BRINCAR É PRECISO
Este trabalho busca apresentar uma proposta inovadora no que se refere
ao atendimento de crianças em idade de dois a seis anos que freqüentam o
centro de educação infantil em período integral,
para que possam brincar
priorizando seu desenvolvimento .
O brincar como eixo obrigatório descrito nos Referenciais
Curriculares
Nacionais, busca promover momentos de lazer que contribuem no construção de
conceitos e habilidades necessárias para a vida acadêmica , pessoal, emocional
e social de cada criança envolvida nas brincadeiras.
Com o intuito de
estudar a contribuição dos brinquedos no desenvolvimento
infantil elaborou-se uma pesquisa que divide-se em três momento distintos sendo:
1- Conhecendo a história da brinquedoteca
2- A função do brinquedo no desenvolvimento da criança
3- A construção de uma espaço inovador denominado brinquedoteca em um
centro de educação infantil.
Este trabalho relata as etapas desenvolvidas, iniciando com estudo teórico
sobre a história da brinquedoteca.
1.1 HISTÓRIA DA BRINQUEDOTECA.
A primeira idéia de brinquedoteca surgiu na Escola Nova em 1934, em Los
Angeles, que nasceu para tentar resolver o problema de crianças de uma escola
que roubavam brinquedos de uma loja próxima. Com esse fato iniciou-se um
serviço de empréstimo de brinquedos. Tal serviço existe até hoje e é chamado
“Los Angeles Toyloan”, porém sua expansão se deu realmente a partir da década
de sessenta (Cunha, 1992,p.15).
Em 1963, em Estocolmo/Suécia, surgiu a primeira Ludoteca, tendo como
objetivos a orientação de pais de crianças excepcionais, o estímulo a
aprendizagem e o empréstimo de brinquedos.
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Em 1967, na Inglaterra surgiram as “Toy Libraries” ou Biblioteca de
Brinquedos. A partir do I Congresso realizado sobre o assunto, em 1976 em
Londres, o trabalho que inicialmente era só empréstimo de brinquedo foi se
tornando cada vez mais abrangente e em 1987, no Congresso Internacional de
“Toy Libraries”, no Canadá, foi questionada a adequação do nome “Toy Libraries”,
visto que nelas muitos outros trabalhos eram realizados e não só o empréstimo de
brinquedos. A partir daí a Brinquedoteca assumiu várias funções, o movimento
nesta área ganhou força e sua expansão ocorreu em vários países da Europa.
No Brasil, constata-se também o reflexo desse movimento, surgindo em
1973 a Ludoteca da APAE de São Paulo, que funcionava sob forma de rodízio de
brinquedo entre as crianças.
Em 1981 foi criada a primeira Brinquedoteca brasileira, na Escola
Indianópolis em São Paulo, com objetivos diferenciados das “Toy Libraries” e com
características e filosofias voltadas às necessidades da criança brasileira,
priorizando o ato de brincar, mantendo o setor de empréstimos, atendendo
diretamente a criança e dando incentivo a um movimento de expansão da idéia à
outras pessoas e instituições.
Em 1984 foi criada a Associação Brasileira de Brinquedoteca, o que fez
crescer o movimento no Brasil. Inúmeros eventos foram realizados, começando a
surgir Brinquedotecas em diferentes estados brasileiros. Desde então a
Associação Brasileira tem se mantido atuante na divulgação, no incentivo e na
orientação à pessoas e instituições. Hoje, existem aproximadamente cento e
oitenta brinquedotecas de vários tipos e funções atuando no Brasil e levando às
crianças a alegria e a magia do brincar.
2.1– A FUNÇÃO DO BRINQUEDO NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA.
Segundo a autora Nylse Helena da Silva Cunha (1988,p.13), “quando a
criança está brincando ela se desenvolve, experimenta e confere suas
habilidades”.
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O brinquedo estimula a curiosidade, a iniciativa e a auto-confiança, além de
proporcionar aprendizagem, desenvolvimento da linguagem, do pensamento, da
concentração e da atenção.
Brincar não é importante só para a saúde física, mas também para a saúde
emocional e intelectual da criança. É uma arte, um dom natural que, quando bem
cultivado, irá contribuir no futuro para a eficiência e o equilíbrio do adulto.
O brinquedo espontâneo pode ser considerado sob dois aspectos:
Auto-expressão: atividades livres, construções, dramatizações, música, artes
plásticas, etc.
Auto-realização: o brinquedo organizado, ou seja, aquele que tem uma proposta e,
portanto, requer determinado desempenho. Quanto mais simples o material, mais
fantasia exige, quanto mais sofisticado, em maior desafio se constitui, mas é
sempre uma oportunidade para que a criança interaja, faça escolhas e tome
decisões. O brinquedo é um convite ao brincar; facilita e enriquece a brincadeira,
proporcionando desafio e motivação.
Ao ver o brinquedo, a criança é tocada pela sua proposta; reconhece umas
coisas, descobre outras, experimenta e reinventa; analisa, compara e cria. Sua
imaginação se desenvolve e suas habilidades também. Enriquecendo seu mundo
interior, tem mais coisas a comunicar e pode cada vez mais participar do mundo
que a cerca.
O brinquedo traduz o real para a realidade infantil. Suaviza o impacto
provocado pelo tamanho e pela força dos adultos, diminuindo o sentimento de
impotência das crianças.
Um urso de pelúcia pode ser um bom companheiro. Uma bola convida para
um pouco de exercícios, um quebra-cabeças desafia a inteligência ou um colar de
“pérolas” que faz a menina sentir-se mais bonita e importante como a mamãe;
todos são como amigos, servindo de intermediários para que a criança consiga
integrar-se melhor.
Através da experimentação, a criança aprende a controlar seus movimentos
e a estabelecer ordem no seu mundo.
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Quando tem acesso à farto material, satisfaz suas necessidades de
desenvolvimento e sente-se atraída pelas possibilidades que eles representam. As
crianças trabalham com materiais não somente para alcançar um objetivo, mas
pelo prazer de experimentá-los e lidar com eles.
Os brinquedos são alimentos para a fome de conhecer da criança, este
proporciona o “aprender fazendo” e deve desencadear atividades dinâmicas e
desafiadoras, que exijam participação ativa da criança.
As situações-problema contidas na manipulação de certos materiais, se
estiverem adequadas às necessidades do desenvolvimento da criança, fazem-na
crescer através da procura de soluções e de alternativas.
O desenvolvimento psicomotor da criança enquanto brinca alcança níveis
que só mesmo a motivação intrínseca consegue.
O brinquedo estimula a inteligência, porque faz com que a criança solte sua
imaginação e desenvolva sua criatividade. Ao mesmo tempo, possibilita exercício
de concentração, de atenção e de engajamento.
Distrai, porque oferece uma saída para a tensão provocada pela pressão do
contexto adulto.
Possibilita exercício de concentração e atenção, porque leva a criança a
absorver-se na atividade.
Pode-se aumentar gradativamente a capacidade para a criança permanecer
em uma mesma atividade fornecendo-se, inicialmente, brinquedos que exijam
menos tempo para que as atividades sejam realizadas, e à medida que a criança
consegue executá-las, oferecer jogos que solicitem maior tempo de utilização.
Como conseqüência da realização de uma atividade agradável e que
provocou concentração, a criança fica mais calma e relaxada. Assim, ela poderá
ter um rendimento melhor no processo de ensino e aprendizagem.
O brinquedo e as brincadeiras são excelentes oportunidades para nutrir a
linguagem da criança. O contato com diferentes objetos e diferentes situações,
estimula a linguagem interna e o aumento do vocabulário.
As variedades de situações que o brinquedo possibilita, pode favorecer a
aquisição de novos conceitos.
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Brincando, a criança desenvolve seu senso de companheirismo; jogando
com companheiros, aprende a conviver, ganhando ou perdendo, procurando
entender regras e conseguindo uma participação satisfatória.
No jogo, a lei não deriva do poder ou na autoridade, mas das regras,
portando, do jogo em si. Conhecidas as normas, todos têm as mesmas
oportunidades, e participando do jogo, a criança aprende a aceitar regras, pois o
desafio está em justamente saber respeitá-las. Esperar sua vez, aceitar o
resultado dos dados ou de outro fator de sorte, são excelentes exercícios de lidar
com frustrações e, ao mesmo tempo, elevar o nível de motivação.
Nas dramatizações, a criança vive personagens diferentes, alargando assim
sua compreensão sobre os relacionamentos humanos.
As relações afetivas e cognitivas, conseqüentes da interação lúdica,
propiciam amadurecimento emocional. Especialmente nos jogos grupais, a
interação acontece de maneira mais fácil, pois é estimulada pela necessidade que
os elementos do grupo têm de alcanças determinadas metas.
A forma de introduzir o brinquedo à criança é importante. Em certas
situações, pode apenas ser colocando no ambiente que a criança explora; outras
vezes precisa ser apresentado e mostradas as possibilidades de exploração que
oferece. De qualquer maneira, é indispensável que a criança seja atraída por ele..
Assim como a criatividade da pessoa que interage com a criança poderá
torná-la criativa, a paciência e a serenidade do adulto, influenciarão também no
desenvolvimento da capacidade de observar e de concentrar a atenção.
Brincar junto reforça os laços afetivos pois é uma maneira de manifestar
nosso amor à criança.
A criança sente-se ao mesmo tempo prestigiada e desafiada quando o
parceiro da brincadeira é um adulto. Este por usa vez, pode levar a criança a fazer
descobertas e a viver experiências que tornam o brinquedo mais estimulante e
mais rico em aprendizado.
Através da observação do desempenho das crianças com seus brinquedos,
podemos avaliar o nível de seu desenvolvimento motor e cognitivo. Dentro da
atmosfera lúdica, manifestam suas potencialidades e, ao observá-las, podemos
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enriquecer sua aprendizagem, fornecendo através dos brinquedos, elementos
nutrientes para seu desenvolvimento.
Não se deve interromper a concentração da criança que brincar. O
momento em que ela está completamente absorvida pelo brinquedo, é um
momento mágico e precioso em que está sendo exercitada uma capacidade de
maior importância, da qual depende sua eficiência quando adulto, que é a
capacidade de observar e manter a atenção concentrada.
Quando a atividade tiver que ser interrompida, deve dar-se um tempo para
a transição e mudança de atividade. Não podemos violentar a criança invadindo
bruscamente o seu mundo.
O hábito de guardar os brinquedos com cuidado, pode ser desenvolvido
através da participação da criança na arrumação feita pelo adulto. Quando os pais
ou a professora têm o hábito de constante e naturalmente, guardar as peças com
carinho depois de utilizá-las automaticamente e o mesmo hábito e aprende que
zelar pela ordem e conservação do brinquedo é normal, e pode haver satisfação
no guardar, como ouve no brincar.
A criança que sempre participou de jogos grupais, saberá trabalhar em
grupo; por ter aprendido a aceitar as regras do jogo, saberá também respeitar as
regras normais grupais e sociais. É brincando bastante que a criança aprenderá a
ser uma adulto consciente, capaz de participar e engajar-se na vida de sua
comunidade.
O brinquedo é o trabalho da criança. Se a criança brinca, acostuma-se a ter
seu tempo livre criativamente utilizado. Este hábito, se bem cultivado, além de
trazer satisfação, irá se transformar com a maturidade, em atitudes de
predisposição para o trabalho. O importante é que seja preservada a gratuidade e
o prazer; o gosto de fazer as coisas por elas mesmas e não somente pelos
resultados que possam ser alcançados.
2.2- CONSIDERAÇÕES SOBRE OS DIVERSOS TIPOS DE BRINQUEDOS:
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Os brinquedos que a criança olha, ouve, pega e morde, são muito
importantes para a estimulação sensorial e motora do bebê. Eles chamam a
atenção, despertam sentidos e contribuem para o seu desenvolvimento.
Inicialmente deve ser apresentado ao bebê algo para atrair seu olhar,
depois algo que se mova, em seguida um objeto que ele possa tentar pegar,
começando assim a dirigir seus movimentos. Para que possa sentir o peso e a
textura, um chocalho que por provocar ruído, leva a criança a perceber que
alguma coisa diferente acontece e que ela pode provocá-la. Os bebês gostam de
observar, e quando adquirem maior mobilidade, têm necessidade de explorar e
conhecer coisas novas.
Estimular uma criança é tão importante quanto respeitar sua fragilidade, a
pessoa que for interagir com um bebê precisa também ter o bom senso de não
exagerar a ponto de deixá-lo excitado.
Macios, gostosos de pegar, de aparência simpática, estes brinquedos
despertam em todos que os vêem uma vontade de acariciá-los e abraçá-los,
provocam aconchego e oferecem consolo à criança.
Entre os vários que devem estar à disposição da criança, sempre haverá
um que será o “bichinho de estimação”. Algumas crianças apegam-se de tal
maneira a suas bonecas ou bichinhos, que não dormem sem eles e querem trazêlos consigo, mesmo quando vão à escola. Talvez os brinquedos de afeto tornamse companheiros tão indispensáveis por representarem o apoio de um amigo
silencioso que nada pede, só oferece conforto. É um brinquedo que, pelo vínculo
afetivo que possibilita, deve realmente pertencer à criança. Não é aconselhável têlo em brinquedotecas para empréstimo pois a criança poderia ficar triste ao ter que
devolvê-lo.
O pensamento da criança evolui a partir de sua ações. As crianças
precisam vivenciar suas idéias em nível simbólico para poder compreender seu
significado na vinda real.
Os brinquedos de “faz-de-conta” funcionam como elementos introdutórios e
de apoio à fantasia e facilitam o processo de simbolização. Não é necessário que
sejam cópias idênticas da realidade, um bloco de madeira pode ser utilizado para
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representar um boneco. Entretanto, quando forem miniaturas de objetos reais,
devem possibilitar utilização semelhante a eles; por exemplo, um carrinho deve
rodar, um barquinho deve flutuar e um bule deve conter um pouquinho de líquido.
Caso contrário, perderão a finalidade de provocar a vontade de brincar com
eles como se fossem “de verdade”.
Quando a vontade de “brincar de...” já existe, a atuação da criança pode ser
mais criativa, pois ela mesma poderá inventar os objetos, valendo-se de qualquer
sucata. A brincadeira fica até mais divertida quando as crianças têm que descobrir
o que está representando.
O “faz-de-conta” dá oportunidade para expressão e elaboração em forma
simbólica de desejos e conflitos; quanto mais rica for a fantasia e a imaginação da
criança, maiores serão suas chances de ajustamento ao mundo.
Não só as crianças são atraídas por bonecas, mas também os adultos e até
animais. Como miniaturas do ser humano, elas recebem a forma que o adulto
aprecia e imagina que criança goste.
Mas, se o adulto faz é a criança que lhes dá vida e lhes atribui sentimentos,
projetando nelas suas próprias emoções. Quando são muito perfeitas ou
sofisticadas, provocam admiração, e a criança em vez de utilizá-las para sua
brincadeira de “faz-de-conta” passa a investigá-las ou exibi-las.
As crianças pequenas preferem bonecas macias e flexíveis e não valorizam
tanto os detalhes da aparência. Os meninos também gostam de bonecas, mas
como não as têm, usam outros objetos para representar pessoas.
As bonecas são imprescindíveis porque dão à criança a oportunidade de
exercer poder sobre elas, de sentir-se forte e grande como um adulto, de
repreender, se superproteger, de castigar, de cuidar, de amar ou respeitar. Como
os brinquedos de afeto, também fazem companhia e trazem segurança.
Brincar com bonecas dá á criança a oportunidade de amadurecer através
da elaboração de sentimentos e da vivência do papel de adulto.
A bola é um brinquedo para todas as idades. Vale por um companheiro
para uma criança que está só. Porque pula e rola, é um eterno convite à ação e ao
jogo. O bebê tenta pegá-la e engatinha atrás dela, o menino chuta ou arremessa,
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a menina joga para o alto, canta ou bate palmas. Em todas as situações, há
ludicidade e desenvolvimento da coordenação dos movimentos amplos e da
sociabilidade.
Basta observar a fisionomia das crianças assistindo a um teatro de
fantoches para verificar como este tipo de brinquedo é fascinante para as
crianças.
Fantoches de cara, de mão, de dedo, são sempre excelentes estimuladores
da imaginação e da linguagem.
Facilitando a concretização das fantasias e a expressão dos mais íntimos e
até desconhecidos sentimentos, os bonecos manipuláveis atraem a atenção e
encantam a criança. Proporcionam o prazer de dar vida e voz a animais e
bonecos. Através de um fantoche, pode ser superada uma timidez que dificultava
a comunicação e podem ser expressos sentimentos antes difíceis de comunicar,
porque ele passa a ser o foco da atenção em vez da criança que o manipula.
Quando as crianças brincam com fantoches, extravasam emoções e
manifestam sentimentos que talvez não se autorizassem a expressar diretamente;
quando os adultos os manipulam, têm em suas mãos um recurso mágico de fácil
penetração no mundo infantil.
Um capacete de bombeiro certamente ajudará o menino a sentir-se adulto e
forte como um bombeiro; paletós, gravatas, colares, brincos e pulseiras
estimularão o jogo simbólico, enriquecendo o “faz de conta”, facilitando a
representação de papéis.
Vestidos compridos, sapatos de salto alto, bolsa e maquiagem, são
excelentes elementos de apoio para a fantasia. Quando a menina faz de conta
que é a mamãe, assumindo seu papel, passa a entender melhor suas atitudes.
Os
objetos
que
sugerem
determinadas
profissões,
são
também
fundamentais, pois facilitam o processo de busca de identificação.
Um bom baú de fantasias deve ter ainda chapéus femininos e masculinos,
de enfermeiras e de cozinheiros, uniformes, máscaras, perucas, bigodes e
fantasias de bichos para facilitar a criação de personagens.
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Costuma-se chamar brinquedo pedagógico, ao que for fabricado com o
objetivo de proporcionar determinadas aprendizagens, tais como cores, formas
geométricas, números, letras, etc...
Entretanto, tal denominação é bastante relativa pelas seguintes razões:
1- O que caracteriza o brinquedo é a atitude que envolve sua utilização. Um
brinquedo pedagógico com as letras do alfabeto impressas em cubos de madeira,
por exemplo, pode ser usado para montar trens, que podem ser usados como
instrumentos de alfabetização quando a criança se interessa em ler o nome de
seu fabricante.
2- O que é e o que não é pedagógico?
Será que a pedagogia se restringe a ensinar formas, cores, números e letras?
A educação é um processo global e contínuo. Cada etapa de
desenvolvimento, cada momento da vida de uma criança, tem prioridades
diferentes que a educação pedagógica precisa entender. O urso de pelúcia é o
mais pedagógico que se pode oferecer em certos momentos, como uma bola de
futebol pode ser em outros.
Seguindo essa linha de pensamento, poderíamos dizer que brinquedo
pedagógico, é todo aquele que atende à necessidade da criança no momento em
que ela o utiliza. No brinquedo simbólico, a satisfação acontece no decorrer da
atividade, ao passo que no brinquedo pedagógico, o desafio é justamente obter a
satisfação no final da atividade, ou seja, quando o objetivo do jogo foi alcançado.
Este prazer de ter conseguido pode ser tão importante que a criança queira repetir
o jogo muitas vezes, só para revivê-lo.
Montessori constatou que um determinado jogo pode atender de tal forma
uma necessidade interior da criança que ela o executa algumas dezenas de
vezes, polarizando sua atenção que, ao largar o jogo, está mais calma e relaxada,
podendo até passar a ter um comportamento mais equilibrado.
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A diferença entre materiais pedagógicos e brinquedos pedagógicos pode
ser muito pequena. Ambos objetivam uma aprendizagem, mas no material
pedagógico, o aspecto lúdico pode não estar presente.
A ludicidade pode estar restrita ao desafio que a proposta do jogo
apresenta, ou ao prazer que a manipulação do material tridimensional apresenta.
O bloco de construção é provavelmente o brinquedo mais antigo e o mais
usado na educação infantil. A variedade de tamanhos, formas e cores que eles
possuem possibilitam diferentes formas de utilização e de manifestação de
criatividade.
Não constituem um jogo, pois não há regras para seu uso, mas são uma
excelente matéria prima para concretização das mais diferentes idéias.
A construção com blocos favorece diversos aspectos no desenvolvimento
infantil, atenção ,concentração, movimentos amplos e finos, coordenação visomotora,
equilíbrio,
proporção
e
simetria,
paciência
e
da
perseverança,
independência, sentimento de realização que tanto reforça a auto-imagem,
conhecimento das formas geométricas e de suas peculiaridades, pensamento
abstrato, exploração de tamanhos, formas e espaços, reconhecimento de
semelhanças e diferenças, aquisição de conceitos matemáticos, encorajamento à
solução de problemas e à formulação de projeto, oportunidade para aprendizagem
seqüencial e utilização do nível de pensamento de cada criança, satisfação de
inventar, construir, destruir e transformar.
A forma como as crianças utilizam os blocos de construção varia de acordo
com o estágio de desenvolvimento em que a criança se encontra, podemos dividir
em quatro fases as atividades com blocos:
1- a criança coloca os blocos uns sobre os outros de maneira aleatória
2- constrói torres ou faz filas de blocos
3- copia modelos e desenvolve novas técnicas de construção mais complicadas
4- reproduz estruturas mais difíceis e usa os blocos de forma simbólica
Elisabeth Hurlok diz que “a criança que é muito realista, ou então muito
sonhadora, não brinca criativamente”. Se for muito realista, não conseguirá
imaginar coisas que não está acostumada a ver, nem aceitará uma representação
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apenas aproximada; portanto o criticismo inibirá a criatividade. Se for muito
sonhadora, poderá gastar suas energias em devaneios, sem chegar a reproduzir
suas criações porque ficará satisfeita só com sua imaginação.
As crianças menores precisam de blocos maiores, que não exijam
habilidades muito desenvolvidas e que possibilitem construções que apareçam
mais, à medida que as crianças crescem, os blocos podem diminuir de tamanho.
O interesse que o quebra-cabeça desperta está relacionado com o grau de
dificuldade que ele represente e a capacidade de quem vai montá-lo; se for fácil
demais, não constituirá um desafio, mas também se for difícil demais provocará
desistência em vez de motivação.
Quanto maior o número de peças, mais difícil é a montagem. A graduação
dos níveis de dificuldade dos quebra-cabeças também não deve ser utilizada para
indicação por idade cronológica, pois a habilidade para montar quebra-cabeças
depende de outros vários fatores, especialmente de treinos anteriores. Algumas
crianças montam quebra-cabeças mais rapidamente que adultos.
3.1- A CONSTRUÇÃO DE UMA ESPAÇO INOVADOR.
Considerando tais aspectos estudados elaborou-se uma proposta intervenção
que está sendo efetivada com a construção de um espaço no CEMEI Santa
Izabel no Bairro Novo, que está sendo desenvolvido em quatro etapas:
1- Organização do espaço físico: Pintura. Limpeza, divisórias, revestimento de
piso, aquisição de materiais .
2- Preparo das crianças para trabalho na brinquedoteca sendo , estas divididas
em dois grupos para melhor aproveitamento do momento de brincar.
3- Conscientização junto as educadoras para utilização de forma adequada do
espaço organizado.
4- Efetivação de momentos de brincar na brinquedoteca.
Com estas etapas concluídas será elaborado um relatório dos resultados
observados juntas as crianças em relação aos seus comportamentos e
conceitos construídos .
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Referências:
CUNHA: Nylse Helena da “Brinquedo, Desafio e Descoberta” FAE (Fundação de
Assistência ao Estudante). Ministério da Educação. Rio de Janeiro - 1988.
Páginas 9 à 20.
GADOTTI, Moacir. “História das Idéias pedagógicas”. Ática. São Paulo, 1993 –
Páginas 142 à 147.
PILETTI, Nelson e Claudino. “História da Educação”. Ática. São Paulo. 1990.
Páginas 113 e 114.
SANTOS, Santa Marli Pires dos. “Brinquedo que vira sucata”
Artes Médicas – 1995 – Porto Alegre. Páginas 3 à 13.
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