“COMUNICAR SIM, MAS COMO?”1OS SENTIDOS PRODUZIDOS SOBRE A COMUNICAÇÃO ALTERNATIVA POR PROFESSORAS DE EDUCAÇÃO ESPECIAL. Graciela Fagundes Rodrigues2 FADERS CAPES/PROESP RESUMO Este artigo apresenta resultados de pesquisa cujo principal objetivo foi investigar os sentidos atribuídos à Comunicação Alternativa (CA) por professores de Educação Especial que atuam na Sala de Integração e Recursos (SIR) da Rede Municipal de Ensino de Porto Alegre/RS. A pesquisa, de caráter qualitativo, desenvolveu-se como um estudo de caso, que utilizou duas técnicas principais: a) grupo focal, do qual participaram oito professoras da referida rede de ensino, que atendiam pelo menos um aluno/a com ausência ou dificuldade na linguagem oral; b) observações diretas não participantes nas próprias SIRs onde atuavam as professoras participantes. Os resultados aqui apresentados referem-se aos sentidos produzidos acerca da Comunicação Alternativa, que revelam, de certa forma, como o não “falar” repercute no planejamento e nas ações pedagógicas das professoras. A pesquisa desenvolveu-se sob os pressupostos da Teoria Sócio-Histórica, na qual o conceito de sentido é entendido como intersubjetivo, reconstruído pelo sujeito a partir de suas práticas sociais e decorrente dos significados. Os resultados sinalizam que os sentidos sobre a CA estão entrelaçados entre o entender a repercussão da deficiência sobre a comunicação e, a partir disso, planejar estratégias para favorecer a comunicação dos alunos. Tendo em vista isso, entendemos que tais sentidos repercutem tanto nas concepções sobre o aluno que não utiliza a fala para comunicar-se quanto no seu processo de inclusão escolar. O “não falar” não pode ficar atrelado à causa orgânica, mas que esta pode ser compensada pelo contexto social, na medida em que o mesmo oportunize aos sujeitos terem “vez” e “voz”. PALAVRAS-CHAVE: Comunicação Alternativa. Educação Especial. Sala de Integração e Recursos. Vygotsky. 1 Título inspirado na obra de Philippe Meirieu denominada: “Aprender... sim, mas como?” Editora Artes Médicas (1998). Mestre em Educação (UFRGS). Professora da Fundação de Articulação e Desenvolvimento de Políticas Públicas para Pessoas Portadoras de Deficiência e de Altas Habilidades do Rio Grande do Sul (FADERS). E-mail: [email protected] 2