momentos, a implantação de um programa de pós-venda. Em um primeiro momento, no mês de agosto de 2010, foi aplicada uma entrevista não-estruturada (APÊNDICE 1) ao gerente da empresa Baby Doces Momentos, localizada em Terra Roxa, estado do Paraná, na qual procurou-se levantar quais meios são realizados para medir a satisfação dos clientes da empresa. Em um segundo momento, no período de agosto e setembro de 2010, 46 através de e-mails, em um universo de aproximadamente 200 clientes, foi aplicado um questionário de questões abertas e fechadas (APÊNDICE 2), a um total de 50 clientes, clientes estes de vários estados, que se encontram localizados em diversos estados do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso. Destes, retornaram 40 questionários respondidos, onde buscou-se medir o grau de satisfação desses clientes com relação aos serviços e produtos oferecidos pela empresa. Após o levantamento dos dados, os resultados obtidos foram tabulados no mês outubro e, em seguida, analisados de forma qualitativa e quantitativa, através de percentuais, com apresentação em gráficos e em forma descritiva, o que permitiu o delineamento de estratégias viáveis para sanar os problemas encontrados no trato com os clientes. 6.2.1 Entrevista aplicada ao gerente Conforme os objetivos propostos com a aplicação da entrevista nãoestruturada com o gerente, procurou-se avaliar o nível de satisfação e as expectativas atuais dos clientes da empresa. Após a aplicação da entrevista ao gerente e com as respostas em mãos, foi possível fazer a análise dos resultados. Diante dos resultados obtidos com o gerente, verificou-se que no geral a empresa está bem posicionada no mercado em que atua. A empresa, através da pessoa do gerente tem-se preocupado com seus clientes, portanto, tem trabalhado com produtos de qualidade, e procura satisfazer seus clientes também através de serviços prestados, tais como, atendimento, preços, formas de pagamento, prazos de entrega. A empresa investe sempre em cursos e treinamentos a seus funcionários. E pensando no bem estar deles, a empresa desenvolve reuniões mensais, para conhecer mais as aptidões de cada um, e também suas opiniões sobre a criação de novas coleções conforme a estação do ano. Cada funcionário é valorizado e recompensado dentro da empresa pelos serviços prestados aos clientes, com isso, tem tido pouca rotatividade no quadro de RH – Recursos Humanos. Quanto a questão de pós-venda, verificou-se que a empresa ainda não possui nenhum programa específico que avalie o cliente após a concretização da sua compra. Portanto, no que tange analisar o que proporcionaria um programa de 47 pós-venda para a empresa, analisou-se este iria trazer melhorias no contato com o cliente. Favorecendo assim, conhecer mais do cliente, seus desejos e necessidades, alcançando assim, sua plena satisfação em ser cliente da empresa. 6.2.2 Questionário aplicado aos clientes da empresa Depois de aplicado o questionário aos clientes da empresa, foi feita a análise dos resultados, de forma qualitativa e quantitativa, através de percentuais com apresentação em gráficos, com o intuito de conhecer o nível de satisfação e fidelidade desses clientes com a empresa. Quanto à questão visualizada no gráfico abaixo se você é atendido na empresa Baby Doces Momentos assim que chega, ou tem que procurar ou esperar alguém para atendê-lo, verificou-se que 57% dos clientes questionados acham que às vezes o funcionário procura atendê-lo assim que chega, mas geralmente, ele precisa procurar por alguém para atendê-lo e 43% responderam que sim, sempre que chegam na loja, já são atendidos com prontidão. 43% 57% Sempre Às vezes GRÁFICO 1 – PRONTIDÃO COM QUE O CLIENTE É ATENDIDO NO MOMENTO EM QUE CHEGA A EMPRESA. FONTE: DADOS DE PESQUISA Para Kotler (1995), todo atendimento se desdobra em uma lista de tributos, como por exemplo: a velocidade e a cordialidade. Cada pessoa atribui diferentes pesos a esses atributos de atendimento em diferentes momentos e contextos. 48 Analisa-se, diante disso que, presteza e habilidade em atender, demonstram importantes tributos ao cliente. Portanto, estar pronto para atender o cliente no momento da sua chegada à empresa, é um dos quesitos que precisam ser treinados nos colaboradores da Baby Doces Momentos. No que se refere à questão se os serviços que lhes são prestados são feitos em tempo hábil, verificou-se no gráfico abaixo, que dos clientes questionados, 64% acham que às vezes os serviços que lhes são prestados são feitos em tempo hábil, 33% acham que sempre os serviços que lhes são prestados são feitos em tempo hábil e 3% responderam que a empresa nunca presta seus serviços em tempo hábil. 3% 33% Sempre Às vezes Nunca 64% GRÁFICO 2 – TEMPO HÁBIL DE ATENDIMENTO POR PARTE DO FUNCIONÁRIO. FONTE: DADOS DE PESQUISA Neste caso, Pilares (1989), comenta que o atendimento ao cliente, em cada situação é único, varia de pessoa para pessoa e de momento para momento por isso o atendimento precisa ser diferenciado, já que muitas pessoas sentem necessidade de serem tratadas como únicas. Conforme o ponto de vista do autor acima citado, deve sempre haver uma preocupação individual para cada cliente, pois o que é bom para um cliente, para outro pode não ser. Mas, nesse quesito, em particular, observou-se que a maior parte das respostas foi de 64% que o cliente é atendido às vezes em tempo hábil, ou seja, isso significa que o indicativo “atendimento” tem sido prejudicado, e que precisa ser melhor trabalhado. 49 Com relação se os funcionários trabalham em equipe, verificou-se no gráfico 3, que dos clientes questionados, 59% acham que às vezes o trabalho é feito em equipe, 23% responderam que os funcionários sempre demonstram trabalhar em equipe e 18% concordam que nunca perceberam os funcionários trabalhar em equipe. 18% 23% Sempre Às vezes Nunca 59% GRÁFICO 3 – TRABALHO EM EQUIPE. FONTE: DADOS DE PESQUISA Desatnick e Detzel (1995) constataram que, independente da definição atribuída aos pormenores inerentes aos processos que levam à satisfação dos clientes, é imprescindível que toda a empresa esteja engajada e comprometida com a promoção dessa fidelidade. Diante deste contexto, analisa-se, portanto, que é necessário que haja dentro da empresa engajamento e comprometimento por todos os que trabalham dentro da empresa Baby Doces Momentos para uma finalidade só, que é fazer com que os clientes sintam-se satisfeitos em serem clientes da empresa. No gráfico 4, no que refere se os funcionários são bem atualizados, bem informados e sabem dar as informações solicitadas para atendê-lo, verificou-se que 57% dos clientes responderam que sempre os funcionários demonstraram estarem bem atualizados e bem informados para atendê-los, 40% concordaram que às vezes os funcionários demonstram estarem bem atualizados e bem informados para atendê-lo e 3% acham que os funcionários nunca sabem informar o que é solicitado. 50 3% 40% 57% Sempre Às vezes Nunca GRÁFICO 4 – EFICIÊNCIA DOS COLABORADORES NO REPASSE DAS INFORMAÇÕES. FONTE: DADOS DE PESQUISA Analisa-se, entretanto, que os clientes da Baby Doces Momentos precisam sentir que a equipe de colaboradores esteja preparada para atender, bem como, treinados e capacitados, estando sempre atualizados e muito bem informados sobre a situação geral da empresa, ou seja, sobre a coleção criada, prazos de entrega, preços dos produtos, formas de pagamento. Quanto ao assunto se os funcionários sabem comunicar-se de forma adequada as informações solicitadas pelo cliente, foi possível observar que 55% acham que às vezes há um nível bom de comunicação, 40% concordam que a empresa está muito bem quando o assunto é comunicação, pois seus funcionários sempre se comunicam adequadamente quando lhes são solicitadas alguma informação e 5% acham que a empresa nunca se comunica com eles e quando há uma comunicação fazem de forma inadequada. 51 5% 40% 55% Sempre Às vezes Nunca GRÁFICO 5 – COMUNICAÇÃO ADEQUADA DOS FUNCIONÁRIOS QUANTO ÀS INFORMAÇÕES SOLICITADAS. FONTE: DADOS DE PESQUISA De acordo com Churchill e Peter (2000), os clientes tendem, por exemplo, a ser mais compreensivos em relação a um atraso ou a um aumento de preço se alguém da organização lhes der uma explicação ou pedido de desculpa. Na realidade, se as organizações tomam a iniciativa de manter os clientes informados, estes podem, de fato, ficar mais satisfeitos com a organização do que antes, mesmo que as notícias sejam ruins. Então, conforme o ponto de vista dos autores acima, percebeu-se que os clientes esperam da Baby Doces Momentos, uma comunicação verdadeira, seja ela trazendo informações boas ou mesmo ruins, mas que todos da empresa, demonstrem sinceridade ao atender os clientes. Com isso, eles se tornarão clientes fiéis, pois confiarão nesta empresa. Quanto à questão se cada funcionário demonstra saber qual seu papel dentro da empresa Baby Doces Momentos, verificou-se que 62% concordam que às vezes os funcionários demonstram saber qual o seu papel dentro da empresa, 30% concordam que os funcionários sempre sabem o que fazer, demonstrando atuar dentro da sua função com habilidade e eficiência e 8% acham que os funcionários deixam a desejar nesse quesito, pois nunca sabem exatamente o que eles tem que fazer. 52 8% 30% Sempre Às vezes Nunca 62% GRÁFICO 6 – HABILIDADE DO FUNCIONÁRIO QUANTO À SUA FUNÇÃO. FONTE: DADOS DE PESQUISA Segundo Hopson (1995), o atendimento é muito mais que um treinamento, o treinamento faz com que os funcionários valorizem mais os produtos que vendem e se tornam mais atentos e capacitados, para que percebam que podem fazer sempre mais para aperfeiçoar seus empregos. Diante desse exemplo teórico, verifica-se que os funcionários da empresa Baby Doces Momentos devem ter mais interesse em se aperfeiçoarem quanto às funções que exercem, estando mais atentos e capacitados quanto ao papel que foram lhes confiados a exercerem. Na questão, se os funcionários aparentam estarem comprometidos com o seu trabalho, verificou-se que 59% das respostas obtidas pelos clientes, é que às vezes eles sentem um comprometimento da parte dos funcionários no serviço prestado a eles, 38% acham que os funcionários estão sempre comprometidos, pois os atendem com cordialidade, prontidão, com conhecimento e sinceridade, já 3% acham que tem funcionários que nunca se mostram comprometidos com o trabalho, pois nunca sabem responder uma solicitação, ou demoram em atender quando se chega à loja. 53 3% 38% 59% Sempre Às vezes Nunca GRÁFICO 7 – COMPROMETIMENTO COM O TRABALHO. FONTE: DADOS DE PESQUISA Segundo Kotler (1995), um atendimento é dito eficaz quando o cliente fica satisfeito. Isso envolve, entre outros fatores, a sinceridade e clareza (ser franco ao falar sobre o produto, procurar falar a verdade, com sinceridade) e a competência (ter conhecimento das coisas, ser firme, decisivo). Analisa-se, portanto, que demonstrar comprometimento no trabalho é fundamental para atingir o nível de satisfação para com os clientes, pois eles com certeza sentirão segurança em ser cliente da empresa. Com relação a questão se o funcionário aparenta gostar do que faz, verificou-se que 82% acham que às vezes os funcionários demonstram gostar do que fazem, atendendo com prontidão e de forma adequada, 10% acham que os funcionários nunca gostam do que fazem, pois demoram a atender, não passam as informações do produto ao cliente e, 8% demonstram sempre gostar do que fazem, pois demonstram sempre estarem dispostos no atendimento ao cliente, gostam de apresentar as informações do produto, se comunicam adequadamente conforme o momento e as solicitações feitas pelos clientes. 54 10% 8% Sempre Às vezes Nunca 82% GRÁFICO 8 – DEMONSTRAÇÃO DO FUNCIONÁRIO PELO GOSTAR DO QUE FAZ. FONTE: DADOS DE PESQUISA Observa-se de acordo com Cobra (2003), que o papel do vendedor ou do atendente é tão determinante nos processos de venda que de nada adianta o produto ou serviço ser exatamente o que o cliente precisa, se por falta de tato ou motivação, o vendedor aborrecer ou ofender o cliente. O vendedor precisa ter a preocupação de fazer os clientes se sentirem confiantes, pois, com isso, aumentará exponencialmente as chances de ele se tornar fiel à empresa. Analisa-se dessa forma que a empresa precisa olhar mais para seu ambiente interno, no bem-estar de seus funcionários, pois estes devem gostar do que fazem, para passar segurança e confiabilidade aos clientes e estarem motivados no desenvolvimento de suas tarefas. Quanto ao fator se como cliente você tem a impressão de que a empresa procura trabalhar para o seu interesse, fazendo com que você se sinta importante para a empresa, verificou-se que dos clientes questionados, 72% concordam que a empresa demonstra trabalhar para o interesse do cliente, pois sempre oferece produtos inovados e de qualidade e 28% acham que só às vezes sentem esse interesse, pois falta um pouco de comunicação entre empresa e clientes. 55 28% Sempre Às vezes 72% GRÁFICO 9 – INTERESSE DA EMPRESA PELO CLIENTE. FONTE: DADOS DE PESQUISA Conforme Vavra (1993, p. 33), “manter clientes exige que as empresas e organizações demonstrem cuidado e interesse por eles após terem feito uma compra”. Analisa-se, que um trabalho bem feito de preocupação da empresa em saber se o cliente está gostando do atendimento e dos serviços oferecidos, é com certeza o caminho para alcançar um bom nível de satisfação dos clientes, que sentiram importantes para a empresa. Quanto à questão se esta empresa lhe inspira confiança, verificou-se que 72% dos clientes responderam que sim, a empresa lhe passa muita confiança, pois seus produtos são sempre de qualidade e variáveis, oferece preços e planos de pagamentos atraentes, além de atender com presteza, sinceridade e conhecimento das coisas. Mas, 28% dos clientes responderam que para eles a empresa não lhes passa confiança, pois já atrasaram seus pedidos, deixaram de passar informações precisas quando precisaram, atenderam de má vontade, não foram claros e sinceros quanto aos prazos de entrega. 56 28% Sim Não 72% GRÁFICO 10 – CONFIABILIDADE NA EMPRESA FONTE: DADOS DE PESQUISA Segundo Azevedo (2008), para alcançar a confiança do cliente, o primordial é a sintonia entre a empresa e o cliente, sem cobranças ou insistências. A empresa deve simplesmente deixar o cliente saber das novidades e mantê-lo informado sobre todas as movimentações, fazendo com que ele se lembre da empresa sempre que precisar. Analisa-se diante disso, que o cliente tem que se sentir importante, e para isso, a empresa Baby Doces Momentos, deve ser clara, objetiva e sincera através do atendimento, na negociação do fechamento da compra, e após a compra demonstrar interesse ainda no cliente, enviando-lhe informações sobre novidades da sua nova coleção, promoções de preços e formas de pagamento, e principalmente, honrar com as datas de entrega do produto, reclamação esta recorrente nos questionários enviados. Quanto à pergunta, por que você gosta de comprar na empresa Baby Doces Momentos, verificou-se que 42% acham que a empresa tem produtos de qualidade e variados, 31% acham que a empresa oferece formas de pagamento atraentes, 20% acham que a empresa oferece preços baixos de acordo com a concorrência e qualidade do produto, 6% acham que a empresa presta atendimento especial, 1% acha que a empresa tem funcionários simpáticos e que sua localização é muito boa. 57 Tem produtos de qualidade e variados Presta atendimento especial aos seus clientes 1% 1% 31% 41% Os preços são baixos de acordo com a concorrência e qualidade do produto As formas de pagamento são atraentes 20% 6% Os funcionários são simpáticos A empresa tem boa localização GRÁFICO 11 – PREFERÊNCIA DE COMPRAS FONTE: DADOS DE PESQUISA Conforme Bomfim (2008), vale ressaltar que se torna estratégico para uma organização pensar, analisar e implantar uma ferramenta que ofereça aos seus clientes a possibilidade de satisfazer suas expectativas, de se sentir ouvido e respeitado pela empresa de tal forma que, o cliente se considere parte relevante do processo produtivo. Diante dessas declarações, analisa-se a importância da empresa trabalhar com qualidade, com visão a atingir a satisfação do cliente, procurando ter um bom relacionamento e comunicação. No que se refere à questão com relação aos serviços prestados por esta empresa, você teria alguma crítica, elogio ou sugestão, observou-se nesta questão que os clientes questionados gostam muito dos produtos da empresa devido à qualidade oferecida, houve muitos relatos elogiando a qualidade dos produtos. Quanto à críticas e sugestões, verificou-se diante das respostas levantadas, que o atendimento precisa ser melhorado, principalmente, no que refere ao interesse demonstrado pela empresa aos clientes, precisa treinar mais seus colaboradores, para que estes atendam com simpatia, com habilidade, com prontidão, com conhecimento no repasse de informações, enfim, que tenha mais relacionamento com os clientes, tenham comunicação. Levantou-se também, que a ideia de implantação de um programa de pós-venda será muito bem recebido pelos clientes, pois nota-se essa necessidade sendo cobrada pelos próprios clientes. 58 Alguns responderam sugerindo da seguinte maneira: “a empresa deveria desenvolver um trabalho de acompanhamento após a entrega das mercadorias procurando saber como foi à entrega e se os produtos atendem às expectativas”. Outras respostas relataram uma certa falta de comunicação existentes entre a empresa e seus clientes. Essa insatisfação aparece em opiniões como essa: “a empresa se comunicasse mais, podendo ser através de uma ligação ou um e-mail, para que o cliente sinta o interesse da empresa para com eles, que a empresa ouça mais as opiniões dos clientes”, do que eles esperam da coleção, dispondo-se por fim de um contato mais direto com os clientes. De acordo com Galé (1996), criar valor é proporcionar qualidade a um produto ou serviço sob a visão do cliente. Não é o que o produto faz, mas o que ele espera que o produto faça por ele, de maneira destacada e, se possível, única. Aceitar a opiniões e sugestões dos clientes é um fundamento básico no mercado de negócios. E para aceitar as opiniões e sugestões dos clientes é preciso estar ligado com ele, mesmo depois do cliente já ter efetuado sua compra. Segundo Churchill e Peter (2000), embora a satisfação do cliente não seja o resultado mais fácil de ser avaliado, os gerentes devem, constantemente, se empenhar em melhorar os métodos para receber opinião dos clientes. Todos os funcionários, por exemplo, podem ser treinados para encorajar, observar e informar sobre comentários, críticas e sugestões dos clientes. Diante disso, torna-se de suma importância uma ferramenta de pós-venda ativa na empresa Baby Doces Momentos. 6.2.3 Processo de implantação de um programa de pós-venda Diante dos resultados levantados e visto a necessidade de adquirir para a empresa Baby Doces Momentos um programa de pós-venda, conforme analisado em vários momentos durante a aplicação do questionário aos clientes. Então, seguem os passos necessários para a empresa iniciar o processo de implantação desse programa. Segundo Sobrinho (2010), muitas são as formas de pós-venda que podem ser adotadas dependendo da necessidade de seu cliente e do produto/serviço oferecido pela sua empresa. A principal ferramenta é a terceirização de centrais de 59 telemarketing, isto é, neste serviço, o cliente entra em contato através de um número de discagem gratuita (0800) e o atendimento presta as informações solicitadas. Outra sugestão está em criar portais de auto-atendimento no próprio site da empresa na internet, essas são boas ferramentas de relacionamento com o cliente e não está restrita às empresas de grande ou pequeno porte. Observa-se que a vantagem dessas estratégias é o baixo custo e a eficácia. Mas, quando a venda é realizada através de representantes o contato pessoal é fundamental, nesse caso o pós-venda pode ser realizado a cada nova visita, ou mesmo com o envio de material promocional e mala-direta, o que sempre enaltece o cliente. Verifica-se que tanto o (0800) como o portal de auto-atendimento no site da empresa são sugestões atrativas e que repercute resultados satisfatórios sem muitos custos para a empresa. Para a implantação do programa de pós-venda através do (0800), a empresa disponibiliza para os clientes um número para chamadas gratuitas. De modo geral, esse sistema é utilizado pelo chamado SAC - Serviço de Atendimento ao Cliente, este é uma estrutura muitas vezes baseada em um call center, que tem a missão de funcionar como ponte entre empresa e público. Como as perguntas mais frequentes já são conhecidas, organiza-se um sistema programado para respondê-las e prepara-se o atendente para receber, também, consultas diversas. Esse sistema pode trabalhar em regime de 6 horas, 5 dias (ou mais) por semana, até 24 horas (4 turnos), durante toda a semana, inclusive sábados e domingos. (MANCINI, 2010) Segundo Mancini (2010), a importância das estratégias de pós-venda cresceu e foi facilitada com a incorporação das novas tecnologias. A empresa, pelo seu call center, entra em contato com o cliente, dá-lhe as boas vindas, pesquisa seu grau de satisfação e coloca-se à disposição para atendê-lo em qualquer eventualidade. Os primeiros passos para a empresa desenvolver um sistema de pósvenda será: a) implantar um SAC (Serviço de Atendimento aos Clientes) facilitando o acesso ao mesmo por parte da Clientela (Via Lojas, Telefone e Internet); b) dar treinamento aos funcionários dos setores envolvidos; c) conceder autonomia aos funcionários de atendimento e vendas, para a pronta solução de problemas junto aos clientes; 60 d) cadastrar os Clientes e manter permanente comunicação com os mesmos; e) criar um programa de cliente – frequente (por exemplo, oferecer no mês de datas comemorativas, como Dia dos Pais ou Dia das Mães, Dia da Criança, brindes ou desconto nas compras acima de 200 peças e cada R$10.000,00 em pedidos durante o ano o direito à brinde); f) prestar serviços complementares à venda (por exemplo, além da visita do representante, os clientes poderão efetuar suas compras pelo contato direto via telefone e pelo portal de atendimento (internet) no site da empresa); g) incentivar a avaliação da empresa pelo cliente. (neste caso, pelo portal de atendimento (internet) site da empresa e, com a implantação do 0800 proposto à empresa, o cliente poderá ter contato direto com a mesma, avaliando-a, elogiando-a, criticando-a, expondo elogios e reclamações), isto feito de forma gratuita pelo cliente. Esses são alguns fatores indispensáveis que a empresa poderá adotar o serviço de pós-venda. Neste próximo ano de 2011, será o prazo necessário para a empresa Baby Doces Momentos, de posse do resultado da pesquisa colhido pela estagiária, colocar em prática o serviço de pós-venda após o levantamento de preço e um cronograma de implantação. 61 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS Por meio das expectativas dos clientes durante a aplicação de um questionário, verificou-se que a empresa tem boas probabilidades de aumentar o nível de satisfação de seus clientes, através da implantação de um programa de pós-venda, conforme sugerido no item 6.2.3, facilitando assim o acesso direto do cliente com a empresa. Analisando as respostas obtidas na entrevista aplicada ao gerente, concluiu-se que a empresa, através da administração de seu gerente, tem a preocupação de atender bem seus clientes, para que esses se tornem clientes satisfeitos e fieis à empresa. O interesse da empresa de implantar um programa de pós-venda vem ao encontro de atender às necessidades dos clientes, no que se refere à satisfação, relacionamento entre empresa e cliente, qualidade de atendimento e de serviços prestados. E no que se refere à aplicação do questionário aos clientes, diante de suas expectativas levantadas no decorrer da aplicação das questões, verificou-se a necessidade de a empresa concretizar a implantação de um programa de pósvenda, com a finalidade de conhecer melhor seus clientes, seus desejos e necessidades, além de dar espaço para eles opinarem juntamente com a empresa, fornecendo sugestões quanto a criação, elaboração e lançamento das coleções da empresa baby Doces Momentos. As críticas e elogios levantados para a empresa, além de algumas sugestões de clientes, levaram a empresa analisar ainda mais a importância da implantação desse programa de pós-venda, pois tudo envolve a satisfação do cliente após a sua compra efetuada. Diante desse estudo, verificou-se que o marketing não termina quando o cliente compra. Ou seja, quando o cliente compra numa empresa, e esta empresa demonstra interesse nesse cliente, ela vai atrás para saber se o cliente ficou satisfeito, demonstra preocupação e interesse no que o cliente deseja e espera da empresa. E com isso, o cliente se sente amado por essa empresa, e se torna um cliente fiel, e cliente fiel é muito melhor que um cliente novo. 62 REFERÊNCIAS ANGELIM, P. Será que a venda tem fim? Jornal O Povo, Coluna Venda Melhor, 07/12/2002. Disponível em http://www.pauloangelim.com.br/vendamelhor64.html. Acesso em 28/10/2009. APL – Arranjo Produtivo Local Moda Bebê de Terra Roxa. 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ANO IV, Nº 10 – outubro/2007. Disponível no site http://www.scribd.com/doc/932798/Ouvidoria-em-Revista1, acessado em 20/07/2010. PILARES, N. C. Atendimento ao cliente: o recurso esquecido. São Paulo: Nobel, 1989. RAPHEL, M. A escala da lealdade, Revista HSM, n. 13, mar./abr., p. 72-76, 1999. ROESCH, S. M. A. Projeto de estágio e de pesquisa em administração: guia para estágios, trabalhos de conclusão, dissertação e estudos de caso. 2.ed, São Paulo: Atlas, 1999. ROESCH, S. M. A. Projetos de estágio do curso de administração. São Paulo: Atlas, 1996. SOBRINHO, C. O serviço pós-venda como diferencial. Revista Super Meio & Mídia. Disponível em http://www.ifd.com.br/blog/2008/11/24/o-servico-pos-vendacomo-diferencial/. Acesso em 05/06/2010. VAVRA, T. G. Marketing de relacionamento: aftermarketing. São Paulo: Atlas, 1993. WHITELEY, R. Ouvir o cliente é o melhor caminho do sucesso. São Paulo, Folha de São Paulo, Folha Management. n.5, setembro de 1995. ZEMKE, Ron; SCHAAF, Dick. A nova estratégica do marketing: atendimento ao cliente. São Paulo: Harbra Ltda., 1991. APÊNDICES APÊNDICE 1 - QUESTÕES DA ENTREVISTA APLICADAS AO GERENTE DA EMPRESA BABY DOCES MOMENTOS 1. O que a empresa faz para medir a satisfação de seus clientes? ( ) Oferece produtos de qualidade ( ) Oferece um bom atendimento ( ) Sabe ouvir o cliente ( ) Atende bem o cliente, mesmo quando ele vem fazer trocas Outros: ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 2. Como a empresa classifica o cliente pela rentabilidade que gera? ( ) Pelo número de compras efetuadas no mês/ano ( ) Pelo grau de lealdade com a empresa ( ) Pela expectativa de rendimentos a longo prazo ( ) Pela forma de pagamento preferida 3. A empresa prepara o vendedor para prestar um bom atendimento antes, durante e após a venda efetuada pelo cliente? Como? ( ) Através de treinamentos ( ) Faz reuniões motivacionais ( ) Oferecer um ambiente de trabalho agradável ( ) Investe no funcionário a fim de evitar a rotatividade constante Quantas vezes por ano: Quais Cursos? Quais Temas? Outros: ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 4. Como a empresa trabalha a questão “rotatividade de funcionários”? ( ) Os gestores procuram estar abertos para a comunicação interna ( ) Sempre oferece algum benefícios ao funcionário ( ) Tem ambiente e clima de trabalho confortável ( ) Empregamuma ótima política interna de pessoal ( ) Não tem essa preocupação 5. Os funcionários recebem treinamento para atender a clientes? Quais? ( ) Treinamento a clientes ( ) Treinamento de vendas ( ) Treinamento motivacionais ( ) Treinamento de pós-venda Outros: ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------6. O que significa pós-venda para essa empresa? ( ) Conquista de clientes ( ) Sobrevivência no mercado ( ) Relacionamento prolongado ( ) Conhecer as necessidades do cliente 7. Na sua opinião o que um programa de pós-venda proporcionaria para a empresa? ( ) Não vejo nenhuma necessidade ( ) Melhoria no contato com o cliente ( ) Qualidade no serviço ( ) Fidelidade do cliente 8. A empresa trabalha com algum programa de pós-venda? ( ) sim ( ) não 68 Qual? ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Se não há: 9. Existe interesse e preocupação da empresa em implantar um programa de pósvenda? ( ) sim ( ) não Por quê? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------10. Há na empresa algum tipo de avaliação pós-venda? ( ) sim ( ) não Qual? ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- APÊNDICE 2 - QUESTÕES DO QUESTIONÁRIO APLICADO AOS CLIENTES 1. Você é atendido na empresa Baby Doces Momentos assim que chega, ou tem que procurar ou esperar alguém para atendê-lo? ( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca 2. Os serviços que lhes são prestados são feitos em tempo hábil? ( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca ( ) nunca 3. Os funcionários trabalham em equipe? ( ) sempre ( ) às vezes 4. Os funcionários são bem atualizados, bem informados e sabem dar as informações solicitadas para atendê-lo? ( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca 5. Os funcionários sabem comunicar-se de forma adequada as informações solicitadas pelo cliente? ( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca 6. Na sua opinião, cada funcionário demonstra saber qual seu papel dentro da empresa Baby Doces Momentos? ( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca 7. Os funcionários aparentam estarem comprometidos com o seu trabalho? ( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca ( ) nunca 8. O funcionário aparenta gostar do que faz? ( ) sempre ( ) às vezes 9. Como cliente você tem a impressão de que a empresa procura trabalhar para o seu interesse, fazendo com que você se sinta importante para a empresa? ( ) sempre ( ) às vezes ( ) nunca ( ) nunca 10. Esta empresa lhe inspira confiança? ( ) sim ( ) não Por quê? ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 11. Por que você gosta de comprar na empresa Baby Doces Momentos? (Pode assinalar quantas alternativas considerar verdadeiras) ( ) Tem produtos de qualidade e variados ( ) Presta atendimento especial aos seus clientes ( ) Os preços são baixos de acordo com a concorrência e qualidade do produto ( ) As formas de pagamento são atraentes ( ) Os funcionários são simpáticos ( ) A empresa tem boa localização 12. Com relação aos serviços prestados por esta empresa, você teria alguma crítica, elogio ou sugestão? ----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------