Relacionamentos III
A verdade é que os nossos relacionamentos, muitas vezes se tornam causa e ocasião de
grandes dores de cabeça.
Então, vamos fazer uma pausa para discutir um pouco a relação... Desculpem a brincadeira,
mas é que essa frase provoca urticária e arritmias em muitos namorados, casados ou afins.
Mas, na verdade mesmo, os relacionamentos, embora sejam realmente fonte de muitas
preocupações e desgastes, tristezas e choradeira, ainda é a melhor forma de tocar a vida.
Amor e saúde andam de mãos dadas e abraçadas com a família.
Um apoio da família é fundamental para a recuperação de doentes graves e em períodos
pós-cirúrgicos. Qualquer um que tenha acompanhado parentes ou que tenha alguma
experiência com isso pode comprovar o que estou dizendo. Pesquisas apresentadas por um
médico americano demonstram que a prevalência de ataques cardíacos entre solteiros,
separados e viúvos é bem maior do que entre os casados. A taxa de mortalidade dos
casados chega a ser cinco vezes menor do que aqueles que vivem solitariamente.
Só que a coisa não é tão simples assim. Nunca é... que pena, né?
Os relacionamentos, se não cuidados com o devido respeito e atenção, podem ser muito
mais venenosos para nossa saúde e alegria de viver do que a solidão divertida e
despreocupada do convívio dos amigos.
E para uma boa convivência, mando minha colaboração nesse dia em que a maioria dos
casais vai comemorar mesmo o Dia dos Namorados. Três conselhos, três dicas...
1.- re-veja sua expectativas: as pessoas são mais infelizes no casamento ou afins na razão
direta do que esperam. Normalmente, as pessoas esperam muito do namoro, do
casamento... se frustram e acusam seus parceiros de amores. Casamento, namoro, não
endireita a vida de ninguém, não substitui sua realização profissional, não te protege contra
terremotos e nem é seguro desemprego, com desconto em farmácia. Aquela paixão
incendiária não dura a vida toda (ainda bem, porque, senão, todo mundo ia ficar com
problemas no coração: já pensou, ter uma taquicardia todo dia de manhã!?). Seja realista: se
pergunte o que espera do seu companheiro(a)?
2.- tenha uma boa comunicação: nunca deixe amontoar coisas, queixas... Não há nada mais
destrutivo do que ressentimentos. Converse, procure se fazer entender. E, principalmente,
seja um bom ouvinte. Não há nada pior para uma comunicação do que falar, falar, falar,
falar... e ir embora. E depois ainda acusar o outro de que só você é que fala. Essas coisas
afastam e abrem brechas perigosas em uma uniãozinha. É preciso ser bom/boa
conversador/a . Isso diz respeito a elogios também: expresse como você é feliz, como seu
parceiro ou parceira são legais, como você o/a admira. Especialmente em público. Uniões
bem sucedidas são sociedades de admiração recíproca.
3.- respeito à individualidade: as pessoas já são diferentes, mais ainda homens e mulheres.
Não queira que seu/sua parceria seja igual a você, tenha os mesmos gostos e necessidades.
A relação madura permite ao outro crescer no sentido dos seus talentos e necessidades, é
apoio e não tolhimento. Ciúmes, controles, disputa de poder, “vamos ver quem manda
aqui” são uma tentativa de assassinato do relacionamento. Ter seus espaços, gostos, cantos,
amigos... enfim, cultivar a diferença. Como diz Diyer, “qualquer relacionamento em que
duas pessoas se tornam uma, o resultado final será duas meias pessoas”.
Então...apesar de todos os problemas e dificuldades que uma relação traz, ainda é a melhor
alternativa! Vale a pena tentar! Quem ama, vive mais!!!!
Então, todo mundo namorando... todo mundo se enroscando, sem esperar mais do que a
emoção de estar junto, ouvindo bastante, sem tentar controlar, com a boca cheia de elogios
docinhos, entendendo que cada um é cada um...Ordens psicológicas, cardiológicas e mesmo
“necrotériologicas”, onde não te querem tão cedo!
João Paulo Correia Lima
Psicólogo clínico – diretor científico da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática
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Hoje eu ia tratar de dor de cabeça, mas como quinta foi dia