Comprovando, Mais Uma Vez!, A Frágil Influência do Salário na Motivação. Céticos insistem em discordar da frágil influência de fatores extrínsecos na motivação, principalmente a do salário. Decifrar, mais uma vez, essa polêmica inspirou-nos pesquisar pessoas de diferentes níveis salariais em nove organizações de diferentes atividades e regiões – no Vale do Itajaí e no Oeste do Paraná. Duas naturezas de questões constituíram o foco da investigação: a influência do salário pago pela empresa na motivação e a satisfação com salários e benefícios e; a influencia do salário na motivação e na satisfação com a organização do trabalho, comunicação e recompensas. O formulário de pesquisa continha questões baseadas nas recomendações de Dean Spitzer. Os resultados foram tabulados no Sphinx 2000 e utilizaram-se os métodos da correlação e da regressão. Em todos os cruzamentos se verificaram frágeis, ou nenhuma, influência do salário na motivação e na satisfação, contrariando-se estudiosos como os professores Beer e Walton da Harvard Business School e Lawler III . Palavras-chave: salário, influência, motivação. Introdução Não é raro ouvir-se a expressão “na prática a teoria é outra”, principalmente quando se fala em motivação. Duas correntes teóricas podem ser claramente categorizadas nessa problemática: os que acreditam na motivação como um processo essencialmente intrínseco (Archer, 19971; Bergamini,19972; Herzberg,19973) e; os que acreditam tanto na influência dos fatores extrínsecos como dos intrínsecos, como apontado por Pfeffer (1994)4 e afirmados por Lawler III (1997)5, Beer e Walton (1997)6. E muito comum se ouvir e ler a expressão “motivar pessoas” ou “motivar funcionários”. Por traz dessa expressão está a crença de que se pode motivar alguém. As expressões “automotivação” e “motivação intrínseca” geralmente é aplicada pelos que acreditam que a motivação é essencialmente decorrente dos motivos próprios. Archer explica que “um motivador nada mais é do que um motivo – uma necessidade, por definição.” (op. cit. p.24) Portanto, o que motiva são as necessidades, desejos e expectativas do indivíduo em vez de o que é oferecido pelo meio ambiente. A oferta coloca em ação a pessoa-alvo apenas se ela quiser satisfazer seus motivos. Ou seja, se seu intelecto decidir pela aceitação. Herzberg (op. cit., p. 58) salienta o caráter intrínseco da motivação ao enfatizar que “...só podemos falar de motivação se tivermos um gerador próprio [...] Salários em espiral. Isso motiva as pessoas? Sim, a ir atrás do próximo aumento salarial. Ainda podemos ouvir alguns medievalistas dizendo que uma boa depressão faz os funcionários andarem para frente. Eles acham que se aumentos salariais não derem conta, sua redução o fará.” Pfeffer (op. cit, p. 39) relata pesquisas que relacionam ganhos monetários com motivação e comenta que muitas empresas norte-americanas criam políticas salariais para obter mais empenho de seus funcionários. Em suas próprias palavras: “...nos Estados Unidos tem havido uma tendência de usar demais o dinheiro num esforço de resolver uma série de problemas organizacionais”. Ao fazer comentários sobre sua obra Motivation in Work Organizations; Lawler III (op. cit. p. 132) afirma sua convicção de que as pessoas são motivadas “tanto por recompensas extrínsecas, como, por exemplo, o salário, como por recompensas intrínsecas, tais como sentimentos de realização e de competência.” Beer e Walton, ao questionarem em que condições as recompensas motivam, afirmam que “Para que sejam úteis elas precisam ser vistas como oportunas e associadas ao desempenho eficaz [...] a motivação para exercer esforço é acionada pela perspectiva das recompensas desejadas: dinheiro, reconhecimento, promoção e assim por diante. Se o esforço leva ao desempenho e o desempenho leva às recompensas desejadas, o funcionário fica satisfeito e motivado para manter o bom desempenho”. (Op. cit. p. 21). Os autores acrescentam que as organizações estão também enriquecendo os cargos para obter melhor desempenho a partir de fatores intrínsecos, como auto-estima e realização. Bergamini comenta que a linha behaviorista ensina a motivar pelo condicionamento. Isto é, oferece-se gratificação freqüente para determinados comportamentos e à medida que a pessoa responde a esses estímulos ela os incorpora aos seus hábitos de respostas, mas por um período determinado. Explica que “quando se assume, por exemplo, que seja possível motivar as pessoas, está se confundindo motivação com condicionamento. Uma vez que essas forças condicionantes desaparecem, sejam elas reforçadores positivos ou negativos, essas pessoas param, precisando de novos estímulos para que voltem a movimentar-se nesta mesma ou em qualquer outra direção.” (1997, p. 75) Esses posicionamentos tornam a pesquisa da influência de fatores extrínsecos na motivação, oportuna e de extrema importância. E, tendo-se em vista as culturas distintas em diferentes regiões e em diferentes instituições; as investigações se tornam ainda mais fundamentais à sistematização do conhecimento. O problema consistiu, portanto, em descobrir a influência dos salários que os pesquisados recebem em suas motivações. As seguintes perguntas de pesquisa foram formuladas para investigar esse problema: O salário que a pessoa recebe a influencia a motivar-se ao trabalho, à comunicação e a recompensas? O salário que a pessoa recebe a influencia a ficar satisfeita com o trabalho, com a comunicação e com recompensas? O salário que a pessoa recebe a influencia a motivar-se para os salários e benefícios ao compara-los com os do mercado? O salário que a pessoa recebe a influencia a ficar satisfeita com o salário e com os benefícios ao compara-los com os do mercado? Os 10% dos pesquisados que ganham menos - até R$370,00 - revelam perfis distintos de interesse (motivação) a salários e benefícios em comparação com os 10% que ganham mais - acima de R$2.499,00? Há diferença estatisticamente significante no grau de satisfação com o salário e com os benefícios recebidos ao compara-los com os do mercado, entre as pessoas que ganham mais e as que ganham menos? Os salários dos funcionários das diferentes organizações influenciam diferentemente as motivações dos funcionários? Os salários dos funcionários das diferentes organizações influenciam diferentemente suas motivações e satisfações no trabalho? Supôs-se que os salários que os pesquisados recebem não teriam influência significativa em suas motivações e satisfações, corroborando-se as afirmações de autores que defendem a tese de que a motivação é em essência intrínseca. Em outras palavras, supôs-se que seria frágil o poder de motivar das políticas e práticas salariais das organizações, em virtude de ser um fator extrínseco. O objetivo delineado para pesquisa foi verificar a influência do salário pago pelas empresas, nas motivações e satisfações das pessoas mais motivadas à organização do trabalho, comunicação e recompensas, a partir dos fatores propostos por Dean Spitzer, em pesquisa em oito empresas do Vale do Itajaí e do Oeste do Paraná, no primeiro semestre de 2003. Mais alguns apontamentos e comentários à literatura Ernest R. Archer (op. cit., p. 23) aponta cinco interpretações que considera errôneas quanto à motivação, entre elas: (1) “a crença de que uma pessoa possa literalmente motivar outra” e; (2) “a crença de que a os fatores de motivação e os fatores de satisfação sejam a mesma coisa.” O autor recorre ao Webster´s para explicar que “um motivo é uma necessidade que atua sobre o intelecto, fazendo uma pessoa movimentar-se ou agir.” (p.24). Assim, a ação é dirigida pelo intelecto, segundo a importância que ele dá à necessidade e ao desejo de satisfaze-la. Em outras palavras, a motivação é essencialmente intrínseca. Archer diferencia motivação de satisfação. Explica que o motivo inclina a pessoa à ação e a satisfação elimina o motivo. Por exemplo, fome é um motivo que sugere alimento. Este satisfaz a fome. Portanto, não nos motivamos pelo alimento (fator extrínseco), mas pela fome (fator intrínseco). É incorreto, segundo essa percepção, dizer que as pessoas se motivam pelo salário que a organização oferece. Os reais motivos são suas necessidades de vestir, comer, beber, lazer, morar, etc., que podem ser “resolvidas” pelo dinheiro. Portanto, o respondente de uma pesquisa que assinala o grau máximo em interesse pelo salário revela que quer suprir com mais intensidade, ou abrangência, suas necessidades fisiológicas. Outro que assinala o grau mínimo, revela pouco interesse, ou necessidade, fisiológica. O interesse por dinheiro, pode, também, estar mascarando necessidades subjacentes, como pertencer a uma classe social, melhorar a auto-estima, etc. Haak (1998, p. 2)7, observou que “alguns psicólogos organizacionais – Chris Argyris, Douglas McGregor, Frederick Herzberg – lançaram a idéia de que as estruturas organizacionais, os estilos de liderança e a organização geral do trabalho poderiam ser modificados para gerar cargos enriquecidos e que promovessem a motivação, através do autocontrole e criatividade”. Segundo Bergamini “A única coisa que se pode fazer para manter pessoas motivadas é conhecer suas necessidades e oferecer fatores de satisfação de tais necessidades”. (1997, p. 92)8. A argumentação de que a essência da motivação é intrínseca é corroborada pelo processo da ação motivada. Ele pode ser compreendido em três etapas: inicialmente o estímulo externo encontrará eco se atender as necessidades, desejos e valores do indivíduo. Nesse momento o intelecto consulta à memória para analisar as experiências armazenadas e avaliar a economia psicológica da ação, ou seja, saber se a recompensa satisfaz ao esforço necessário. Em caso positivo, entra em cena a expectativa de sucesso. Se o processo cognitivo indicar possibilidade de sucesso, ou seja, o indivíduo se sentir competente à ação e aos resultados esperados, o processo da ação motivada se conclui. Bergamini explica que a satisfação dos colaboradores que se sustenta através do tempo e que resulta em bons resultados para a organização vem da motivação própria. Em sua percepção, os gestores podem colaborar para que os funcionários, individualmente, busquem dentro de si a força necessária para agir e vejam um porquê em sua atividade. Nas palavras textuais da mesma autora “Conseguir que a motivação não desapareça é fazer com que se continue vendo algum sentido naquilo que se está fazendo” (1994, p. 52)9. Ao comentar que as empresas dos Estados Unidos “compram” o esforço do trabalhador, Pfeffer (op. cit. P. 39) reflete: “Entretanto, também é verdade que a equidade e justiça, virtualmente, ditam que, se as pessoas são responsáveis por níveis elevados de desempenho e lucratividade, desejarão compartilhar os benefícios.” A afirmação precedente pode ser interpretada como o que está em “jogo” não é necessariamente a motivação pelo dinheiro, como muitos afirmam, mas valores como equidade e justiça. Ao analisar as distâncias entre as faixas salariais, Pfeffer explica que “...grandes diferenças na alocação de recompensas organizacionais podem motivar as pessoas a conseguir essas recompensas” (op. cit. p.53). Isso, salienta o autor, pode levar as pessoas a despenderem esforços para influenciar os gestores, visando conseguir essas recompensas, não se obtendo, então, o esforço à produtividade. Pfeffer propõe às organizações a redução das distâncias entre salários, visando: (1) evitar esforços dirigidos exclusivamente a isso e; (2) “aumentar outras bases de satisfação com o trabalho, formando uma cultura menos calculativa em natureza”. (p.54) Spitzer (1997)10 designou o termo “supermotivação” para expressar a “motivação elevada e auto-sustentada, que abrange a organização como um todo”. E, descreve alguns mitos (p. 23-26) – vide entre aspas nas frases seguintes – que, segundo seus estudos, levam gestores a agirem incorretamente, por entenderem que: “algumas pessoas são motivadas, outras não”. É importante compreender que todos os seres humanos têm um conjunto completo de necessidades, desejos e expectativas, quer ativos quer latentes. “as recompensas conseguirão motivar os funcionários”. Comenta o autor, que os americanos tem privilegiado os aspectos financeiros e materialistas, para “motivar”. Salienta que: “a verdadeira motivação não está à venda! Comprar fidelidade não é uma estratégia motivadora eficaz a longo tempo.” “a ameaça é a única motivação que algumas pessoas entendem”. Sabe-se que o medo bloqueia a criatividade e limita a produção. “funcionários felizes são motivados”. Essa crença não diferencia a emoção relaxante positiva da emoção positiva estimulante. Ou seja, aquela melhora o humor, a partir de descontrações, mas não leva necessariamente a pessoa a produzir. O estimulo, no entanto, é expresso por desafios que levam a ações realizadoras. “a motivação é responsabilidade do departamento pessoal ou do supervisor”. Ou seja, atribuem a um departamento e a um supervisor a responsabilidade e não aos gestores o tratamento das questões humanas: sabe-se que gerentes lidam com recursos e líderes com pessoas. “motivação é bom senso”. Pensar que motivação é apenas bom senso é um mito simplista. A motivação exige conhecimentos e aplicação de estratégias de satisfação. Spitzer recomenda aos estudiosos de motivação não caírem na armadilha que denomina “chauvinismo teórico”. Ou seja, aderir a uma única linha teórica sem se ater às demais. Diz o autor que boa parte das teorias de motivação complementa outra e isso amplia o modo de ver os motivos que levam à ação e os fatores que os satisfazem e mantém o ambiente com energia, como diz: “supermotivado”. Segundo o mesmo autor, existem dois tipos de motivação: 1. motivação externa. A motivação externa é condicionadora e nos estimula a adotar padrões comportamentais rotineiros, em vez de nos aventurarmos a respostas criativas. As empresas que dependem de forma excessiva de recompensas e ameaças externas para conseguir a realização do trabalho, não alcançam o alto desempenho de longo prazo. A motivação externa é sempre temporária. (p.33). 2. automotivação. Dentro de cada ser humano existe um desejo de ser automotivado, e não de ser controlado por recompensas, autoridade ou algum outro aspecto do ambiente externo. Pessoas altamente motivadas possuem seus próprios incentivos internos para agir. Spitzer afirma que a motivação própria “é o que de mais poderoso existe. Ela pode favorecer a liberação da energia emocional latente contida em todos nós e tem o potencial de energizar o desempenho humano extraordinário”. O autor discorre sobre a existência de oito grandes desejos humanos, cada um com potencial para liberar enormes quantidades de força da motivação: desejo de atividade: ...ser ativo ser engajado e aproveitar a vida. desejo de propriedade: ...temos uma paixão inata por bens materiais. desejo de poder: ...sentimento de influenciar pessoas e dirigir suas ações; as próprias inclusive. desejo de afiliação: ...somos criaturas sociais. desejo de competência: ...a competência é a essência da auto-estima. desejo de realização: ...a realização está vinculada ao sentimento de sucesso. Embora a palavra sucesso tenha significado distinto para pessoas diferentes, todas buscam alguma forma de sucesso. desejo de reconhecimento: ...todos querem se sentir apreciados pelos outros, ser reconhecidos por seus méritos e contribuições. desejo de significado: ...todos querem acreditar que sua vida é importante; estar vivendo por uma razão, além de simplesmente ganhar a vida a enriquecer os acionistas. Mediante o conhecimento dos desejos humanos, o autor propõe mudar o contexto do trabalho. Ou seja, tornar a arquitetura organizacional apropriada à arquitetura da motivação: “nenhum outro tipo de atividade é tão amplamente motivador ou tem a mesma importância espiritual e psicológica que o trabalho. Para muitas pessoas, o trabalho é a maior fonte de identidade e significado” (p.49). Explica que todo trabalho tem dois aspectos: a tarefa (conteúdo técnico) e o contexto (tudo relacionado à tarefa). E, para a função se tornar mais interessante muda-se o contexto. Assim, salienta que em vez de se preocupar com cada funcionário o gestor pode mudar o contexto de seu trabalho e conseguir que a arquitetura da motivação seja elevada. O autor recomenda aos gestores o ataque às insatisfações a partir de ações, como: obter comprometimento da alta gerência; por meio de um processo contínuo, criar expectativas realistas; formar uma equipe de coordenação investida de poder, a partir do envolvimento dos funcionários; identificar as insatisfações de mais alta prioridade; desenvolver uma estratégia de redução das insatisfações; desenvolver planos específicos; enfatizar a comunicação durante a implementação dos planos; reconhecer as melhorias. Para dinamizar a organização o autor propõe cinco conjuntos de fatores – planejamento, produção, comunicação, treinamento e recompensa. Em nossa pesquisa, utilizamos três desses fatores, conforme figura a seguir: Supermotivador Trabalho Exemplos de variáveis descontrair o ambiente, variar as tarefas, orientar, respeitar os prazos e comemorar as vitórias. Comunicação compartilhar informações importantes; discutir o desempenho com os colegas; realizar sessões de perguntas e respostas; conhecer a missão, valores e Recompensas visão da organização; incentivar e dar respostas às sugestões e; realizar reuniões produtivas. basear salário em competências; possibilitar ao funcionário a escolha dos benefícios; variar as formas de reconhecimento; ser justo nas recompensas; e recompensar as contribuições espontâneas. Figura 1 - Variáveis que compõem cada conjunto de fatores de satisfação, utilizadas na pesquisa, a partir das recomendações de Spitzer. A proposição de Spitzer facilita o papel da gestão em relação aos teóricos que propõem ações sobre cada indivíduo, uma vez que sugere conjuntos de políticas e práticas que atendem as necessidades, desejos e expectativas das pessoas que trabalham na organização. No entanto, deve-se ressaltar que pessoas diferentes têm distintos níveis de necessidades e desejos em ocasiões diversas. Então, depreende-se que além da ação sobre o contexto do trabalho é importante identificar os perfis das motivações individuais nos distintos momentos. O próprio autor ressalta as diferenças individuais resultantes das próprias experiências e que um fator de satisfação pode perder sua eficácia ao longo de sua oferta. Método e material de pesquisa A pesquisa que deu origem a este artigo faz parte de um projeto mais abrangente que tem como objetivos descobrir: (a) a relação entre as remunerações pagas pelas empresas aos funcionários dos departamentos mais motivados e as relações com suas motivações; (2) a relação entre os interesses desses funcionários e a satisfação propiciada pelas políticas e práticas organizacionais; (3) a diferença entre as pessoas mais motivadas e as de comparação, segundo os perfis demográficos e; (4) diferenças e semelhanças nas motivações e satisfações de funcionários de empresas que atuam em segmentos semelhantes. Neste artigo analisam-se os resultados de diversos cruzamentos feitos entre as remunerações pagas pelas empresas aos funcionários mais motivados e suas influências nas motivações. Sua caracterização pode ser expressa, como: levantamento de dados, em virtude de que se pesquisaram as informações pessoais, além dos dados da organização; descritiva, pois demonstra como as políticas e práticas das empresas pesquisadas se relacionam com as motivações; quantitativa, em virtude de os resultados serem expressos por meio de análise estatística, mais precisamente por meio de correlações e regressões múltiplas e; é de corte, pois foram analisadas as informações geradas no primeiro semestre de 2003. Segundo Gil (1989, p. 46)11 “as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial à descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis [...] e uma de suas características mais significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observação sistemática”. Gil (ibidem, p. 56) explica que a pesquisa de levantamento de informações: “caracteriza-se pela interrogação direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer. Basicamente, procede-se à solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas acerca do problema estudado para, em seguida, mediante análise quantitativa, obterem-se as conclusões correspondentes aos dados coletados”. Como vantagens na aplicação desta pesquisa, Gil (ibidem, p. 57) diz que: “À medida que as próprias pessoas informam acerca de seu comportamento, crenças e opiniões, a investigação torna-se mais livre de interpretações calcadas no subjetivismo dos pesquisadores”. Em vez da escolha de um setor específico, ou de empresas de um único Estado, privilegiou-se a pesquisa em empresas de diferentes setores e de duas regiões de dois estados – Oeste do Paraná e Vale do Itajaí em Santa Catarina –, visando levantar informações sobre a influência dos salários e dos benefícios na motivação e na satisfação, em culturas organizacionais distintas. Barros e Lehfeld (1986, p. 105)12 definem população como “o conjunto, ou a totalidade de elementos que possuem determinadas características, definidas para o estudo”. Os funcionários mais motivados constituem as características comuns à constituição da população. A adoção da estratégia para se definir a população em termos das pessoas mais motivadas foi definida em virtude de que elas são as que em tese revelam com mais clareza e intensidades os motivos que as inclinam à ação. Isto é, são as em que se percebe com menos dificuldade suas necessidades, desejos e expectativas atendidas. Para tanto, solicitou-se às diretorias de cada organização elegerem as duas unidades mais comprometidas, através de consenso ou votação. A população considerada na pesquisa foi representada pelos departamentos em que as pessoas são mais motivadas, nas seguintes empresas: Agências do Banco do Brasil da Superintendência de Cascavel; Cooperativa Agropecuária Central do Sudoeste Ltda – Frimesa; Cremer S/A.; Grupo Lince; Faculdade Educacional de Medianeira; Malharia Cristina S/A.; Prefeitura Municipal de Itaipulândia; Sênior Sistema Ltda. O faturamento e o número de empregados das empresas selecionadas são a seguir demonstrados: Organização Faturamento anual em dólares Número de Funcionários Banco do Brasil: Superintendência de Cascavel 3,992,66613 94 Cooperativa Agropecuária Central do Sudoeste Ltda – Frimesa. 127,179,487 1.945 Cremer S/A. 56,666,666 1.700 Grupo Lince 48,000,000 1.600 273,504 85 Faculdade Educacional de Medianeira Malharia Cristina S/A. Prefeitura Municipal de Itaipulândia Sênior Sistemas Ltda. Não informado 500 13,500,000 45114 Não informado Não informado Figura 2 – Faturamento e número de empregados das empresas pesquisadas. Em síntese, foram selecionadas pelas diretorias das organizações as seguintes unidades em que os funcionários são mais comprometidos: sete administrativas, três de produção, duas agências bancárias, marketing, informática, corpo docente e atividade-fim. Amostra, no entendimento de Gil (ibidem, p. 192), “é um subconjunto da população, por meio do qual se estabelecem ou se estimam as características dessa população”. Definidos os departamentos em que mais pessoas motivadas atuam, foram sorteados trinta funcionários de cada departamento, pelo sistema randômico, para participarem da pesquisa. O instrumento de coleta de dados contém oito questões que visam identificar o respondente – nome, sexo, estado civil, idade, experiência profissional, filiação a doutrina religiosa, escolaridade e salário. E, quarenta e seis questões para identificar a intensidade de motivação e de satisfação dos pesquisados em termos de organização do trabalho, comunicação e recompensas. Estas questões foram formuladas a partir das orientações de Spitzer (op. cit. p. 133-245), sumarizadas na figura 1. Os formulários foram entregues aos pesquisados, mediante orientação ao preenchimento. Recolhidos os formulários fez-se a inserção e apuraram-se os resultados no software Sphinx Léxica 2000. Não se pretende assumir a validade da pesquisa a todo o universo empresarial brasileiro, mas como se pesquisou organizações de regiões com distintas culturas e, em face de os resultados terem apontado claramente em uma única direção, pode-se dizer que eles abrem evidências que podem representar boa parte do universo organizacional. Além disso, muitas pesquisas realizadas nos Estados Unidos têm revelado resultados semelhantes. Perfil dos Pesquisados Os salários foram distribuídos em classes com aproximadamente 10% da população. Pela figura abaixo se verificam as faixas salariais dos pesquisados. Salário Citações Até 385 44 386-495 43 496-595 46 596-795 53 796-1000 43 1001-1225 50 1226-1695 53 1696-2375 50 Mais de 2375 51 % 10 10 11 12 10 12 12 12 12 Figura 3 - Faixas salariais dos pesquisados. Os demais dados da demografia humana são: 252 pessoas são do gênero masculino e 206 do feminino; 260 pessoas são casadas, 154 solteiras e 18 separadas; 55 pessoas têm até 21 anos, 141 de vinte e dois a vinte e nove anos, 143 de trinta a trinta e nove anos, 75 de quarenta a quarenta e nove anos e 13 têm cinqüenta anos ou mais. 60 pessoas têm até 3 anos de experiência profissional, 83 de quatro a sete, 61 de oito a onze, 112 de doze a vinte e 106 mais de vinte anos; 381 pessoas são membros de igrejas e 51 não são; 293 pessoas seguem a doutrina católica, 63 a evangélica ou cristã e 25 outras; 252 pessoas têm grau superior, 137 o ensino médio e 40 o fundamental. Resultados Na análise dos resultados da amostra total, tabulados para se obter respostas às perguntas de pesquisa: (1) o salário que o pesquisado recebe o influencia a motivar-se a salários? e; (2) o salário que o pesquisado recebe o influencia a estar satisfeito com seu salário?; obtiveram-se as seguintes descobertas15: O salário real explica em 1% a motivação a salários, em 428 observações. O salário real explica em 2% a satisfação com salários, em 429 observações. Na análise dos resultados da amostra total, tabulados para se obter respostas às perguntas de pesquisa: (1) o salário que o pesquisado recebe o influencia a motivar-se com os salários e benefícios, comparando-se ao mercado?; (2) o salário que o pesquisado recebe influencia a sua satisfação com os salários e benefícios, ao compara-los com os do mercado?; obtiveram-se as seguintes descobertas16: O salário real explica em 2% a motivação aos salários e benefícios, em 428 observações. O salário real explica em 1% a satisfação com salários e benefícios, em 429 observações. Como se observa, nos relacionamentos oriundos da amostra total, as dependências são não significativas. Utilizou-se o método da regressão múltipla para verificar o relacionamento entre os salários que os pesquisados recebem, suas motivações e satisfações com os salários. Os resultados evidenciam dependência não significativa. Ou seja, a motivação e a satisfação explicam em 3% a variância do salário, sendo o coeficiente de correlação múltipla 0,17 e o coeficiente de Fisher 7,0517. Utilizou-se o método da regressão múltipla para se verificar o relacionamento entre os salários que os pesquisados recebem, suas motivações e satisfações com os salários e benefícios ao compara-los com os valores do mercado. Os resultados evidenciam dependência não significativa. Ou seja, a motivação e a satisfação explicam em 3,8% a variância do salário, sendo o coeficiente de correlação múltipla 0,19 e o coeficiente de Fisher 3,4518. Para se saber se há diferença no extrato das pessoas que ganham mais e no das que ganham menos, separou-se os 10% com renda inferior e os 10% com renda superior. Com isso pôde-se responder às perguntas de pesquisa: (1) os 10% dos pesquisados que ganham menos - até R$370,00 - revelam mais interesse (motivação) a salários e benefícios do que os 10% que ganham mais - acima de R$2.499,00? e; (2) há diferença no grau de satisfação com o salário e com os benefícios recebidos, entre as pessoas que ganham mais e as que ganham menos? As descobertas19 evidenciam que: O salário real explica em 4% a variância da motivação ao salário, dentre os que ganham até R$370,00, em 43 observações. O salário real explica em 14% a variância da satisfação com o salário, dentre os que ganham até R$370,00, em 43 observações. O salário real explica em 11% a variância da motivação ao salário e aos benefícios, ao compara-los com os do mercado, dentre os que ganham até R$370,00, em 43 observações. O salário real explica em 7% a variância da satisfação com os salários e benefícios, ao compara-los com os do mercado, dentre os que ganham até R$370,00, em 43 observações. Salário real explica em 1% a variância da motivação ao salário, dentre os que ganham acima de R$2.499,00, em 43 observações. O salário real explica em 0% a variância da satisfação com o salário, dentre os que ganham acima de R$2. 499,00, em 44 observações. O salário real explica em 0% a variância da motivação ao salário e aos benefícios, ao compara-los com os do mercado, dentre os que ganham acima de R$2.499,00, em 44 observações. O salário real explica em 0% a variância da satisfação com o salário e benefícios, ao compara-los com os do mercado, dentre os que ganham acima de R$2.499,00, em 44 observações. Os resultados evidenciam, portanto, dependências não significativas tanto no extrato das pessoas que ganham até R$370,00, como no extrato das que ganham acima de R$2.499,00. Isso significa semelhantes perfis de motivação e de satisfação com salários e com benefícios nas diferentes classes salariais. Na análise dos resultados da amostra total, tabulados para se obter respostas às perguntas de pesquisa: (1) O salário real influencia a motivação ao trabalho, à comunicação e a recompensas? e; (2) o salário real influencia a satisfação com o trabalho, com a comunicação e com recompensas?; descobriu-se20 que: O salário recebido explica 1,2% da variância do conjunto das variáveis de motivação à organização do trabalho. Coeficiente de correlação múltipla: R = 0,11, coeficiente de Fisher: F = 5,31 O salário real explica 1,9% da variância do conjunto das variáveis de satisfação com a organização do trabalho. Coeficiente de correlação múltipla: R = 0,11, coeficiente de Fisher: F = 5,31. O salário real explica 0,8% da variância do conjunto das variáveis de motivação à comunicação. Coeficiente de correlação múltipla: R = 0,09, coeficiente de Fisher: F = 3,30. O salário real explica 1,1% da variância do conjunto das variáveis de satisfação com o processo de comunicação. Coeficiente de correlação múltipla: R = 0,11, coeficiente de Fisher: F = 4,89. O salário real explica 0,4% da variância do conjunto das variáveis de motivação a recompensas. Coeficiente de correlação múltipla: R = 0,06, coeficiente de Fisher: F = 1,67. O salário real explica 0,6% da variância do conjunto das variáveis de satisfação com as recompensas.Coeficiente de correlação múltipla: R = 0,08, coeficiente de Fisher: F = 2,61. Mediante os resultados – todos com dependências não significativas – pode-se afirmar que o nível do salário não influencia as motivações e as satisfações dos pesquisados nas variáveis da organização do trabalho, da comunicação e das recompensas. Relembre-se que cada conjunto foi representado por oito frases21 em que o respondente assinalou de 1 a 5, conforme o grau em que a frase expressava sua motivação e satisfação. Analisaram-se os resultados da pesquisa com os funcionários da área administrativa22, tabulados23 para se obter respostas às perguntas de pesquisa; (1) os salários dos funcionários da área administrativa, nas diferentes organizações, influenciam diferentemente suas motivações?; (2) os salários dos funcionários da área administrativa, nas diferentes organizações, influenciam diferentemente suas satisfações?. Descobriu-se que, nas sete empresas em que funcionários administrativos foram pesquisados: a única empresa em que a variável motivação ao trabalho apresentou dependência significativa (a maior média) é a que paga os menores salários (47,2% da média). a única empresa em que a variável motivação à comunicação apresentou dependência significativa (maior média) é a que paga os menores salários (47,2% da média). Nenhuma empresa se sobressaiu em termos de motivação a recompensas. Em duas empresas as satisfações dos funcionários à organização do trabalho apresentaram dependências significativas. A empresa em que os funcionários expressaram maior grau de satisfação, paga os menores salários (47,2% da média). E a em que os funcionários apresentaram menor grau de satisfação paga salários próximos à média das pesquisadas. em duas empresas as satisfações dos funcionários com o processo de comunicação apresentaram dependências significativas. A empresa em que os funcionários expressaram maior grau de satisfação, paga os menores salários (47,2% da média). E a em que os funcionários apresentaram menor grau de satisfação paga salários próximos à média das pesquisadas. Em três empresas as satisfações dos funcionários com as recompensas apresentaram dependências significativas. A empresa em que os funcionários expressaram maior grau de satisfação, paga os menores salários (47,2% da média). Em duas empresas em que os funcionários apresentaram menor grau de satisfação com as recompensas os salários de uma estão próximos da média e da outra é o maior verificado na pesquisa. Os resultados precedentes reforçam a tese de que os salários não influenciam positivamente a motivação e a satisfação com a organização do trabalho, comunicação e recompensas e contrariam as pesquisas de Beer, Walton e Lawler III. Beer e Walton (op cit., p. 23) dizem que “O dinheiro é importante, mas seu grau de importância é influenciado pelo tipo de sistema de remuneração e filosofia adotadas pela gerência.”. Lawler III (op. cit, p. 136) comenta que “A pesquisa realizada e o trabalho de muitos outros continua a mostrar que o dinheiro pode ser um importante motivador quando um alvo existe para os indivíduos.” Pode ser que os motivadores sejam: o desafio que existe para alcançar o alvo; a necessidade de auto-estima que pode ser satisfeita pelo alcance do alvo e; a realização que advém de se conseguir fazer o melhor possível. Os resultados corroboram a corrente que entende que a essência da motivação é intrínseca (Archer, 199724; Bergamini,199725; Herzberg,199726). Conclusão O objetivo delineado para pesquisa foi verificar a influência do salário pago pelas empresas, nas motivações e nas satisfações das pessoas mais comprometidas com a organização do trabalho, comunicação e recompensas, a partir dos fatores propostos por Dean Spitzer, em pesquisa em oito empresas do Vale do Itajaí e do Oeste do Paraná, no primeiro semestre de 2003. Em todos os cruzamentos da amostra total verificou-se que os salários pagos pelas empresas não influenciam significativamente as motivações e as satisfações dos respondentes em termos de salários e benefícios. Resultados semelhantes ocorreram no extrato dos 10% dos pesquisados que ganham os menores salários (até R$ 370,00) e no extrato dos 10% que ganham os maiores salários (acima de R$2.499,00). Os resultados evidenciam, portanto, a frágil influência do nível salarial nas motivações e nas satisfações dos respondentes no que concerne a salários e benefícios. Semelhantemente, verificou-se a frágil influência do salário nas motivações e nas satisfações dos respondentes que concernem as variáveis da organização do trabalho, do processo de comunicação e das recompensas. Portanto, notou-se que – quer na amostra total, quer dentre os que menos ganham, quer dentre os que mais ganham – não há correlações significativas entre níveis salariais e: (1) motivação a salários; (2) satisfação dos salários; (3) motivação ao salário e aos benefícios ao compara-los com os do mercado e; (4) satisfação com o salário e com os benefícios ao compara-los com os do mercado. Semelhantemente, não há correlação significativa entre níveis salariais e: (1) motivação à organização do trabalho; (2) motivação à comunicação; (3) motivação a recompensas; (4) satisfação com a organização do trabalho; (5) satisfação com o processo de comunicação e; (6) satisfação com as recompensas. Como respostas a todas as perguntas de pesquisa: “constataram-se dependências não significativas”. Ou seja, o salário que a pessoa recebe não a influencia significativamente a motivação ao trabalho, à comunicação e a recompensas. Supôs-se que os salários que os pesquisados recebem não teriam influência significativa em suas motivações e satisfações, corroborando-se as afirmações de autores que defendem a tese de que a motivação é em essência intrínseca. Em outras palavras, supôs-se que seria frágil o poder de motivar das políticas e práticas salariais das organizações, em virtude de ser um fator extrínseco. As proposições de Archer, Bergamini, Herzberg e dos outros autores que afirmam ser frágil a influência dos fatores extrínsecos, mais especificamente dos salários e dos benefícios na motivação, se aplicam aos funcionários das empresas catarinenses e paranaenses pesquisadas, CONFIRMA-SE, PORTANTO, A HIPÓTESE FORMULADA. Recomendamos fortemente a aplicação desta natureza de pesquisa nas organizações das demais regiões do país, pois o conhecimento se renova e se consolida com o acúmulo de evidências. A essência do desafio é sentir que o que já foi dito ainda não é suficiente, bem como se enveredar pelos sombrios caminhos do desconhecimento em busca da clarificação e sistematização da realidade. Apêndice 1 – Correlações entre os salários que os pesquisados recebem e a influência na motivação com os salários. recomp_1_1 1,83 2750,00 salario O gráfico exibe os 428 pontos de coordenadas: salário ; recomp_1_1 A dependência não é significativa. Equação da direita de regressão: recomp_1_1 = 0,00 * salário + 3,81 Coeficiente de correlação : +0,12 (salário explica 1% da variância de recomp_1_1) Desvio-padrão do coeficiente de regressão: 0,000 observações não são consideradas (não-resposta à pelo menos um dos critérios). Cada observação é representada por um ponto. Esta tabela é construída sobre o estrato da população 'Respondentes de "salário” ‘ contendo 432 observações e definido pela próxima filtragem: 0 <= salário < 10000 Apêndice 2 – Correlações entre os salários que os pesquisados recebem e a influência na satisfação com os salários. recomp_1_2 1,83 2750,00 salario O gráfico exibe os 429 pontos de coordenadas: salário ; recomp_1_2 A dependência não é significativa. Equação da direita de regressão: recomp_1_2 = 0,00 * salário + 2,94 Coeficiente de correlação : +0,16 (salário explica 2% da variância de recomp_1_2) Desvio-padrão do coeficiente de regressão: 0,000 3 observações não são consideradas (não-resposta à pelo menos um dos critérios). Cada observação é representada por um ponto. Esta tabela é construída sobre o estrato da população 'Respondentes de "salário” ‘ contendo 432 observações e definido pela próxima filtragem: 0 <= salário < 10000 Apêndice 3 – Correlações entre os salários que os pesquisados recebem e suas influências na motivação com os salários e benefícios, ao compara-los com os do mercado. recomp_2_1 1,83 2750,00 salario O gráfico exibe os 428 pontos de coordenadas salário; recomp_2_1 A dependência não é significativa. Equação da direita de regressão: recomp_2_1 = 0,00 * salário + 3,59 Coeficiente de correlação : +0,17 (salário explica 2% da variância de recomp_2_1) Desvio-padrão do coeficiente de regressão: 0,000 4 observações não são consideradas (não-resposta à pelo menos um dos critérios). Cada observação é representada por um ponto. Esta tabela é construída sobre o estrato da população 'Respondentes de "salário” contendo 432 observações e definido pela próxima filtragem:0 <= salário < 10000 Apêndice 4 – Correlações entre os salários que os pesquisados recebem e suas influências na satisfação com os salários e benefícios, ao compara-los com os do mercado. recomp_2_2 1,83 2750,00 salario O gráfico exibe os 429 pontos de coordenadas; salário ; recomp_2_2 A dependência não é significativa. Equação da direita de regressão: recomp_2_2 = 0,00 * salário + 2,92 Coeficiente de correlação : +0,14 (salário explica 1% da variância de recomp_2_2) Desvio-padrão do coeficiente de regressão: 0,000 3 observações não são consideradas (não-resposta à pelo menos um dos critérios). Cada observação é representada por um ponto. Esta tabela é construída sobre o estrato da população 'Respondentes de "salário" contendo 432 observações e definido pela próxima filtragem: 0 <= salário < 10000 Apêndice 5 - Relacionamento entre os salários que os pesquisados recebem, suas motivações a salários e satisfações com os salários. salario recomp _1_1 recomp _1_2 1,00 salario 0,12 1,00 recomp_1_1 0,16 0,32 1,00 recomp_1_2 Alpha de Cronbach - critérios explicativos : 0,48 'salário' : méd = 1183, d.p. = 939 'recomp_1_1' : méd = 4, d.p. = 1 'recomp_1_2' : méd = 3, d.p. = 1 4 observações não são consideradas (não-resposta à pelo menos um dos critérios). Esta tabela é construída sobre o estrato da população 'Respondentes de "salário” ‘ contendo 432 observações e definido pela próxima filtragem: 0 <= salário < 10000 Significância dos parâmetros: 'recomp_1_1' : coeficiente = 68,86, desvio-padrão = 47,34 (Pouco influente) 'recomp_1_2' : coeficiente = 128,13, desvio-padrão = 48,25 Apêndice 6 - Relacionamento entre os salários que os pesquisados recebem, suas motivações e satisfações com salários e benefícios ao compara-los aos do mercado. salario recomp _2_1 recomp _2_2 1,00 salario 0,17 1,00 recomp_2_1 0,14 0,31 1,00 recomp_2_2 Alpha de Cronbach - critérios explicativos : 0,47 'salário' : méd = 1184, d.p. = 940 'recomp_2_1' : méd = 4, d.p. = 1 'recomp_2_2' : méd = 3, d.p. = 1 4 observações não são consideradas (não-resposta à pelo menos um dos critérios). Equação da regressão: salário = +121.992 * recomp_2_1 +85.358 * recomp_2_2 +451.600 As 2 variáveis explicam 3.8% da variância de 12.salário Coeficiente de correlação múltipla: R = 0,19, coeficiente de Fisher: F = 3,45 Significância dos parâmetros: 'recomp_2_1' : coeficiente = 121,99, desvio-padrão = 42,37 'recomp_2_2' : coeficiente = 85,36, desvio-padrão = 45,93 (Pouco influente) Certos termos da equação são pouco influentes, sua relação coeficiente / desvio-padrão é inferior a 1,96 Esta tabela é construída sobre o estrato da população 'Respondentes de "salário” ‘ contendo 432 observações e definido pela próxima filtragem:0 <= salário < 10000 Apêndice 7 - Correlações entre os salários dos pesquisados que recebem até R$370,00 e a influência em suas motivações aos salários. recomp_1_1 1,83 132,00salario O gráfico exibe os 43 pontos de coordenadas: salário ; recomp_1_1 A dependência não é significativa. Equação da direita de regressão: recomp_1_1 = -0,00 * salário + 5,05 Coeficiente de correlação : -0,22 (salário explica 4% da variância de recomp_1_1) Desvio-padrão do coeficiente de regressão: 0,003 (Pouco influente) Cada observação é representada por um ponto. Esta tabela é construída sobre o estrato da população 'Salário até R$370' contendo 43 observações e definido pela próxima filtragem: 0 <= salário < 370 Apêndice 8 - Correlações entre os salários dos pesquisados que recebem até R$370,00 e a influência em suas satisfações com os salários. recomp_1_2 1,83 132,00salario O gráfico exibe os 43 pontos de coordenadas: salário ; recomp_1_2 A dependência não é significativa. Equação da direita de regressão: recomp_1_2 = -0,01 * salário + 5,41 Coeficiente de correlação : -0,39 (salário explica 14% da variância de recomp_1_2) Desvio-padrão do coeficiente de regressão: 0,003 Cada observação é representada por um ponto. Esta tabela é construída sobre o estrato da população 'Salário até R$370' contendo 43 observações e definido pela próxima filtragem 0 <= salário < 370 Apêndice 9 - Correlações entre os salários dos pesquisados que recebem até R$370,00 e a influência em suas motivações aos salários e benefícios, ao compara-los aos do mercado. recomp_2_1 1,83 132,00salario O gráfico exibe os 43 pontos de coordenadas: salário ; recomp_2_1 A dependência não é significativa. Equação da direita de regressão: recomp_2_1 = -0,01 * salário + 5,39 Coeficiente de correlação : -0,34 (salário explica 11% da variância de recomp_2_1) Desvio-padrão do coeficiente de regressão: 0,003 Cada observação é representada por um ponto. Esta tabela é construída sobre o estrato da população 'Salário até R$370' contendo 43 observações e definido pela próxima filtragem: 0 <= salário < 370 Apêndice 10 - Correlações entre os salários dos pesquisados que recebem até R$370,00 e a influência em suas satisfações com os salários e benefícios, ao compara-los aos do mercado. recomp_2_2 1,83 132,00salario O gráfico exibe os 43 pontos de coordenadas: “salário” ; recomp_2_2 A dependência não é significativa. Equação da direita de regressão: recomp_2_2 = -0,00 * salário + 4,75 Coeficiente de correlação : -0,27 (salário explica 7% da variância de recomp_2_2) Desvio-padrão do coeficiente de regressão: 0,003 (Pouco influente) Cada observação é representada por um ponto. Esta tabela é construída sobre o estrato da população 'Salário até R$370' contendo 43 observações e definido pela próxima filtragem: 0 <= salário < 370 Apêndice 11 - Correlações entre os salários dos pesquisados que recebem acima de R$2.499,00 e a influência em suas motivações aos salários. recomp_1_1 1,83 2750,00 salario O gráfico exibe os 43 pontos de coordenadas: “salário” ; recomp_1_1 A dependência não é significativa. Equação da direita de regressão: recomp_1_1 = -0,00 * salário + 4,65 Coeficiente de correlação : -0,14 (salário explica 1% da variância de recomp_1_1) Desvio-padrão do coeficiente de regressão: 0,000 (Pouco influente) 3 observações não são consideradas (não-resposta à pelo menos um dos critérios). Cada observação é representada por um ponto. Esta tabela é construída sobre o estrato da população 'Salário acima de R$2499' contendo 43 observações e definido pela próxima filtragem: 2500 <= salário < 10000 Apêndice 12 - Correlações entre os salários dos pesquisados que recebem acima de R$2.499,00 e a influência em suas satisfações com os salários. recomp_1_2 1,83 2750,00 salario O gráfico exibe os 44 pontos de coordenadas: “salário” ; recomp_1_2 A dependência não é significativa. Equação da direita de regressão: recomp_1_2 = 0,00 * salário + 3,23 Coeficiente de correlação : +0,08 (salário explica 0% da variância de recomp_1_2) Desvio-padrão do coeficiente de regressão: 0,000 (Pouco influente) 2 observações não são consideradas (não-resposta à pelo menos um dos critérios). Cada observação é representada por um ponto. Esta tabela é construída sobre o estrato da população 'Salário acima de R$2499' contendo 44 observações e definido pela próxima filtragem: 2500 <= salário < 10000 Apêndice 13 - Correlações entre os salários dos pesquisados que recebem acima de R$2.499,00 e a influência em suas motivações aos salários e benefícios, ao compara-los aos do mercado. recomp_2_1 1,83 2750,00 salario O gráfico exibe os 44 pontos de coordenadas: salário ; recomp_2_1 A dependência não é significativa. Equação da direita de regressão: recomp_2_1 = 0,00 * salário + 3,95 Coeficiente de correlação : +0,09 (salário explica 0% da variância de recomp_2_1) Desvio-padrão do coeficiente de regressão: 0,000 (Pouco influente) 2 observações não são consideradas (não-resposta à pelo menos um dos critérios). Cada observação é representada por um ponto. Esta tabela é construída sobre o estrato da população 'Salário acima de R$2499' contendo 44 observações e definido pela próxima filtragem:2500 <= salário < 10000 Apêndice 14 - Correlações entre os salários dos pesquisados que recebem acima de R$2.499,00 e a influência em suas satisfações com os salários e benefícios, ao comparalos aos do mercado. recomp_2_2 1,83 2750,00 salario O gráfico exibe os 44 pontos de coordenadas: salário ; recomp_2_2 A dependência não é significativa. Equação da direita de regressão: recomp_2_2 = 0,00 * salário + 3,06 Coeficiente de correlação : +0,09 (salário explica 0% da variância de recomp_2_2) Desvio-padrão do coeficiente de regressão: 0,000 (Pouco influente) 2 observações não são consideradas (não-resposta à pelo menos um dos critérios). Cada observação é representada por um ponto. Esta tabela é construída sobre o estrato da população 'Salário acima de R$2499' contendo 44 observações e definido pela próxima filtragem: 2500 <= salário < 10000 Apêndice 15 – Correlação entre os salários e o conjunto das variáveis de motivação à organização do trabalho. Motivação ao Trab 11,00 2062,50 salario O gráfico exibe os 426 pontos de coordenadas: Salário ; Motivação ao Trabalho. A dependência não é significativa. Equação da direita de regressão: Motivação ao Trabalho = 0,00 * salário + 30,93 Coeficiente de correlação : +0,11 (salário explica 1,2% da variância de Motivação ao Trabalho) Desvio-padrão do coeficiente de regressão: 0,000. Coeficiente de Fisher: F = 5,31 172 observações não são consideradas (não-resposta à pelo menos um dos critérios). Cada observação é representada por um ponto. Apêndice 16 – Correlação entre os salários e o conjunto das variáveis de satisfação com a organização do trabalho. Satisfação no traba 11,00 2062,50 salario O gráfico exibe os 426 pontos de coordenadas: salário ; satisfação no trabalho.. A dependência não é significativa. Equação da direita de regressão: Satisfação no trabalho = 0,00 * salário + 26,05 Coeficiente de correlação : +0,14 (salário explica 1,9% da variância de Satisfação no trabalho) Desvio-padrão do coeficiente de regressão: 0,000 Coeficiente de Fisher: F = 5,31. Apêndice 17 – Correlação entre os salários e o conjunto das variáveis de motivação à comunicação. Motivação à comu 9,63 2062,50 salario O gráfico exibe os 420 pontos de coordenadas: salário ; motivação à comunicação. A dependência não é significativa. Equação da direita de regressão: Motivação a comunica = 0,00 * salário + 27,26 Coeficiente de correlação : +0,09 (salário explica 0,8% da variância de Motivação à comunicação) Desvio-padrão do coeficiente de regressão: 0,000 (Pouco influente). Coeficiente de Fisher: F = 3,30. Apêndice 18 – Correlação entre os salários e o conjunto das variáveis de satisfação com o processo de comunicação. Satisfação process 9,63 2062,50 salario O gráfico exibe os 423 pontos de coordenadas: salário ; satisfação processo de comunicação. A dependência não é significativa. Equação da direita de regressão: Satisfação processo = 0,00 * salário + 22,60 Coeficiente de correlação : +0,11 (salário explica 1,1% da variância de satisfação processo comunicação) Desvio-padrão do coeficiente de regressão: 0,000. Coeficiente de Fisher: F = 4,89. Apêndice 19 – Correlação entre os salários e o conjunto das variáveis de motivação a recompensas. Motivação a recom 11,00 2062,50 salario O gráfico exibe os 425 pontos de coordenadas: salário ; motivação a recompensas. A dependência não é significativa. Equação da direita de regressão: motivação a recompensas = 0,00 * salário + 30,40 Coeficiente de correlação : +0,06 (salário explica 0,4% da variância de motivação a recompensas) Desvio-padrão do coeficiente de regressão: 0,000 (Pouco influente). Coeficiente de Fisher: F = 1,67 Apêndice 20 – Correlação entre os salários e o conjunto das variáveis de satisfação com recompensas. O gráfico exibe os 423 pontos de coordenadas: salário ; satisfação das recompensas Satisfação das reco 11,00 2062,50 salario A dependência não é significativa. Equação da direita de regressão: Satisfação das recompensas = 0,00 * salário + 23,14 Coeficiente de correlação : +0,08 (salário explica 0,6% da variância de satisfação das recompensas) Desvio-padrão do coeficiente de regressão: 0,000 (Pouco influente). Coeficiente de Fisher: F = 2,61 Referências e Notas 1 ARCHER, Earnest R. Mito da motivação. In BERGAMINI, Cecília W., CODA, Roberto (Orgs.) et al. Psicodinâmica da vida organizacional: motivação e liderança. São Paulo: Atlas, 1997. 342p. 2 BERGAMINI, Motivação: mitos, crenças e mal-entendidos. In BERGAMINI, Cecília W., CODA, Roberto (Orgs.) et al. Psicodinâmica da vida organizacional: motivação e liderança. São Paulo: Atlas, 1997. 342p. 3 HERZBERG, Frederick. Mais uma vez: como motivar seus funcionários. In VROOM, Victor H. (Coord) et al. Gestão de Pessoas, não de pessoal: os melhores métodos de motivação e avaliação de desempenho. Rio de Janeiro: Campus, 1997.274p. 4 PFEFFER, Jeffrey. Vantagem competitiva através de pessoas. São Paulo: Makron, 1994. 5 LAWLER III, Edward E. Motivação nas organizações do trabalho. In BERGAMINI, Cecília W., CODA, Roberto (Orgs.) et al. Psicodinâmica da vida organizacional: motivação e liderança. São Paulo: Atlas, 1997. 342p. 6 BEER, Michael, WALTON, Richard E. Nota da Harvard Business School: sistemas de recompenses e o papel da motivação. In VROOM, Victor H. (Coord.) et al. Gestão de Pessoas, não de pessoal: os melhores métodos de motivação e avaliação de desempenho. Rio de Janeiro: Campus, 1997.274p. 7 HAAK, Marianne Kellner. As pessoas através da qualidade: um estudo exploratório no setor de serviços. In: ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO, 22, 1998, Foz do Iguaçu. Anais 1998. Foz do Iguaçu: ANPAD, 1998. 8 BERGAMINI, Cecília W. Motivação: mitos, crenças e mal-entendidos. In BERGAMINI, Cecília W.; CODA, Roberto. Psicodinâmica da vida organizacional: motivação e liderança. São Paulo: Pioneira, 1990. 9 BERGAMINI, Cecília W. Liderança: administração do sentido. São Paulo: Atlas, 1994. 10 SPITZER, Dean. R. Supermotivação: uma estratégia para dinamizar todos os níveis da organização. 2.ed. São Paulo: Futura, 1997. 11 GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1989. 12 BARROS, Aidil Jesus Paes de; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Fundamentos de metodologia: um guia prático para iniciação científica. São Paulo: McGraw-Hill, 1986. 13 14 Margem financeira bruta Incluem 252 pessoas que prestam serviços terceirizados. 15 As figuras podem ser vistas nos Apêndices 1 e 2. 16 Vide apêndices 3 e 4. 17 Vide Apêndice 5. 18 Vide Apêndice 6. 19 Vide apêndices 7 a 14. 20 Vide apêndices 15 a 20. 21 Vide as naturezas das questões na figura 1. 22 Obtiveram-se 208 citações de funcionários das empresas: Cooperativa Frimesa (30); Cremer S/A, (30); Grupo Lince (27); Facemed (30); Malharia Cristina (31); Prefeitura Municipal de Itaipulândia (30); Sênior (30). 23 Pesquisaram-se as médias por categoria significativamente diferentes (teste t) do conjunto da amostra (ao risco de 1%) e verificaram-se os resultados do teste de Fisher: 24 ARCHER, Earnest R. Mito da motivação. In BERGAMINI, Cecília W., CODA, Roberto (Orgs.) et al. Psicodinâmica da vida organizacional: motivação e liderança. São Paulo: Atlas, 1997. 342p. 25 BERGAMINI, Motivação: mitos, crenças e mal-entendidos. In BERGAMINI, Cecília W., CODA, Roberto (Orgs.) et al. Psicodinâmica da vida organizacional: motivação e liderança. São Paulo: Atlas, 1997. 342p. 26 HERZBERG, Frederick. Mais uma vez: como motivar seus funcionários. In VROOM, Victor H. (Coord) et al. Gestão de Pessoas, não de pessoal: os melhores métodos de motivação e avaliação de desempenho. Rio de Janeiro: Campus, 1997.274p.