UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A importância de se inserir a psicomotricidade nas aulas
de Educação Física no 1º ano de escolaridade do ensino
fundamental com crianças de 06/07 anos.
Por: Aline da Cunha Pinheiro
Orientador
Professora/Mestre: Fátima Alves
Rio de Janeiro
2011
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A importância de se inserir a psicomotricidade nas aulas
de Educação Física no 1º ano de escolaridade do ensino
fundamental com crianças de 06/07 anos.
Apresentação de monografia `a Universidade
Candido Mendes como condição prévia para
a conclusão do Curso de Pós-Graduação
“Lato Sensu” em Psicomotricidade.
Por: Aline da Cunha Pinheiro
Agradecimentos
Agradeço a todas as crianças da Escola Municipal Sebastião Herculano
de Mattos.
Dedicatória
Dedico esta pesquisa a minha família, meu Pai, minha Mãe, minhas
irmãs, meu marido e amigos e que me deram apoio para concluir esta
jornada de estudos, amo vocês.
Resumo
A psicomotricidade nos dá um grande suporte de socialização do aluno, e quando
usamos a Educação Física unida com a Psicomotricidade esta adaptação torna-se
mais fácil para nossas crianças, pois fará com que elas conheçam seus corpos,
aprendendo de uma maneira lúdica saindo da visão tradicional de ensino.
Metodologia
Os dados serão coletados por meio de pesquisa bibliográfica em livros, revistas e
artigos especializados, embasados inicialmente nos autores: Piaget, Vigostsky,
WALLON, Henri, FONSECA, Vitor da; MACHADO, José Ricardo Martins;NUNES,
Marcus Vinicius, NEIRA, Marcos Garcia, MATTOS, Mauro Gomes, FERREIRA,
Carlos Alberto, MORAES, Alexandre José de Mello a partir dos quais serão
analisados dados sobre a importância da Psicomotricidade no ensino fundamental
para um melhor desenvolvimento da aprendizagem em crianças de 06/07 anos.
Sumário
Introdução________________________________________________08
Capitulo I- O que é psicomotricidade___________________________ 10
Capitulo II- A alteração na lei em relação ao ensino fundamental______ 19
Capitulo
III- A
Educação
Física
e
a
Psicomotricidade
no
primeiro
escolar____________________________________________________ 22
Considerações finais__________________________________________ 31
Referências bibliográficas ______________________________________32
Índice_______________________________________________________33
ano
8
Introdução
O presente trabalho tem o objetivo de demonstrar outra maneira de se ensinar,
mostrando que a psicomotricidade torna-se uma grande ferramenta na fase de
adaptação escolar, pois cada vez mais nós vamos receber alunos mais novos e com
fases de desenvolvimento distintas, e nós professores temos que nos aperfeiçoar
cada vez mais em novas técnicas para um melhor desenvolvimento de nossos
alunos. Pois muitas vezes nos deparamos com alunos que apresentam uma série de
dificuldades em suas disciplinas em sala de aula, e com a psicomotricidade ajudará
em diversas situações escolares como dificuldade de concentração, escrita,
raciocínio matemático entre outros, a criança irá trabalhar estas dificuldades através
de brincadeiras.
No primeiro capítulo nos mostrará um breve histórico em relação à psicomotricidade,
passando pelos principais influenciadores para o desenvolvimento, suas áreas de
atuação, que são psicomotricidade relacional, a reeducação psicomotora, e terapia
psicomotora, educação psicomotora, a para nós que queremos aplicar na escola a
psicomotricidade funcional trabalharemos com a coordenação motora global,
coordenação motora fina, esquema corporal, lateralidade, estruturação espaço
temporal, ritmo, equilíbrio, que ajudará aos alunos que apresentem alguma
dificuldade de aprendizado e mesmo para aquelas que não apresentem nenhuma
dificuldade em relação ao aprendizado irá ajudar as crianças a conhecer seu próprio
corpo, sua socialização, sua leitura de mundo.
No segundo capítulo detalhará a alteração na lei mostrando que o ensino
fundamental que passou para nove anos, com isso irá receber alunos mais novos no
ensino fundamental, esses alunos mostram características diferentes, pois se
encontram em outro período de desenvolvimento e a interferência da família na vida
do aluno pois muitos pais criam muita expectativa nesses alunos quando passam
para o ensino fundamental, também as características do primeiro ano de
escolaridade, qual é a proposta do MEC para que esse primeiro ano não se torne a
antiga primeira série.
Já no terceiro capítulo nos mostrará como a educação física unida com a
psicomotricidade irá nos facilitar no processo de adaptação deste aluno na fase
9
escolar, visto que este aluno nunca frequentou o ambiente escolar, ou mesmo
aqueles que conhecem o ambiente escolar mostrar suas diferenças quanto à
educação infantil, mostrar que o aprendizado não é necessário ser com alunos em
sentados em cadeiras da forma tradicional, pois a criança aprende muito mais
brincando é mais prazeroso para o aluno, pois o lúdico nos auxilia no processo de
ensino aprendizagem de nosso aluno. Para as crianças o aprendizado através de
brincadeiras torna-se mais significativo.
10
Capítulo I
O que é psicomotricidade?
A psicomotricidade por muito tempo foi vista como uma área médica onde
houve muitos pensadores que influenciaram para que a psicomotricidade tornasse
uma atividade voltada para o ser afetivo, cognitivo e motor sendo mais completo.
1.1- Histórico da psicomotricidade
O movimento é a primeira manifestação de vida humana, pois desde sua vida intrauterina realizamos movimentos com o nosso corpo, no qual estes movimentos vão
se estruturando e exercendo enorme influência no comportamento do ser humano.
Para
que
este
movimento
seja
mais
bem
compreendido
utilizamos
a
psicomotricidade que é a ciência que estuda o homem em movimento em seu
mundo interno e externo favorecendo os aspectos físicos, mental, afetivo emocional
e sócio cultural (SBP – 2003)
Segundo Assunção e Coelho (1997) “a psicomotricidade e a
educação do movimento com a atuação sobre o intelecto numa relação
entre pensamento e ação, englobando funções neurofisiológicas e
psíquicas.”
A origem da palavra psicomotricidade, vem do grego psyche que significa
alma e do verbo latim moto, que significa agitar fortemente, mover frequentemente,
sendo assim observamos que esta ligada diretamente com um corpo que se
movimenta.
Segundo Le Bouche (1969), a psicomotricidade se da através
de ações educativas de movimentos espontâneos e atitudes corporais
da criança, proporcionando- lhe uma imagem do corpo contribuindo
para a formação de sua personalidade.
Descartes destaca o dualismo entre corpo e mente e Werneck que era um
psiquiatra que falou sobre afasias do movimento. Em 1907 Dupré (psiquiatra) teve a
primeira noção de psicomotricidade colocou uma relação entre psiquismo e
motricidade verificou que havia uma relação entre debilidade psicomotora e
deficiência mental. Já em 1925 Wallon, Piaget e Freud verificaram influências
11
determinantes. Henri Wallon (psicólogo) uniu o tônus pano de todo fundo motor à
trama sobre a qual este tece, verificou que:
Relação + afeto + dialogo Tonico = prelúdio da comunicação verbal (mãebebê)
Desde 1900 até os dias atuais a evolução e o percurso desta prática vêm
desenvolvendo a partir de uma percepção mais direcionada, ocasionando
modificações e ativando um olhar cada vez mais específico. Mas até chegar a essa
concepção, a psicomotricidade era uma forma terapêutica de cuidar de pessoas que
sofriam de algum distúrbio psicomotor, como dificuldade em reconhecer seu corpo
no espaço e assim movimentá-lo, confusão em diferenciar qual lado do seu corpo é
o direito e qual é o lado esquerdo, desenvolver grafia legível entre outros.
A psicomotricidade era bastante dependente de outras áreas como
psicopedagogia, psicanalítica, biomédica e com estudos de Wallon, Piaget, Winnicott
e Mahler deram identidade própria a psicomotricidade.
1.2- Os influenciadores da psicomotricidade:
Piaget- estruturação da inteligência
Gesell – elaborou uma escala de desenvolvimento motor referente à faixa etária
Guilman – protótipo do exame psicomotor e reeducação psicomotora
Head – trabalhos sobre o esquema corporal (concepção fisiológica do corpo)
Schilder – trabalho sobre a imagem corporal do corpo
Freud – o movimento não tem apenas uma existência objetiva, mas também uma
existência fantasmática (subjetiva).
Edouard Guilmain – neurologista, desenvolve um exame psicomotor para fins de
diagnóstico, de indicação da terapêutica e de prognóstico.
Ajuriaguerra – a psicomotricidade um estado de ser motor, ele rompeu
definitivamente o imperialismo neurológico, afastando definitivamente com a visão
dualista cartesiana, redefiniu o conceito de debilidade motora passando a considerála como sendo uma síndrome com suas especificidades delimitou os transtornos
12
psicomotores que transitam nas esferas do neurológico e do psiquiátrico. Segundo
Ajuriaguerra (1956):
“A evolução da criança é sinônimo de conscientização e do
conhecimento cada vez mais profundos do seu corpo, ou seja, do seu
eu total. É com o corpo, que a criança elabora todas as suas
experiências vitais e organiza a sua personalidade única, total e
evolutiva.”
Vitor da Fonseca – Professor da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade
Técnica de Lisboa, Psicopedagogo e Psicomotricista, têm sido responsável clínico
ao longo de trinta anos, em vários centros de observação e reeducação
psicoeducacional. Considera a psicomotricidade é o meio pelo qual a inteligência
humana desenvolve, se materializa, se constrói e se edifica. Segundo Vitor da
Fonseca:
“Psicomotricidade é a evolução das relações recíprocas, incessantes e
permanentes dos fatores neurofisiológicos psicológicos e sociais que
intervêm na integração, elaboração e realização do movimento
humano”
1.3- A psicomotricidade relacional
Segundo Lapierre “O que queremos é estabelecer uma comunicação com a
pessoa. Para o psicomotricista, uma criança de um ano, dois anos já é uma pessoa
que tem que ser respeitada.”
Para Lapierre (2002) a psicomotricidade relacional consiste em:
“Nada mais é que criar um espaço de liberdade propício aos jogos e
brincadeiras, pois a ação do brincar aperfeiçoa os processos de
aprendizagem e de desenvolvimento, com o objetivo de fazer a criança
manifestar seus conflitos profundos, vive-los simbolicamente, esta
fundamentada na relação do adulto com a criança e entre ela, já no
âmbito educativo, esse tipo de atuação serviria de precaução contra o
surgimento de distúrbios emocionais, motores e de comunicação que
dificultem a aprendizagem.”
13
Assim é necessário que o professor esteja sempre disponível a escutar seus
alunos, atento com uma postura de ajuda, sugerindo desafios, estimulando uma
atuação lúdica. Lapierre diz:
“É mais um método, uma maneira de atuar, uma possibilidade de se
estabelecer uma comunicação mais humana, mais ver verdadeira com
qualquer pessoa, até mesmo com as crianças desde a creche e a
escola.”
1.4- Reeducação psicomotora
É um processo de terapia programada que visa modificar o comportamento,
para crianças que sofrem com dificuldades ou atrasos psicomotores, visando
diagnosticar os motivos desses problemas a partir daí elabora um programa de
reeducação.
1.5- Terapia psicomotora
Refere-se a todos os casos/problemas nos quais a dimensão afetiva ou
relacional parece dominante ao iniciar o transtorno, envolve mediação corporal,
expressiva e lúdica que pretende harmonizar o potencial motor, cognitivo e afetivo
relacional isto é, o desenvolvimento global da personalidade, não visa desenvolver
diretamente a eficiência motora ou aprendizagem precisas, mas tenha uma ação
global utilizando todas as possibilidades de movimento do corpo, de expressão e de
relação. Terapia psicomotora envolve a mediação corporal em que o psicomotricista
compensa a expressão motora inadequada, proporciona á criança experiências
corporais que lhe permitem desenvolver capacidades de desempenho motor e
psicológico, centra-se na identificação de capacidades individuais para a promoção
de competências acadêmicas, sociais, cognitivas, psicomotoras e comportamentais,
com o foco em doenças crônicas, perturbações de foro psicológico, dificuldade de
aprendizagem, perturbações de linguagem, problemas psicomotores, atraso
desenvolvimento, desenvolvendo controle respiratório, tonicidade, equilíbrio, noção
corporal, estruturação espaço temporal, coordenação e motricidade fina.
1.6- Educação psicomotora
14
A
educação
psicomotora
se
dá
através
do
corpo
em movimento
proporcionando à criança o controle gradativo do corpo até os domínios de
movimentos ditos complexos de grande importância na educação infantil passando
pelo ensino fundamental trabalhando com atividades que utilizem o corpo em
movimento, proporcionando a criança melhor adaptação no seu ingresso e
permanência na escola trabalhando atenção, coordenação motora, socialização
entre outros contribuindo para prevenção dos distúrbios de aprendizagem, auxilia os
alunos em suas atividades escolares, para que a criança se desenvolva
intectualmente a partir de experiências inicialmente motoras, ou seja, aprender
brincando.
Le Bouch (1981) defende que a educação psicomotora deve ser considerada
como uma educação de base da escola primaria, diz:
“ela condiciona todos os aprendizados pré- escolares e escolares; leva
a criança a tomar consciência de seu corpo, da lateralidade, situar-se
no espaço, dominar o tempo, a adquirir habilmente a coordenação de
seus gestos e movimentos. A educação psicomotora deve ser
praticada desde a mais tenra idade; conduzida com perseverança,
permite prevenir inadaptações, difíceis de corrigir quando
estruturadas.”
1.7- A psicomotricidade funcional
É a prescrição de exercícios para sanar possíveis descompassos do
desenvolvimento motor, seu meio é a repetição de exercícios funcionais, sem o
psicomotricista interagir com a criança, é o modelo que a própria criança tem em
mente.
As áreas psicomotoras são importantíssimas para a formação em diferentes
aspectos da criança, como: cognição (referentes a cálculos matemáticos que podem
ser adquiridos com estruturação espacial e temporal), aquisição de movimentos
básicos do dia a dia através das coordenações motoras e fortalecimentos das
estruturas ósseas e musculares transformando a criança em autônomas em seus
movimentos.
Coordenação Motora Global
15
Usamos a coordenação motora global quando trabalhamos grandes grupamentos
musculares, até mesmo quando estamos parados necessitamos de um equilíbrio
postural, com isso trabalhamos os grupamentos musculares agonista em harmonia
com os antagonistas, com a movimentação corporal procuramos o seu eixo com isso
vamos adaptando e conseguindo um equilíbrio cada vez melhor. E com esse
trabalho que necessitam de grandes grupamentos musculares trabalharemos o
andar, correr, quadrupejar, rolar, saltar, arremessar e etc. Para Buend (1998): a
coordenação motora global apresenta-se sob dois aspectos: coordenação estática
que acontece em repouso e é resultado do equilíbrio dos grupos musculares
antagonistas e a coordenação dinâmica é a ação simultânea de diferentes grupos
musculares.
Coordenação Motora Fina
A coordenação motora fina diz respeito à habilidade de controle manual, com
o movimento de preensão a criança vai descobrindo aos poucos os objetos que as
rodeiam. Quando é exigido em determinadas atividades o uso dos pequenos
músculos como, por exemplo: na escrita, amarrar um calçado, abotoar um botão
entre outros, portanto o desenvolvimento da coordenação motora fina é muito
importante quando a criança encontra-se na fase escolar quando esta se adaptando
a escrita.
Lateralidade
É a preferência de um dos lados do seu corpo seja pelo lado direito ou do
lado esquerdo, nós possuímos um lado do nosso corpo que é de nossa preferência
que utilizamos no dia a dia este dominância lateral é definido ainda na infância, a
nível neurológico mostrando que seu cérebro esta pronto para ser destro ou
canhoto, porém nem sempre isso é respeitado, pois, na própria escola um hábito
que hoje em dia é menos freqüente em que a professora estimulava seus alunos a
escrever com a mão direita, acreditando ser o lado certo para a criança desenvolver
sua escrita, quando na verdade deve ser direcionado para a mão de sua preferência.
Se uma pessoa possuir dominância nos três níveis mão-olho-pé do lado
direito diremos que ela é destra homogênea, se for do lado esquerdo ela é canhota
ou sinistra homogênea.
16
Se a criança possuir dominância espontânea nos dois lados do corpo, isto é,
executar os mesmos movimentos tanto de um lado como do outro lado, o que não é
muito comum, é chamada de ambidestra.
Existem alguns casos em que a criança contraria esta tendência natural e
passe a utilizar a mão não dominante em detrimento da mão dominante, diremos
que tem lateralidade cruzada, quando usa mão direita, olho e o pé esquerdo entre
outras combinações.
Equilíbrio
Para Rosa Neto (2002) “o equilíbrio é essencial a toda ação
diferenciada das partes do corpo humano, Durante o movimento o
tônus postural ajusta-se para compensar o deslocamento do peso de
uma perna a outra para assegurar o equilíbrio de todo o corpo”
Toda atividade motora desenvolvida pelo ser humano gera um desequilíbrio, o
equilíbrio é um tipo de resposta acionada para contrapor às forças que tendem
alterar esta postura.
O equilíbrio é dividido em duas partes: equilíbrio estático e equilíbrio
dinâmico.
- Equilíbrio estático: quando necessitamos ficar parados que não cause dano à
estrutura anatômica.
- Equilíbrio dinâmico: relativo ao movimento, mudar de posição.
Estruturação Espacial
“A criança deve conhecer o espaço imediato em que vive nele
se movimentar sem esbarrar nos móveis, ir sozinho de um lugar para o
outro” Meur e Staes (1989).
A estruturação espacial enfatiza para criança que ela ocupa um lugar no meio
em que se desloca situar onde esta relaciona as coisas, a necessidade de se
posicionar no espaço.
Estruturação Temporal
17
Noção de se situar no tempo, o que vem antes e depois, contar uma historia
com inicio, meio e fim, falar de fatos vividos em uma seqüência lógica de seus
acontecimentos é a habilidade em reconhecer intervalos de tempo.
Ritmo
Para realizar atividades precisamos de tempo e de coordenação e é nesta
relação que se dá o termo ritmo, é a capacidade de coordenar movimentos amplos e
finos.
Segundo Conceição (2003) “é a ordenação constante e periódica
de um ato motor, é a forma de se deslocar no espaço obedecendo a
uma determinada seqüêna de som ou musicas. Para ter ritmo é preciso
ter organização espacial”.
Esquema Corporal
O esquema corporal se desenvolve quando a criança reconhece seu próprio
corpo, observando suas possibilidades é a interação do seu corpo com objetos do
seu meio, com pessoas do seu dia a dia, sendo capaz de localizar e identificar
diferentes partes do seu corpo vai causar dificuldades no desempenho de outras
áreas, pois pode acarretar uma inadaptação, atrasos do desenvolvimento global,
controle do seu próprio corpo, dificuldades de controle respiratório, dificuldades de
se locomover no espaço, mau desenvolvimento da linguagem entre outros.
Uma criança por volta de um ano de idade colocada de frente para um espelho ela
vai tentar pegar seu reflexo, sorri, sem reconhecer que ali é a sua própria imagem
refletida.
É necessário que o professor esteja atento as fases do desenvolvimento do
esquema corporal, pois assim diminuirá a incidência de erros com suas aulas, ou
seja, exigindo algo de um aluno sem observar que o mesmo não alcançou
determinada fase do desenvolvimento, podendo causar uma série de frustrações na
criança.
Etapas do esquema corporal – proposta por Le Boulch
1ª Etapa: corpo vivido (até três anos de idade)
Corresponde à fase de inteligência sensória motora de Piaget.
18
O bebê sente o meio ambiente como fazendo parte dele mesma. À
medida que cresce, com um maior amadurecimento de seu sistema
nervoso, vai ampliando suas experiências e passa porco a pouco a
diferenciar de seu meio ambiente. Nesse período a criança tem uma
necessidade muito grande de movimentação e através desta vai
enriquecendo a experiência subjetiva de seu corpo a ampliando sua
experiência motora. Suas atividades iniciais são espontâneas.
2ª Etapa: corpo percebido ou descoberto (3 a 7 anos)
Corresponde á organização do esquema corporal devido à
maturação da “função de interiorização” que é definida como a
possibilidade de deslocar sua atenção do meio ambiente para seu
próprio corpo a fim de levar à tomada de consciência.
A função de interiorização permite a passagem do ajustamento
espontâneo, a um ajustamento controlado que, propicia um maior
domínio do corpo, culminando em uma maior dissociação dos
movimentos voluntários. A criança com isso passa a aperfeiçoar e
refinar seus movimentos adquirindo uma maior coordenação dentro de
um espaço e tempo determinado.
Descobre sua dominância e com ela o eixo corporal.
O corpo passa e ser um ponto de referencia para se situar e
situar objetos em seu espaço e tempo. Neste momento assimila
conceitos como embaixo, acima, direita, esquerda e adquirem também
noções temporais como a duração dos intervalos de tempo e de ordem
e sucessão, isto é, primeiro e o ultimo.
No final dessa fase, a criança pode ser caracterizada como préoperatório, porque esta submetida à percepção num espaço em parte
representado, mas ainda centralizado sobre o próprio corpo.
3ª Etapa: corpo representado (7 a 12 anos)
Nesta etapa observa-se a estruturação mental da imagem do corpo
consiste numa simples imagem reprodutora e é uma imagem de corpo
estática. A criança só dispõe de uma imagem mental do corpo em
movimento a partir de 10/12 anos, significado que atingiu uma
representação mental de uma sucessão motora, com a introdução do
fator temporal.
19
Capítulo II
A
alteração
da
lei
em
relação
ao
ensino
fundamental
Recentemente a LDB (lei de diretrizes e bases da educação nacional) teve uma
alteração inserindo o primeiro ano de escolaridade para crianças com 6 (seis) anos
de idade, passando o ensino fundamental para 9 (nove) anos, ou seja, iremos
receber crianças mais novas no ensino fundamental.
2.1- A nova LDB
Com a alteração da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), com
isso, nós professores iremos receber um público mais novo no ensino fundamental.
LDB: “Artigo 32. O ensino fundamental obrigatório, com duração de 9
(nove) anos, gratuito na escola pública, iniciando aos 6 (seis) anos de
idade, terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante:
(redação dada pela Lei 11. 274/2006)”
Como no trecho acima, demonstra que recebemos alunos com 6 (seis) anos no
ensino fundamental, com as aulas de educação física e a psicomotricidade que irão
facilitar o ingresso deste aluno em sua vida escolar. Esta alteração em nossa
legislação do ensino fundamental para nove anos seria para abranger um maior
número de alunos no ensino fundamental e com isso o governo federal aumentará
sua verba destinada às escolas públicas, pois muitos alunos ficavam de fora desta
verba, e outro motivo seria manter as crianças mais tempo dentro de suas escolas
Estudos demonstram que, as crianças que passam um maior período dentro da
escola terão mais chance de ter um sucesso no futuro. Conforme as orientações do
MEC modificação de mais um ano de estudos no ensino fundamental vai além de
mais de um ano de ensino.
“... não se trata de transferir as crianças para as crianças de seis anos
de idade os conteúdos e atividades da tradicional primeira série, mas
de conceber uma nova estrutura de organização dos conteúdos em um
Ensino Fundamental de nove anos, considerando o perfil de seus
alunos” MEC 2009
20
A criança situada nesta faixa etária possui características e necessidade especifica,
as quais precisam ser consideradas nos processos e práticas educativas. Diante o
reconhecimento das características das crianças de seis anos, as orientações do
MEC salientar também sua preocupação, com o processo de ingresso e adaptação.
“É necessário que o sistema escolar esteja atento às situações
envolvidas no ingresso da criança no ensino fundamental, seja ela
oriunda diretamente da família seja da pré escola, a fim de manter
laços sociais e afetivos e as condições de aprendizagens que lhe dará
segurança e confiança” BRASIL 2006.
2.2- O primeiro ano no ensino fundamental
O ingresso de crianças no primeiro ano no ensino fundamental é mais um momento
de transição na vida do educando, requerendo um processo de adaptação não só
deste, mas da família e dos educadores e este ingresso esta cada vez mais precoce,
pois, este aluno esta entrando no ensino fundamental apenas com 6 (seis) anos,
com isso se dá na importância do planejamento do processo de adaptação das
crianças que ingressam nessa etapa de ensino, assim como os demais envolvidos
no processo.
Sabe-se que há todo um imaginário construído em torno do ingresso da criança no
ensino fundamental. Pode-se dizer que este é um dos primeiros ritos sociais ao qual
a criança pequena é submetida, em muitas localidades, significa afirmação de um
status de personalidade, a criança formalizará o acesso ao mundo da escrita e da
leitura, enfim a criança tem um tempo de empolgação e pressão social, uma mescla
de euforia e medo.
Uma criança com 6 (seis) anos de idade encontra-se na fase do pré operatório
segundo Piaget, e a questão não será somente o fazer, mas também o
compreender, aos seis anos a criança deseja a companhia de outras crianças, os
sentimentos já estão quase todos esboçados, embora não se possa dizer que sejam
mais numerosos que as emoções, porque estas são determinadas por um número
de estímulos que as provocam, pode-se garantir que toda a vida afetiva da criança
começo já ser dirigida, tanto pelos sentimentos como pelas emoções,
21
A criança começa a brincar desde muito cedo e será esta a sua ocupação preferida
até a adolescência e como a criança já gosta de brincar, porque não usá-la como
ferramenta de adequação/socialização na escola. Muitas vezes ficamos presos com
as técnicas, métodos sem olhar o principal, a criança que está assustada por esta
num mundo novo que é o ambiente escolar, avaliações periódicas, mais tempo de
aula, menos recreio, essas crianças tem que se adaptar a uma nova rotina, mais
puxada e estressante, antes de serem incluídas no ensino fundamental esses alunos
não costumavam ser submetidas às provas, estudavam em unidades com
playgrounds e muitas escolas mudaram a maneira de ver este aluno, estas crianças
que estavam na pré escola as professoras faziam relatório de desempenho, porém
com a alteração na lei este relatório foi abolido e em seu lugar ficaram as provas.
A adaptação é um processo complexo e gradual na qual cada criança precise de um
tempo diferente para adaptar-se, desse modo a adaptação de uma criança não é
igual à de outra, sendo necessário muitas vezes adequar-se os procedimentos as
particularidades de cada caso, as reações da criança durante esse processo podem
variar muito e dependem de diversos fatores envolvidos relacionados tanto a história
da criança, suas características individuais,assim como de seu ambiente familiar e
também as características do educador e da instituição de ensino, sem ignorar a
importância dos primeiros dias e semanas no primeiro ano. Quando temos uma ação
planejada incluiremos a educação física atrelada com a psicomotricidade para que
essa adaptação seja facilitada com atividades que envolvam a socialização visto que
estes alunos não se conhecem, muitos nunca estudaram, com o decorrer do tempo
trabalhar o esquema corporal, pois este aluno tem que se adaptar a sua rotina
escolar com isso facilitará o caminhar pela sala sem que esbarre nas cadeiras,
sentar na cadeira por certo período,
A educação psicomotora de Le Bouch justifica sua ação pedagógica colocando em
evidencia a prevenção das dificuldades pedagógicas, dando importância a uma
educação do corpo que busque um desenvolvimento total da pessoa, tendo como
principal papel na escola que é preparar o educando para a vida, utilizando métodos
pedagógicos renovados procurando ajudar a criança a se desenvolver da melhor
maneira possível, contribuindo dessa forma para uma boa formação da vida social.
22
Capítulo III
A Educação Física e a Psicomotricidade no
primeiro ano escolar
Durante esse processo de adaptação da criança na escola, a psicomotricidade tem
demonstrado como uma grande ferramenta nesta nova fase possibilitando que essa
criança se desenvolva como um todo.
3.1- A união da Educação Física e a Psicomotricidade
A princípio o corpo em movimento tem a expressão de desejo, e com o passar do
tempo transforma-se em linguagem, a partir desse momento a criança começa a
imitar e fazer o faz de conta com isso a criança consegue separar o objeto e seu
significado, falar de algo que esta ausente e representar corporalmente.
O desenvolvimento infantil, segundo o PCN (19998) diz que:
“a criança precisa brincar, ter prazer e alegria para crescer, precisa do
jogo como forma de equilíbrio entre ela e o mundo é através do lúdico
que a criança se desenvolve melhor”
A infância é caracterizada por concentrar as aquisições fundamentais para o
desenvolvimento humano, pois é nessa etapa da vida que o individuo forma base
motora para a realização de movimento mais complexos futuramente.
Durante toda sua infância a criança quer inventar, descobrir, perguntar, vivenciar,
experimentar com isso ela está formando uma base do mundo que a cerca, quando
entramos na escola nós educadores temos o papel de facilitadores e assim
estimulando o desenvolvimento integral desta criança, proporcionando desafios,
explore, crie para assim desenvolver o potencial, e assim desenvolvendo suas
habilidades motoras sua socialização principalmente em seus primeiros anos e
durante toda a sua vida escolar e com a psicomotricidade este movimento torna-se
organizado integrado com uma unidade dinâmica dos gestos, das atitudes e das
posturas enquanto sistema expressivo idealizado e representativo.
A
educação
física
tem
um
papel
importantíssimo
no
aprendizado
e
conseqüentemente no desenvolvimento do ser humano, trabalhando com funções
23
psicomotoras que formarão base e darão a sustentação para a correta
aprendizagem, contribuindo assim para o desenvolvimento global das crianças.
Durante essas experiências as crianças formam conceitos e organiza o esquema
corporal, com a psicomotricidade essa consciência do seu corpo e da maneira de se
expressar com ele, localizando-se no tempo e no espaço.
A psicomotricidade e a educação física por meio de suas atividades fazem com que
por meio de suas ações e movimentos conscientes e de experiências vivenciadas e
adquiridas em todas as etapas da vida, sabendo que a psicomotricidade através de
suas atividades valoriza os sentimentos e emoções através de cada movimento
corporal, unida a da educação física junto com ações psicomotoras possibilita um
desenvolvimento global com o uso do movimento corporal consciente, que com o
ouso do movimento corporal consciente, um corpo que agi, pensa em diversas
situações.
O planejamento das aulas de educação física atrelada a psicomotricidade deverá
esta fundamentada na independência do desenvolvimento motor, afetivo, cognitivo
de seus alunos como componente curricular na formação das estruturas
educacionais cotidianas.
O trabalho da educação psicomotora com as crianças deve prever a formação de
base indispensável em seu desenvolvimento motor, afetivo e psicológico, dando a
oportunidade para que, por meio de jogos, de atividades lúdicas, se conscientize
sobre seu corpo, através da educação física, a criança desenvolve suas aptidões
perceptivas como meio de ajustamento do comportamento psicomotor.
Segundo Barreto (2000), “o desenvolvimento psicomotor é de suma
importância na prevenção de problemas da aprendizagem e na
reeducação do tônus, da postura, da direcionalidade, da lateralidade e
do ritmo”.
A educação da criança deve evidenciar seu próprio corpo, levando em consideração
sua idade, a cultura corporal e os seus interesses. Essa abordagem constitui o
interesse da educação psicomotora, a educação psicomotora para ser trabalhada
necessita que sejam utilizadas funções motoras, cognitivas, perceptivas, afetivas e
sociomotoras.
24
As bases das formas de aprendizagem das atividades físicas de forma consciente,
intencional e sensível são estabelecidas e solidificadas na educação física. Essas
atividades acompanham o ser humano de maneira continua, atuando, sobretudo,
nos níveis psicomotor, afetivo e no aprimoramento do rendimento nos estágios de
desenvolvimentos subseqüente.
A educação física escolar esta baseada nas
necessidades das crianças, tem como principal meio a educação psicomotora,
incentivar praticas de movimentos em todas as etapas de sua vida.
A educação psicomotora é a educação da criança através de seu próprio corpo e
seu movimento, a criança é vista em sua totalidade e as possibilidades que
representa em relação ao seu meio ambiente, assim a educação física e a
psicomotricidade completam-se, pois a criança ao praticar qualquer atividade que
usa todo seu corpo, mesmo regida, predominante, pelo intelecto, a educação
psicomotora atinge a criança em sua totalidade.
3.2- Um breve histórico da relação Educação Física e a
Psicomotricidade
No contexto histórico a psicomotricidade começou a ganhar após algumas correntes
que a educação física passou como: higienista, militarista, movimentos ginásticos
europeus, com isso foi pensado que deveria pensar na formação integral do cidadão
que aquele corpo não somente seria utilizado para trabalhar, mas também ele
pensa, ou seja, fazer a união de corpo e mente, para assim preparar os educandos
para a vida, conhecendo novos métodos para ajudar aquele aluno a se desenvolver
da melhor maneira possível, com isso foi pensado na psicomotricidade que visa o
desenvolvimento da criança juntamente com o ato de aprender, através de meios
cognitivos, afetivos e psicomotores, buscando uma formação integral do educando,
para romper definitivamente com o dualismo corpo x mente.
A educação psicomotora busca a prevenção das dificuldades pedagógicas,
trabalhada de uma maneira planejada, dando importância à educação do corpo para
que se busque um desenvolvimento total da pessoa, ou seja, educando para a vida.
Durante as aulas de educação física podemos trabalhar todos os conceitos de
motricidade humana, como uma conseqüência de um trabalho que tem como
prioridade desenvolver o gosto pela atividade física de forma prazerosa, lúdica e
25
motivante, onde os educados fazem o que mais lhe dão prazer, que é correr,
rastejar, rebater, equilibrar, esquivar-se, quicar, chutar, passar, receber, transportar
entre outros, que para uma criança esses atos são normais, que fazem parte do seu
dia a dia, mesmo aquelas que são criadas trancadas dentro de apartamentos ou de
suas casas, eles realizam pelo menos um desses movimentos.
Trabalhar com a educação psicomotora tem se demonstrado indispensável nas
aulas de educação física, pois por meios de jogos e atividades lúdicas se dá a
conscientização do próprio corpo e do ser humano que faz parte de uma sociedade.
E esta idéia de formação integral do cidadão esta sendo abordada como uma forma
educativa para a formação de um ser completo e autônomo de suas ações,
relacionando um ser completo e único capaz de pensar e agir, deixando de lado as
características da dualidade de corpo e mente, e sim como um ser que é capaz de
integrar com ele mesmo e com próprio meio.
3.3- A educação física com a psicomotricidade no primeiro ano de
escolaridade
Staes e De Meur (1984) afirmam: “No inicio da escolaridade aparecem
às dificuldades escolares de muitas crianças. O problema não esta no
nível de classe em que elas se encontram, mas no nível da base. A
estrutura da educação psicomotora centra-se no nível da base onde
estão os elementos básicos ou pré-requisitos que são as condições
mínimas para uma boa aprendizagem.”
A educação física unida com a psicomotricidade em seu primeiro escolar assume um
papel de prevenção de alguns fatores, como a confusão de reconhecimento de
palavras, a má concentração, troca de números, letras entre outros fatores ligados à
alfabetização. Uma criança com o esquema corporal mal formado acaba tendo muita
dificuldade de coordenar seus movimentos, muitos ligados as suas habilidades
manuais como escrever, desenhar, amarrar um cadarço, o ato de tirar suas roupas e
tira-las, sua leitura perde harmonia, por exemplo; seu ritmo da leitura não é mantido
fazendo com que seu gesto venha após a palavra. Para o melhor desenvolvimento
do esquema corporal as atividades devem partir de situações concretas (pois vem
demonstrado de acordo sua fase de desenvolvimento segundo Piaget), assim essa
criança forma um esquema mental antecedendo sua aprendizagem da leitura e da
escrita, ritmo e cálculo. Devemos trabalhar sua lateralidade para que se tome
consciência de qual é o seu lado dominante, pois ela não percebe qual lado que ela
26
tem mais facilidade para utilizar, não conseguindo seguir uma direção para sua
leitura muitas vezes pula muitas linhas ou não se dirige da esquerda para a direita e
não é somente sua leitura e escrita que é afetado, seu raciocínio lógico - matemático
também é afetado por uma má organização espacial e temporal, pois para realizar
cálculos necessitamos de um ponto de referência, para colocar seus números de
maneira correta, ter noção de coluna, combinar formas para trabalhos geométricos.
E com a educação psicomotora esta criança passa explorar seu ambiente, passando
por várias experiências que são de muita importância para o seu desenvolvimento.
Quando existem casos de conflito entre o eu e o mundo, quando a criança tem
dificuldade em se reconhecer a educação psicomotora trará grandes resultados
positivos, tanto para as crianças que apresentem esse conflito como para as que
estão melhores desenvolvidas, pois ela irá conhecer cada vez mais o seu corpo.
E mesmo em seu relacionamento escolar, pois esta criança estará convivendo com
pessoas que elas conhecem há pouco tempo e em conseqüência não tem muita
confiança com ela, e esta relação com o outro na escola é fundamental, e com as
atividades
experiências
psicomotoras
corporais,
as
crianças
afastando
vivenciam
tabus
e
sua
espontaneidade
preconceitos
que
das
influenciam
negativamente suas relações professor – aluno, aluno – professor e relação aluno –
aluno.
As atividades da educação física com o uso da educação psicomotora deve-se
ocorrer com espontaneidade, pois quando trabalhamos com crianças observamos
que ainda não tomaram uma postura preconceituosa, pois atividades que
possibilitam o toque, ou seja, o contato entre alunos não são tão simples de se
realizar, até mesmo muitos educadores tem dificuldades de serem tocados ou de
tocar em alguém.
Alguns exemplos de atividades físicas são aquelas que possibilitem o brincar e
assim favorece a consolidação de hábitos de higiene, socialização, criatividade,
desenvolvimento corporal e mental visando uma formação de um sujeito que é
critico e autônomo em suas atitudes, com isso a educação física com a
psicomotricidade afim, de diminuir suas dificuldades, as diferenças de ritmo de
aprendizagem por meio de atividades diferenciadas.
27
A partir do momento em que a escola se conscientizar de que a educação pelo
movimento é uma peça fundamental, pois ela permite a criança resolver com mais
facilidade seus problemas atuais e prepara para a sua existência para o mundo
adulto.
3.4- O lúdico no processo de ensino aprendizagem
Toda criança tem como o dever brincar e se desenvolver, o brincar passa a ser coisa
séria, os jogos, as brincadeiras passam a ser laboratório para o desenvolvimento
infantil.
O jogo, a brincadeira e o brinquedo são da essência da criança e quando utilizados
possibilita a produção do conhecimento, da aprendizagem e do desenvolvimento.
O lúdico tem sua origem na palavra latina “ludus” que quer dizer jogo. Como
sinônimos damos a pratica de brincar, joga e do próprio brinquedo.
Habilidades motoras, estruturas básicas para o desenvolvimento são desenvolvidas
através do equilíbrio, coordenação motora ampla, coordenação motora fina,
estruturação no tempo e no espaço, esquema corporal, ritmo, habilidades do
pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a
criatividade, o levantamento de hipóteses, a obtenção e organização de dados e a
aplicação dos fatos e dos princípios a novas situações que, por sua vez, acontecem
quando jogamos, quando obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa
competição, e outras mais sendo experimentadas de forma muito divertida que é o
brincar.
No inicio da vida escolar, o aluno que já teve uma experiência anterior estará
acostumado com o brincar, pois suas avaliações eram deixadas para um segundo
momento, não dizer que não eram aplicadas, porém não se dá muita ênfase para
este momento, mas quando este aluno chega ao ensino fundamental este brincar,
ou seja, o seu corpo é deixado de lado passando a dar lugar para a mente, voltando
para o dualismo corpo x mente como se fossem unidades que podem ser
separadas, no ensino fundamental esta criança terá que ficar sentada praticamente
imóvel durante horas deixando de lado toda a liberdade da educação infantil que ela
proporcionava agora seu objetivo é sua leitura com isso o aluno terá que tornar um
28
leitor, escrever bem, esquecendo que a brincadeira irá proporcionar uma leitura do
mundo.
Existe o caso do aluno que nunca freqüentou o ambiente escolar e em seu primeiro
ano, terá que se tornar um leitor muitas das vezes esquecendo o seu corpo um uma
cadeira escolar tornando a escola um lugar desmotivante, porém isso pode ser
alterado se o professor tiver uma visão ampla do processo de ensino aprendizagem
verificando que existem diversas formas de aprender e com atividades lúdicas esse
aprendizado torna-se mais prazeroso.
Por que não aprender de uma forma divertida? Uma criança quando se encontra
num estado de felicidade passa para quem estar avaliando uma confiança que
dificilmente é encontrada nas formas tradicionais de ensino. O brincar lança uma
motivação capaz de incentivar e abrir caminho para novas aquisições matemática
torna-se mais prazeroso quando misturadas com blocos e formas coloridas e jogos
de raciocínio uma simples brincadeira de forca ou caça palavras torna-se uma
grande ferramenta lúdica para o aprendizado para o português e assim
sucessivamente.
Quando desenvolvidas de maneira prazerosa qualquer disciplina de ensino será
absorvida com facilidade, pois estará voltado para a realidade vivida pela criança
que transpira em sua essência a ludicidade presente nas crianças.
As atividades lúdicas nos dão a idéia de uma maneira natural de descobrimento e
compreensão do mundo. Atividades lúdicas chamam a atenção das crianças
tornando-as
um
mecanismo
de
potencialização
do
processo
de
ensino
aprendizagem.
Grande parte das atividades lúdicas o individuo se relacionará com o grupo e com
ele mesmo observando suas possibilidades.
O lúdico é muito abrangente, pois muitas pessoas minimizam sua importância
ligando somente um momento de lazer. O lúdico dá seu privilegio a sua imaginação,
sua criatividade e com isso podemos utilizar o ensino da matemática a partir do
interesse do aluno, levando a sentir uma satisfação em descobrir um novo caminho
para o seu aprendizado.
29
Existe uma teoria de que a criança aprende brincando, esta teoria esta
cientificamente comprovada, porém brincar pode ser feito em qualquer lugar, mas
quando a criança se torna aluno este brincar é desvalorizado. Um professor bom é
aquele se utiliza o brincar transformando em matéria seduzindo o aluno para a sua
aula, reconhece que o lúdico é dar uma linguagem moderna ao ensino, é abrir portas
e janelas e deixar a alegria entrar em sala de aula.
O lúdico é importante para a saúde mental das crianças, merecendo atenção dos
pais e dos educadores, pois possibilita o estudo da relação da criança com o mundo
externo, através de atividades lúdicas, a criança forma conceitos, seleciona idéias,
faz estimativas compatíveis com o crescimento físico e desenvolvimento, vai se
socializando.
Para Piaget, o jogo constitui-se em expressão e condição para o desenvolvimento
infantil, já que as crianças quando jogam assimilam e podem transformar a
realidade.
Já Vygostsk, diferentemente de Piaget, considera que o desenvolvimento ocorre ao
longo da vida e que as funções psicológicas superiores são construídas ao longo
dela. Ele não estabelece fases para explicar o desenvolvimento como Piaget e para
ele o sujeito não é ativo nem passivo: é interativo.
O aprender brincando são atos indispensáveis à saúde física, emocional e
intelectual, jogo e brincadeira necessitam de aprendizagem, por meio de suas
regras, produzindo muitas situações vividas com o uso do faz de conta. As crianças
estão sempre dispostas a brincar, cabe ao educador propor atividades que
promovam
essa
motivação
que
envolva
os
alunos
e
o
conhecimento,
proporcionando uma aprendizagem com qualidade.
Através do lúdico as atividades sempre têm um ar de novidade, que é fundamental
para o interesse da criança, utilizando o seu equipamento sensório motor, pois o
corpo é trabalhado e o pensamento também.
Para tanto, é necessário que a mesma busque valorizar a seriedade na busca do
conhecimento, regatando o lúdico, o prazer do estudo, sem, contudo reduzir a
aprendizagem ao que é apenas prazeroso em si mesmo.
30
Considerações finais:
A educação física unida com a psicomotricidade para crianças de 06/07 anos de
idade permite que esta criança observe de outra maneira para a sua escola,
professores de educação física utilizando suas atividades psicomotoras irá
desenvolver interação, cooperação, socialização, desinibição, que são todos fatores
muito importantes para essas crianças que estão no seu primeiro ano na escola,
assim como em toda sua vida. Com isso por meio de suas atividades afetivas,
psicomotoras e sociopsicomotoras permitirá um equilíbrio na vida das crianças
interando corpo e mente, o individuo e o grupo buscando sempre desenvolver o
sujeito como um todo.
Quando trabalhamos o esquema corporal, lateralidade, coordenação motora entre
outros damos a oportunidade da criança se desenvolver suas capacidades básicas,
conhecendo seu corpo a criança utiliza seus movimentos para atingir aquisições
mais elaboradas ajudando a sanar muitas dificuldades.
Com as brincadeiras deve ser considerado como parte integrante da vida do
homem, não só o aspecto de divertimento, mas para adquirir conhecimento, pois
quando brincamos o aprendizado se tornará mais interessante e motivante para
nossos alunos e nos facilitará nesse processo de adaptação escolar, pois nas várias
atividades físicas a criança ao pensar sobre o que faz, confrontará ações em tempos
distintos e dará nova significação às situações vividas.
Pois quando a criança entra no ensino fundamental cria muita expectativa para sua
família e acaba passando para a criança que chega com muitas dúvidas nesta nova
fase, este novo momento deve ter uma preparação da família, e principalmente dos
professores mudando sua maneira de receber o aluno para que não se crie um
obstáculo entre a criança e a escola, para esta adequação torne de uma maneira
natural utilizamos a psicomotricidade para este aluno se sinta seguro para novos
conhecimentos, pois quando conhecemos nosso próprio corpo sentimos seguros
para outras metas, muitas vezes nos deparamos com alunos inseguros em sala de
aula, tendo dificuldade em sua leitura e escrita, raciocínio lógico matemático,
dificuldade em se relacionar com seus colegas, professores e até mesmo familiar e
31
todos esses fatores a psicomotricidade tem se demonstrado um grande fator para
que este aluno seja compreendido e trabalhado posteriormente.
32
Referências bibliográficas:
Pesquisa bibliográfica
MACHADO, José Ricardo Martins; Nunes, Marcus Vinicius Recriando a
psicomotricidade - Editora: Sprint /ano: 2010
FONSECA Vitor - Desenvolvimento psicomotor e aprendizagem - Editora: Artmed
1ª edição.
MATTOS,Mauro Gomes e NEIRA, Marcos Garcia - Educação Física Infantil:
construindo o movimento na escola –Editora: Phorte 7ª edição 2008
FERREIRA, Carlos Alberto - Psicomotricidade Escolar - Editora: Wak 1ª edição
2008
MORAES, Alexandre José de Mello - Psicomotricidade: Educação Física Jogos
Infantis –Editora: Ibrasa 1989
PALMER,Joy A. - 50 Grandes Educadores Modernos – De Piaget a Paulo Freire
– Editora: Contexo
MASSABI, Hamurabi LDB – Editora: Elsevier
Governo Federal - PCN
Governo Federal - Referencial Curricular
33
Sumário
Folha de rosto______________________________________________02
Agradecimentos____________________________________________ 03
Dedicatória________________________________________________04
Resumo___________________________________________________05
Metodologia________________________________________________06
Sumário___________________________________________________07
Introdução_________________________________________________08
Capitulo I________________________________________________10
1.1-Histórico da psicomotricidade ______________________________10
1.2- Influenciadores da psicomotricidade_________________________ 11
1.3- A psicomotricidade relacional______________________________ 12
1.4-
Reeducação psicomotora _________________________________13
1.5-
Terapia psicomotora _____________________________________13
1.6-
Educação psicomotora ___________________________________13
1.7-
A psicomotricidade funcional ______________________________14
Capitulo II____________________________________________19
34
2.1- A nova LDB______________________________________________ 19
2.2- O primeiro ano no ensino fundamental _________________________20
Capitulo III__________________________________________________22
3.1- A união da Educação Física e a Psicomotricidade _________________22
3.2- Um breve histórico da relação Educação Física e a Psicomotricidade __24
3.3- A Educação Física com a Psicomotricidade no primeiro ano de escolaridade
___________________________________________________25
3.4- O lúdico no processo de ensino aprendizagem_____________________27
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição:
Título da Monografia:
Autor:
Data da entrega:
Avaliado por:
Conceito:
Download

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS