UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A importância de se inserir a psicomotricidade nas aulas de Educação Física no 1º ano de escolaridade do ensino fundamental com crianças de 06/07 anos. Por: Aline da Cunha Pinheiro Orientador Professora/Mestre: Fátima Alves Rio de Janeiro 2011 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A importância de se inserir a psicomotricidade nas aulas de Educação Física no 1º ano de escolaridade do ensino fundamental com crianças de 06/07 anos. Apresentação de monografia `a Universidade Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicomotricidade. Por: Aline da Cunha Pinheiro Agradecimentos Agradeço a todas as crianças da Escola Municipal Sebastião Herculano de Mattos. Dedicatória Dedico esta pesquisa a minha família, meu Pai, minha Mãe, minhas irmãs, meu marido e amigos e que me deram apoio para concluir esta jornada de estudos, amo vocês. Resumo A psicomotricidade nos dá um grande suporte de socialização do aluno, e quando usamos a Educação Física unida com a Psicomotricidade esta adaptação torna-se mais fácil para nossas crianças, pois fará com que elas conheçam seus corpos, aprendendo de uma maneira lúdica saindo da visão tradicional de ensino. Metodologia Os dados serão coletados por meio de pesquisa bibliográfica em livros, revistas e artigos especializados, embasados inicialmente nos autores: Piaget, Vigostsky, WALLON, Henri, FONSECA, Vitor da; MACHADO, José Ricardo Martins;NUNES, Marcus Vinicius, NEIRA, Marcos Garcia, MATTOS, Mauro Gomes, FERREIRA, Carlos Alberto, MORAES, Alexandre José de Mello a partir dos quais serão analisados dados sobre a importância da Psicomotricidade no ensino fundamental para um melhor desenvolvimento da aprendizagem em crianças de 06/07 anos. Sumário Introdução________________________________________________08 Capitulo I- O que é psicomotricidade___________________________ 10 Capitulo II- A alteração na lei em relação ao ensino fundamental______ 19 Capitulo III- A Educação Física e a Psicomotricidade no primeiro escolar____________________________________________________ 22 Considerações finais__________________________________________ 31 Referências bibliográficas ______________________________________32 Índice_______________________________________________________33 ano 8 Introdução O presente trabalho tem o objetivo de demonstrar outra maneira de se ensinar, mostrando que a psicomotricidade torna-se uma grande ferramenta na fase de adaptação escolar, pois cada vez mais nós vamos receber alunos mais novos e com fases de desenvolvimento distintas, e nós professores temos que nos aperfeiçoar cada vez mais em novas técnicas para um melhor desenvolvimento de nossos alunos. Pois muitas vezes nos deparamos com alunos que apresentam uma série de dificuldades em suas disciplinas em sala de aula, e com a psicomotricidade ajudará em diversas situações escolares como dificuldade de concentração, escrita, raciocínio matemático entre outros, a criança irá trabalhar estas dificuldades através de brincadeiras. No primeiro capítulo nos mostrará um breve histórico em relação à psicomotricidade, passando pelos principais influenciadores para o desenvolvimento, suas áreas de atuação, que são psicomotricidade relacional, a reeducação psicomotora, e terapia psicomotora, educação psicomotora, a para nós que queremos aplicar na escola a psicomotricidade funcional trabalharemos com a coordenação motora global, coordenação motora fina, esquema corporal, lateralidade, estruturação espaço temporal, ritmo, equilíbrio, que ajudará aos alunos que apresentem alguma dificuldade de aprendizado e mesmo para aquelas que não apresentem nenhuma dificuldade em relação ao aprendizado irá ajudar as crianças a conhecer seu próprio corpo, sua socialização, sua leitura de mundo. No segundo capítulo detalhará a alteração na lei mostrando que o ensino fundamental que passou para nove anos, com isso irá receber alunos mais novos no ensino fundamental, esses alunos mostram características diferentes, pois se encontram em outro período de desenvolvimento e a interferência da família na vida do aluno pois muitos pais criam muita expectativa nesses alunos quando passam para o ensino fundamental, também as características do primeiro ano de escolaridade, qual é a proposta do MEC para que esse primeiro ano não se torne a antiga primeira série. Já no terceiro capítulo nos mostrará como a educação física unida com a psicomotricidade irá nos facilitar no processo de adaptação deste aluno na fase 9 escolar, visto que este aluno nunca frequentou o ambiente escolar, ou mesmo aqueles que conhecem o ambiente escolar mostrar suas diferenças quanto à educação infantil, mostrar que o aprendizado não é necessário ser com alunos em sentados em cadeiras da forma tradicional, pois a criança aprende muito mais brincando é mais prazeroso para o aluno, pois o lúdico nos auxilia no processo de ensino aprendizagem de nosso aluno. Para as crianças o aprendizado através de brincadeiras torna-se mais significativo. 10 Capítulo I O que é psicomotricidade? A psicomotricidade por muito tempo foi vista como uma área médica onde houve muitos pensadores que influenciaram para que a psicomotricidade tornasse uma atividade voltada para o ser afetivo, cognitivo e motor sendo mais completo. 1.1- Histórico da psicomotricidade O movimento é a primeira manifestação de vida humana, pois desde sua vida intrauterina realizamos movimentos com o nosso corpo, no qual estes movimentos vão se estruturando e exercendo enorme influência no comportamento do ser humano. Para que este movimento seja mais bem compreendido utilizamos a psicomotricidade que é a ciência que estuda o homem em movimento em seu mundo interno e externo favorecendo os aspectos físicos, mental, afetivo emocional e sócio cultural (SBP – 2003) Segundo Assunção e Coelho (1997) “a psicomotricidade e a educação do movimento com a atuação sobre o intelecto numa relação entre pensamento e ação, englobando funções neurofisiológicas e psíquicas.” A origem da palavra psicomotricidade, vem do grego psyche que significa alma e do verbo latim moto, que significa agitar fortemente, mover frequentemente, sendo assim observamos que esta ligada diretamente com um corpo que se movimenta. Segundo Le Bouche (1969), a psicomotricidade se da através de ações educativas de movimentos espontâneos e atitudes corporais da criança, proporcionando- lhe uma imagem do corpo contribuindo para a formação de sua personalidade. Descartes destaca o dualismo entre corpo e mente e Werneck que era um psiquiatra que falou sobre afasias do movimento. Em 1907 Dupré (psiquiatra) teve a primeira noção de psicomotricidade colocou uma relação entre psiquismo e motricidade verificou que havia uma relação entre debilidade psicomotora e deficiência mental. Já em 1925 Wallon, Piaget e Freud verificaram influências 11 determinantes. Henri Wallon (psicólogo) uniu o tônus pano de todo fundo motor à trama sobre a qual este tece, verificou que: Relação + afeto + dialogo Tonico = prelúdio da comunicação verbal (mãebebê) Desde 1900 até os dias atuais a evolução e o percurso desta prática vêm desenvolvendo a partir de uma percepção mais direcionada, ocasionando modificações e ativando um olhar cada vez mais específico. Mas até chegar a essa concepção, a psicomotricidade era uma forma terapêutica de cuidar de pessoas que sofriam de algum distúrbio psicomotor, como dificuldade em reconhecer seu corpo no espaço e assim movimentá-lo, confusão em diferenciar qual lado do seu corpo é o direito e qual é o lado esquerdo, desenvolver grafia legível entre outros. A psicomotricidade era bastante dependente de outras áreas como psicopedagogia, psicanalítica, biomédica e com estudos de Wallon, Piaget, Winnicott e Mahler deram identidade própria a psicomotricidade. 1.2- Os influenciadores da psicomotricidade: Piaget- estruturação da inteligência Gesell – elaborou uma escala de desenvolvimento motor referente à faixa etária Guilman – protótipo do exame psicomotor e reeducação psicomotora Head – trabalhos sobre o esquema corporal (concepção fisiológica do corpo) Schilder – trabalho sobre a imagem corporal do corpo Freud – o movimento não tem apenas uma existência objetiva, mas também uma existência fantasmática (subjetiva). Edouard Guilmain – neurologista, desenvolve um exame psicomotor para fins de diagnóstico, de indicação da terapêutica e de prognóstico. Ajuriaguerra – a psicomotricidade um estado de ser motor, ele rompeu definitivamente o imperialismo neurológico, afastando definitivamente com a visão dualista cartesiana, redefiniu o conceito de debilidade motora passando a considerála como sendo uma síndrome com suas especificidades delimitou os transtornos 12 psicomotores que transitam nas esferas do neurológico e do psiquiátrico. Segundo Ajuriaguerra (1956): “A evolução da criança é sinônimo de conscientização e do conhecimento cada vez mais profundos do seu corpo, ou seja, do seu eu total. É com o corpo, que a criança elabora todas as suas experiências vitais e organiza a sua personalidade única, total e evolutiva.” Vitor da Fonseca – Professor da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade Técnica de Lisboa, Psicopedagogo e Psicomotricista, têm sido responsável clínico ao longo de trinta anos, em vários centros de observação e reeducação psicoeducacional. Considera a psicomotricidade é o meio pelo qual a inteligência humana desenvolve, se materializa, se constrói e se edifica. Segundo Vitor da Fonseca: “Psicomotricidade é a evolução das relações recíprocas, incessantes e permanentes dos fatores neurofisiológicos psicológicos e sociais que intervêm na integração, elaboração e realização do movimento humano” 1.3- A psicomotricidade relacional Segundo Lapierre “O que queremos é estabelecer uma comunicação com a pessoa. Para o psicomotricista, uma criança de um ano, dois anos já é uma pessoa que tem que ser respeitada.” Para Lapierre (2002) a psicomotricidade relacional consiste em: “Nada mais é que criar um espaço de liberdade propício aos jogos e brincadeiras, pois a ação do brincar aperfeiçoa os processos de aprendizagem e de desenvolvimento, com o objetivo de fazer a criança manifestar seus conflitos profundos, vive-los simbolicamente, esta fundamentada na relação do adulto com a criança e entre ela, já no âmbito educativo, esse tipo de atuação serviria de precaução contra o surgimento de distúrbios emocionais, motores e de comunicação que dificultem a aprendizagem.” 13 Assim é necessário que o professor esteja sempre disponível a escutar seus alunos, atento com uma postura de ajuda, sugerindo desafios, estimulando uma atuação lúdica. Lapierre diz: “É mais um método, uma maneira de atuar, uma possibilidade de se estabelecer uma comunicação mais humana, mais ver verdadeira com qualquer pessoa, até mesmo com as crianças desde a creche e a escola.” 1.4- Reeducação psicomotora É um processo de terapia programada que visa modificar o comportamento, para crianças que sofrem com dificuldades ou atrasos psicomotores, visando diagnosticar os motivos desses problemas a partir daí elabora um programa de reeducação. 1.5- Terapia psicomotora Refere-se a todos os casos/problemas nos quais a dimensão afetiva ou relacional parece dominante ao iniciar o transtorno, envolve mediação corporal, expressiva e lúdica que pretende harmonizar o potencial motor, cognitivo e afetivo relacional isto é, o desenvolvimento global da personalidade, não visa desenvolver diretamente a eficiência motora ou aprendizagem precisas, mas tenha uma ação global utilizando todas as possibilidades de movimento do corpo, de expressão e de relação. Terapia psicomotora envolve a mediação corporal em que o psicomotricista compensa a expressão motora inadequada, proporciona á criança experiências corporais que lhe permitem desenvolver capacidades de desempenho motor e psicológico, centra-se na identificação de capacidades individuais para a promoção de competências acadêmicas, sociais, cognitivas, psicomotoras e comportamentais, com o foco em doenças crônicas, perturbações de foro psicológico, dificuldade de aprendizagem, perturbações de linguagem, problemas psicomotores, atraso desenvolvimento, desenvolvendo controle respiratório, tonicidade, equilíbrio, noção corporal, estruturação espaço temporal, coordenação e motricidade fina. 1.6- Educação psicomotora 14 A educação psicomotora se dá através do corpo em movimento proporcionando à criança o controle gradativo do corpo até os domínios de movimentos ditos complexos de grande importância na educação infantil passando pelo ensino fundamental trabalhando com atividades que utilizem o corpo em movimento, proporcionando a criança melhor adaptação no seu ingresso e permanência na escola trabalhando atenção, coordenação motora, socialização entre outros contribuindo para prevenção dos distúrbios de aprendizagem, auxilia os alunos em suas atividades escolares, para que a criança se desenvolva intectualmente a partir de experiências inicialmente motoras, ou seja, aprender brincando. Le Bouch (1981) defende que a educação psicomotora deve ser considerada como uma educação de base da escola primaria, diz: “ela condiciona todos os aprendizados pré- escolares e escolares; leva a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, situar-se no espaço, dominar o tempo, a adquirir habilmente a coordenação de seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser praticada desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança, permite prevenir inadaptações, difíceis de corrigir quando estruturadas.” 1.7- A psicomotricidade funcional É a prescrição de exercícios para sanar possíveis descompassos do desenvolvimento motor, seu meio é a repetição de exercícios funcionais, sem o psicomotricista interagir com a criança, é o modelo que a própria criança tem em mente. As áreas psicomotoras são importantíssimas para a formação em diferentes aspectos da criança, como: cognição (referentes a cálculos matemáticos que podem ser adquiridos com estruturação espacial e temporal), aquisição de movimentos básicos do dia a dia através das coordenações motoras e fortalecimentos das estruturas ósseas e musculares transformando a criança em autônomas em seus movimentos. Coordenação Motora Global 15 Usamos a coordenação motora global quando trabalhamos grandes grupamentos musculares, até mesmo quando estamos parados necessitamos de um equilíbrio postural, com isso trabalhamos os grupamentos musculares agonista em harmonia com os antagonistas, com a movimentação corporal procuramos o seu eixo com isso vamos adaptando e conseguindo um equilíbrio cada vez melhor. E com esse trabalho que necessitam de grandes grupamentos musculares trabalharemos o andar, correr, quadrupejar, rolar, saltar, arremessar e etc. Para Buend (1998): a coordenação motora global apresenta-se sob dois aspectos: coordenação estática que acontece em repouso e é resultado do equilíbrio dos grupos musculares antagonistas e a coordenação dinâmica é a ação simultânea de diferentes grupos musculares. Coordenação Motora Fina A coordenação motora fina diz respeito à habilidade de controle manual, com o movimento de preensão a criança vai descobrindo aos poucos os objetos que as rodeiam. Quando é exigido em determinadas atividades o uso dos pequenos músculos como, por exemplo: na escrita, amarrar um calçado, abotoar um botão entre outros, portanto o desenvolvimento da coordenação motora fina é muito importante quando a criança encontra-se na fase escolar quando esta se adaptando a escrita. Lateralidade É a preferência de um dos lados do seu corpo seja pelo lado direito ou do lado esquerdo, nós possuímos um lado do nosso corpo que é de nossa preferência que utilizamos no dia a dia este dominância lateral é definido ainda na infância, a nível neurológico mostrando que seu cérebro esta pronto para ser destro ou canhoto, porém nem sempre isso é respeitado, pois, na própria escola um hábito que hoje em dia é menos freqüente em que a professora estimulava seus alunos a escrever com a mão direita, acreditando ser o lado certo para a criança desenvolver sua escrita, quando na verdade deve ser direcionado para a mão de sua preferência. Se uma pessoa possuir dominância nos três níveis mão-olho-pé do lado direito diremos que ela é destra homogênea, se for do lado esquerdo ela é canhota ou sinistra homogênea. 16 Se a criança possuir dominância espontânea nos dois lados do corpo, isto é, executar os mesmos movimentos tanto de um lado como do outro lado, o que não é muito comum, é chamada de ambidestra. Existem alguns casos em que a criança contraria esta tendência natural e passe a utilizar a mão não dominante em detrimento da mão dominante, diremos que tem lateralidade cruzada, quando usa mão direita, olho e o pé esquerdo entre outras combinações. Equilíbrio Para Rosa Neto (2002) “o equilíbrio é essencial a toda ação diferenciada das partes do corpo humano, Durante o movimento o tônus postural ajusta-se para compensar o deslocamento do peso de uma perna a outra para assegurar o equilíbrio de todo o corpo” Toda atividade motora desenvolvida pelo ser humano gera um desequilíbrio, o equilíbrio é um tipo de resposta acionada para contrapor às forças que tendem alterar esta postura. O equilíbrio é dividido em duas partes: equilíbrio estático e equilíbrio dinâmico. - Equilíbrio estático: quando necessitamos ficar parados que não cause dano à estrutura anatômica. - Equilíbrio dinâmico: relativo ao movimento, mudar de posição. Estruturação Espacial “A criança deve conhecer o espaço imediato em que vive nele se movimentar sem esbarrar nos móveis, ir sozinho de um lugar para o outro” Meur e Staes (1989). A estruturação espacial enfatiza para criança que ela ocupa um lugar no meio em que se desloca situar onde esta relaciona as coisas, a necessidade de se posicionar no espaço. Estruturação Temporal 17 Noção de se situar no tempo, o que vem antes e depois, contar uma historia com inicio, meio e fim, falar de fatos vividos em uma seqüência lógica de seus acontecimentos é a habilidade em reconhecer intervalos de tempo. Ritmo Para realizar atividades precisamos de tempo e de coordenação e é nesta relação que se dá o termo ritmo, é a capacidade de coordenar movimentos amplos e finos. Segundo Conceição (2003) “é a ordenação constante e periódica de um ato motor, é a forma de se deslocar no espaço obedecendo a uma determinada seqüêna de som ou musicas. Para ter ritmo é preciso ter organização espacial”. Esquema Corporal O esquema corporal se desenvolve quando a criança reconhece seu próprio corpo, observando suas possibilidades é a interação do seu corpo com objetos do seu meio, com pessoas do seu dia a dia, sendo capaz de localizar e identificar diferentes partes do seu corpo vai causar dificuldades no desempenho de outras áreas, pois pode acarretar uma inadaptação, atrasos do desenvolvimento global, controle do seu próprio corpo, dificuldades de controle respiratório, dificuldades de se locomover no espaço, mau desenvolvimento da linguagem entre outros. Uma criança por volta de um ano de idade colocada de frente para um espelho ela vai tentar pegar seu reflexo, sorri, sem reconhecer que ali é a sua própria imagem refletida. É necessário que o professor esteja atento as fases do desenvolvimento do esquema corporal, pois assim diminuirá a incidência de erros com suas aulas, ou seja, exigindo algo de um aluno sem observar que o mesmo não alcançou determinada fase do desenvolvimento, podendo causar uma série de frustrações na criança. Etapas do esquema corporal – proposta por Le Boulch 1ª Etapa: corpo vivido (até três anos de idade) Corresponde à fase de inteligência sensória motora de Piaget. 18 O bebê sente o meio ambiente como fazendo parte dele mesma. À medida que cresce, com um maior amadurecimento de seu sistema nervoso, vai ampliando suas experiências e passa porco a pouco a diferenciar de seu meio ambiente. Nesse período a criança tem uma necessidade muito grande de movimentação e através desta vai enriquecendo a experiência subjetiva de seu corpo a ampliando sua experiência motora. Suas atividades iniciais são espontâneas. 2ª Etapa: corpo percebido ou descoberto (3 a 7 anos) Corresponde á organização do esquema corporal devido à maturação da “função de interiorização” que é definida como a possibilidade de deslocar sua atenção do meio ambiente para seu próprio corpo a fim de levar à tomada de consciência. A função de interiorização permite a passagem do ajustamento espontâneo, a um ajustamento controlado que, propicia um maior domínio do corpo, culminando em uma maior dissociação dos movimentos voluntários. A criança com isso passa a aperfeiçoar e refinar seus movimentos adquirindo uma maior coordenação dentro de um espaço e tempo determinado. Descobre sua dominância e com ela o eixo corporal. O corpo passa e ser um ponto de referencia para se situar e situar objetos em seu espaço e tempo. Neste momento assimila conceitos como embaixo, acima, direita, esquerda e adquirem também noções temporais como a duração dos intervalos de tempo e de ordem e sucessão, isto é, primeiro e o ultimo. No final dessa fase, a criança pode ser caracterizada como préoperatório, porque esta submetida à percepção num espaço em parte representado, mas ainda centralizado sobre o próprio corpo. 3ª Etapa: corpo representado (7 a 12 anos) Nesta etapa observa-se a estruturação mental da imagem do corpo consiste numa simples imagem reprodutora e é uma imagem de corpo estática. A criança só dispõe de uma imagem mental do corpo em movimento a partir de 10/12 anos, significado que atingiu uma representação mental de uma sucessão motora, com a introdução do fator temporal. 19 Capítulo II A alteração da lei em relação ao ensino fundamental Recentemente a LDB (lei de diretrizes e bases da educação nacional) teve uma alteração inserindo o primeiro ano de escolaridade para crianças com 6 (seis) anos de idade, passando o ensino fundamental para 9 (nove) anos, ou seja, iremos receber crianças mais novas no ensino fundamental. 2.1- A nova LDB Com a alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), com isso, nós professores iremos receber um público mais novo no ensino fundamental. LDB: “Artigo 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9 (nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando aos 6 (seis) anos de idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: (redação dada pela Lei 11. 274/2006)” Como no trecho acima, demonstra que recebemos alunos com 6 (seis) anos no ensino fundamental, com as aulas de educação física e a psicomotricidade que irão facilitar o ingresso deste aluno em sua vida escolar. Esta alteração em nossa legislação do ensino fundamental para nove anos seria para abranger um maior número de alunos no ensino fundamental e com isso o governo federal aumentará sua verba destinada às escolas públicas, pois muitos alunos ficavam de fora desta verba, e outro motivo seria manter as crianças mais tempo dentro de suas escolas Estudos demonstram que, as crianças que passam um maior período dentro da escola terão mais chance de ter um sucesso no futuro. Conforme as orientações do MEC modificação de mais um ano de estudos no ensino fundamental vai além de mais de um ano de ensino. “... não se trata de transferir as crianças para as crianças de seis anos de idade os conteúdos e atividades da tradicional primeira série, mas de conceber uma nova estrutura de organização dos conteúdos em um Ensino Fundamental de nove anos, considerando o perfil de seus alunos” MEC 2009 20 A criança situada nesta faixa etária possui características e necessidade especifica, as quais precisam ser consideradas nos processos e práticas educativas. Diante o reconhecimento das características das crianças de seis anos, as orientações do MEC salientar também sua preocupação, com o processo de ingresso e adaptação. “É necessário que o sistema escolar esteja atento às situações envolvidas no ingresso da criança no ensino fundamental, seja ela oriunda diretamente da família seja da pré escola, a fim de manter laços sociais e afetivos e as condições de aprendizagens que lhe dará segurança e confiança” BRASIL 2006. 2.2- O primeiro ano no ensino fundamental O ingresso de crianças no primeiro ano no ensino fundamental é mais um momento de transição na vida do educando, requerendo um processo de adaptação não só deste, mas da família e dos educadores e este ingresso esta cada vez mais precoce, pois, este aluno esta entrando no ensino fundamental apenas com 6 (seis) anos, com isso se dá na importância do planejamento do processo de adaptação das crianças que ingressam nessa etapa de ensino, assim como os demais envolvidos no processo. Sabe-se que há todo um imaginário construído em torno do ingresso da criança no ensino fundamental. Pode-se dizer que este é um dos primeiros ritos sociais ao qual a criança pequena é submetida, em muitas localidades, significa afirmação de um status de personalidade, a criança formalizará o acesso ao mundo da escrita e da leitura, enfim a criança tem um tempo de empolgação e pressão social, uma mescla de euforia e medo. Uma criança com 6 (seis) anos de idade encontra-se na fase do pré operatório segundo Piaget, e a questão não será somente o fazer, mas também o compreender, aos seis anos a criança deseja a companhia de outras crianças, os sentimentos já estão quase todos esboçados, embora não se possa dizer que sejam mais numerosos que as emoções, porque estas são determinadas por um número de estímulos que as provocam, pode-se garantir que toda a vida afetiva da criança começo já ser dirigida, tanto pelos sentimentos como pelas emoções, 21 A criança começa a brincar desde muito cedo e será esta a sua ocupação preferida até a adolescência e como a criança já gosta de brincar, porque não usá-la como ferramenta de adequação/socialização na escola. Muitas vezes ficamos presos com as técnicas, métodos sem olhar o principal, a criança que está assustada por esta num mundo novo que é o ambiente escolar, avaliações periódicas, mais tempo de aula, menos recreio, essas crianças tem que se adaptar a uma nova rotina, mais puxada e estressante, antes de serem incluídas no ensino fundamental esses alunos não costumavam ser submetidas às provas, estudavam em unidades com playgrounds e muitas escolas mudaram a maneira de ver este aluno, estas crianças que estavam na pré escola as professoras faziam relatório de desempenho, porém com a alteração na lei este relatório foi abolido e em seu lugar ficaram as provas. A adaptação é um processo complexo e gradual na qual cada criança precise de um tempo diferente para adaptar-se, desse modo a adaptação de uma criança não é igual à de outra, sendo necessário muitas vezes adequar-se os procedimentos as particularidades de cada caso, as reações da criança durante esse processo podem variar muito e dependem de diversos fatores envolvidos relacionados tanto a história da criança, suas características individuais,assim como de seu ambiente familiar e também as características do educador e da instituição de ensino, sem ignorar a importância dos primeiros dias e semanas no primeiro ano. Quando temos uma ação planejada incluiremos a educação física atrelada com a psicomotricidade para que essa adaptação seja facilitada com atividades que envolvam a socialização visto que estes alunos não se conhecem, muitos nunca estudaram, com o decorrer do tempo trabalhar o esquema corporal, pois este aluno tem que se adaptar a sua rotina escolar com isso facilitará o caminhar pela sala sem que esbarre nas cadeiras, sentar na cadeira por certo período, A educação psicomotora de Le Bouch justifica sua ação pedagógica colocando em evidencia a prevenção das dificuldades pedagógicas, dando importância a uma educação do corpo que busque um desenvolvimento total da pessoa, tendo como principal papel na escola que é preparar o educando para a vida, utilizando métodos pedagógicos renovados procurando ajudar a criança a se desenvolver da melhor maneira possível, contribuindo dessa forma para uma boa formação da vida social. 22 Capítulo III A Educação Física e a Psicomotricidade no primeiro ano escolar Durante esse processo de adaptação da criança na escola, a psicomotricidade tem demonstrado como uma grande ferramenta nesta nova fase possibilitando que essa criança se desenvolva como um todo. 3.1- A união da Educação Física e a Psicomotricidade A princípio o corpo em movimento tem a expressão de desejo, e com o passar do tempo transforma-se em linguagem, a partir desse momento a criança começa a imitar e fazer o faz de conta com isso a criança consegue separar o objeto e seu significado, falar de algo que esta ausente e representar corporalmente. O desenvolvimento infantil, segundo o PCN (19998) diz que: “a criança precisa brincar, ter prazer e alegria para crescer, precisa do jogo como forma de equilíbrio entre ela e o mundo é através do lúdico que a criança se desenvolve melhor” A infância é caracterizada por concentrar as aquisições fundamentais para o desenvolvimento humano, pois é nessa etapa da vida que o individuo forma base motora para a realização de movimento mais complexos futuramente. Durante toda sua infância a criança quer inventar, descobrir, perguntar, vivenciar, experimentar com isso ela está formando uma base do mundo que a cerca, quando entramos na escola nós educadores temos o papel de facilitadores e assim estimulando o desenvolvimento integral desta criança, proporcionando desafios, explore, crie para assim desenvolver o potencial, e assim desenvolvendo suas habilidades motoras sua socialização principalmente em seus primeiros anos e durante toda a sua vida escolar e com a psicomotricidade este movimento torna-se organizado integrado com uma unidade dinâmica dos gestos, das atitudes e das posturas enquanto sistema expressivo idealizado e representativo. A educação física tem um papel importantíssimo no aprendizado e conseqüentemente no desenvolvimento do ser humano, trabalhando com funções 23 psicomotoras que formarão base e darão a sustentação para a correta aprendizagem, contribuindo assim para o desenvolvimento global das crianças. Durante essas experiências as crianças formam conceitos e organiza o esquema corporal, com a psicomotricidade essa consciência do seu corpo e da maneira de se expressar com ele, localizando-se no tempo e no espaço. A psicomotricidade e a educação física por meio de suas atividades fazem com que por meio de suas ações e movimentos conscientes e de experiências vivenciadas e adquiridas em todas as etapas da vida, sabendo que a psicomotricidade através de suas atividades valoriza os sentimentos e emoções através de cada movimento corporal, unida a da educação física junto com ações psicomotoras possibilita um desenvolvimento global com o uso do movimento corporal consciente, que com o ouso do movimento corporal consciente, um corpo que agi, pensa em diversas situações. O planejamento das aulas de educação física atrelada a psicomotricidade deverá esta fundamentada na independência do desenvolvimento motor, afetivo, cognitivo de seus alunos como componente curricular na formação das estruturas educacionais cotidianas. O trabalho da educação psicomotora com as crianças deve prever a formação de base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, dando a oportunidade para que, por meio de jogos, de atividades lúdicas, se conscientize sobre seu corpo, através da educação física, a criança desenvolve suas aptidões perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor. Segundo Barreto (2000), “o desenvolvimento psicomotor é de suma importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na reeducação do tônus, da postura, da direcionalidade, da lateralidade e do ritmo”. A educação da criança deve evidenciar seu próprio corpo, levando em consideração sua idade, a cultura corporal e os seus interesses. Essa abordagem constitui o interesse da educação psicomotora, a educação psicomotora para ser trabalhada necessita que sejam utilizadas funções motoras, cognitivas, perceptivas, afetivas e sociomotoras. 24 As bases das formas de aprendizagem das atividades físicas de forma consciente, intencional e sensível são estabelecidas e solidificadas na educação física. Essas atividades acompanham o ser humano de maneira continua, atuando, sobretudo, nos níveis psicomotor, afetivo e no aprimoramento do rendimento nos estágios de desenvolvimentos subseqüente. A educação física escolar esta baseada nas necessidades das crianças, tem como principal meio a educação psicomotora, incentivar praticas de movimentos em todas as etapas de sua vida. A educação psicomotora é a educação da criança através de seu próprio corpo e seu movimento, a criança é vista em sua totalidade e as possibilidades que representa em relação ao seu meio ambiente, assim a educação física e a psicomotricidade completam-se, pois a criança ao praticar qualquer atividade que usa todo seu corpo, mesmo regida, predominante, pelo intelecto, a educação psicomotora atinge a criança em sua totalidade. 3.2- Um breve histórico da relação Educação Física e a Psicomotricidade No contexto histórico a psicomotricidade começou a ganhar após algumas correntes que a educação física passou como: higienista, militarista, movimentos ginásticos europeus, com isso foi pensado que deveria pensar na formação integral do cidadão que aquele corpo não somente seria utilizado para trabalhar, mas também ele pensa, ou seja, fazer a união de corpo e mente, para assim preparar os educandos para a vida, conhecendo novos métodos para ajudar aquele aluno a se desenvolver da melhor maneira possível, com isso foi pensado na psicomotricidade que visa o desenvolvimento da criança juntamente com o ato de aprender, através de meios cognitivos, afetivos e psicomotores, buscando uma formação integral do educando, para romper definitivamente com o dualismo corpo x mente. A educação psicomotora busca a prevenção das dificuldades pedagógicas, trabalhada de uma maneira planejada, dando importância à educação do corpo para que se busque um desenvolvimento total da pessoa, ou seja, educando para a vida. Durante as aulas de educação física podemos trabalhar todos os conceitos de motricidade humana, como uma conseqüência de um trabalho que tem como prioridade desenvolver o gosto pela atividade física de forma prazerosa, lúdica e 25 motivante, onde os educados fazem o que mais lhe dão prazer, que é correr, rastejar, rebater, equilibrar, esquivar-se, quicar, chutar, passar, receber, transportar entre outros, que para uma criança esses atos são normais, que fazem parte do seu dia a dia, mesmo aquelas que são criadas trancadas dentro de apartamentos ou de suas casas, eles realizam pelo menos um desses movimentos. Trabalhar com a educação psicomotora tem se demonstrado indispensável nas aulas de educação física, pois por meios de jogos e atividades lúdicas se dá a conscientização do próprio corpo e do ser humano que faz parte de uma sociedade. E esta idéia de formação integral do cidadão esta sendo abordada como uma forma educativa para a formação de um ser completo e autônomo de suas ações, relacionando um ser completo e único capaz de pensar e agir, deixando de lado as características da dualidade de corpo e mente, e sim como um ser que é capaz de integrar com ele mesmo e com próprio meio. 3.3- A educação física com a psicomotricidade no primeiro ano de escolaridade Staes e De Meur (1984) afirmam: “No inicio da escolaridade aparecem às dificuldades escolares de muitas crianças. O problema não esta no nível de classe em que elas se encontram, mas no nível da base. A estrutura da educação psicomotora centra-se no nível da base onde estão os elementos básicos ou pré-requisitos que são as condições mínimas para uma boa aprendizagem.” A educação física unida com a psicomotricidade em seu primeiro escolar assume um papel de prevenção de alguns fatores, como a confusão de reconhecimento de palavras, a má concentração, troca de números, letras entre outros fatores ligados à alfabetização. Uma criança com o esquema corporal mal formado acaba tendo muita dificuldade de coordenar seus movimentos, muitos ligados as suas habilidades manuais como escrever, desenhar, amarrar um cadarço, o ato de tirar suas roupas e tira-las, sua leitura perde harmonia, por exemplo; seu ritmo da leitura não é mantido fazendo com que seu gesto venha após a palavra. Para o melhor desenvolvimento do esquema corporal as atividades devem partir de situações concretas (pois vem demonstrado de acordo sua fase de desenvolvimento segundo Piaget), assim essa criança forma um esquema mental antecedendo sua aprendizagem da leitura e da escrita, ritmo e cálculo. Devemos trabalhar sua lateralidade para que se tome consciência de qual é o seu lado dominante, pois ela não percebe qual lado que ela 26 tem mais facilidade para utilizar, não conseguindo seguir uma direção para sua leitura muitas vezes pula muitas linhas ou não se dirige da esquerda para a direita e não é somente sua leitura e escrita que é afetado, seu raciocínio lógico - matemático também é afetado por uma má organização espacial e temporal, pois para realizar cálculos necessitamos de um ponto de referência, para colocar seus números de maneira correta, ter noção de coluna, combinar formas para trabalhos geométricos. E com a educação psicomotora esta criança passa explorar seu ambiente, passando por várias experiências que são de muita importância para o seu desenvolvimento. Quando existem casos de conflito entre o eu e o mundo, quando a criança tem dificuldade em se reconhecer a educação psicomotora trará grandes resultados positivos, tanto para as crianças que apresentem esse conflito como para as que estão melhores desenvolvidas, pois ela irá conhecer cada vez mais o seu corpo. E mesmo em seu relacionamento escolar, pois esta criança estará convivendo com pessoas que elas conhecem há pouco tempo e em conseqüência não tem muita confiança com ela, e esta relação com o outro na escola é fundamental, e com as atividades experiências psicomotoras corporais, as crianças afastando vivenciam tabus e sua espontaneidade preconceitos que das influenciam negativamente suas relações professor – aluno, aluno – professor e relação aluno – aluno. As atividades da educação física com o uso da educação psicomotora deve-se ocorrer com espontaneidade, pois quando trabalhamos com crianças observamos que ainda não tomaram uma postura preconceituosa, pois atividades que possibilitam o toque, ou seja, o contato entre alunos não são tão simples de se realizar, até mesmo muitos educadores tem dificuldades de serem tocados ou de tocar em alguém. Alguns exemplos de atividades físicas são aquelas que possibilitem o brincar e assim favorece a consolidação de hábitos de higiene, socialização, criatividade, desenvolvimento corporal e mental visando uma formação de um sujeito que é critico e autônomo em suas atitudes, com isso a educação física com a psicomotricidade afim, de diminuir suas dificuldades, as diferenças de ritmo de aprendizagem por meio de atividades diferenciadas. 27 A partir do momento em que a escola se conscientizar de que a educação pelo movimento é uma peça fundamental, pois ela permite a criança resolver com mais facilidade seus problemas atuais e prepara para a sua existência para o mundo adulto. 3.4- O lúdico no processo de ensino aprendizagem Toda criança tem como o dever brincar e se desenvolver, o brincar passa a ser coisa séria, os jogos, as brincadeiras passam a ser laboratório para o desenvolvimento infantil. O jogo, a brincadeira e o brinquedo são da essência da criança e quando utilizados possibilita a produção do conhecimento, da aprendizagem e do desenvolvimento. O lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus” que quer dizer jogo. Como sinônimos damos a pratica de brincar, joga e do próprio brinquedo. Habilidades motoras, estruturas básicas para o desenvolvimento são desenvolvidas através do equilíbrio, coordenação motora ampla, coordenação motora fina, estruturação no tempo e no espaço, esquema corporal, ritmo, habilidades do pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a criatividade, o levantamento de hipóteses, a obtenção e organização de dados e a aplicação dos fatos e dos princípios a novas situações que, por sua vez, acontecem quando jogamos, quando obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa competição, e outras mais sendo experimentadas de forma muito divertida que é o brincar. No inicio da vida escolar, o aluno que já teve uma experiência anterior estará acostumado com o brincar, pois suas avaliações eram deixadas para um segundo momento, não dizer que não eram aplicadas, porém não se dá muita ênfase para este momento, mas quando este aluno chega ao ensino fundamental este brincar, ou seja, o seu corpo é deixado de lado passando a dar lugar para a mente, voltando para o dualismo corpo x mente como se fossem unidades que podem ser separadas, no ensino fundamental esta criança terá que ficar sentada praticamente imóvel durante horas deixando de lado toda a liberdade da educação infantil que ela proporcionava agora seu objetivo é sua leitura com isso o aluno terá que tornar um 28 leitor, escrever bem, esquecendo que a brincadeira irá proporcionar uma leitura do mundo. Existe o caso do aluno que nunca freqüentou o ambiente escolar e em seu primeiro ano, terá que se tornar um leitor muitas das vezes esquecendo o seu corpo um uma cadeira escolar tornando a escola um lugar desmotivante, porém isso pode ser alterado se o professor tiver uma visão ampla do processo de ensino aprendizagem verificando que existem diversas formas de aprender e com atividades lúdicas esse aprendizado torna-se mais prazeroso. Por que não aprender de uma forma divertida? Uma criança quando se encontra num estado de felicidade passa para quem estar avaliando uma confiança que dificilmente é encontrada nas formas tradicionais de ensino. O brincar lança uma motivação capaz de incentivar e abrir caminho para novas aquisições matemática torna-se mais prazeroso quando misturadas com blocos e formas coloridas e jogos de raciocínio uma simples brincadeira de forca ou caça palavras torna-se uma grande ferramenta lúdica para o aprendizado para o português e assim sucessivamente. Quando desenvolvidas de maneira prazerosa qualquer disciplina de ensino será absorvida com facilidade, pois estará voltado para a realidade vivida pela criança que transpira em sua essência a ludicidade presente nas crianças. As atividades lúdicas nos dão a idéia de uma maneira natural de descobrimento e compreensão do mundo. Atividades lúdicas chamam a atenção das crianças tornando-as um mecanismo de potencialização do processo de ensino aprendizagem. Grande parte das atividades lúdicas o individuo se relacionará com o grupo e com ele mesmo observando suas possibilidades. O lúdico é muito abrangente, pois muitas pessoas minimizam sua importância ligando somente um momento de lazer. O lúdico dá seu privilegio a sua imaginação, sua criatividade e com isso podemos utilizar o ensino da matemática a partir do interesse do aluno, levando a sentir uma satisfação em descobrir um novo caminho para o seu aprendizado. 29 Existe uma teoria de que a criança aprende brincando, esta teoria esta cientificamente comprovada, porém brincar pode ser feito em qualquer lugar, mas quando a criança se torna aluno este brincar é desvalorizado. Um professor bom é aquele se utiliza o brincar transformando em matéria seduzindo o aluno para a sua aula, reconhece que o lúdico é dar uma linguagem moderna ao ensino, é abrir portas e janelas e deixar a alegria entrar em sala de aula. O lúdico é importante para a saúde mental das crianças, merecendo atenção dos pais e dos educadores, pois possibilita o estudo da relação da criança com o mundo externo, através de atividades lúdicas, a criança forma conceitos, seleciona idéias, faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento, vai se socializando. Para Piaget, o jogo constitui-se em expressão e condição para o desenvolvimento infantil, já que as crianças quando jogam assimilam e podem transformar a realidade. Já Vygostsk, diferentemente de Piaget, considera que o desenvolvimento ocorre ao longo da vida e que as funções psicológicas superiores são construídas ao longo dela. Ele não estabelece fases para explicar o desenvolvimento como Piaget e para ele o sujeito não é ativo nem passivo: é interativo. O aprender brincando são atos indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual, jogo e brincadeira necessitam de aprendizagem, por meio de suas regras, produzindo muitas situações vividas com o uso do faz de conta. As crianças estão sempre dispostas a brincar, cabe ao educador propor atividades que promovam essa motivação que envolva os alunos e o conhecimento, proporcionando uma aprendizagem com qualidade. Através do lúdico as atividades sempre têm um ar de novidade, que é fundamental para o interesse da criança, utilizando o seu equipamento sensório motor, pois o corpo é trabalhado e o pensamento também. Para tanto, é necessário que a mesma busque valorizar a seriedade na busca do conhecimento, regatando o lúdico, o prazer do estudo, sem, contudo reduzir a aprendizagem ao que é apenas prazeroso em si mesmo. 30 Considerações finais: A educação física unida com a psicomotricidade para crianças de 06/07 anos de idade permite que esta criança observe de outra maneira para a sua escola, professores de educação física utilizando suas atividades psicomotoras irá desenvolver interação, cooperação, socialização, desinibição, que são todos fatores muito importantes para essas crianças que estão no seu primeiro ano na escola, assim como em toda sua vida. Com isso por meio de suas atividades afetivas, psicomotoras e sociopsicomotoras permitirá um equilíbrio na vida das crianças interando corpo e mente, o individuo e o grupo buscando sempre desenvolver o sujeito como um todo. Quando trabalhamos o esquema corporal, lateralidade, coordenação motora entre outros damos a oportunidade da criança se desenvolver suas capacidades básicas, conhecendo seu corpo a criança utiliza seus movimentos para atingir aquisições mais elaboradas ajudando a sanar muitas dificuldades. Com as brincadeiras deve ser considerado como parte integrante da vida do homem, não só o aspecto de divertimento, mas para adquirir conhecimento, pois quando brincamos o aprendizado se tornará mais interessante e motivante para nossos alunos e nos facilitará nesse processo de adaptação escolar, pois nas várias atividades físicas a criança ao pensar sobre o que faz, confrontará ações em tempos distintos e dará nova significação às situações vividas. Pois quando a criança entra no ensino fundamental cria muita expectativa para sua família e acaba passando para a criança que chega com muitas dúvidas nesta nova fase, este novo momento deve ter uma preparação da família, e principalmente dos professores mudando sua maneira de receber o aluno para que não se crie um obstáculo entre a criança e a escola, para esta adequação torne de uma maneira natural utilizamos a psicomotricidade para este aluno se sinta seguro para novos conhecimentos, pois quando conhecemos nosso próprio corpo sentimos seguros para outras metas, muitas vezes nos deparamos com alunos inseguros em sala de aula, tendo dificuldade em sua leitura e escrita, raciocínio lógico matemático, dificuldade em se relacionar com seus colegas, professores e até mesmo familiar e 31 todos esses fatores a psicomotricidade tem se demonstrado um grande fator para que este aluno seja compreendido e trabalhado posteriormente. 32 Referências bibliográficas: Pesquisa bibliográfica MACHADO, José Ricardo Martins; Nunes, Marcus Vinicius Recriando a psicomotricidade - Editora: Sprint /ano: 2010 FONSECA Vitor - Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem - Editora: Artmed 1ª edição. MATTOS,Mauro Gomes e NEIRA, Marcos Garcia - Educação Física Infantil: construindo o movimento na escola –Editora: Phorte 7ª edição 2008 FERREIRA, Carlos Alberto - Psicomotricidade Escolar - Editora: Wak 1ª edição 2008 MORAES, Alexandre José de Mello - Psicomotricidade: Educação Física Jogos Infantis –Editora: Ibrasa 1989 PALMER,Joy A. - 50 Grandes Educadores Modernos – De Piaget a Paulo Freire – Editora: Contexo MASSABI, Hamurabi LDB – Editora: Elsevier Governo Federal - PCN Governo Federal - Referencial Curricular 33 Sumário Folha de rosto______________________________________________02 Agradecimentos____________________________________________ 03 Dedicatória________________________________________________04 Resumo___________________________________________________05 Metodologia________________________________________________06 Sumário___________________________________________________07 Introdução_________________________________________________08 Capitulo I________________________________________________10 1.1-Histórico da psicomotricidade ______________________________10 1.2- Influenciadores da psicomotricidade_________________________ 11 1.3- A psicomotricidade relacional______________________________ 12 1.4- Reeducação psicomotora _________________________________13 1.5- Terapia psicomotora _____________________________________13 1.6- Educação psicomotora ___________________________________13 1.7- A psicomotricidade funcional ______________________________14 Capitulo II____________________________________________19 34 2.1- A nova LDB______________________________________________ 19 2.2- O primeiro ano no ensino fundamental _________________________20 Capitulo III__________________________________________________22 3.1- A união da Educação Física e a Psicomotricidade _________________22 3.2- Um breve histórico da relação Educação Física e a Psicomotricidade __24 3.3- A Educação Física com a Psicomotricidade no primeiro ano de escolaridade ___________________________________________________25 3.4- O lúdico no processo de ensino aprendizagem_____________________27 FOLHA DE AVALIAÇÃO Nome da Instituição: Título da Monografia: Autor: Data da entrega: Avaliado por: Conceito: