Epidemiologia
 Idade de início: média de 55 anos em ambos os sexos,
variando de 20 a 80 anos
 Mais comum em homens: proporção de 3:2
 Prevalência: 160 casos/100000 habitantes
 Incidência: 20 casos/100000 habitantes
Fisiopatologia
Há degeneração das células dopaminérgicas que
formam a via nigro-estriatal.
Anatomia dos Gânglios da base
É um grupo de núcleos na substância cinzenta
localizados na região profunda do encéfalo
Principal função: controle do movimento
Anatomia dos Gânglios da base
São 6:
1. Núcleo caudado
2. Núcleo lentiforme: dividido em putâmen e globo
pálido (interno e externo)
3. Claustrum
4. Corpo amigdalóide
5. Núcleo accumbens
6. Núcleo basal de Meynert
Anatomia dos Gânglios da base
 Globo pálido – filogeneticamente mais antigo
 Núcleo caudado e putâmen – filogeneticamente
mais recentes
- mesma origem embriológica e conexões semelhantes
- denominados núcleo estriado
O núcleo estriado
 Dividido em:
- Pars compacta (SNc), mais dorsal
- Pars reticulata (SNr), mais ventral
 Faz importantes conexões com a substância negra
(neurotransmissor: dopamina): vias nigro-estraiatais e
estriato-nigrais
Fisiologia dos Gânglios da base –
Via Nigro-estriatal
 Entrada do circuito: striatum
 Saída do circuito: globo pálido e pars reticulata
Entre a entrada e a saída, há duas vias de comunicação:
 Via direta: sem estações intermediárias
 Via indireta: conexões com o pálido externo e o núcleo
subtalâmico
Movimento
Neurônios
estriatais
Córtex
Glutamato
D2 inibição
Striatum
D1 – excit
Dopamina
Neurônios
estriatais
Glutam
ato
Pars compacta
GABA
GABA
Pálido externo
Tálamo
GABA
Núcleo Subtalâmico
Glutamato
Pálido interno/Subst negra – pars reticulata
GABA
Fisiologia dos Gânglios da base Conexões
Assim, conclui-se que:
 Via indireta: inibe movimento
 Via direta: facilita movimento
Fisiopatologia
 Na Doença de Parkinson: degeneração das células
dopaminérgicas da
via nigro-estriatal
 Resultado:
- ↓ atividade da via direta :
↓ movimento
- ↑ atividade da via indireta:
↓ movimento
Essas alterações levam à
HIPOCINESIA
Sinais e sintomas
 Tremor de repouso
- presente em extremidades (“rolar pílulas”)
- desaparece com uma ação
- comum em lábio, queixo e língua
- agrava com o estresse
 Rigidez
- aumento do tônus muscular
- manifesta-se pela “roda denteada”
 Postura flexionada
 Bradicinesia
- lentidão do movimento
- dificuldade para iniciar movimento
- redução da amplitude dos movimentos
- face sem expressão (“em máscara”)
- fala torna-se baixa
- escrita manual fica pequena e lenta
- alteração da deglutição
 Perda de reflexos posturais
 quedas
 “teste do puxão”
 sentar-se em bloco
 Fenômeno do congelamento
- incapacidade transitória
de executar movimentos ativos
 Outros
- diminuição da atenção
- mudança da personalidade: mais dependente,
indeciso, passivo
- pode ocorrer acatisia (incapacidade de ficar quieto) e
síndrome das pernas inquietas
- alteração do sono
- distúrbios autonômicos: constipação, inadequado
esvaziamento da bexiga, PA baixa
Diagnóstico
Segundo o Banco de Cérebros da Sociedade de
Parkinson do Reino Unido:
 Critérios necessários para o diagnóstico de DP
- bradicinesia ( e pelo menos 1 dos seguintes)
- tremor ao repouso (4-6 Hz)
- rigidez muscular
- instabilidade postural
 Critérios de suporte positivo para o diagnóstico de DP
(3 ou mais são necessários)
- início unilateral
- tremor de repouso
- doença progressiva
- persistência da assimetria dos sintomas
- boa resposta ao levodopa
- presença de discinesias induzidas pelo levodopa
- evolução clínica de 10 anos ou mais
 Ausência de outras causas de pakinsonismo
 Outras causas de parkinsonismo
- drogas: antagonistas e depressores de dopamina
- hidrocefalia
- hipóxia
- disfunção da paratireóide
- traumatismos
- tumores
- vascular: múltiplos infartos
- Doença de Huntington
Farmacologia
Biossíntese da dopamina
Tirosina
Tirosina
hidroxilase
Degradação
L-dopa COMT 3-O-metildopa
Descarboxilase
L-DOPA
Dopa
descarboxilase
Dopamina
Dopamina betahidroxilase
Noradrenalina
N-metiltransferase
Adrenalina
Dopamina
COMT
MAO
Aldeído
desidrogenase
Ác 3,4-diidroxi
fenilacético
(DOPAC)
3-MT
MAO
AD
COMT
HVA
Medicamentos
 Levodopa
- precursor metabólico da dopamina
- mais eficaz
- uso prolongado: fenômeno da exaustão
- dose excessiva: discinesias
- estágios mais avançados da doença: fenômeno on/off
- deve ser administrada com inibidor de ação periférica
da descarboxilase: carbidopa ou benserazida
- combinações:
Levodopa/carbidopa:comprimidos de 200/50mg e
50/25mg
Levodopa/benserazida: comprimidos ou cápsulas
100/25 mg e comprimidos de 200/50 mg
- doses são ajustadas de acordo com a resposta clínica.
Máximo: 600-750mg/dia de levodopa
 Agonistas dos receptores de dopamina
- Ropinerol , pramipexol, bromocriptina e pergolida
- menos eficazes
- podem ser usados com a levodopa
- efeitos colaterais: hipotensão postural, sonolência,
síncope
- doses:
bromocriptina: 5mg, 3x/dia
pergolida e pramipexol: 0,5mg, 3x/dia
ropinirol: 1mg, 3x/dia
Iniciar com doses baixas antes de dormir
 Inibidores da catecol-O-metiltransferase
- tolcapona e entacapona
- bloqueiam a conversão periférica da levodopa em 3O-metil-DOPA
- efeitos colaterais: hipotensão ortostática, sonolência,
confusão, alucinações, hepatoxicidade (tolcapona)
- doses
Tolcapona: 100mg, 3x/dia, máximo de 600mg/dia
Entacapona: 200mg, 4 a 10x/dia
 Inibidores seletivos da MAO-B
- selegilina
- retarda a decomposição da dopamina no estriado
- efeitos colaterais: ansiedade, insônia
- dose: 5 a 10mg/dia
 Antagonistas dos receptores muscarínicos
- triexifinedil, biperideno
- menos eficazes
- usado no tratamento do tremor
- pode ser associado à levodopa ou a um agonista da
dopamina
- efeitos colaterais: boca seca, diminuição da memória,
confusão
- não deve ser usado em idosos
-doses
Triexifinedil: 0,5 a 1 mg/dia, máximo de 15mg/dia
Biperideno: 2 a 8mg/dia
 Amantadina
- antiviral usado no tratamento da influenza A com
atividade antipakinsoniana
- aumenta a liberação de dopamina e bloqueia sua
recaptação pelos terminais pré-sinápticos
- propriedades anticolínérgicas e antiglutamatérgicas
- diminuição do efeito após alguns meses de
tratamento
- efeitos colaterais: livedo reticular, edema no
tornozelo, e alucinação visual
- dose: 100mg, 2x/dia. Máximo de 400mg/dia
COMT
L- DOPA
3-O metildopa
Levodopa
Descarboxilase
Dopamina
Carbidopa
Benserazida
COMT
3-Metexitiramina
Selegilina
MAO
AD
DOPAC
Entacapona
COMT
MAO
HVA
Bibliografia
 Neuroanatomia funcional. Angelo Machado. 2ª ed.




Editora Atheneu. p.249
Curso de Neurologia 2010. Prof Dr Vitor Tumas.
Disponível em:
http://rnp.fmrp.usp.br/~distmov/FisiopatologiaGangli
osBase.pdf
Tratado de Neurologia. Merrit. 11ª ed. Editora
Guanabara Koogan. p 768
Doença de Parkinson – Protocolo Clínico e Diretrizes
Terapêuticas. Disponível em:
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/pcdt_d
oenca_parkinson_livro_2010.pdf
As Bases Farmacológicas da Terapêutica. Goodman e
Gilman. 11ª ed. Editora Mc Graw Hill. p.471
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Doença de Parkinson