BUSCANDO CONHECER O “PROFESSOR AFETIVAMENTE AMPLIADO”: A ALTERIDADE EM INTERAÇÕES NO AMBIENTE ESCOLAR Trying to understand the “Affectively extended teacher”: Alterity in the interactions that take place within school environments ANA JULIA KLOEPPEL1 [email protected] HELGA LOOS-SANT'ANA2 RENÉ SIMONATO SANT’ANA-LOOS3 RESUMO Apresenta-se aqui parte das reflexões que subsidiam a noção de um “Professor Afetivamente Ampliado”, termo criado pelos autores e que tem, como suporte teórico-metodológico principal, os pressupostos do Sistema Teórico da Afetividade Ampliada (STAA). O constructo Alteridade é aqui explorado enquanto uma das instâncias psicológicas essenciais que emerge nas interações e que, ao mesmo tempo, sustenta-as. Defende-se, portanto, que a alteridade precise ser mais bem entendida e exercitada, inclusive no ambiente escolar. Palavras-Chave: Interações; Afetividade Desenvolvimento Humano; Prática Docente. Ampliada; Alteridade; ABSTRACT This article brings about some thinking, which bears the notion of an “Affectively Extended Teacher”, a term coined by the authors. The main theoretical and methodological foundations of this notion are the assumptions of the Theoretical System of Extended Affectivity (TSEA). The notion of Alterity is explored as one of the essential psychological instances that emerge within interactions and at the same time supports the latter. In this view, it is argued that alterity has to be better understood and better practiced, including in school environments. Keywords: Interactions; Extended Affectivity; Alterity; Human Development; Teaching Practice. 1 Graduada em Pedagogia (Faculdades Positivo); Pós-graduada em Educação Profissional Corporativa (UNICENP); Mestranda em Educação, linha de pesquisa: Cognição, Aprendizagem e Desenvolvimento Humano (UFPR). Professora e coordenadora de Educação Infantil e séries iniciais do Ensino Fundamental; Consultora pedagógica e autora de materiais didáticos e voltados à formação de professores, com ênfase em Alfabetização e Letramento em Língua Portuguesa e Matemática. E-mail: [email protected] 2 Graduada em Psicologia (UFRN); Mestre em Psicologia, área de concentração: Psicologia Cognitiva (UFPE); Doutora em Educação, área de concentração: Psicologia, Desenvolvimento Humano e Educação (UNICAMP). Professora do Departamento de Teoria e Fundamentos da Educação e da Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná. E-mail: [email protected] 3 Graduado em Filosofia (UFPR); Mestre em Educação, linha de pesquisa: Educação, Cultura e Tecnologia (UFPR); Doutor em Educação, linha de pesquisa: Cognição, Aprendizagem e Desenvolvimento Humano (UFPR). E-mail: [email protected] BUSCANDO CONHECER O “PROFESSOR AFETIVAMENTE AMPLIADO”: A ALTERIDADE EM INTERAÇÕES NO AMBIENTE ESCOLAR4 Como todos partilhamos este pequeno planeta Terra, temos que aprender a viver em harmonia e em paz uns com os outros e com a natureza. Isso não é um sonho, mas uma necessidade. Dependemos uns dos outros de tantas maneiras que não mais conseguimos viver em comunidades isoladas e ignorar o que está acontecendo fora delas. Temos que nos ajudar quando enfrentamos dificuldades e precisamos partilhar a boa sorte que temos. Falo a vocês apenas como outro ser humano, um simples monge. Se acharem útil o que eu digo, então espero que tentem praticar. (DALAI LAMA, O Discurso do Prêmio Nobel da Paz). 1 INTRODUÇÃO O presente artigo tem o propósito de socializar parte das reflexões e dos resultados de um estudo sobre o professor em uma nova perspectiva, a partir da qual o denominamos um “Professor Afetivamente Ampliado”. A argumentação em defesa de uma investigação sobre o professor, sob um olhar mais aprofundado, está em buscar descobrir quem é o professor que está em sala de aula e, principalmente, o que o move no ato de educar. Sabe-se que a despeito das conhecidas dificuldades de trabalho de muitos professores – realidade social na qual atuam, falta de estrutura física e de materiais nas escolas e contradições nas orientações pedagógicas de coordenadores e gestores educacionais –, alguns conseguem desenvolver práticas pedagógicas criativas e inovadoras, e verdadeiramente centradas no aluno e em como (e quando) ele aprende; ou seja, voltadas para o seu desenvolvimento humano e social. Tais professores são, normalmente, aqueles que se mostram interessados em refletir sobre sua prática e ressignificá-la, considerando que suas ações afetam a qualidade das interações no ambiente escolar e possuem implicações diretas na qualidade dos processos de ensinoaprendizagem e de desenvolvimento de seus educandos. Assim sendo, parte-se do pressuposto de que sua abertura a tais ações reflexivas representam, fundamentalmente, suas concepções de mundo, de ser humano, de desenvolvimento e de educação. Adicionalmente, representam aspectos de sua subjetividade, isto é, de sua afetividade, entendida de modo ampliado. O que direciona a presente pesquisa é, então, a intenção de 4 Os dados discutidos no presente artigo revelam parte dos resultados da pesquisa de Mestrado intitulada “QUEM É O PROFESSOR AFETIVAMENTE AMPLIADO? UMA ANÁLISE PSICOLÓGICA DAS INTERAÇÕES NO AMBIENTE ESCOLAR”, realizada na Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Paraná pela primeira autora, orientada pela segunda autora. conhecer um pouco mais este professor e, em contrapartida, contribuir para seu autoconhecimento. Tais ideias encontraram sentido e significado nas proposições do Sistema Teórico da Afetividade Ampliada (STAA) e, sobretudo, um caminho para sua viabilização. Assim, enquanto investigação científica, constitui este o principal referencial teórico-metodológico do estudo. 1.1 Sistema Teórico da Afetividade Ampliada O Sistema Teórico da Afetividade Ampliada (STAA), ou simplesmente “Afetividade Ampliada”, como foi batizado por seus autores (LOOS-SANT‟ANA, SANT‟ANA-LOOS, 2013; LOOS-SANT‟ANA, SANT‟ANA-LOOS, no prelo; SANT‟ANA-LOOS, LOOS-SANT‟ANA, no prelo), vem sendo elaborado desde 2006 e, atualmente, encontra-se iniciando as publicações da base principal de sua argumentação teórica. Para uma melhor compreensão sobre a perspectiva de se olhar para o professor à luz do STAA, é importante iniciar este relato com uma breve apresentação de algumas de suas bases teóricas, destacando-se que uma de suas premissas essenciais é a busca de superação do pensamento dicotômico, fortemente enraizado na ciência moderna. Essa postura se baseia, especialmente, no monismo5 de Spinoza (ESPINOSA, 2004; SANT‟ANALOOS, 2013), gerando um movimento que sustenta a ampliação do olhar (e do interagir) no/para o mundo e todas as interações nele presentes, garantindolhes unidade. Sobretudo, o que a Afetividade Ampliada (SANT‟ANA-LOOS, LOOS-SANT‟ANA, no prelo) vem questionando é o dualismo – como princípio de dissociação entre elementos, de maneira que chega a impossibilitar o diálogo e a interação entre eles; e que se manifesta, por exemplo, em dissociações entre mente e corpo, razão e emoção, matéria e pensamento, homem e natureza, etc. Não se trata de negar a ideia de dualidade (qualidade do que é dual), pois esta é fundamental para se compreender a escala em que os fenômenos se apresentam e para que se promovam interações e diálogos essenciais entre pessoas, ideias, etc. 5 Do latim monismos; criado pelo matemático e físico alemão Cristian von Wolff (1679-1754), significa a concepção que remonta ao eleatismo grego, segundo a qual a realidade é constituída por um princípio único, um fundamento elementar, sendo os múltiplos seres redutíveis, em última instância, a essa unidade (HOUAISS, 2009). A visão monista promulgada pelo STAA, que busca a superação das dicotomias e dualismos, constitui a base para que se conceba um Professor Afetivamente Ampliado – o que pressupõe, então, um ser multidimensional, que articula e integra as variadas dimensões do humano: um ser biológico, psíquico, social, cultural, afetivo, racional e, também, universal. De modo a tornar possível o verdadeiro entendimento de um ser humano multidimensional faz-se necessário integrar diversos elementos, de caráter interdisciplinar, sob a égide de uma perspectiva epistemológica monista. Disso resulta que o STAA seja aplicável a diversas temáticas e/ou subconjuntos de conhecimentos da realidade, podendo ramificar-se em "diversas teorias" (por isso a ideia de sistema teórico). Trata-se, ainda, de uma questão de método. Isso porque o STAA funciona como uma meta-teoria, que tem como função atualizar ou (co)ordenar o avanço da compreensão da realidade em uma visão dinâmica, a partir da afetividade – no sentido ampliado, isto é, a qualidade de afetar e ser afetado das/pelas coisas e/ou seres – envolvida nas interações dos diversos fenômenos que estiverem em pauta. Ou seja, o STAA busca constituir-se um “método do método”, uma teoria-método (ou meta-teoria), que é um método que “orienta” os outros métodos a se inter-relacionarem, auxiliando na superação dos problemas metodológicos oriundos das dicotomias dualistas (SANT‟ANALOOS, LOOS-SANT‟ANA, no prelo; PALUDO, 2013). No que diz respeito à Psicologia, o STAA efetiva sua concepção metodológica diferenciada e desempenha seu caráter de meta-teoria fornecendo uma estrutura básica que organiza as dimensões da psique, bem como os principais conceitos que a compõem, de uma maneira ampliada. Essa ampliação permite que as fronteiras dos conceitos se “toquem”, deixando a dinâmica de suas interações mais clara e flexível. Tal ampliação, porém, também abre espaço para teorizações mais pontuais que possam ser articuladas entre si pelo STAA e em consonância com a estrutura maior que as coordena. É por meio deste método que o STAA pode exercer sua natureza intrinsecamente interativa, dialética, que procura chegar a uma unidade coerente (no que diz respeito à constituição da psique) por meio do exercício de busca de sínteses – que se aplica não somente aos conceitos em si, como às perspectivas de entendimento deles (idem, ibidem). A estrutura básica que organiza as dimensões da psique humana é denominada, pela Afetividade Ampliada, Célula Psíquica. A noção de célula psíquica permite uma visão do todo, mas, também, a visualização da relação dinâmica e de interdependência entre as partes que a compõem, o que vai ao encontro da perspectiva monista que subjaz a este sistema teórico. A célula psíquica é uma unidade triádica, a qual se compõe de três dimensões caracterizadas por processos psicológicos essenciais, a saber: a Identidade, o Self e a Resiliência (ampliada). A unidade triádica permanentemente se amplia e se atualiza na interação com o meio físico e social, ou seja, por meio do contato com o “outro”, o que corresponde ao processo de Alteridade (LOOSSANT‟ANA, SANT‟ANA-LOOS, 2013), constituindo esta uma quarta dimensão que complementa as três anteriores. A célula psíquica apresenta analogia com uma célula biológica, já que esta também é formada por uma estrutura triádica – membrana, citoplasma e núcleo –, ou seja, compartilha da mesma perspectiva de tríade que configura o ciclo da vida, os sistemas existenciais em constante interação com o universo. Nessa metáfora há, então, um espelhamento entre a célula biológica e a célula psíquica, o qual pode ser, brevemente, correlacionado da seguinte forma: (1) membrana (na célula biológica) / identidade (na célula psíquica): corresponde a um “campo de força” (real e/ou simbólico), considerando-se a identidade como a parte tangível do “„eu”; limite que cerca, estabelece os parâmetros objetivos do que se é; aquilo que aparece para o outro, que se deixa perceber pelo outro (idem); (2) citoplasma (na célula biológica) / self (na célula psíquica): tem a função de manutenção, nutrição, sustentação; armazena e disponibiliza recursos; o self está no nível subjetivo (interno) e envolve o conjunto de crenças que o indivíduo constrói ao longo da vida (sobre si mesmo e sobre o mundo) (idem); (3) núcleo (na célula biológica) / resiliência ampliada (na célula psíquica): contém as possibilidades de ampliação, de expansão do ser; a resiliência caracteriza a estrutura „nuclear‟ da célula psíquica, oferecendo recursos criativos ao self para lidar com as situações que se apresentam ao longo da vida. Esses três instâncias do “eu” estão em interação com o mundo por meio da alteridade, que pode ser entendida como „aquilo que se refere ao outro: natureza ou condição do que é de outro, do que é distinto‟ (HOUAISS, 2009). Então, assim como a resiliência, a alteridade encontra um sentido ampliado no STAA: uma “alteridade, definida literalmente, como a „qualidade de ser, logo saber, o outro‟” (LOOS, SANT‟ANA, NÚÑEZ RODRÍGUEZ, 2010, p. 3). Referese a um “outro” que não se limita a outro indivíduo (uma pessoa específica) e, sim, a tudo e todos. Cada um desses elementos da célula psíquica – identidade, self, resiliência ampliada e alteridade – podem ser considerados „categorias‟, uma vez que integram um conjunto de mecanismos psicológicos que formam a base de quatro dimensões amplas da psique humana, a saber: identidade (dimensão configurativa), self (dimensão recursiva), resiliência ampliada (dimensão criativa) e alteridade (dimensão moduladora). Essas dimensões, com suas respectivas categorias que lhe representam, são interdependentes e autocomplementares, sendo que as quatro dimensões mencionadas, em conjunto, permitem que se realize o que o STAA vem denominando Linguagem plena, uma quinta dimensão que visa, fundamentalmente, à homeostase. Nesse movimento, dialético, constitui-se a dinâmica do desenvolvimento da psique humana por meio da afetividade – pela possibilidade de afetar e de ser afetado pelo outro (SANT‟ANA, LOOS, CEBULSKI, 2010) – ou seja, uma perspectiva de que os seres se ampliam na busca de harmonizar suas interações. No caso da pesquisa aqui referida, a afetividade ampliada é entendida como fundamental para a harmonia nas interações no ambiente escolar. Adicionalmente, o STAA aprofunda a compreensão no que tange a uma preocupação demasiadamente conhecida que assola, entre outros indivíduos, os professores em sua prática pedagógica: os altos níveis de estresse que a atuação docente pode acarretar. Esse estresse, decorrente do desequilíbrio, caos, ou desordem interior e das interações, entende-se por entropia (LOOS-SANT‟ANA, SANT‟ANA-LOOS, no prelo), o que acaba contribuindo para levar o indivíduo à excessiva perda – inevitável – de energia. É, também, no sentido de contribuir para reduzir os níveis de entropia – no caso aqui analisado, do professor e suas interações no ambiente escolar – que a Afetividade Ampliada fundamenta-se na busca de harmonia nas interações (homeostase6) como caminho e fim para o desenvolvimento pleno do sujeito, principalmente por entender que os indivíduos, de modo geral, perdem muita energia em interações desarmônicas (idem). 2 METODOLOGIA 2.1 Abordagem do Estudo Diante das considerações apresentadas, delimitou-se o problema de pesquisa, inicialmente, em torno do conceito de afetividade para além de seu sentido estereotipado – de relações afetivas muitas vezes superficiais, que consideram o conceito de “afeto” apenas como sinônimo de carinho e atenção –, conduzindo-o para um entendimento muito mais amplo, o qual envolve a interdependência e a dinamicidade das interações, isto é, sobre como somos afetados pelo mundo. “É o resgate do sentido mais primário, fundamental, de afetividade; a qual se amplia e se torna expressiva não só para o entendimento da realidade, mas para a própria efetivação do sentido da realidade.” (SANT‟ANA-LOOS, LOOS-SANT‟ANA, KLOEPPEL, no prelo). Nessa direção, algumas questões balizaram a pesquisa: Qual a compreensão do professor sobre o sentido do “afetar e ser afetado”, dia a dia, nas interações de sala de aula? Que reflexões (e ações) esse professor desenvolve a partir disso? Como se poderia caracterizar um “professor afetivamente ampliado”? Essas questões estão diretamente relacionadas a uma dimensão essencial na dinâmica da constituição do “ser”, que é a alteridade. Conforme já destacado, a alteridade toma, aqui, um significado ampliado e “[...] representa, assim, o ápice da relação eu-outro, em que ambas as partes assumem um compromisso com o outro.” (LOOS, SANT‟ANA, NÚÑEZ RODRÍGUEZ, 2010, p. 3). Esse “outro” refere-se, na perspectiva do STAA, a alguém, algo, a realidade, o meio, fenômenos, objetos, ideias, etc., alargando as possibilidades de ampliação do ser por meio das variadas interações com o mundo (SANT‟ANA-LOOS, LOOS-SANT‟ANA, no prelo). A categoria alteridade foi, assim, escolhida para direcionar a análise dos resultados neste artigo. Nesse sentido, a alteridade, correspondendo a um dos 6 Homeostasia: (biologia) - processo de regulação pelo qual um organismo mantém constante o seu equilíbrio. Termo criado pelo fisiologista americano Walter Cannon (1871-1945); (fisiologia) – estado de equilíbrio das diversas funções e composições químicas do corpo (Houaiss, 2009). eixos de análise adotados na pesquisa, está em foco neste relato enquanto um “recorte” – o que não implica se desconsiderar que, embora seja necessário selecionar um foco em uma produção científica, este nunca estará dissociado, isolado do todo (relação íntima entre todo e partes). Em outras palavras, em uma visão ampliada da ciência como a que é defendida pelo STAA – na qual os elementos não se isolam do todo, do contexto e de algo maior –, a alteridade integra a célula psíquica, tendo a função de modular as demais instâncias que a compõem. 2.2 Desenho Metodológico Adotou-se o modelo misto de pesquisa (SAMPIERI et al, 2006), com o uso de dois instrumentos padronizados de coleta de dados, combinando-se com instrumentos de caráter qualitativo. Estes últimos tendem a proporcionar uma abordagem mais direta, especialmente da categoria alteridade, já que a pesquisa qualitativa “[...] corresponde a um procedimento mais intuitivo, mas também mais maleável e mais adaptável.” (BARDIN, 2011, p. 145). Os pressupostos e objetivos que balizaram o estudo (tomado em seu todo) foram organizados no quadro a seguir: Os professores não relacionam a ideia de afetividade a uma perspectiva ampliada de seu conceito: a de afetar e ser afetado, o que exige uma visão ampliada das interações; Os fundamentos do STAA, por meio das categorias de identidade, self, alteridade e resiliência ampliada, podem ser empregados para analisar e contribuir para o desenvolvimento pessoal e profissional do professor; PRESSUPOSTOS É possível levantar indicadores de desenvolvimento pessoal, por meio dos critérios do STAA, que contribuirão para a prática docente e, consequentemente, para que o professor colabore para o desenvolvimento pessoal e acadêmico de seus alunos; O desenvolvimento pessoal do professor está diretamente relacionado à qualidade das interações na prática docente. OBJETIVO GERAL Contribuir para o desenvolvimento pessoal e profissional do professor a partir da análise de parâmetros que possam vir a contribuir para a emergência de um “professor afetivamente ampliado” e de indicadores encontrados em alguns padrões de interação frequentemente presentes no ambiente escolar, visando-se uma renovação efetiva nos processos escolares de ensino-aprendizagem. Investigar o nível de compreensão dos professores sobre o sentido do “afetar e ser afetado” nas interações de sala de aula; Analisar e contribuir para o desenvolvimento do professor no que tange às categorias do STAA – identidade, self, resiliência ampliada e alteridade. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Levantar indicadores de desenvolvimento pessoal e profissional do professor a partir dos instrumentos de coleta de dados (escalas, entrevista, dinâmica de grupo, expressões incompletas, diário de bordo), utilizando-os tendo em vista as categorias postuladas pelo STAA. Identificar como se pode caracterizar um “professor afetivamente ampliado”; Contribuir especialmente para o desenvolvimento da alteridade do professor com seus alunos. Quadro 1: Pressupostos e objetivos do estudo. A análise dos dados coletados contou com a perspectiva proposta por Luna (1996, p. 14), que considera que “[...] o papel do pesquisador passa a ser o de um intérprete da realidade pesquisada, segundo os instrumentos conferidos por sua postura teórico-epistemológica.” (LUNA, 1996, p. 14). 2.3 Universo e Sujeitos de Pesquisa O estudo foi realizado em duas Escolas Municipais de Curitiba (PR), sendo uma em um bairro próximo ao centro da cidade e outra localizada em uma região menos central, que atende a uma comunidade menos favorecida economicamente. Os sujeitos da pesquisa foram professoras do primeiro ciclo do Ensino Fundamental I – uma de 1º, uma de 2º e uma de 3º ano, em cada escola –, totalizando seis professoras participantes do estudo, com idades variando entre 29 e 49 anos. Vale ressaltar que todos os procedimentos éticos para pesquisa com seres humanos foram respeitados, tendo sido o projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Paraná, bem como obtidas as autorizações necessárias junto à Direção das escolas envolvidas e à Secretaria Municipal da Educação de Curitiba. Os participantes do estudo também assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 2.4 Instrumentos e Procedimentos de Coleta de Dados A pesquisa foi desenvolvida em várias etapas, as quais envolveram a observação do ambiente ensino-aprendizagem e a aplicação de diferentes instrumentos de coleta de dados, sendo estes: (1) escalas padronizadas – Escala Rosenberg de Autoestima (ROSENBERG, 1991; traduzida por LOOS, 2003) e Escala de Resiliência (PESCE et al, 2005), relacionados predominantemente às categorias self e resiliência ampliada; (2) instrumentos não-padronizados de caráter qualitativo (entrevista individual semiestruturada; expressões incompletas; dinâmica de grupo), relacionados também às categorias anteriores e, predominantemente, às categorias identidade e alteridade. Assim, é importante salientar que cada instrumento apresentou itens que direcionaram os dados para enfoques mais específicos correspondentes a um eixo, mas todos forneceram elementos de análise para mais de uma categoria (eixo) do STAA, permitindo a análise de todas as categorias articuladamente e, assim, constituindo um entendimento mais dinâmico e totalizante do professor nessa perspectiva – afetivamente ampliada –, tendo em vista suas interações no ambiente escolar. Os dados foram organizados em campos de análise relacionados a cada eixo, que, no caso da síntese dos resultados aqui apresentados, corresponde ao EIXO: Alteridade – CAMPO DE ANÁLISE: Interação com Alunos. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO O tratamento dos dados, a partir dos instrumentos qualitativos – como é o caso dos procedimentos de análise do eixo Alteridade –, baseou-se na técnica de análise de conteúdo (BARDIN, 2011), amparada nos registros verbais e escritos da amostra pesquisada. Para tanto serão apresentados, a seguir, alguns resultados da análise das interações das professoras com seus alunos, adquiridos a partir de dois instrumentos de coleta: Expressões Incompletas e Dinâmica de Grupo. Esses instrumentos foram selecionados, intencionalmente, por levantarem questionamentos sobre como as professoras pesquisadas percebem suas interações com esse “outro” fundamental e mais significativo na dinâmica da atuação docente: o aluno. 3.1 Eixo: Alteridade / Campo de Análise: Interação com Alunos O campo Interação com Alunos corresponde a um dos aspectos mais importantes da pesquisa empírica com as professoras, mas, certamente não dissociado (isolado) de seu contexto e da articulação com os todos os aspectos que envolvem tanto as demais interações no ambiente escolar, quanto os outros eixos de análise adotados no estudo, inspirados na noção de Célula Psíquica (LOOS-SANT‟ANA, SANT‟ANA-LOOS, 2013): identidade, self e resiliência ampliada; já que os mesmos afetam e são diretamente afetados pela alteridade. A análise apresentada, a seguir, foi desenvolvida a partir do grupo de professoras como um todo, com registros individuais e comentários ilustrativos, mas sem nenhuma forma de identificação, nem mesmo das escolas. Essa postura justifica-se, pois a perspectiva de investigar o “professor afetivamente ampliado” teve um foco mais amplo e dinâmico, e não o objetivo de “rotular” individualmente cada sujeito. Sobretudo, ainda, a pesquisa primou pelo compromisso ético de preservar a privacidade das educadoras, em todas as etapas. Instrumento: Expressões Incompletas As professoras foram convidadas a preencher livremente os espaços com as sentenças já iniciadas, apresentadas em uma folha de papel, completando a ideia com suas próprias percepções, sentimentos, pensamentos, etc. As respostas aqui apresentadas são de várias das professoras participantes, e, mesmo correspondendo mais diretamente às interações com os alunos, apresentam claras intersecções com questões identitárias: Acho que meus alunos pensam sobre mim que... “sou divertida, uma professora exigente”; “sou brava, às vezes, e esperam que eu os ensine a ler e escrever”; “estou ali para ensinar o que ainda não sabem”; “a professora vai ensiná-los a ler e escrever”; “sou uma professora responsável, dedicada e muito inteligente”; “sou engraçada”. ... e esperam que eu... “seja uma boa professora e que possa contribuir para com eles”; “os ensine a ler e escrever”; “eu possa auxiliá-los sempre que precisarem”; “os ensine”; “lhes ensine a ler, escrever, conhecer melhor o mundo, sua história”; “os ajude”. Analisando as respostas das professoras é possível inferir que, para a maioria das professoras, a interação com os alunos (representada pela percepção de como elas acreditam que os alunos as vêem, o que pensam e esperam delas) mostra-se bastante relacionada ao desempenho acadêmico – “estou ali para ensinar a ler e escrever” –, mais do que aos aspectos que se referem à natureza dessas interações, por exemplo, em relação aos vínculos afetivos. Já frente à solicitação de que continuassem a seguinte frase, apareceram respostas como as que se seguem: Quando meus alunos estão muito agitados eu... “fico também, peço silêncio, faço alguma dinâmica, brincadeira, conto uma história e dou uns „berrinhos‟; “tento acalmá-los para que possam aproveitar da melhor forma possível o que tenho para lhes ensinar”; “converso com eles e procuro fazer atividades que voltem a se acalmar”; “converso peço que se acalmem, faço dinâmicas, como: respirar fundo, contar, apago a luz, peço que respirem fundo e falo baixo”. Os dizeres das professoras, de modo geral, representam seus “olhares” para os alunos. Muitos procedimentos adotados por elas, de acordo com seus relatos, vão ao encontro da categoria alteridade, instância que sustenta a dimensão moduladora da psique. Observa-se uma tentativa de modular primeiramente o próprio comportamento como decorrência do estado emocional das crianças para, então, obter a modificação desejável nelas. Nos registros destacados acima, chama-se a atenção para o comentário de uma das professoras que evidencia, mais pontualmente, a perspectiva embutida na concepção de afetividade em que se pauta esta investigação – isto é, a ideia de afetar e ser afetado. A professora enfatiza: “Quando meus alunos estão muito agitados eu... fico também”. Fica claro o efeito da alteridade, da forma como somos “contagiados” pelo estado emocional do outro e, também, como buscamos modular nosso comportamento a partir do “afetamento” pelo outro. Porém, observou-se que a perspectiva da afetividade em sentido amplo ainda não se manifestou, conscientemente, nos relatos das professoras. A nítida preocupação das professoras em encontrar alternativas para as situações do cotidiano articula-se, também, com a categoria resiliência ampliada – instância que fundamenta a dimensão criativa, pois busca fornecer soluções inovadoras para a diversidade de situações que as interações diárias no ambiente escolar podem apresentar. Essa visível interdependência entre as dimensões e seus processos corresponde às premissas de base do STAA, que defende a inter-relação e complementaridade entre as dimensões do ser. Instrumento: Dinâmica de grupo Os resultados da aplicação desse instrumento foram muito significativos, em especial para o eixo de análise referente à alteridade, pois além de fomentar depoimentos espontâneos a partir das questões sorteadas pelas professoras, permitiu que alguns posicionamentos fossem sendo argumentados coletivamente – já que as professoras, em certos momentos, completavam os pensamentos, sentimentos e ideias umas das outras. A dinâmica foi videogravada, sendo que os registros apresentados a seguir correspondem à transcrição direta da fala das professoras. Chama-se a atenção, em especial, para a confirmação de um dos pressupostos elencados para a investigação: os professores tendem a não relacionar a ideia de afetividade a uma perspectiva ampliada de seu conceito – a de afetar e ser afetado pelo mundo, em uma visão ampliada das interações. Nos depoimentos fica claro que a afetividade liga-se somente à ideia de carinho e atenção, como evidenciado na fala de algumas professoras: A relação que eu estabeleço entre vínculos afetivos e o interesse e desempenho dos meus alunos é... “Acho que é como que agente lida com eles porque, às vezes, eles não têm em casa aquela conversa com o pai, com a mãe. Às vezes não têm aquele carinho, acho que deve ser isso...” “Acredito que essa afetividade, vínculos que fala aí, vínculos que a gente tem que ter com os alunos, dia a dia, a gente faz parte disso. É um abraço que eles vêm e pedem pra gente, um beijo, porque muitas vezes eles não têm em casa. Então eles buscam na gente esse carinho, essa atenção... Quando a gente dá atenção para o estudo dele, quando comemora com eles: “hoje você leu essa palavra”... Então, acho que é o momento que eles ligam afetivamente na gente, porque estamos dando valor no que ele fez. (Aprendizagem ligada ao agradar à professora) e, ao contrário, se eu dissesse “não, você não faz, você é feio” se eu só brigasse, baixaria autoestima deles. Então eu acho que eles perderiam comigo essa afetividade. Eu acho que está sim bastante relacionado com a afetividade”. [...] “porque tem criança que é muito carente”. “É assim, será que eles estão mais felizes, mais motivados, talvez tenham mais apreensão de conhecimento, de querer aprender? Porque eu já vi alunos meus dizerem “ai, professora, eu gosto tanto de você, por isso que eu quero aprender”. Acho que tem a ver, né? Vínculo afetivo, desempenho dos alunos... “por eu gostar de você, eu vou fazer o melhor pra te agradar”... ex. aluna que chorava muito e agora vem feliz e diz que quer aprender, porque gosta de mim”. “[...] a questão da afetividade deve acontecer naturalmente, a gente percebe que eles se envolvem mais com agente realmente quando tem esse vínculo afetivo”. Por outro lado, evidenciou-se que, de um modo geral, as professoras percebem a importância dos vínculos afetivos para que seja despertado o interesse e, consequentemente, abram-se caminhos para a aprendizagem dos alunos. Outra questão que contribuiu de maneira muito relevante para a análise, a partir do eixo Alteridade, foi a seguinte: Minha turma fica agitada quando... e eu... “Quando eu faço atividade em grupo, uma atividade diferente, eles já ficam eufóricos, já se agitam bastante. O que eu faço é tentar explicar, acalmá-los. A gente tenta no diálogo, na conversa, organizar os grupos para que diminua a agitação. Exemplo de uma atividade com filme, mas através da conversa a gente procura expor para eles que a atividade em grupo precisa ser mais calma, senão, não tem resultado o trabalho. E percebo também que a agitação maior é quando eles voltam do recreio e para acalmar a gente fala pra eles, vamos acalmar, vamos respirar (inspira, expira), acalmar através da conversa”. “[...] quando eles voltam do recreio, por isso eu já deixo para dar o lanche na volta pra tentar acalmá-los porque daí tem a espera do lanche e, quando chega no final, aquele que não acabou acaba ficando agitado porque o primeiro que acabou está agitado, aí já tem que jogar outra atividade e não deixar um prazo tão longo entre uma e outra atividade, senão, não consegue voltar”. Tais depoimentos demonstram que as professoras procuram perceber seus alunos e buscam alternativas, por vezes criativas, para as diversas situações que as interações apresentam no dia a dia de sala de aula, acessando os recursos fornecidos pela resiliência ampliada, modulando-se pela alteridade. Finalmente e com especial contribuição para a perspectiva da investigação sobre um “professor afetivamente ampliado”, destaca-se o comentário de uma professora, também em resposta à pergunta anterior, sugerindo-se especial atenção ao trecho grifado: “Minha turma fica agitada sempre! Não é questão de limite, eles querem falar... eles não têm muito „timing‟. Eles não sabem a hora certa e eu, tem dias que eu fico mais nervosa que eles ainda...Tem dias que eu acho que quando eu tô mais calma fica mais fácil, assim... a gente para tudo, volta. Mas no dia que a gente está mais agitada, mais ansiosa, acho que entra no mesmo bolo que eles e fica um agito total. Os meus, agora eu lembrei, eles ficam mais agitados depois do recreio, porque é todo dia, é um agito total”. Pode-se entender o trecho selecionado na fala da professora como a essência da concepção de alteridade – do sentido do eu que se perfaz pelo outro, que afeta e é afetado –, ou seja, da importância da qualidade das interações no ambiente escolar, pois a professora olha para si mesma e afirma: “...quando eu „tô‟ mais calma, fica mais fácil”. Portanto, mesmo tratando-se de uma síntese de apenas um dos eixos de análise, procurou-se defender o quanto os aspectos que envolvem a psique humana estão interligados, funcionando interdependentemente, e são modulados por nossa interação com o “outro” (alteridade em sentido ampliado) – neste caso, com ênfase para o “outro: aluno”. Salienta-se, ainda, que dentre os pressupostos levantados para a pesquisa foi possível confirmar que é possível levantar indicadores de desenvolvimento pessoal por meio dos critérios do Sistema Teórico da Afetividade Ampliada que possam vir a contribuir para a prática docente e, consequentemente, para que o professor consiga investir mais e melhor no desenvolvimento pessoal e acadêmico de seus alunos. CONSIDERAÇÕES FINAIS A perspectiva da pesquisa aqui relatada foi a de uma sensibilização dos educadores, sensibilizar-se no sentido de “estar aberto”, “estar atento”, “estar consciente” para algo mais “intenso” (ou inteiro) – existencial – dessa relação que se constrói no dia a dia em sala de aula. Que promova o “sentir o outro”; que permita “ser sentido” e “sentir-se”. Uma sensibilização que considere o caráter de intersubjetividade que é inerente ao encontro e que promova conexões amplas e variadas com o mundo. Nesse sentido, é importante destacar que a pesquisa não tem por finalidade definir um padrão de “professor ideal”, ou “professor perfeito”. Ou seja, a premissa de base para esse olhar para (e do) professor é a de não estabelecer padrões literais e modelos de postura, perfil, e, tampouco, de comportamentos e atitudes por parte de dos educadores. A premissa, portanto, é defender um professor que tem consciência de que afeta e é continuamente afetado pelo mundo em todas as suas interações; um professor que está em desenvolvimento constante, criando estratégias criativas e dinâmicas para combater a entropia que se gera nas interações e, para isso, investe em sua célula psíquica. E que, no papel de educador, ajuda as crianças e adolescentes que estão à sua frente a também desenvolverem suas próprias células psíquicas. Este é, provavelmente, o mais importante legado que qualquer professor pode deixar a seus alunos. REFERÊNCIAS ARANTES, V. A. 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