Fatores de risco para lesão do esfincter anal: a importância da posição Materna ao nascimento BJOG. 2007 Oct;114(10):1266-72. Alunos: Mayra T. Magalhães Normando A. Jr. Plínio A. P. de Belém Rodolfo C. Sousa Orientadora: Dra. Denise Cidade Escola Superior de Ciências da Saúde (ESCS)/SES/DF Brasília, 16/4/2009 www.paulomargotto.com.br Introdução A lesão do esfíncter anal (LEA) é uma importante complicação do parto vaginal Redução da qualidade de vida A morbidade pós-natal está relacionado ao grau do trauma Introdução Fatores de Risco: Primiparidade Parto instrumental Apresentação anômala Pós-maturidade Episiotomia mediana Perímetro cefálico Distócia de ombro Peso maior 4Kg Prolongamento do 2º período do TP Introdução A maioria dos trabalhos anteriores categorizavam a posição do nascimento apenas em vertical e horizontal Vertical: Menos doloroso, reduz BCF anormal, diminuição do 2º período, menor instrumentação e episiotomia Edema, aumento do sangramento e lesão perineal de 2º grau Introdução Resultados inconsistentes relacionando a posição materna no TP com o risco de LEA devido à pequena amostra Objetivo: Avaliar a posição materna no 2º período de TP como fator de risco para LEA Métodos Estudo observacional de coorte realizado no South Hospital em Estocolmo, Suécia. Realizado entre abril de 2002 e 31 dez 2005. 19.157 Partos Foram excluídas gestações múltiplas, cesáreas, partos instrumentais Métodos Parteiras são responsáveis por coletar e registrar os dados das parturientes Variáveis: Paridade, idade materna, IG, indução de TP, anestesia epidural, analgesia, episiotomia, duração do 2º período e posição materna Métodos Posições maternas analisadas: Sentada Litotomia Supino Ajoelhada Decúbito lateral Cócoras Cadeira parto Segurada pelo acompanhante LEA 3º grau: Laceração de pele, mucosa, corpo perineal envolvendo esfíncter anal 4º grau: Laceração que se estende do ânus a mucosa retal, expondo o lúmen Análise Estatística A prevalência de LEA – 95% IC Análise de regressão logística para cada posição de nascimento diferente, obtendo-se o OR com 95% do IC SPSS – versão13.0 Resultados 12.782 mulheres (43,8% primíparas / 56,2% multíparas) Posições mais freqüentes: 1. Sentada (42%) 2. Litotomia (21,1%) LEA: 3,5% (n=449) / 84,6% LEA 3ºgrau (5,8% das primíparas / 1,7% das multíparas) Resultados LEA: Litotomia: 6,9% Cócoras: 6,4% (primíparas) Dentre as primíparas houve menor proporção de LEA em posição de decúbito lateral Maior proporção de LEA: menor 35 anos, epidural, 2º período prolongado, perímetro cefálico maior 35cm e peso maior 4Kg Resultados Aumento de LEA (primíparas): Pós-termo Ocitocina Diminui LEA: Analgesia Sem associação: Indução de TP Episiotomia Apresentação não occípto anterior Apgar abaixo de 7 Resultados Litotomia associa-se a: Pós-maturidade Indução do TP Epidural 2º período prolongado Episiotomia Apgar baixo no 1º min Peso RN maior 4kg Resultados Cócoras: Menos epidural Menos episiotomia Menos analgesia Discussão Posição de litotomia ou cócoras apresentaram maior risco para LEA A proporção de LEA em posição de litotomia não pode ser explicada pelo maior nº de partos complicados pois não foram isolados fatores de risco como: IG, peso de nascimento, características obstétricas Discussão Trabalhos anteriores mostraram relação entre posição de litotomia e cócoras com aumento de LEA Cócoras: Força da gravidade → ↑ pressão no períneo → ↑risco de ruptura (contração) Dificuldade de acesso para proteção do períneo Discussão Litotomia: Aumento da sensação de pressão perineal e diminuição da habilidade de controlar “puxo” Fetos grandes geralmente sugerem a posição de litotomia Neste estudo o resultado não apresentou significância estatística entre epsiotomia e LEA, provavelmente pela baixa proporção de epsiotomia Discussão Limitações: Tempo adotado na posição Proteção do períneo Possíveis falhas e erros nos dados colhidos pelas parteiras Conclusão As posições de litotomia e cócoras podem aumentar o risco de lesões de 3º e 4º. Este estudo mostrou uma maior evidência de que a posição de nascimento pode levar ao trauma perineal grave, porém, foi inconclusivo sobre os efeitos globais das diferentes posições de nascimento OBRIGAD@!!!!